Modelo de Ação de obrigação de fazer com pedido de tutela antecipada para baixa do gravame de motocicleta quitada contra Consórcio Motos Brasil Ltda., fundamentada no CPC/2015 e CCB/2002

Publicado em: 07/05/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição inicial para ação de obrigação de fazer com pedido de tutela antecipada visando compelir administradora de consórcio a promover a baixa do gravame de veículo quitado, diante da irregularidade da empresa e prisão das sócias, com base no CPC/2015, CCB/2002 e princípios constitucionais. Inclui qualificação das partes, exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência e pedidos detalhados.

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, mecânico, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-SSP/UF, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional à Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de Consórcio Motos Brasil Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 00.000.000/0001-00 (baixado), endereço eletrônico [email protected], com último endereço conhecido à Avenida das Indústrias, nº 500, Bairro Industrial, CEP 00000-000, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O autor adquiriu, por meio de contrato de consórcio junto à , uma motocicleta Honda CG 160, placa XXX-0000, chassi nº 00000000000000000, tendo quitado integralmente todas as parcelas do consórcio em [data da quitação]. Após a quitação, aguardava-se a entrega da documentação necessária para a baixa do gravame junto ao órgão de trânsito, conforme procedimento padrão.

Contudo, antes que a documentação fosse enviada ao autor, as sócias da empresa Consórcio Motos Brasil Ltda. foram presas, e a empresa teve seu CNPJ baixado, em razão de investigações criminais envolvendo a prática de golpes em contratos de consórcio. Tal situação inviabilizou o recebimento dos documentos essenciais para a regularização do veículo.

Ressalte-se que, posteriormente, a motocicleta foi furtada, conforme boletim de ocorrência nº 0000/2024, registrado em [data], o que agrava ainda mais a situação do autor, que permanece impedido de dar baixa no gravame do veículo, prejudicando a regularização perante os órgãos competentes e impossibilitando eventual ressarcimento securitário ou transferência.

Diante da inércia da e da impossibilidade de solução administrativa, resta ao autor buscar a tutela jurisdicional para compelir a parte ré a providenciar a baixa do gravame do veículo, medida urgente e necessária para resguardar seus direitos patrimoniais e documentais.

Resumo: O autor quitou o consórcio, mas, em razão do encerramento irregular da administradora e da prisão de suas sócias, não recebeu os documentos para a baixa do gravame, sendo ainda vítima de furto do veículo, o que reforça a urgência da medida.

4. DO DIREITO

4.1. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER E DA TUTELA ANTECIPADA

A presente demanda encontra amparo no CPC/2015, art. 497, que autoriza o juiz a conceder tutela específica para o cumprimento da obrigação de fazer, bem como no CPC/2015, art. 300, que disciplina a concessão da tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No caso em tela, a probabilidade do direito resta evidenciada pela quitação integral do consórcio e pelo direito do autor de obter a documentação necessária para a baixa do gravame, direito este que decorre do próprio contrato e da legislação aplicável (CCB/2002, art. 421 – princípio da força obrigatória dos contratos). O perigo de dano é patente, pois a manutenção do gravame impede a regularização do veículo, prejudica o autor em eventual ressarcimento securitário e pode gerar prejuízos irreparáveis.

4.2. DA RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIO

A , enquanto administradora do consórcio, tinha o dever legal e contratual de fornecer ao autor toda a documentação necessária para a regularização do veículo, inclusive para a baixa do gravame junto ao órgão de trânsito, após a quitação das obrigações. O inadimplemento desse dever caracteriza descumprimento contratual, ensejando a obrigação de fazer, nos termos do CCB/2002, art. 389.

A extinção irregular da empresa e a prisão das sócias não eximem a de suas obrigações, pois a baixa do CNPJ não extingue obrigações civis pendentes (CCB/2002, art. 1.102).

4.3. DA POSSIBILIDADE DE SUPRIMENTO JUDICIAL E DA BAIXA DO GRAVAME

Diante da impossibilidade de cumprimento espontâneo pela , é cabível a determinação judicial para que o órgão de trânsito proceda à baixa do gravame, mediante ordem judicial, suprindo-se a manifestação da administradora, conforme já reconhecido em diversos precedentes.

4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõem que as relações contratuais sejam pautadas pela confiança e lealdade, não podendo o autor ser penalizado pela conduta ilícita da . Ademais, o acesso à justiça e à tutela jurisdicional efetiva é garantido pela CF/88, art. 5º, XXXV.

Fechamento: Assim, estão presentes todos os requisitos para o deferimento da tut"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer, com pedido de tutela antecipada, ajuizada por A. J. dos S. em face de Consórcio Motos Brasil Ltda..

Narra o autor que, após a quitação integral das parcelas de contrato de consórcio para aquisição de motocicleta Honda CG 160, não recebeu da ré a documentação necessária para a baixa do gravame junto ao órgão de trânsito, em razão do encerramento irregular da empresa e da prisão de suas sócias. Relata, ainda, que a motocicleta foi furtada, agravando sua situação em relação à regularização do veículo e ao eventual ressarcimento securitário.

Requer a concessão de tutela de urgência para que o órgão de trânsito proceda à baixa do gravame do veículo, bem como a procedência da ação para confirmação definitiva da medida, além da condenação da ré nas custas e honorários.

É o relatório. Decido.

II. Fundamentação

1. Do conhecimento da demanda

Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, conheço do pedido.

2. Dos fatos e da responsabilidade da ré

Restou incontroverso que o autor quitou integralmente o consórcio referente ao veículo, sendo direito seu obter a documentação necessária para a baixa do gravame, obrigação que incumbia à administradora do consórcio. A extinção irregular da empresa ré e a prisão de suas sócias não afastam a responsabilidade pela entrega da documentação, não podendo o autor ser penalizado por fatos alheios à sua conduta.

Fundamento Legal: O CCB/2002, art. 389 impõe ao devedor a obrigação de cumprir pontualmente a obrigação, sob pena de responder por perdas e danos. Ademais, o CCB/2002, art. 1.102, prevê que a extinção da pessoa jurídica não exonera obrigações civis pendentes.

3. Da tutela de urgência (CPC/2015, art. 300)

O autor logrou demonstrar a probabilidade do direito, pois comprovou a quitação do consórcio e a inexistência de impedimento legal para a baixa do gravame. O perigo de dano também se faz presente, uma vez que a permanência do gravame impossibilita a regularização do veículo, transferências e eventual indenização securitária, sobretudo após o furto do bem.

Fundamento Legal: O CPC/2015, art. 300 autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano.

4. Da determinação judicial para suprimento da obrigação de fazer

Diante da impossibilidade de cumprimento espontâneo pela ré, é cabível a determinação judicial para que o órgão de trânsito proceda à baixa do gravame, suprindo-se a manifestação da administradora, conforme entendimento sedimentado em precedentes jurisprudenciais.

“A recusa do réu em reconhecer a cessão de crédito, em primeira análise, parece indevida. [...] Presença dos requisitos indispensáveis à concessão da medida urgente. Precedentes desta Câmara.”
[TJSP, AI Acórdão/TJSP, Rel. Des. Sandra Galhardo Esteves]

5. Dos princípios constitucionais e legais aplicáveis

A solução da controvérsia exige a observância do princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e do acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV).

Ressalte-se, ainda, o dever do magistrado de fundamentar suas decisões, nos termos da CF/88, art. 93, IX, o que ora se observa.

6. Da jurisprudência

Os Tribunais Pátrios vêm reconhecendo a possibilidade de suprimento judicial da obrigação de fazer, inclusive determinando a regularização cadastral de veículos e a baixa de gravames, quando a administradora de consórcio se encontra extinta, impossibilitada ou se omite injustificadamente.

“Comprovada a cessão, a notificação extrajudicial da administradora do consórcio, e sua negativa em anotar seu sistema a referida operação, de rigor a procedência da demanda, considerando que a anotação não causará prejuízo algum à ré, e impedirá que esta realize o pagamento a pessoa distinta do real titular do crédito.”
[TJSP, AC Acórdão/TJSP, Rel. Des. Elói Estevão Troly]

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  1. Confirmar a tutela de urgência e determinar que o órgão de trânsito competente proceda à baixa do gravame sobre a motocicleta Honda CG 160, placa XXX-0000, chassi nº 00000000000000000, em nome do autor, independentemente de manifestação da ré, nos termos do CPC/2015, art. 497 e da CF/88, art. 93, IX;
  2. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor atualizado da causa, na forma do CPC/2015, art. 85, § 2º;
  3. Intimar o órgão de trânsito para cumprimento imediato desta decisão, expedindo-se o necessário;
  4. Fica prejudicada a realização de audiência de conciliação/mediação, tendo em vista a ausência de possibilidade de solução administrativa ante a extinção da empresa ré e a urgência do caso.

Publique-se. Registre-se. Intime-se. Transitada em julgado, arquivem-se os autos.

[Cidade], [data do julgamento]
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


Fundamentação realizada nos termos da CF/88, art. 93, IX.


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