Modelo de Ação declaratória de inexistência de débito contra Cooperativa de Crédito por inscrição indevida em cadastros de inadimplentes, com pedido de tutela antecipada e indenização por danos morais e materiais fundame...

Publicado em: 31/07/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para ação declaratória de inexistência de débito cumulada com pedido de tutela antecipada liminar, visando a exclusão imediata do nome do autor dos cadastros restritivos e a reparação por danos morais e materiais decorrentes de cobrança indevida e inscrição ilegal, contra cooperativa de crédito. Fundamentação jurídica baseada no Código de Defesa do Consumidor, CPC/2015 e princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e proteção ao consumidor. Inclui pedidos de citação, inversão do ônus da prova, condenação em indenizações e produção de provas.
← deslize para o lado para ver mais opções

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA (LIMINAR), INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, empregado público, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF,
vem, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected],
em face de COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO DOS EMPREGADOS DOS CORREIOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 03.862.898/0001-03, com sede na Rua das Cooperativas, nº 500, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected],
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Requerente celebrou contrato de empréstimo consignado junto à Requerida, com descontos realizados diretamente em sua folha de pagamento, conforme autorizado pela Lei 10.820/2003, art. 5º.
Ocorre que a dívida foi objeto de ação judicial (autos nº 5001177-25.2021.8.13.0232), proposta pela própria Requerida, tendo sido julgada improcedente, com trânsito em julgado. Na referida decisão, restou reconhecido que a implementação do desconto do empréstimo consignado compete ao banco e ao empregador, não havendo responsabilidade do tomador do empréstimo pelo eventual não desconto.
Após o trânsito em julgado da sentença, a dívida foi indevidamente registrada nos órgãos de proteção ao crédito (SERASA, SPC e similares), mesmo após a quitação integral do débito e a cessação dos descontos em folha. Posteriormente, a Requerida voltou a realizar descontos em folha, inclusive com valores superiores ao pactuado.
A manutenção do nome do Requerente nos cadastros de inadimplentes tem impedido a concessão de financiamento para aquisição de imóvel junto à Caixa Econômica Federal, essencial para sua moradia, causando-lhe prejuízos financeiros e transtornos emocionais.
Ressalta-se que a conduta da Requerida caracteriza cobrança indevida, violando o disposto no CDC, art. 43, §2º, que determina a exclusão do registro de inadimplência em até 5 dias úteis após a quitação da dívida.
Diante disso, busca o Requerente a exclusão imediata de seu nome dos cadastros restritivos, a declaração de inexistência de débito, bem como a reparação pelos danos morais e materiais sofridos.

4. DO DIREITO

4.1 DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E DA ILEGALIDADE DA INSCRIÇÃO

O CDC, art. 43, § 2º, dispõe que a inscrição do nome do consumidor deve ser excluída dos cadastros de inadimplentes em até 5 dias úteis após a quitação do débito. No caso em tela, o débito foi quitado, conforme comprovantes anexos, e a sentença transitada em julgado reconheceu a ausência de responsabilidade do Requerente pelo desconto.
A manutenção do nome do Requerente nos cadastros de inadimplentes, mesmo após a quitação e decisão judicial, configura ato ilícito, ensejando a declaração de inexistência do débito e a exclusão do registro negativo, nos termos do CDC, art. 6º, VI e VIII, e do CPC/2015, art. 300.

4.2 DA COBRANÇA INDEVIDA E DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS

A conduta da Requerida caracteriza cobrança indevida, vedada pelo CDC, art. 42, parágrafo único, que garante ao consumidor o direito à repetição do indébito e à reparação por danos.
O dano moral é presumido em casos de negativação indevida, conforme entendimento consolidado do STJ, pois a restrição ao crédito afeta a honra objetiva do consumidor, sendo desnecessária a comprovação de prejuízo concreto.
Ademais, os prejuízos materiais decorrem da impossibilidade de obtenção de financiamento habitacional, frustrando o direito fundamental à moradia (CF/88, art. 6º), e gerando perdas financeiras mensuráveis.

4.3 DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

A responsabilidade da Requerida é objetiva, nos termos do CDC, art. 14, bastando a demonstração do dano e do nexo causal, independentemente de culpa. A teoria do risco do empreendimento impõe ao fornecedor o dever de reparar danos causados por defeitos na prestação do serviço.
Ressalta-se, ainda, que a inversão do ônus da prova é medida que se impõe (CDC, art. 6º, VIII), diante da hipossuficiência do Requerente e da verossimilhança das alegações.

4.4 DA TUTELA ANTECIPADA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, a manutenção do nome do Requerente nos cadastros de inadimplentes impede o acesso a crédito essencial à moradia, configurando perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.
A plausibilidade do direito decorre da quitação do débito, do trânsito em julgado da sentença reconhecendo a ausência de responsabilidade do Requerente e da ilegalidade da inscrição.

4.5 DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O caso envolve a aplicação dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da proteção do consumidor (CDC, art. 4º), e da legalidade. A violação desses princípios reforça a necessidade de pronta intervenção judicial para restaurar a ordem jurídica e reparar os danos causados.

4.6 FECHAMENTO ARGUMENTATIVO

Diante do exposto, resta evidente a ilegalidade da conduta da Requerida, a inexistência do débito e o direito do Requerente à exclusão de seu nome dos cadastros restritivos, bem como à indeniza"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Pedido de Tutela Antecipada (Liminar), Indenização por Danos Morais e Materiais, ajuizada por A. J. dos S. em face da COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO DOS EMPREGADOS DOS CORREIOS, em razão da manutenção indevida do nome do requerente em cadastros de inadimplentes, mesmo após a quitação do débito e o reconhecimento judicial da inexistência de obrigação.

I – Da Admissibilidade

Os pressupostos de admissibilidade estão presentes. O feito encontra-se devidamente instruído e não há questões processuais impeditivas. Conheço, portanto, do pedido e dos recursos eventualmente interpostos, nos termos da CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais.

II – Dos Fatos

Conforme relatado, o autor celebrou contrato de empréstimo consignado, com descontos em folha, cuja dívida já foi objeto de ação judicial (autos nº 5001177-25.2021.8.13.0232), julgada improcedente, estabelecendo-se a ausência de responsabilidade do autor pelo não desconto em folha, com trânsito em julgado. Apesar disso, após a quitação, o nome do requerente permaneceu nos órgãos de proteção ao crédito e houve novos descontos indevidos, inclusive em valores superiores ao pactuado, causando-lhe prejuízos financeiros e emocionais.

III – Do Mérito

a) Da Inexistência de Débito e da Ilegalidade da Inscrição

O CDC, art. 43, § 2º determina que a inscrição do nome do consumidor deve ser excluída dos cadastros de inadimplentes em até cinco dias úteis após a quitação do débito. No caso, restou comprovada a quitação da obrigação e a decisão judicial anterior afastou a responsabilidade do requerente pelo não desconto. A manutenção da negativação, portanto, configura ato ilícito e afronta o direito do consumidor à regularização de seu nome, ensejando a declaração de inexistência de débito e a exclusão da inscrição restritiva.

b) Da Cobrança Indevida e dos Danos Morais e Materiais

A conduta da requerida caracteriza cobrança indevida (CDC, art. 42, parágrafo único), gerando ao consumidor o direito à repetição do indébito e à reparação por danos morais. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que a inscrição indevida em cadastros de inadimplentes acarreta dano moral in re ipsa, ou seja, presumido, não havendo necessidade de prova do prejuízo concreto (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

Ademais, restou demonstrado o prejuízo material decorrente da impossibilidade de obtenção de financiamento habitacional, frustrando o direito fundamental à moradia (CF/88, art. 6º).

c) Da Responsabilidade Objetiva

A responsabilidade da requerida é objetiva, nos termos do CDC, art. 14, bastando a demonstração do dano e do nexo causal, independentemente de culpa. A teoria do risco do empreendimento impõe ao fornecedor o dever de reparar danos oriundos da má prestação do serviço.

d) Da Tutela Antecipada

Presentes a probabilidade do direito (quitação do débito e decisão judicial anterior) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (manutenção indevida da restrição cadastral, impossibilitando financiamento imobiliário), concedo a tutela de urgência, nos termos do CPC/2015, art. 300, para determinar a exclusão imediata do nome do autor dos cadastros de inadimplentes (SERASA, SPC e similares).

e) Da Inversão do Ônus da Prova

Diante da hipossuficiência do autor e da verossimilhança das alegações, defiro a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII.

f) Dos Princípios Aplicáveis

O caso impõe a observância dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da proteção do consumidor e da legalidade. A afronta a tais princípios reforça a necessidade de pronta intervenção judicial, conforme determina o ordenamento jurídico.

g) Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria é firme no sentido de reconhecer o dever de indenizar em casos de inscrição indevida e a obrigação da instituição credora de promover a exclusão do nome do autor dos cadastros restritivos após a quitação (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP).

IV – Da Conclusão

Assim, presentes nos autos a prova da quitação do débito, a decisão judicial transitada em julgado reconhecendo a inexistência de obrigação, bem como a manutenção indevida da negativação, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  1. Confirmar a tutela de urgência concedida, determinando à requerida que providencie a exclusão imediata do nome do autor dos cadastros de inadimplentes (SERASA, SPC e demais órgãos), sob pena de multa diária;
  2. Declarar a inexistência do débito objeto da controvérsia, reconhecendo-se a ilegalidade da inscrição restritiva;
  3. Condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), conforme parâmetros jurisprudenciais e observando-se o princípio da moderação;
  4. Condenar a requerida ao ressarcimento dos danos materiais comprovados, relativos à frustração do financiamento habitacional e eventuais perdas financeiras apuradas em liquidação;
  5. Determinar a inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII);
  6. Condenar a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 10% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85);
  7. Homologo, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, a opção do autor pela realização de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII.

V – Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a ação, nos termos acima, com resolução de mérito (CPC/2015, art. 487, I).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

VI – Fundamentação Constitucional

Esta decisão encontra-se devidamente fundamentada, em observância a CF/88, art. 93, IX.

Cidade/UF, data.
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.