Modelo de Contrarrazões ao Agravo em Recurso Especial em Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais contra servidor público, fundamentadas em revelia, ausência de cerceamento e vedação ao reexame de provas

Publicado em: 15/05/2025 Processo Civil
Modelo de contrarrazões ao agravo em recurso especial interposto por servidor público em ação de indenização por danos materiais e morais, defendendo a manutenção da sentença baseada na revelia, ausência de cerceamento de defesa, comprovação documental dos danos, e destacando a inadmissibilidade do reexame de provas e ausência de prequestionamento. Inclui fundamentação jurídica conforme CPC/2015 e jurisprudência do STJ e tribunais estaduais.

CONTRARRAZÕES AO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator da Câmara Única do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá
Processo nº 0001740-97.2021.8.03.0001

2. PREÂMBULO (QUALIFICAÇÃO DAS PARTES E IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO)

C. V. N. da C., brasileira, solteira, estudante, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Macapá/AP, CEP 00000-000, e D. L. N. da C., brasileira, solteira, estudante, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Macapá/AP, CEP 68900-000, por seus advogados devidamente constituídos (instrumento de mandato anexo), vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTRARRAZÕES AO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL interposto por M. C. C., brasileiro, divorciado, servidor público, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Avenida Brasil, nº 456, Bairro Trem, Macapá/AP, CEP 00000-000, nos autos da Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais em trâmite perante a 6ª Vara Cível e de Fazenda Pública da Comarca de Macapá/AP, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DO CASO

Trata-se de apelação cível interposta por M. C. C. contra sentença que o condenou ao pagamento de R$ 32.414,87 a título de danos materiais e R$ 5.000,00 por danos morais em favor das recorridas C. V. N. da C. e D. L. N. da C.. O apelante alegou cerceamento de defesa, ausência de oportunidade para produção de provas, questionou os valores fixados e a comprovação dos danos materiais. O Tribunal, contudo, entendeu que não houve cerceamento, pois o réu foi citado e permaneceu inerte, caracterizando revelia, e que os danos estavam devidamente comprovados. Por unanimidade, a Câmara Única manteve a sentença de primeiro grau.
O agravante, inconformado com a negativa de seguimento ao Recurso Especial, interpôs Agravo, ao qual ora se apresentam as presentes contrarrazões.

4. TEMPESTIVIDADE E ADMISSIBILIDADE

As presentes contrarrazões são tempestivas, uma vez que a intimação para manifestação ocorreu em XX/XX/2024, sendo o prazo de 15 (quinze) dias previsto no CPC/2015, art. 1.042, § 3º, rigorosamente observado.
A legitimidade das partes e a regularidade da representação processual encontram-se devidamente comprovadas nos autos, não havendo qualquer óbice ao conhecimento das presentes contrarrazões.

5. DOS FATOS

As recorridas ajuizaram ação de indenização em face de M. C. C., narrando que este, de forma ilícita, apropriou-se de valores referentes a pensões previdenciárias das autoras, retendo indevidamente quantias que lhes eram de direito.
Regularmente citado, o réu permaneceu inerte, não apresentando contestação, o que ensejou a decretação de revelia (CPC/2015, art. 344). A sentença de primeiro grau julgou procedentes os pedidos, condenando o réu ao pagamento de danos materiais e morais.
O réu interpôs apelação, alegando cerceamento de defesa e ausência de comprovação dos danos. O Tribunal, todavia, reconheceu que a revelia implicou presunção de veracidade dos fatos alegados pelas autoras, e que a prova documental era suficiente para o julgamento antecipado da lide, afastando qualquer nulidade processual.
O Recurso Especial interposto pelo réu teve seguimento negado, motivando a interposição do presente Agravo, cujas razões ora se impugnam.

6. DO DIREITO

6.1. DA AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E PROCESSUAIS

O agravante alega cerceamento de defesa, sustentando que não lhe foi oportunizada a produção de provas. Contudo, conforme reconhecido pelo Tribunal de origem, o réu foi regularmente citado e permaneceu inerte, atraindo a incidência do CPC/2015, art. 344, que prevê a presunção de veracidade dos fatos não impugnados.
O princípio do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV) foi plenamente observado, sendo a revelia consequência da inércia voluntária do réu, não havendo que se falar em nulidade processual.

6.2. DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE

O julgamento antecipado encontra respaldo no CPC/2015, art. 355, I, que autoriza a decisão sem instrução probatória quando a matéria for unicamente de direito ou estiver suficientemente comprovada por prova documental. No caso, a documentação acostada aos autos demonstrou de forma inequívoca a apropriação indevida dos valores, sendo desnecessária a produção de outras provas.

6.3. DA MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Os danos materiais restaram comprovados pelos extratos e documentos bancários, enquanto o dano moral decorre do próprio ato ilícito (dano in re ipsa), conforme entendimento consolidado do STJ. O valor fixado a título de danos morais atende aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade, não havendo excesso ou irrisoriedade.

6.4. DA INVIABILIDADE DE REEXAME DE PROVAS E CLÁUSULAS CONTRATUAIS EM RECURSO ESPECIAL...


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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Agravo em Recurso Especial interposto por M. C. C., insurgindo-se contra decisão que negou seguimento ao Recurso Especial manejado em face de acórdão proferido pela Câmara Única do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, que manteve, por unanimidade, sentença condenatória ao pagamento de R$ 32.414,87 por danos materiais e R$ 5.000,00 por danos morais a C. V. N. da C. e D. L. N. da C., em razão de apropriação indevida de valores previdenciários.

I - Admissibilidade

Inicialmente, cabe registrar que, nos termos da CF/88, art. 93, IX, é dever do julgador fundamentar suas decisões, o que passo a fazer de forma clara e objetiva.

Verifico que as contrarrazões ao Agravo em Recurso Especial foram apresentadas tempestivamente, com observância do prazo legal, estando regular a representação processual das partes e ausente qualquer óbice formal ao conhecimento do presente agravo, motivo pelo qual passo ao exame do mérito recursal.

II - Dos Fatos e Fundamentação

Conforme se depreende dos autos, as recorridas ajuizaram ação de indenização contra o agravante, imputando-lhe a apropriação indevida de valores de natureza alimentar, fato comprovado por documentação robusta. O réu, regularmente citado, permaneceu inerte, sendo decretada sua revelia, nos termos do CPC/2015, art. 344.

A sentença de primeiro grau julgou procedentes os pedidos, decisão mantida pelo Tribunal local, que reputou inexistente cerceamento de defesa, uma vez que a revelia decorreu da inatividade injustificada do réu, tendo este fruído de plena ciência dos atos do processo, em respeito ao contraditório e à ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

O agravante, em suas razões, sustenta cerceamento de defesa e ausência de provas dos danos, pretendendo o reexame do conjunto fático-probatório. Contudo, restou assentado no acórdão recorrido que a matéria posta fora suficientemente comprovada por prova documental idônea, razão pela qual se mostra legítimo o julgamento antecipado da lide (CPC/2015, art. 355, I).

Ademais, o Recurso Especial não comporta reexame de provas ou interpretação de cláusulas contratuais, nos termos da Súmula 5/STJ e Súmula 7/STJ, limitando-se à apreciação de questões puramente de direito. O agravante tampouco indicou o necessário prequestionamento dos dispositivos legais tidos por violados, o que inviabiliza o conhecimento do recurso especial, consoante a Súmula 211/STJ.

Ressalte-se, ainda, que os valores fixados a título de danos materiais e morais estão em consonância com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, sendo o dano moral presumido (in re ipsa) diante da gravidade do ato ilícito praticado, especialmente por envolver verbas de natureza alimentar, de acordo com os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva, da legalidade e da segurança jurídica.

Por fim, o Agravo em Recurso Especial não ataca de maneira específica todos os fundamentos da decisão agravada, incorrendo em deficiência de dialeticidade recursal (CPC/2015, art. 1.042), o que também obsta o seu conhecimento.

III - Dispositivo

Diante do exposto, voto pelo não conhecimento do Agravo em Recurso Especial, por ausência dos pressupostos de admissibilidade, notadamente em razão da tentativa de reexame de matéria fático-probatória e da ausência de prequestionamento, mantendo-se, por seus próprios fundamentos, a decisão que negou seguimento ao Recurso Especial.

Caso ultrapassado o óbice de admissibilidade, nego provimento ao agravo, por inexistirem vícios ou nulidades a serem sanadas e por estar a decisão recorrida em sintonia com a legislação vigente e com a jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores.

Condeno o agravante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

É como voto.

Referências Fundamentais

Macapá/AP, 10 de julho de 2024

Desembargador Relator
Tribunal de Justiça do Estado do Amapá


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