Modelo de Contestação aos Embargos de Terceiro em ação envolvendo veículo FIAT Palio Adventure, alegação de boa-fé, simulação nas transferências e pedido de revogação da liminar pela parte contestante

Publicado em: 21/05/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de contestação aos Embargos de Terceiro em processo cível, onde o contestante impugna a alegação de boa-fé da embargante na aquisição de veículo, destaca indícios de simulação e fraude nas transferências, e requer a revogação da liminar que determinou a devolução do bem, com base no CPC/2015 e jurisprudência do STJ. Inclui preliminares, mérito, pedidos de improcedência, reconhecimento de litigância de má-fé e produção de provas.
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CONTESTAÇÃO AOS EMBARGOS DE TERCEIRO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de Imbé/RS.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

S. L. H. E., brasileiro, divorciado, autônomo, portador do RG nº 6007382234, inscrito no CPF sob nº 191.228.880-04, residente e domiciliado na Rua Santa Maria, 425, Centro, Imbé/RS, endereço eletrônico: __@__.com, por sua advogada infra-assinada, nos autos dos Embargos de Terceiro movidos por C. da S. F., brasileira, estado civil, profissão, portadora do RG nº __, inscrita no CPF sob nº __, residente e domiciliada na Rua __, nº __, bairro __, cidade/UF, endereço eletrônico: __@__.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A embargante C. da S. F. ajuizou Embargos de Terceiro alegando ser terceira adquirente de boa-fé do veículo FIAT PALIO ADVENTURE, placas IQV8004, adquirido do Sr. Alfredo Pedroso Filho, tendo realizado a transferência do bem por meio de substabelecimento de procurações em maio de 2018. Com base nessas alegações, foi deferida liminar para devolução do veículo à embargante no prazo de 48 horas.

O ora contestante, S. L. H. E., ressalta que a decisão liminar deve ser revogada, pois a embargante não comprovou o efetivo pagamento do preço do veículo, tampouco sua alegada boa-fé. Os documentos juntados aos autos demonstram uma cadeia de transferências entre membros da mesma família, sem qualquer comprovação de circulação de valores ou pagamento real pelo bem.

Ademais, o contestante esclarece que adquiriu o veículo do Sr. Alfredo Pedroso Filho, entregando como pagamento um veículo Siena e assumindo as prestações do financiamento. Ocorre que, diante do inadimplemento do contestante, foi ajuizada ação de busca e apreensão, sendo deferida liminar, mas não proposta a ação principal. Posteriormente, o contestante ingressou com nova ação de busca e apreensão, obtendo a devolução do veículo.

Por fim, o veículo foi vendido à embargante, que entregou outro veículo (Palio) e assumiu a quitação do financiamento, transferindo o bem para si após a quitação. O contestante nega qualquer relação de parentesco entre a embargante e o requerido, e afirma que S. L. H. E. não é proprietário nem detém direito sobre o veículo, agindo de má-fé ao tentar reaver o bem.

4. PRELIMINARES

Inexistência de Comprovação da Boa-fé da Embargante
Preliminarmente, impõe-se o reconhecimento da ausência de comprovação da boa-fé objetiva por parte da embargante, requisito essencial para o acolhimento dos Embargos de Terceiro, nos termos do CPC/2015, art. 674 e CPC/2015, art. 677. A ausência de comprovação do pagamento do preço e a existência de transferências entre familiares evidenciam a má-fé da embargante.

Falta de Interesse de Agir
Ainda, a embargante não demonstrou interesse de agir, pois não comprovou a aquisição regular do bem, tampouco a existência de ameaça concreta à sua posse legítima, sendo os atos de transferência revestidos de simulação e fraude.

Litigância de Má-fé
Ressalta-se que a embargante altera a verdade dos fatos e utiliza o processo para fins manifestamente protelatórios, devendo ser reconhecida a litigância de má-fé, nos termos do CPC/2015, art. 80.

5. DO MÉRITO

5.1. Da Inexistência de Boa-fé da Embargante
A embargante alega ser terceira de boa-fé, mas não apresentou qualquer comprovante de pagamento pelo veículo. Os documentos anexados aos autos referem-se apenas a procurações e substabelecimentos entre pessoas da mesma família, todas residentes no mesmo endereço, o que indica a existência de simulação e fraude na cadeia de transferências.

5.2. Da Simulação e Fraude nas Transferências
Restou evidenciado que as transferências do veículo ocorreram entre familiares, sem a comprovação de circulação de valores, com o claro intuito de dificultar a execução e lesar o contestante. A ausência de documentos que comprovem o pagamento do preço pela embargante reforça a tese de fraude.

5.3. Da Legitima Posse e Quitação do Veículo
O contestante esclarece que, após a venda do veículo à embargante, recebeu como pagamento outro veículo e assumiu a quitação do financiamento, transferindo o bem após a quitação. Não há qualquer direito do Sr. S. L. H. E. sobre o veículo, tampouco legitimidade para pleitear sua devolução.

5.4. Da Impossibilidade de Cumulação de Pedidos
Nos termos do CPC/2015, art. 674 e da jurisprudência do STJ, os Embargos de Terceiro possuem cognição limitada, sendo inadmissível a cumulação de pedidos estranhos à sua natureza, como indenização por danos morais ou outras pretensões alheias à desconstituição da constrição judicial.

6. DO DIREITO

6.1. Da Necessidade de Prova da Boa-fé
O CPC/2015, art. 674 exige que o terceiro demonstre ser possuidor ou proprietário do bem e que sua posse decorre de negócio jurídico regular e de boa-fé. A ausência de comprovação do pagamento do preço e a existência de transferências entre familiares evidenciam a má-fé da embargante.

6.2. Da Simulação e Fraude
O CCB/2002, art. 167 dispõe que é nulo o negócio jurídico simulado. A simulação restou caracterizada pela ausência de comprovação de pagamento e pela existência de transferências entre familiares, todos cientes da situação do veículo.

6.3. Da Legitimidade da Posse
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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Cuida-se de Embargos de Terceiro opostos por C. da S. F., alegando ser terceira adquirente de boa-fé do veículo FIAT PALIO ADVENTURE, placas IQV8004, adquirido de Alfredo Pedroso Filho. Sustenta a embargante que realizou a transferência do bem em maio de 2018, buscando a desconstituição da apreensão judicial. Liminarmente, foi determinada a restituição do veículo à embargante.

O embargado S. L. H. E. apresentou contestação, afirmando a inexistência de boa-fé da embargante, ausência de comprovação do pagamento e alegando simulação e fraude nas sucessivas transferências do veículo entre membros da mesma família. Defende a improcedência dos embargos e a revogação da liminar, bem como a condenação da embargante por litigância de má-fé.

É o relatório. Decido.

II. Fundamentação

1. Da Admissibilidade

Preenchidos os pressupostos processuais e ausentes os óbices ao conhecimento do feito, conheço dos embargos de terceiro.

2. Da Cognição dos Embargos de Terceiro

O art. 674 do Código de Processo Civil/2015 disciplina que os embargos de terceiro têm por objetivo excluir a constrição judicial sobre bens de titularidade de quem não integra a relação processual principal. Sua cognição é limitada à análise da legalidade da constrição e à verificação da posse ou propriedade legítima do bem pelo terceiro.

“Os embargos de terceiro, a despeito de se tratar de ação de conhecimento, têm como única finalidade a de evitar ou afastar a constrição judicial sobre bens de titularidade daquele que não faz parte do processo correlato. [...]” STJ, REsp Acórdão/STJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 25/06/2021

3. Da Boa-fé e da Prova da Aquisição Regular

Incumbe à embargante demonstrar a aquisição regular do bem e a boa-fé objetiva, nos termos do art. 674, §2º, do CPC/2015. No caso, verifico que a embargante não trouxe aos autos prova inequívoca do efetivo pagamento do preço do veículo, limitando-se a juntar documentos de transferência e substabelecimento de procurações entre pessoas da mesma família, sem a comprovação da circulação de valores.

Tal circunstância, aliada à ausência de elementos que afastem a existência de simulação nas transferências, afasta a presunção de boa-fé da embargante, conforme exige o art. 167 do Código Civil, que dispõe sobre a nulidade dos negócios simulados.

4. Da Fraude e da Simulação

Restou evidenciado que as transferências do veículo ocorreram entre familiares, todos residentes no mesmo endereço, sem robusta comprovação do pagamento real pelo bem. Os fatos apontam para a existência de simulação destinada a dificultar a efetividade da execução, o que é vedado pelo ordenamento jurídico.

5. Da Legitimidade e da Posse

O embargado demonstrou que a posse do veículo decorreu de negócio jurídico regular, com a entrega de outro veículo em pagamento e assunção das prestações do financiamento, posteriormente quitado. Não há direito de S. L. H. E. sobre o veículo após a quitação e a transferência. No entanto, a embargante não se desvencilhou do ônus de provar a aquisição de boa-fé.

6. Da Litigância de Má-fé

Não obstante as alegações do embargado, não vislumbro, neste momento, elementos suficientes para reconhecer litigância de má-fé por parte da embargante, ante a ausência de prova inequívoca da intenção dolosa de alterar a verdade dos fatos.

7. Da Jurisprudência Aplicável

O Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que os embargos de terceiro não comportam cumulação de outros pedidos estranhos à sua natureza, e que cabe ao embargante comprovar a posse legítima e a boa-fé objetiva (REsp Acórdão/STJ; REsp Acórdão/STJ).

8. Princípios Constitucionais

Este voto observa o dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), garantindo-se a transparência, motivação e publicidade dos atos jurisdicionais.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTES os Embargos de Terceiro opostos por C. da S. F., nos termos do art. 487, I, do CPC/2015, diante da ausência de comprovação da boa-fé objetiva e da regularidade na aquisição do veículo FIAT PALIO ADVENTURE, placas IQV8004.

Revogo a liminar anteriormente concedida, restabelecendo a posse do veículo ao embargado S. L. H. E..

Condeno a embargante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Deixo de aplicar penalidade por litigância de má-fé, por ausência de elementos suficientes.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.


Imbé/RS, __ de ________ de 2024.

Juiz(a) de Direito
**Observações:** - O voto simulado foi fundamentado com base nos fatos, nos fundamentos legais e constitucionais (em especial CF/88, art. 93, IX), e faz clara referência à jurisprudência e aos artigos legais citados no documento. - O resultado foi pela improcedência dos embargos de terceiro, com a revogação da liminar e condenação em custas e honorários, mas sem condenação por litigância de má-fé, por prudência. - O texto está em HTML estruturado, pronto para uso didático ou acadêmico.

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