Modelo de Petição inicial de ação de indenização por danos materiais, lucros cessantes e danos morais decorrentes de acidente de trânsito com condutor, proprietário e seguradora, fundamentada no CCB/2002 e CTB
Publicado em: 11/08/2025 CivelProcesso CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, LUCROS CESSANTES E DANOS MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO
ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ____ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
AUTOR: J. C. dos S., brasileiro, solteiro, construtor autônomo, CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000, e-mail: [email protected], residente e domiciliado na Rua [Nome da Rua], nº [número], Bairro [bairro], CEP [CEP], [Cidade]/[UF], telefone/WhatsApp [nº].
RÉU 1 (CONDUTOR): R. M. de A., brasileiro, estado civil ignorado, profissão ignorada, CPF nº 000.000.000-00, e-mail: [email protected], residente e domiciliado na Rua [Nome], nº [número], Bairro [bairro], CEP [CEP], [Cidade]/[UF]. Dados complementares a serem obtidos via diligências, nos termos do CPC/2015, art. 319, §1º.
RÉU 2 (PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO CAUSADOR): E. F. da S., brasileiro, estado civil ignorado, profissão ignorada, CPF nº 000.000.000-00, e-mail: [email protected], residente e domiciliado na Rua [Nome], nº [número], Bairro [bairro], CEP [CEP], [Cidade]/[UF]. Dados complementares a serem obtidos via diligências, nos termos do CPC/2015, art. 319, §1º.
RÉ 3 (EVENTUAL SEGURADORA – SE HOUVER): SEGURADORA ALFA S.A., CNPJ nº 00.000.000/0001-00, e-mail: [email protected], com sede na Av. [Nome], nº [número], CEP [CEP], [Cidade]/[UF]. Requer-se a intimação para informar eventual apólice, número e cobertura, sob pena de ofício aos órgãos competentes.
Observa-se que o veículo do Réu 1 (condutor) e do Réu 2 (proprietário) é o [marca/modelo], placa [ABC-1D23], cor [cor]. O veículo do Autor é o [marca/modelo], placa [XYZ-4E56], cor [cor].
DOS FATOS
No dia [data], por volta das [horário], o veículo do Autor estava regularmente estacionado em via pública, na Rua [nome], em [Cidade/UF], observando-se as normas de trânsito. Subitamente, o veículo conduzido pelo Réu 1, de propriedade do Réu 2, perdeu o controle/direção e colidiu contra o automóvel do Autor, causando danos materiais expressivos.
O Boletim de Ocorrência foi lavrado (B.O. nº [número], em [data]), acompanhado de fotos e vídeo do local. O automóvel do Autor ficou imobilizado e necessitou de guincho, além de ter permanecido em pátio/oficina para avaliação e reparo. O Autor, que trabalha como construtor e utiliza o veículo para transporte de materiais (cimento, ferragens, ferramentas, madeira, etc.) e deslocamentos a canteiros de obras, ficou privado do uso de seu instrumento de trabalho por [nº] dias.
Para não interromper suas atividades e evitar cancelamento de serviços, o Autor arcou com locação de veículo utilitário semelhante por R$ 180,00/dia, no período de [data a data], totalizando R$ 3.600,00. Despendeu, ainda, R$ 350,00 de guincho e R$ 580,00 de estadia. O orçamento de reparo (mão de obra e peças) foi estimado em R$ 12.480,00 (três orçamentos anexos). Requer-se, ademais, depreciação comercial estimada em R$ 2.000,00, face à desvalorização por sinistro, e, caso tenha sido necessário acionar seguro próprio, o reembolso da franquia de R$ 1.800,00.
Em que pese a clara responsabilidade dos Réus, não houve ressarcimento integral dos prejuízos. A privação do veículo atingiu diretamente a atividade profissional do Autor, com perda de eficiência operacional, atrasos em obras e desgaste com clientes, configurando lucros cessantes/perda do uso e danos morais.
Conclusão: os fatos demonstram conduta culposa do condutor contra veículo estacionado, com nexo causal e danos evidenciados, legitimando a presente ação reparatória.
DA COMPETÊNCIA E DO RITO
A presente ação versa sobre reparação de danos decorrentes de ato ilícito de trânsito, competindo, à escolha do Autor, o foro do local do fato ou do seu domicílio (CPC/2015, art. 53, IV, 'a'), além da regra geral do domicílio do réu (CPC/2015, art. 46). Opta o Autor pelo foro de [local do acidente ou domicílio do Autor].
O rito aplicável é o comum (CPC/2015), dada a necessidade de prova pericial automotiva e eventual prova testemunhal. A petição inicial observa os requisitos do CPC/2015, art. 319.
Conclusão: competente é o Juízo Cível desta Comarca, pelo rito comum, garantindo-se a ampla instrução.
DA LEGITIMIDADE PASSIVA (CONDUTOR, PROPRIETÁRIO E EVENTUAL SEGURADORA – SE FOR O CASO)
Condutor: responde por culpa na condução do veículo que atingiu automóvel estacionado, violando regras de circulação e segurança (CTB, art. 28; CTB, art. 34), subsumindo-se aos CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927.
Proprietário: a responsabilidade solidária do proprietário pelo dano causado pelo veículo é reconhecida com base na guarda do bem e nos riscos da atividade (CCB/2002, art. 933 e CCB/2002, art. 942), além de fundamentos de culpa in eligendo/in vigilando e da teoria do risco. A jurisprudência é pacífica quanto à solidariedade entre proprietário e condutor.
Seguradora (se houver seguro de RC facultativo): não se propõe ação direta exclusiva em face da seguradora, conforme tese consolidada; contudo, admite-se sua participação pela denunciação da lide (CPC/2015, art. 125, II), ou integração voluntária para fins de regresso/ressarcimento, observada a apólice e limites de cobertura.
Conclusão: são legítimos passivos o condutor e o proprietário, solidariamente; a seguradora, se existente, poderá integrar a lide nos moldes legais.
DA TUTELA DE URGÊNCIA (FORNECIMENTO/CUSTEIO DE VEÍCULO RESERVA OU LOCAÇÃO E ADIANTAMENTO DE CONSERTO)
Presentes os requisitos do CPC/2015, art. 300 (probabilidade do direito e perigo de dano). A colisão contra veículo estacionado revela culpa presumida; o B.O., fotos e orçamentos demonstram verossimilhança. O periculum in mora decorre da atividade profissional do Autor, que depende do veículo para transporte de materiais e deslocamento a obras, sofrendo prejuízos diários.
Requer-se, liminarmente:
- Disponibilização imediata de veículo reserva de categoria/porte equivalente, ou, alternativamente, custeio integral de locação no valor de R$ 180,00/dia, enquanto perdurar o conserto, sob pena de astreintes (CPC/2015, art. 297; CPC/2015, art. 537);
- Adiantamento de 70% do valor do conserto com base no menor orçamento apresentado, a ser depositado em 5 dias, para viabilizar o reparo urgente;
- Subsidiariamente, tutela de evidência (CPC/2015, art. 311, II), ante a prova documental robusta da dinâmica do sinistro.
Conclusão: a medida é necessária para evitar agravamento dos danos e assegurar a utilidade do processo.
DO DIREITO
Responsabilidade civil: o evento danoso configura ato ilícito (CCB/2002, art. 186), impondo-se o dever de indenizar (CCB/2002, art. 927). O condutor deve manter domínio do veículo e cautela na circulação (CTB, art. 28), sendo vedadas manobras sem segurança (CTB, art. 34). A colisão em veículo parado/estacionado evidencia a culpa do Réu 1, com responsabilidade solidária do Réu 2 (CCB/2002, art. 942).
Nexo causal e ônus da prova: o conjunto documental (B.O., fotos, vídeos, orçamentos) comprova o nexo entre a conduta do Réu e os danos. O ônus probatório segue o CPC/2015, art. 373, I e II. Inexistindo prova capaz de elidir a culpa do condutor, prevalece a responsabilização pelos prejuízos causados.
Reparação integral: a indenização deve ser ampla, abrangendo danos emergentes e lucros cessantes (CCB/2002, art. 402; CCB/2002, art. 403), observando-se a proporcionalidade e o princípio da reparação integral (CCB/2002, art. 944). A depreciação comercial do veículo sinistrado é componente indenizável quando comprovada.
Lucros cessantes/perda do uso: a privação do veículo profissional do Autor, construtor autônomo, ocasionou perda de produtividade e necessidade de locação de veículo, despesas estas indenizáveis. A jurisprudência admite ressarcimento de locação/frete quando demonstrados os gastos e a necessidade da atividade econômica.
Danos morais: a privação prolongada do veículo instrumental de trabalho, somada aos transtornos relevantes no exercício profissional, atrasos em contratos e angústia pelo abalo da rotina produtiva, extrapola mero aborrecimento, autorizando compensação pecuniária. O quantum deve considerar proporcionalidade, razoabilidade e caráter pedagógico, sem enriquecimento sem causa (CF/88, art. 5º, V; CF/88, art. 5º, X; CCB/2002, art. 944).
Consectários: correção monetária e juros de mora devem observar a legislação e orientação sumular: correção a partir do desembolso/estimativa para danos materiais e do arbitramento para danos morais; juros de mora a partir do evento danoso em responsabilidade extracontratual. Aplicam-se, no que couber, as balizas atualizadas do CCB/2002, art. 406 quanto à taxa de juros legais.
Princípios da boa-fé, segurança no trânsito, dignidade da pessoa humana e efetividade da tutela jurisdicional orientam a solução, impondo a responsabilização e a pronta recomposição dos prejuízos comprovados.
Conclusão: estão presentes conduta culposa, dano e nexo causal, impondo a condenação solidária dos Réus à reparação integral e à concessão da tutela de urgência.
TESES DOUTRINÁRIAS EXTRAÍDAS DE ACÓRDÃOS
Em ação de cobrança, objetivando indenização decorrente de Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres - DPVAT, "'>...
Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.