Modelo de Ação Ordinária de Obrigação de Fazer com Pedido de Tutela Antecipada para Concessão de Passe Livre Interestadual a Pessoa com Deficiência Hipossuficiente em Face da ANTT

Publicado em: 12/11/2024 Administrativo
Modelo de petição inicial de Ação Ordinária de Obrigação de Fazer, com pedido de antecipação de tutela, ajuizada por pessoa com deficiência e hipossuficiente contra a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) visando a imediata expedição e envio do cartão de Passe Livre para transporte coletivo interestadual. O documento fundamenta-se na Lei 8.899/1994, no princípio da dignidade da pessoa humana, direito de locomoção e demais princípios constitucionais e administrativos, e demonstra a ilegalidade do indeferimento administrativo do benefício. Inclui pedidos de tutela de urgência, gratuidade de justiça, citação da autarquia federal, produção de provas e condenação em honorários, além de referências jurisprudenciais atualizadas.

AÇÃO ORDINÁRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subseção Judiciária de [cidade/UF], Seção Judiciária de [Estado].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-SSP/UF, profissão [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face da AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob nº 02.337.447/0001-57, com sede na SCES, Trecho 3, Lote 10, Projeto Orla Polo 8, Brasília/DF, CEP 70200-003, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O autor é pessoa com deficiência e comprovadamente hipossuficiente, conforme laudo médico e documentação anexa, enquadrando-se nos requisitos da Lei 8.899/1994, que institui o benefício do Passe Livre para transporte coletivo interestadual de pessoas com deficiência carentes.

Em [data], o autor requereu administrativamente junto à ANTT o envio do cartão de Passe Livre, apresentando toda a documentação exigida pela legislação e regulamentação pertinente (Decreto 3.691/2000 e Portaria MT 261/2012). Apesar do preenchimento de todos os requisitos legais e da regularidade do pedido, a ANTT negou o envio do benefício, sem justificativa plausível, impedindo o exercício do direito fundamental de locomoção do autor.

Ressalte-se que a negativa da autarquia federal não se baseou em ausência de documentação, tampouco em descumprimento de requisitos legais, mas em ato administrativo omissivo e injustificado, que viola frontalmente os direitos fundamentais do autor e o princípio da dignidade da pessoa humana.

Diante da negativa, não restou alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecido e efetivado seu direito ao Passe Livre, com a expedição imediata do benefício, sob pena de grave prejuízo à sua saúde, dignidade e acesso a tratamentos e atividades essenciais.

Em razão da urgência e do perigo de dano irreparável, requer-se a concessão de tutela antecipada para que a ANTT seja compelida a enviar imediatamente o cartão de Passe Livre ao autor.

Resumo: O autor, pessoa com deficiência e hipossuficiente, teve negado injustificadamente o envio do Passe Livre pela ANTT, mesmo após regular requerimento administrativo, sendo imprescindível a intervenção judicial para assegurar o direito fundamental à gratuidade do transporte interestadual.

4. DO DIREITO

4.1. DO DIREITO AO PASSE LIVRE

A Lei 8.899/1994, regulamentada pelo Decreto 3.691/2000 e Portaria MT 261/2012, assegura às pessoas com deficiência comprovadamente carentes o direito à gratuidade no sistema de transporte coletivo interestadual. O artigo 1º da referida lei dispõe:

“É concedido passe livre às pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual.”

O autor preenche todos os requisitos legais, conforme documentação anexa, sendo, portanto, titular do direito subjetivo à obtenção do Passe Livre, não cabendo à ANTT negar o envio do benefício sem motivação legal.

4.2. DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E ACESSO À JUSTIÇA

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito de locomoção (CF/88, art. 5º, XV) impõem ao Estado o dever de assegurar às pessoas com deficiência condições mínimas de inclusão social, o que inclui o acesso gratuito ao transporte interestadual.

Ademais, o princípio da inafastabilidade da jurisdição (CF/88, art. 5º, XXXV) garante ao cidadão o direito de buscar o Judiciário para ver tutelado direito lesado ou ameaçado, não podendo a ausência de solução administrativa impedir o acesso à Justiça, conforme entendimento consolidado em jurisprudência.

4.3. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, a negativa injustificada da ANTT impede o autor de usufruir direito fundamental, agravando sua situação de vulnerabilidade e comprometendo o acesso a tratamentos e atividades essenciais.

A concessão da tutela antecipada é medida que se impõe, pois a demora na expedição do Passe Livre pode causar dano irreparável ou de difícil repa"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Ordinária de Obrigação de Fazer com pedido de antecipação de tutela ajuizada por A. J. dos S. em face da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, objetivando a concessão do benefício do Passe Livre para transporte coletivo interestadual, instituído pela Lei 8.899/1994, sob o argumento de que, apesar de ter comprovado todos os requisitos legais, teve o envio do benefício negado de forma injustificada pela autarquia ré.

O autor alega ser pessoa com deficiência e hipossuficiente, conforme documentação anexa, e que a negativa do benefício pela ANTT viola direitos fundamentais, exigindo, assim, a intervenção judicial, inclusive em caráter de urgência.

Requer, em síntese, a concessão de tutela de urgência para o envio imediato do Passe Livre, a confirmação da tutela ao final, além de demais pedidos correlatos.

II. Fundamentação

1. Da Admissibilidade

Inicialmente, verifico que a demanda preenche os requisitos de admissibilidade, estando presentes as condições da ação e os pressupostos processuais. Não há óbices ao conhecimento do pedido, nos termos do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, que consagra o princípio da inafastabilidade da jurisdição.

2. Dos Fatos e do Direito

Restou incontroverso que o autor é pessoa com deficiência e hipossuficiente, enquadrando-se nos requisitos da Lei 8.899/1994, regulamentada pelo Decreto 3.691/2000 e Portaria MT 261/2012, que asseguram às pessoas com deficiência comprovadamente carentes o direito à gratuidade no transporte coletivo interestadual.

Conforme documentos juntados aos autos, o autor apresentou pedido administrativo regular e completo, tendo a ANTT negado o envio do Passe Livre sem motivação idônea, contrariando os princípios constitucionais da legalidade, eficiência e motivação dos atos administrativos (CF/88, art. 37, caput).

A negativa injustificada do benefício afronta, ainda, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito fundamental de locomoção (CF/88, art. 5º, XV), tornando necessária a intervenção do Judiciário para assegurar o pleno exercício dos direitos fundamentais do autor.

A jurisprudência pátria é firme quanto à obrigatoriedade do fornecimento do Passe Livre à pessoa com deficiência e hipossuficiente, sendo ilegal a negativa imotivada da Administração Pública (TJSP, Ap. Cível Acórdão/TJSP). Ademais, não se exige o exaurimento da via administrativa para acesso ao Judiciário, nos termos do art. 5º, XXXV, da CF/88.

3. Da Tutela de Urgência

O art. 300 do CPC/2015 autoriza a concessão de tutela de urgência quando demonstrados a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No presente caso, a negativa da ANTT impede o autor de exercer direito fundamental, agravando sua vulnerabilidade e comprometendo o acesso a tratamentos e atividades essenciais.

A demora na expedição do Passe Livre pode gerar dano irreparável ao autor, que depende do transporte interestadual para acessar serviços de saúde e inclusão social. Estão presentes, portanto, os requisitos para a concessão da tutela de urgência.

4. Da Fundamentação Constitucional e Legal (CF/88, art. 93, IX)

Cumpre ressaltar que a motivação das decisões judiciais é exigência constitucional (CF/88, art. 93, IX), sendo necessário explicitar os fundamentos de fato e de direito que justificam a presente decisão, de modo a garantir a transparência, a segurança jurídica e o respeito ao contraditório e à ampla defesa.

No caso, a concessão do Passe Livre ampara-se não apenas na legislação infraconstitucional, mas sobretudo nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do direito de locomoção, da inafastabilidade da jurisdição e da legalidade e motivação dos atos administrativos.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para:

  • Confirmar a tutela de urgência e determinar à ANTT que envie imediatamente ao autor o cartão de Passe Livre, sob pena de multa diária a ser fixada em caso de descumprimento;
  • Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015;
  • Conceder ao autor o benefício da gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 do CPC/2015;
  • Determinar a intimação do Ministério Público Federal para ciência e eventual manifestação, caso entenda necessário.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

IV. Recurso

Considerando o regular processamento do feito e a ausência de vícios, conheço dos recursos interpostos, caso apresentados, nos termos do art. 1.012 do CPC/2015, atribuindo-lhes efeito devolutivo.

V. Conclusão

Este é o voto que submeto à apreciação, em estrita observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, fundamentando a decisão na legislação vigente e nos princípios constitucionais aplicáveis.

[Cidade], [data].

_______________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) Federal


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