Modelo de Embargos de Declaração com Prequestionamento contra sentença que negou indenização por danos materiais e morais em ação entre professora e empresário, alegando dolo, má-fé e omissões na decisão

Publicado em: 30/06/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de Embargos de Declaração com Prequestionamento interposto por professora contra sentença da __ª Vara Cível do TJSP que julgou improcedente pedido de indenização contra empresário, por omissão na análise do dolo do réu ao dificultar acesso aos boletos bancários, quebra de confiança, responsabilidade civil e danos morais, requerendo o saneamento das omissões, contradições e o prequestionamento de dispositivos do CPC/2015, CCB/2002 e da CF/88 para recursos.
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM PREQUESTIONAMENTO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ª Vara Cível da Comarca de ________________ do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº: __________________________
Embargante: M. E. C. da R., brasileira, divorciada, professora, portadora do CPF nº ________________, endereço eletrônico: ________________, residente e domiciliada à Rua ________________, nº ____, Bairro ________________, Cidade/UF.
Embargado: F. S. da R., brasileiro, empresário, portador do CPF nº ________________, endereço eletrônico: ________________, residente e domiciliado à Rua ________________, nº ____, Bairro ________________, Cidade/UF.

3. SÍNTESE DA DECISÃO EMBARGADA

Trata-se de sentença que julgou improcedente o pedido de indenização formulado por M. E. C. da R. em face de F. S. da R., sob o fundamento de que a autora, ao inadimplir os boletos bancários do financiamento realizado em nome do réu, teria perdido o direito à indenização pelas parcelas já pagas até a presente data, no valor de R$ 45.064,89. A decisão não considerou, contudo, o alegado dolo do réu, que dificultava o acesso da autora aos boletos, entregando-os no dia do vencimento, bem como a ausência de confiança entre as partes em razão de problemas familiares e desvio de numerário, fatores que motivaram a autora a condicionar a continuidade dos pagamentos à assinatura da cessão de direitos sobre o veículo.

4. DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

Os presentes embargos de declaração são tempestivos, uma vez que a publicação da sentença ocorreu em __/__/____, sendo o presente recurso interposto dentro do prazo legal de cinco dias, conforme CPC/2015, art. 1.023. O embargante é parte legítima, e o recurso visa sanar omissões e contradições relevantes, além de prequestionar dispositivos legais e constitucionais para fins de eventual interposição de recursos às instâncias superiores (CPC/2015, art. 1025). Assim, estão preenchidos todos os requisitos de admissibilidade.

5. DOS PONTOS OMISSOS, CONTRADITÓRIOS OU OBSCUROS

A r. sentença apresenta omissão e contradição ao deixar de analisar elementos essenciais para o deslinde da controvérsia, quais sejam:

  • Omissão quanto ao dolo do réu: Não houve apreciação do fato de que o réu, movido por ânimo vingativo, dificultava o acesso da autora aos boletos bancários, entregando-os apenas no dia do vencimento, o que inviabilizava o pagamento tempestivo e, por conseguinte, gerou a inadimplência. Tal conduta caracteriza má-fé e dolo, elementos essenciais para a correta subsunção dos fatos ao direito, especialmente à luz dos princípios da boa-fé objetiva e da vedação ao enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 422).
  • Omissão sobre a quebra de confiança e a necessidade de cessão de direitos: A sentença não considerou que, diante de problemas familiares e desvio de numerário pelo irmão do réu, a autora condicionou a continuidade dos pagamentos à formalização da cessão de direitos sobre o veículo, por legítimo receio de sofrer novo prejuízo. Tal circunstância é relevante para afastar a alegação de inadimplência voluntária.
  • Contradição quanto à perda do direito à indenização: A decisão afirma que a inadimplência da autora afasta o direito à restituição das parcelas pagas, mas ignora que a inadimplência decorreu de conduta dolosa do réu, que impediu o adimplemento regular. Ademais, não foi observado o princípio da restituição ao status quo ante em contratos desfeitos por culpa de uma das partes (CCB/2002, art. 182).
  • Omissão quanto à análise dos danos morais: Não houve manifestação expressa sobre o pedido de indenização por danos morais, especialmente diante do abalo psicológico sofrido pela autora, que perdeu o veículo utilizado para trabalho e transporte escolar de seu filho menor.
  • Omissão quanto ao prequestionamento: Requer-se expressamente o prequestionamento dos dispositivos legais e constitucionais aplicáveis, notadamente CF/88, art. 5º, incisos V e X, CCB/2002, arts. 186, 187, 422 e 884, e CPC/2015, arts. 489, §1º, IV e VI, 1022, 1025.

Tais omissões e contradições comprometem a prestação jurisdicional adequada e impedem o exaurimento da instância, razão pela qual se impõe o acolhimento dos presentes embargos.

6. DO DIREITO

6.1. DOS FUNDAMENTOS LEGAIS E PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O CPC/2015, art. 1022, prevê que cabem embargos de declaração quando houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade, contradição, omissão ou erro material. No caso em tela, a omissão e a contradição são evidentes, pois a sentença deixou de analisar fatos essenciais e fundamentos jurídicos relevantes.

O CCB/2002, art. 422, impõe às partes o dever de observar a boa-fé objetiva nos contratos, vedando condutas dolosas e contrárias à confiança legítima. O CCB/2002, art. 884, veda o enriquecimento sem causa, princípio basilar do direito obrigacional, que impede que uma parte se beneficie injustamente dos valores pagos pela outra.

O CCB/2002, art. 186, prevê a responsabilidade civil daquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem. No caso, o réu, ao dificultar o acesso aos boletos e recusar a cessão de direitos, agiu com dolo, causando prejuízo material e moral à autora.

O CPC/2015, art. 489, §1º, IV e VI, exige que a sentença enfrente todos os argumentos relevantes ao deslinde da controvérsia e indique os fundamentos jurídicos que embasam a decisão, sob pena de nulidade.

A Constituição Federal, em seu art. 5º, incisos V e X, assegura o direito à indenização por dano material e moral, bem como a inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas.

6.2. DA RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS E DA RESPONSABILIDADE CIVIL

A jurisprudência é pacífica no sentido de que, havendo rompimento de contrato por culpa de uma das partes, deve-se restituir ao prejudicado os valores pagos, a fim de evitar o enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 182). Ademais, a conduta do réu, ao dificultar o acesso aos boletos e recusar a formalização da cessão de direitos, caracteriza ato ilícito, ensejando o dever de indenizar pelos danos materiais e morais sofridos pela autora (CCB/2002, arts. 186 e 927).

O princípio da boa-fé objetiva, que rege as relações contratuais, impõe o dever de lealdade e confiança entre as partes, sendo inadmissível que o réu, por ânimo vingativo, crie obstáculos ao adimple"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto

Trata-se de embargos de declaração opostos por M. E. C. da R., em face de decisão que julgou improcedente o pedido de indenização formulado contra F. S. da R., sob fundamento de inadimplência da autora quanto ao pagamento dos boletos bancários relativos ao financiamento de veículo.

1. Admissibilidade

Os embargos de declaração são tempestivos e preenchem os requisitos de admissibilidade previstos em CPC/2015, art. 1.023 e CPC/2015, art. 1025, haja vista que foram opostos dentro do prazo legal, por parte legítima e com a finalidade de sanar omissões e contradições relevantes, além do prequestionamento de matéria constitucional e infraconstitucional.

2. Da Obrigação de Fundamentação: Interpretação Hermenêutica

Nos termos do CF/88, art. 93, IX, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade, devendo o magistrado enfrentar todos os argumentos relevantes e apreciar expressamente os dispositivos legais e constitucionais invocados pelas partes.

Analisando os autos, verifica-se que a r. sentença deixou de se manifestar sobre fatos e fundamentos essenciais ao deslinde da controvérsia, notadamente: (i) o suposto dolo do réu ao dificultar o acesso da autora aos boletos bancários, (ii) a quebra de confiança decorrente de problemas familiares e desvio de numerário, (iii) a motivação legítima da autora para condicionar o pagamento à cessão de direitos sobre o veículo, (iv) a análise do pedido de indenização por danos morais e (v) o prequestionamento expresso dos dispositivos legais e constitucionais pertinentes.

3. Da Omissão e Contradição Apontadas

O CPC/2015, art. 1022 autoriza os embargos de declaração para sanar omissão, contradição, obscuridade ou erro material, sendo evidente, no caso concreto, a existência de omissões e contradições na decisão embargada.

A conduta do réu, consistente em dificultar o acesso da autora aos boletos bancários – entregando-os apenas no dia do vencimento – configura, em tese, comportamento doloso e contrário à boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422). Ademais, a quebra de confiança e o legítimo receio da autora, decorrente de histórico de desvio de numerário, justificam a exigência da cessão de direitos como condição para continuidade dos pagamentos.

A sentença, ao atribuir à autora a perda do direito à restituição das parcelas pagas, sem apreciar sua alegação de que a inadimplência decorreu de conduta dolosa do réu, incorreu em contradição e omissão, pois não observou o princípio da restituição ao status quo ante em contratos desfeitos por culpa de uma das partes (CCB/2002, art. 182).

Outrossim, não houve manifestação quanto ao pedido de indenização por danos morais, o que viola o direito à tutela jurisdicional integral (CF/88, art. 5º, XXXV) e à proteção da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

4. Do Direito Aplicável

O CCB/2002, art. 186 estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, comete ato ilícito. A má-fé e o dolo do réu, caso comprovados, ensejam responsabilidade civil e o dever de indenizar, inclusive por danos morais (CF/88, art. 5º, V e X; CCB/2002, art. 927).

O enriquecimento sem causa é vedado pelo CCB/2002, art. 884, de modo que, havendo rompimento do contrato por culpa do réu, a autora faz jus à restituição das parcelas adimplidas.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a restituição de valores pagos e a indenização por danos morais são devidas em situações análogas, conforme precedentes destacados na peça processual.

5. Do Prequestionamento

Considerando o requerimento expresso da parte, devem ser prequestionados os dispositivos CF/88, art. 5º, V e X; CF/88, art. 1º, III; CCB/2002, arts. 182, 186, 187, 422, 884 e 927; CPC/2015, arts. 489, §1º, IV e VI, 1022, 1025.

6. Dispositivo

Diante do exposto, acolho os embargos de declaração para integrar a sentença, reconhecendo as omissões e contradições apontadas, e, no mérito, dou provimento ao pedido inicial, para:

  1. Reconhecer que a inadimplência da autora decorreu de conduta dolosa e de má-fé do réu, que dificultou o acesso aos boletos bancários e recusou a cessão de direitos, afastando a perda do direito à restituição das parcelas pagas (CCB/2002, art. 182, CCB/2002, art. 422).
  2. Condenar o réu à restituição dos valores pagos pela autora, a título de indenização por danos materiais, evitando o enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884).
  3. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais, em razão do abalo psicológico e da perda do veículo utilizado para trabalho e transporte escolar do filho menor da autora (CF/88, art. 5º, V e X; CF/88, art. 1º, III).
  4. Prequestionar expressamente os dispositivos legais e constitucionais acima destacados, para fins de eventual interposição de recursos às instâncias superiores (CPC/2015, art. 1025).

7. Conclusão

Assim, conheço dos embargos de declaração e dou-lhes provimento, integrando a sentença para sanar as omissões e contradições, e, no mérito, julgo procedente o pedido inicial, nos termos acima expostos.

É como voto.


Magistrado

**Observações: - As citações de dispositivos legais seguem o formato solicitado (ex.: CF/88, art. 5º, V e X). - O voto foi elaborado com base na hermenêutica entre fatos e direito, com fundamentação na CF/88, art. 93, IX. - O voto conhece dos embargos, acolhe-os para integrar a sentença e julga procedente o pedido inicial. - O texto está organizado em títulos (

,

,

) e parágrafos para facilitar a leitura.


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