Modelo de Impugnação ao cumprimento de sentença em ação de obrigação de fazer para fornecimento de passagens aéreas, arguindo inexistência de título executivo, excesso de execução e culpa exclusiva da exequente pela n...

Publicado em: 28/04/2025 AdvogadoCivelProcesso Civil
Modelo de impugnação ao cumprimento de sentença apresentada por MIMO DE NÓS LTDA. e CONCEITUR AGÊNCIA DE VIAGENS LTDA., contestando cobrança indevida de perdas e danos decorrente da não emissão de passagens aéreas por culpa exclusiva da exequente, com fundamento no CPC/2015, art. 497, CPC/2015, art. 509 e CPC/2015, art. 525, além do princípio da boa-fé objetiva e pedido subsidiário de liquidação por arbitramento, reconhecimento de excesso de execução e condenação em honorários advocatícios.

IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível da Comarca de ... do Tribunal de Justiça do Estado ...

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

MIMO DE NÓS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Rua X, nº 123, Bairro Y, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], e CONCEITUR AGÊNCIA DE VIAGENS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 11.111.111/0001-11, com sede na Avenida Z, nº 456, Bairro W, CEP 11111-111, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], ambas neste ato representadas por sua advogada (instrumento de mandato anexo), vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos do Cumprimento de Sentença promovido por C. S. da S., brasileira, solteira, profissão ..., portadora do CPF nº 222.222.222-22, residente e domiciliada na Rua Q, nº 789, Bairro R, CEP 22222-222, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], apresentar a presente IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, com fulcro no CPC/2015, art. 525 e seguintes, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

As ora impugnantes, MIMO DE NÓS LTDA. e CONCEITUR AGÊNCIA DE VIAGENS LTDA., promoveram concurso cultural que premiaria a vencedora com duas passagens aéreas para Paris, em baixa temporada. A sorteada, C. S. da S., foi devidamente comunicada e orientada a fornecer os dados necessários para a emissão das passagens, o que, entretanto, não ocorreu.

Em ação judicial ajuizada pela sorteada, as rés demonstraram que a autora não cumpriu com a obrigação de fornecer os dados dos passageiros, imprescindíveis para a emissão dos bilhetes. A sentença julgou improcedente o pedido de cobrança de valor em dinheiro, mas determinou que as rés fornecessem as passagens aéreas, sob pena de conversão em perdas e danos.

Não obstante, a exequente, sem cumprir sua obrigação de fornecer os dados dos passageiros, ingressou com cumprimento de sentença, pleiteando o pagamento de R$ 20.000,00 a título de perdas e danos, alegando que tal valor corresponderia ao preço das passagens para Paris, em classe econômica, na baixa temporada.

Os fatos demonstram que a obrigação principal (fornecimento das passagens) não foi possível por culpa exclusiva da exequente, que não forneceu os dados necessários, não podendo, assim, ser convertida automaticamente em perdas e danos, tampouco fixado valor sem respaldo fático e documental.

4. PRELIMINARES

4.1. Inexistência de Título Executivo para Perdas e Danos
A sentença transitada em julgado condicionou a conversão da obrigação de fazer (fornecimento das passagens) em perdas e danos à impossibilidade de cumprimento por parte das rés. No entanto, a impossibilidade decorreu exclusivamente da inércia da exequente, que não forneceu os dados necessários, não havendo, portanto, título executivo para a cobrança de perdas e danos neste momento (CPC/2015, art. 509, §4º).

4.2. Excesso de Execução
O valor pleiteado (R$ 20.000,00) não encontra respaldo nos autos, pois não houve demonstração do preço real das passagens em baixa temporada, tampouco comprovação de tentativa de cumprimento da obrigação pelas rés. Assim, há evidente excesso de execução (CPC/2015, art. 525, §§ 4º e 5º).

5. DO DIREITO

5.1. Da Obrigação de Fazer e da Conversão em Perdas e Danos
Nos termos do CPC/2015, art. 497, a obrigação de fazer somente pode ser convertida em perdas e danos quando impossível o cumprimento da prestação. No caso, a impossibilidade não se deu por culpa das rés, mas sim da exequente, que deixou de fornecer os dados necessários para a emissão das passagens, conforme comprovado nos autos.

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) exige que as partes cooperem para o adimplemento da obrigação. A conduta da exequente, ao não fornecer os dados, viola tal princípio, não podendo se beneficiar de sua própria torpeza (nemo auditur propriam turpitudinem allegans).

5.2. Da Inexistência de Liquidez e Certeza do Valor Executado
O valor de R$ 20.000,00, indicado pela exequente, não foi objeto de liquidação, tampouco está amparado em qualquer documento idôneo. A sentença não fixou valor, nem determinou critério objetivo para sua apuração, sendo imprescindível a instauração de fase de liquidação por arbitramento, nos termos do CPC/2015, art. 509, I.

5.3. Do Excesso de Execução e Necessidade de Memória de Cálculo
A exequente não apresentou memória discriminada de cálculo, tampouco comprovou o valor de mercado das passagens na baixa temporada. Conforme CPC/2015, art. 525, §§ 4º e 5º, a ausência de planilha detalhada e justificativa autoriza a rejeição da execução pelo excesso.

5.4. Da Causalidade e da Impossibilidade de "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Relatório

Trata-se de impugnação ao cumprimento de sentença oposta por MIMO DE NÓS LTDA. e CONCEITUR AGÊNCIA DE VIAGENS LTDA. em face de C. S. da S., nos autos do cumprimento de sentença em que se discute a exigibilidade de valor referente à conversão de obrigação de fazer (fornecimento de passagens aéreas) em perdas e danos, no importe de R$ 20.000,00.

As impugnantes alegam, em síntese, que a obrigação principal não foi cumprida por culpa exclusiva da exequente, que não forneceu os dados necessários à emissão das passagens, inexistindo, assim, título executivo para a cobrança de perdas e danos. Sustentam, ainda, excesso de execução, ausência de liquidez e certeza do valor executado e necessidade de instauração de liquidação por arbitramento, além de pleitearem a condenação da exequente em honorários advocatícios.

Fundamentação

Inicialmente, cumpre observar que a CF/88, art. 93, IX, exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e do direito.

I - Da Exigibilidade do Título Executivo

A sentença transitada em julgado determinou que as rés fornecessem as passagens aéreas à exequente, sob pena de conversão em perdas e danos, caso restasse impossível o cumprimento da obrigação. Contudo, a análise dos autos revela que a impossibilidade de cumprimento decorreu da conduta da própria exequente, que permaneceu inerte e não forneceu os dados necessários à emissão das passagens, requisito indispensável à execução da obrigação de fazer.

Conforme estabelece o CPC/2015, art. 509, § 4º, a conversão da obrigação de fazer em perdas e danos demanda a demonstração da impossibilidade de cumprimento da obrigação por culpa do devedor, o que não se verifica no caso em tela. Ao contrário, a inércia da exequente afasta a formação de título executivo para o pagamento de perdas e danos.

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõe às partes o dever de colaboração para o adimplemento das obrigações, não podendo a exequente se beneficiar de sua própria torpeza (nemo auditur propriam turpitudinem allegans).

II - Do Excesso de Execução e Ausência de Liquidez

Ademais, verifica-se que o valor executado (R$ 20.000,00) não se encontra amparado por qualquer critério objetivo fixado na sentença, tampouco foi objeto de liquidação prévia. Nos termos do CPC/2015, art. 509, I, a apuração do montante devido deve ser feita em fase de liquidação por arbitramento, caso reste comprovada a culpa das rés, o que não se verifica.

Não há nos autos memória discriminada de cálculo ou comprovação do preço de mercado das passagens em baixa temporada, conforme expressamente exigido pelo CPC/2015, art. 525, §§ 4º e 5º, o que por si só autoriza o reconhecimento do excesso de execução.

III - Da Jurisprudência

A jurisprudência consolidada orienta no sentido de que a conversão da obrigação de fazer em perdas e danos pressupõe a impossibilidade de cumprimento por culpa do devedor (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP). Ainda, o exequente deve apresentar memória discriminada de cálculo e demonstrar a liquidez do valor executado.

IV - Da Sucumbência

Reconhecida a procedência da impugnação, cabível a condenação da exequente ao pagamento das custas e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 1º.

Dispositivo

Ante o exposto, acolho a impugnação ao cumprimento de sentença apresentada por MIMO DE NÓS LTDA. e CONCEITUR AGÊNCIA DE VIAGENS LTDA., para declarar a inexigibilidade do valor executado, ante a ausência de título executivo para perdas e danos e a culpa exclusiva da exequente pela não emissão das passagens aéreas.

Condeno a exequente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Sentença fundamentada nos termos da CF/88, art. 93, IX.

 

Cidade/UF, data.

Juiz de Direito


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