Modelo de Ação de indenização por danos materiais e morais contra construtora por danos estruturais e insalubridade em imóvel residencial, com pedido de tutela de urgência e inversão do ônus da prova

Publicado em: 24/07/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial proposta por A. J. dos S. contra ECON Construtora e Incorporadora Ltda., requerendo indenização por danos materiais e morais decorrentes de rachaduras, vazamentos e insalubridade causados pela obra vizinha, com fundamentação no Código Civil, Código de Defesa do Consumidor e princípios constitucionais da dignidade humana e moradia. Inclui pedido de tutela de urgência, inversão do ônus da prova, produção de provas periciais e testemunhais, e citações para defesa.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível do Foro Regional da Penha, Comarca da Capital do Estado de São Paulo.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, divorciado, aposentado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua ____, nº ____, Bairro ____, CEP ____, São Paulo/SP,
por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em face de ECON CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede à Rua ____, nº ____, Bairro ____, CEP ____, São Paulo/SP, endereço eletrônico [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é proprietário do imóvel situado à Rua ____, nº ____, Bairro ____, São Paulo/SP, onde reside com seus dois filhos menores, de 5 e 12 anos. O Autor encontra-se em tratamento oncológico, o que exige condições mínimas de salubridade, segurança e tranquilidade em sua residência.

A Ré, ECON CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA., iniciou a construção de um edifício de 28 andares em terreno lindeiro ao imóvel do Autor. Desde o início das obras, o imóvel do Autor, bem como de outros vizinhos, passou a apresentar rachaduras por toda a estrutura, recalque do terreno, vazamentos em toda a laje e outros danos estruturais graves, tornando o imóvel totalmente danificado, insalubre e inseguro.

Além disso, a obra da Ré passou a lançar resíduos de concreto e cimento, formando uma espécie de “nevoa” que recobre constantemente a casa, o quintal e até os automóveis do Autor, agravando a insalubridade e prejudicando a saúde dos moradores.

Apesar da gravidade dos fatos, a Ré limitou-se a enviar um técnico, que, em relatório, minimizou os danos, sem propor solução efetiva. O Autor buscou solução extrajudicial, comparecendo à Casa de Mediação da Subprefeitura da Penha, onde foi agendada reunião para 17 de junho. Antes da data, os advogados da Ré ofereceram R$ 91.000,00 para reparar o imóvel, mas não compareceram à mediação, frustrando a tentativa de composição.

O Autor e sua família permanecem residindo em imóvel inseguro, insalubre e sem privacidade, sem condições mínimas de habitabilidade, situação agravada pela condição de saúde do Autor e pela presença de crianças pequenas.

Diante da inércia e da postura negligente da Ré, não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional para ver reparados os danos materiais e morais sofridos.

4. DOS DANOS

4.1. DANOS MATERIAIS

Os danos materiais decorrem dos prejuízos estruturais no imóvel do Autor, que incluem rachaduras, recalque do terreno, vazamentos, danos em paredes, pisos, laje e demais estruturas, além da necessidade de limpeza constante devido aos resíduos lançados pela obra da Ré. O imóvel tornou-se impróprio para moradia, exigindo reparos de grande monta para restabelecer a segurança e a salubridade.

O valor ofertado pela Ré (R$ 91.000,00) não cobre integralmente os prejuízos, sendo necessária a realização de perícia para apuração do quantum devido, nos termos do CPC/2015, art. 373, I.

4.2. DANOS MORAIS

A situação vivenciada pelo Autor e sua família ultrapassa o mero aborrecimento, atingindo direitos fundamentais à moradia digna, à saúde, à segurança e à privacidade (CF/88, art. 5º, X). O Autor, em tratamento de câncer, e seus filhos, foram expostos a risco, insalubridade, insegurança e angústia, com prejuízo à qualidade de vida, ao sossego e à dignidade.

A conduta da Ré, ao minimizar os danos e frustrar a mediação, agravou o sofrimento do Autor, caracterizando dano moral indenizável, conforme entendimento consolidado nos tribunais pátrios.

5. DO DIREITO

O direito do Autor encontra amparo nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da moradia (CF/88, art. 6º) e da inviolabilidade da vida privada e familiar (CF/88, art. 5º, X). A responsabilidade civil da Ré decorre da violação ao direito de vizinhança (CCB/2002, art. 1.277), que impõe ao proprietário o dever de não prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos.

A Ré responde objetivamente pelos danos causados por sua atividade (CCB/2002, art. 927, parágrafo único), especialmente quando se trata de atividade de risco, como construção civil de grande porte. O nexo causal entre a obra e os danos está evidenciado pelos relatos, documentos e pela própria conduta da Ré, que reconheceu a necessidade de reparação ao ofertar valor para tanto.

O Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 14) também se aplica, pois o Autor é destinatário final dos serviços prestados pela Ré, sendo esta responsável pelos vícios e defeitos da obra que afetem terceiros.

O dever de indenizar abrange não apenas os danos materiais (CCB/2002, art. 186 e art. 927), mas também os danos morais, quando atingidos direitos da personalidade, como no caso em tela. A jurisprudência reconhece que a limitação do uso do imóvel, a insalubridade, a insegurança e o sofrimento decorrente de obras vizinhas ensejam indenização moral, sobretudo quando há risco à saúde e à integridade dos moradores.

Ademais, a tentativa de solução extrajudicial, frustrada pela ausência da Ré na mediação, reforça a necessidade de intervenção judicial para garantir a efetividade da tutela jurisdicional e a reparação integral dos danos (CPC/2015, art. 3º, §3º).

Por fim, o Autor faz jus à inversão do ônus da prova, diante da verossimilhança das alegações e da hipossuficiência técnica (CDC, art. 6º, VIII).

Em resumo, estão presentes todos os requisitos da responsabilidade civil: conduta ilícita (execução de obra sem cautela), dano (materiais e morais), nexo causal (relação direta entre a obra e os danos) e culpa/risco (atividade de risco e negligência na solução dos problemas).

6. JURISPRUDÊNCIAS

1. Direito de vizinhança. Ação de indenização por danos materiais e morais. Rachaduras, trincas e danos estruturais em razão de obras realizadas no imóvel vizinho. Sentença de parcial pro"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais proposta por A. J. dos S. em face de ECON Construtora e Incorporadora Ltda., em razão de danos supostamente decorrentes de obra realizada em terreno lindeiro à residência do Autor, consistentes em rachaduras, recalque do terreno, vazamentos, insalubridade e insegurança, além de prejuízos à saúde e à dignidade dos moradores, dentre eles o próprio Autor, que se encontra em tratamento oncológico, e seus dois filhos menores.

Alega o Autor que a Ré, além de não solucionar os problemas, teria frustrado a tentativa de acordo extrajudicial, ofertando valor insuficiente e não comparecendo à mediação. Requer tutela de urgência, condenação ao pagamento de danos materiais e morais, inversão do ônus da prova, custas, honorários e demais cominações legais.

Devidamente citada, a Ré apresentou defesa, alegando, em síntese, ausência de nexo causal e a suficiência do valor ofertado.

É o breve relatório. Decido.

II – Fundamentação

1. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido, nos termos do CPC/2015, art. 319.

2. Da Prova dos Fatos e Ônus da Prova

Restou demonstrada a existência de danos estruturais relevantes no imóvel do Autor, os quais coincidem temporalmente com o início das obras realizadas pela Ré. O conjunto probatório, composto por fotografias, orçamentos e comunicações, evidencia a ocorrência de rachaduras, recalque do terreno, vazamentos e insalubridade, situação agravada pela condição de saúde do Autor e pela presença de menores na residência.

Não há nos autos elementos aptos a afastar o nexo causal entre a atividade da Ré e os danos verificados. Destaco que a construção civil, notadamente de grande porte, constitui atividade de risco, ensejando responsabilidade objetiva do agente, conforme previsão do CCB/2002, art. 927, parágrafo único.

Ademais, o Autor faz jus à inversão do ônus da prova, diante da verossimilhança das alegações e da sua hipossuficiência técnica, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, cabendo à Ré demonstrar a inexistência de relação entre sua conduta e os danos, o que não ocorreu.

3. Do Direito à Indenização

O direito à moradia digna, à saúde, à segurança e à inviolabilidade da vida privada encontra proteção constitucional (CF/88, art. 1º, III; CF/88, art. 6º; CF/88, art. 5º, X). O dever de indenizar decorre da conduta ilícita da Ré, que não tomou as cautelas necessárias para evitar prejuízos aos vizinhos, violando o direito de vizinhança (CCB/2002, art. 1.277) e o princípio da boa-fé objetiva.

Os danos materiais estão suficientemente evidenciados nos autos, ainda que seu exato quantum dependa de liquidação, considerando que o valor ofertado pela Ré mostrou-se insuficiente para a recomposição integral do imóvel. Aplicável, portanto, o disposto no CPC/2015, art. 373, I.

Quanto aos danos morais, ultrapassado o mero dissabor, tem-se situação que afetou de forma intensa a dignidade do Autor e sua família, expondo-os a risco, insalubridade e angústia, situação que se agrava pela condição de saúde do Autor. O entendimento jurisprudencial é pacífico quanto à possibilidade de indenização nessas hipóteses, conforme ilustram os seguintes julgados:

  • “Prejuízo moral indenizável bem evidenciado, tendo em vista a situação angustiante e aflitiva vivenciada pelos demandantes diante do surgimento de trincas, fissuras e rachaduras na própria residência...” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Daise Fajardo Nogueira Jacot, J. 11/06/2024)
  • “Dano moral arbitrado em R$ 10.000,00 (dez mil reais), em consonância com os precedentes desta C. Câmara.” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Daniela Cilento Morsello, J. 14/10/2024)

Assim, presentes os requisitos da responsabilidade civil (CCB/2002, art. 186 e art. 927): conduta, dano, nexo e culpa/risco. A Ré deve responder pelos prejuízos materiais e morais sofridos pelo Autor.

4. Da Frustração da Solução Extrajudicial

Registre-se, ainda, que a tentativa frustrada de composição extrajudicial não afasta o direito à tutela jurisdicional efetiva, mas reforça a necessidade de intervenção do Judiciário para a garantia da dignidade da parte autora (CPC/2015, art. 3º, §3º).

5. Da Fundamentação e da Motivação Judicial

Cumpre destacar que o presente voto observa rigorosamente o dever de fundamentação, nos termos do CF/88, art. 93, IX, analisando de modo suficiente os fatos, as provas e a legislação aplicável.

III – Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o pedido, nos seguintes termos:

  1. Condeno a Ré ao pagamento de indenização por danos materiais, a ser apurada em liquidação de sentença, correspondente ao valor necessário para restabelecimento integral do imóvel do Autor;
  2. Condeno a Ré ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 30.000,00 (trinta mil reais), valor que reputo adequado à extensão do dano e aos parâmetros jurisprudenciais;
  3. Defiro a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII;
  4. Condeno a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  5. Defiro a produção de provas pericial, testemunhal e documental, conforme requerido.

Deixo de conceder tutela de urgência neste momento, por ausência de elementos que evidenciem risco de dano irreparável imediato, facultando-se à parte autora a renovação do pedido caso sobrevenham fatos novos (CPC/2015, art. 300).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

São Paulo, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Juiz de Direito

--- **Notas:** - As citações de dispositivos legais foram mantidas no formato solicitado (ex: CF/88, art. 93, IX). - O voto está fundamentado nos fatos, na interpretação constitucional, legal e na jurisprudência, como exigido. - O texto contempla todas as etapas de um voto: relatório, fundamentação, dispositivo e fechamento. - Pode ser adaptado conforme o estilo do tribunal ou magistrado.

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