Modelo de Resposta ao Pedido de Informações em Ação de Declaração de Inexistência de Débito e Indenização por Danos Morais e Materiais contra Instituição Financeira
Publicado em: 17/09/2024 Processo CivilConsumidorEXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___
Processo nº: [inserir número do processo]
Requerente: [Autor, qualificação]
Requerido: [Banco Réu, qualificação]
PREÂMBULO
O Autor, M. F. de S. L., já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, em atenção ao despacho de fls. ___, apresentar a presente RESPOSTA AO PEDIDO DE INFORMAÇÕES, com fundamento no Código de Processo Civil (CPC/2015) e no Código de Defesa do Consumidor (CDC), nos termos que seguem:
DOS FATOS
O Autor foi surpreendido com a realização de três empréstimos fraudulentos, cada um no valor de R$ 8.767,02, totalizando R$ 26.301,06, creditados em sua conta bancária no dia 03/05/2023. Posteriormente, no dia 04/05/2023, foi realizado um saque no valor de R$ 21.301,06, utilizando cartão magnético e senha pessoal, sem o conhecimento ou autorização do Autor.
O Autor esclarece que não contratou os referidos empréstimos e que os valores foram movimentados sem sua ciência, configurando fraude. Ressalta-se que o Autor aguardava depósitos de valores provenientes de atrasados de sua aposentadoria, o que gerou confusão e dificultou a identificação imediata da irregularidade.
Ademais, o Autor foi notificado pelo banco acerca de uma dívida no valor de R$ 51.100,58, que não reconhece, pois decorre de transações fraudulentas realizadas em sua conta bancária.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que a relação entre o Autor e o Réu é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), uma vez que se trata de relação de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º. Assim, aplica-se a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços, conforme disposto no CDC, art. 14.
De acordo com a Súmula 479 do STJ, "as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias". Nesse sentido, o banco Réu deve ser responsabilizado pelos prejuízos sofridos pelo Autor, decorrentes da falha na prestação do serviço.
Além disso, o CDC, art. 6º, VIII, assegura ao consumidor a inversão do ônus da prova, dada a hipossuficiência do Autor e o monopólio informacional do Réu sobre as transações realizadas. Cabe, portanto, ao banco Réu comprovar a legitimidade das transações questionadas, incluindo a contratação dos empréstimos e o saque realizado no terminal de autoatendimento nº 60100.
Ressalta-se que a utilização de cartão magnético e senha pessoal não é suficiente para afastar a responsabilidade do banco, conforme entendimento consolidado na jurisprudência. A falha na segurança do sistema bancário configura fortuito interno, que não exclui a responsabilidade do fornecedor de serviços.
Por fim, o Autor faz jus à restituição dos valores indevidamente movimentados em sua conta, bem como à indenização por danos morais, em razão do abalo emocional e da privação de recursos financeiros essencia"'>...