Modelo de Contestação em Ação de Usucapião com Fundamentação Jurídica e Argumentação de Posse Precária

Publicado em: 22/03/2024 Civel
Contestação apresentada por M. F. de S. L. em uma ação de usucapião movida por A. J. dos S., na qual se argumenta a ilegitimidade da posse do autor com base na ausência de "animus domini", interrupção da posse e má-fé. O documento detalha os fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudências aplicáveis e requer a improcedência da ação, condenação do autor às custas e honorários advocatícios, além da produção de provas.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____________

Processo nº: ____________

Nome da Contestante: M. F. de S. L., brasileira, estado civil ____________, profissão ____________, portadora do CPF nº ____________ e RG nº ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ____________, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________.

Nome do Autor: A. J. dos S., brasileiro, estado civil ____________, profissão ____________, portador do CPF nº ____________ e RG nº ____________, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ____________, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________.

Ação: Usucapião

Valor da Causa: R$ ____________

PREÂMBULO

M. F. de S. L., devidamente qualificada, por intermédio de seu advogado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos autos da Ação de Usucapião movida por A. J. dos S., apresentar a presente CONTESTAÇÃO, com fulcro no CPC/2015, art. 335 e seguintes, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A contestante é legítima possuidora do imóvel objeto da presente demanda, adquirido por meio de contrato particular de compra e venda, conforme recibo anexo. Em razão de dificuldades financeiras enfrentadas pelo autor, que é seu irmão, a contestante, movida por solidariedade familiar, celebrou um contrato verbal de comodato, cedendo o imóvel para que o autor e sua família nele residissem temporariamente.

Posteriormente, a contestante decidiu reformar o imóvel, construindo um segundo pavimento. Para tanto, foi acordado verbalmente que o autor, pedreiro de profissão, contribuiria com sua mão de obra em troca de permanecer no imóvel por tempo determinado. Contudo, o autor, de forma maliciosa, adquiriu materiais de construção em seu nome, utilizando recursos financeiros fornecidos pela contestante, e passou a alegar que tais aquisições configurariam posse com "animus domini".

Ademais, o autor realizou obras no imóvel sem a autorização da contestante, conforme registrado em boletim de ocorrência. Agora, de forma oportunista, o autor busca se valer de documentos como recibos de energia elétrica e cadastro na secretaria de saúde para pleitear a usucapião do imóvel, em total afronta ao direito da contestante.

DO DIREITO

Nos termos do CC, art. 1.238, para a configuração da usucapião extraordinária, é necessário que a posse seja exercida de forma contínua, pacífica, ininterrupta e com "animus domini" pelo prazo de 15 anos. No caso em tela, o autor não preenche tais requisitos, conforme demonstrado a seguir:

1. Ausência de "Animus Domini": O autor ocupou o imóvel a título de comod"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de usucapião proposta por A. J. dos S., que alega exercer posse mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini sobre o imóvel objeto da demanda, preenchendo, assim, os requisitos estabelecidos pela legislação para o reconhecimento da usucapião. Por outro lado, a contestante, M. F. de S. L., sustenta sua ilegitimidade ao direito pleiteado, alegando que o autor ocupa o imóvel em caráter precário, por meio de um contrato verbal de comodato, e que não há preenchimento dos requisitos legais para a usucapião.

Fundamentação

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas, com exposição clara dos fatos e do direito aplicável. Passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados.

1. Requisitos da Usucapião

O artigo 1.238 do Código Civil estabelece que a usucapião extraordinária requer o exercício de posse contínua, pacífica, ininterrupta e com animus domini pelo prazo de 15 anos. No caso dos autos, restou comprovado que o autor ocupava o imóvel a título de comodato verbal, conforme alegado pela contestante e corroborado pelos elementos probatórios apresentados. Assim, a posse exercida pelo autor é de natureza precária, não configurando posse qualificada para fins de usucapião.

2. Interrupção da Posse

A contestante demonstrou que exercia atos de domínio sobre o imóvel, como visitas regulares e supervisão de obras realizadas no local, o que descaracteriza a posse contínua e ininterrupta por parte do autor. Esse fato é essencial para afastar o preenchimento dos requisitos exigidos para a usucapião.

3. Má-Fé do Autor

O autor realizou obras no imóvel sem autorização da contestante, conforme registrado em boletim de ocorrência, e utilizou documentos como recibos de energia elétrica e cadastro na secretaria de saúde para alegar posse qualificada. Tal conduta afronta os princípios da boa-fé objetiva e da função social da posse, previstos nos artigos 421 e 1.228 do Código Civil.

4. Forma Correta de Regularização

Conforme preceitua o artigo 1.245 do Código Civil, a regularização da propriedade deve ocorrer por meio de escritura pública e registro no cartório competente, e não pela via oblíqua da usucapião, como pretendido pelo autor.

Decisão

Diante do exposto, concluindo pela ausência de preenchimento dos requisitos legais para o reconhecimento da usucapião, voto pela improcedência da ação proposta por A. J. dos S. e pelo reconhecimento do direito de posse e propriedade em favor da contestante, M. F. de S. L.

Conclusão

Com base nos fatos analisados e nos fundamentos legais aplicáveis, julgo improcedente o pedido formulado pelo autor e condeno-o ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 do Código de Processo Civil, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa.

É como voto.

Cidade/Estado, ___ de ____________ de 20__.

__________________________________________

Magistrado


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