Modelo de Embargos à Execução Fiscal opostos por contribuinte contra a Fazenda Pública do Estado, alegando nulidade da CDA, ausência de notificação prévia, excesso na multa e juros, com pedido de dispensa da garantia do ju...

Publicado em: 03/05/2025 Processo Civil
Modelo de petição inicial de embargos à execução fiscal ajuizados por contribuinte contra a Fazenda Pública estadual, fundamentados na ausência de notificação do lançamento tributário, irregularidades da Certidão de Dívida Ativa, excesso na multa moratória e juros, com base no Código Tributário Nacional, Lei 6.830/1980 e CPC/2015. Inclui pedidos para reconhecimento da nulidade do crédito tributário, dispensa da garantia do juízo devido à insuficiência patrimonial, produção de provas e realização de audiência de conciliação. Contém jurisprudências recentes relevantes para o tema.

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Fazenda Pública da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº 0.000.000, com endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional à Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000, endereço eletrônico [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento na Lei 6.830/1980, art. 16 e ss e CPC/2015, art. 319, opor os presentes EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL em face da Fazenda Pública do Estado de ___, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com endereço eletrônico [email protected], com sede à Avenida das Finanças, nº 500, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A presente execução fiscal foi ajuizada pela Fazenda Pública do Estado de ___ em face de A. J. dos S., visando à cobrança de suposto crédito tributário inscrito em dívida ativa, consubstanciado na Certidão de Dívida Ativa (CDA) nº 000000/0000, referente ao imposto estadual (ICMS) do exercício de 20XX, acrescido de multa e juros.

O Exequente alega inadimplemento do débito e requer a satisfação do crédito, tendo promovido a citação do Executado e, posteriormente, a constrição de bens. O Executado, ora Embargante, apresenta os presentes embargos para impugnar a exigibilidade do crédito, a regularidade da CDA e demais vícios apontados, conforme fundamentos a seguir detalhados.

4. DOS FUNDAMENTOS DE FATO

Inicialmente, cumpre salientar que o Embargante não foi devidamente notificado do lançamento tributário, tampouco teve acesso ao processo administrativo fiscal que deu origem à inscrição em dívida ativa. O único documento apresentado pelo Exequente é um Aviso de Recebimento ilegível, não havendo comprovação efetiva da ciência do Embargante quanto à autuação.

Ademais, a CDA apresentada não preenche todos os requisitos legais, pois carece de descrição detalhada do fato gerador, fundamento legal da cobrança e demonstração da regular constituição do crédito tributário. Ressalte-se que a ausência de notificação prévia impede o exercício do contraditório e da ampla defesa, princípios basilares do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

Por fim, destaca-se que o valor executado contém incidência de multa moratória em percentual superior ao permitido pela legislação federal, bem como aplicação de juros acima da taxa SELIC, em afronta à legislação vigente.

5. DO DIREITO

a) DA NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA

Nos termos do CTN, art. 142, a constituição do crédito tributário depende de lançamento regularmente notificado ao contribuinte. A ausência de notificação implica nulidade do lançamento, tornando inexigível o crédito e, por conseguinte, a CDA (CTN, art. 204).

O devido processo legal e o contraditório (CF/88, art. 5º, LIV e LV) exigem que o contribuinte seja formalmente cientificado da constituição do crédito, sob pena de nulidade do procedimento e da própria execução fiscal.

b) DA REGULARIDADE DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA

A CDA, para ser considerada título executivo extrajudicial, deve conter todos os requisitos previstos no CTN, art. 202 e Lei 6.830/1980, art. 2º, § 5º, quais sejam: nome do devedor, quantia devida, origem e natureza do crédito, data e número da inscrição, entre outros. A ausência de qualquer desses elementos compromete a certeza, liquidez e exigibilidade do título (CPC/2015, art. 783).

c) DA EXCESSIVIDADE DA MULTA E DOS JUROS

A multa moratória aplicada pelo Exequente ultrapassa o limite de 20%, afrontando o entendimento consolidado pelo STF quanto à constitucionalidade desse patamar. Ademais, a cobrança de juros superiores à taxa SELIC viola o princípio da legalidade tributária (CF/88, art. 150, I) e o disposto na legislação federal (Lei 9.430/1996, art. 61, § 3º).

d) DA GARANTIA DO JUÍZO E ACESSO À JUSTIÇA

Embora a Lei 6.830/1980, art. 16, § 1º, exija a"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Embargos à Execução Fiscal opostos por A. J. dos S. em face da Fazenda Pública do Estado de ___, nos quais o Embargante alega, em síntese, ausência de notificação prévia do lançamento tributário, irregularidade formal da Certidão de Dívida Ativa (CDA), excesso na aplicação de multa e juros, além de requerer, subsidiariamente, a limitação da multa moratória e dos juros à taxa SELIC. Informa, ainda, a insuficiência patrimonial para fins de garantia do juízo, requerendo o processamento dos embargos sem tal garantia.

2. Fundamentação

2.1. Da Admissibilidade dos Embargos

Inicialmente, verifico que o Embargante demonstrou insuficiência patrimonial, circunstância que autoriza, em caráter excepcional, o conhecimento dos embargos sem a prévia garantia do juízo, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (AgInt no AREsp. Acórdão/STJ, rel. Min. Francisco Falcão, Segunda Turma, julgado em 27/3/2023).

Ressalte-se que o acesso à justiça é princípio fundamental assegurado pela CF/88, art. 5º, XXXV, não podendo ser restringido por óbices de natureza patrimonial, sob pena de cerceamento de defesa.

2.2. Da Notificação Prévia do Lançamento Tributário

O CTN, art. 142, exige que o contribuinte seja regularmente notificado do lançamento tributário, sob pena de nulidade do lançamento e inexigibilidade do crédito. Nos autos, o único documento apresentado para comprovar a notificação é um Aviso de Recebimento ilegível, o que não se mostra suficiente para demonstrar a ciência inequívoca do Embargante acerca da constituição do crédito tributário.

A ausência de notificação prévia do lançamento tributário viola os princípios do contraditório e da ampla defesa, previstos na CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV, bem como o devido processo legal. A jurisprudência é firme no sentido de que a falta de comprovação da notificação do lançamento implica a nulidade da Certidão de Dívida Ativa (TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Geraldo Da Silva Batista Junior, julgamento em 27/02/2024).

2.3. Da Regularidade da Certidão de Dívida Ativa

Conforme o CTN, art. 202 e a Lei 6.830/1980, art. 2º, § 5º, a CDA deve conter todos os elementos essenciais à formação do título executivo extrajudicial, dentre eles a descrição do fato gerador, fundamento legal da cobrança, origem, natureza e data da inscrição. Nos autos, verifica-se que a CDA apresentada carece de detalhamento suficiente do fato gerador e do fundamento legal, não atendendo integralmente às exigências legais.

Em razão das irregularidades apontadas, a CDA não se reveste dos atributos de certeza, liquidez e exigibilidade, nos termos do CPC/2015, art. 783 e CTN, art. 204, tornando-se, portanto, insuscetível de embasar a execução fiscal.

2.4. Da Exorbitância da Multa Moratória e Juros

A multa moratória aplicada ultrapassa o limite de 20%, afrontando a orientação do Supremo Tribunal Federal de que o percentual máximo admitido é de 20%. Da mesma forma, a cobrança de juros em percentual superior à taxa SELIC contraria o princípio da legalidade tributária (CF/88, art. 150, I) e o disposto na Lei 9.430/1996, art. 61, § 3º.

Assim, ainda que superados os vícios formais, seria de rigor a limitação da multa moratória e dos juros aos patamares legais.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fulcro na CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTES os embargos à execução fiscal opostos por A. J. dos S. para:

  • Reconhecer a nulidade da Certidão de Dívida Ativa nº 000000/0000 e do lançamento tributário, em razão da ausência de notificação prévia e dos vícios formais;
  • Declarar a inexigibilidade do crédito tributário objeto da execução fiscal;
  • Determinar a extinção da execução fiscal em questão;
  • Condenar a Fazenda Pública do Estado de ___ ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

 

Fica prejudicada a análise dos pedidos subsidiários, ante o reconhecimento da nulidade do lançamento e da CDA.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Fundamentação Constitucional

O presente voto está devidamente fundamentado, em atendimento a CF/88, art. 93, IX, que determina a obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, garantindo a transparência, o controle e a legitimidade dos atos do Poder Judiciário.

5. Conclusão

É como voto.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

__________________________________
Magistrado


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