Modelo de Recurso Ordinário Trabalhista interposto por auxiliar administrativo contra sentença que negou indenização por assédio moral, com fundamentação na CLT, CF/88 e Código Civil, e pedido de reforma da decisão

Publicado em: 29/05/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Modelo de recurso ordinário trabalhista apresentado por trabalhador que busca a reforma de sentença que julgou improcedente pedido de indenização por assédio moral, fundamentado na legislação trabalhista, Constituição Federal e Código Civil, com pedido de condenação da reclamada ao pagamento de danos morais, juros, correção monetária e honorários advocatícios, além da produção de provas e justiça gratuita. Inclui endereçamento, preliminares, exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência aplicável e pedidos finais.
← deslize para o lado para ver mais opções

RECURSO ORDINÁRIO TRABALHISTA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ Vara do Trabalho de [Cidade/UF]

Autos nº: [inserir número do processo]

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar administrativo, portador do CPF nº [inserir], RG nº [inserir], endereço eletrônico [inserir], residente e domiciliado à [endereço completo], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO com fulcro na CLT, art. 895, I, inconformado com a r. sentença que julgou improcedente o pedido de indenização por assédio moral, requerendo a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da [Região], nos termos da lei.

2. PRELIMINARES

2.1. DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, pois a publicação da sentença ocorreu em [data], sendo interposto dentro do prazo legal de 8 (oito) dias, conforme a CLT, art. 895, I.

2.2. DO PREPARO
O preparo recursal foi devidamente realizado, conforme comprovante anexo, em estrita observância a CLT, art. 899.

3. DOS FATOS

O Recorrente, A. J. dos S., foi admitido pela empresa B. L. S. Ltda. em [data de admissão], exercendo a função de auxiliar administrativo. Durante o pacto laboral, o Recorrente foi submetido a reiteradas condutas abusivas por parte de seu superior hierárquico, consistentes em cobranças excessivas, exposição pública a situações vexatórias, ameaças de sanções disciplinares e, por vezes, humilhações diante de colegas.

As práticas abusivas eram diárias, caracterizando um ambiente de trabalho hostil e opressor, que resultou em abalo psicológico e prejuízo à saúde mental do Recorrente, o qual necessitou de acompanhamento médico e afastamento do trabalho por recomendação psiquiátrica.

Em virtude desses fatos, foi ajuizada reclamação trabalhista, pleiteando indenização por danos morais decorrentes de assédio moral. Contudo, a r. sentença de primeiro grau julgou improcedente o pedido, sob o fundamento de ausência de provas suficientes para a configuração do assédio moral.

Inconformado, o Recorrente interpõe o presente recurso, visando à reforma da sentença, diante da robusta prova testemunhal e documental que evidencia a prática de assédio moral e o consequente direito à indenização.

4. DO DIREITO

4.1. DO ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
O assédio moral caracteriza-se pela prática reiterada de condutas abusivas, humilhantes e constrangedoras, capazes de ofender a dignidade, a integridade psíquica e o bem-estar do trabalhador, com o objetivo de minar sua autoestima e reputação, conforme entendimento consolidado pelo TRT 18 REGIÃO - RO 0011640-80.2014.5.18.0002.

O princípio da dignidade da pessoa humana, previsto na CF/88, art. 1º, III, é basilar nas relações de trabalho, impondo ao empregador o dever de zelar por um ambiente laboral saudável e respeitoso. A violação desse princípio, mediante práticas de assédio moral, enseja a reparação por danos morais, nos termos da CF/88, art. 5º, V e X, e do CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927.

4.2. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR
A responsabilidade civil do empregador decorre da culpa pela omissão em coibir práticas abusivas e pelo exercício abusivo do poder diretivo, conforme dispõe o CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927. O dano moral, na hipótese de assédio moral, é presumido (in re ipsa), bastando a comprovação dos atos ilícitos, conforme entendimento do TST (3ª T.) - RR 890-76.2010.5.04.0122.

4.3. DA PROVA DO ASSÉDIO MORAL
O conjunto probatório dos autos, especialmente a prova testemunhal, confirma a existência de condutas reiteradas e abusivas praticadas pelo superior hierárquico do Recorrente, caracterizando o assédio moral, conforme definido pelo TRT 2 REGIÃO (11ª T.) - RO 0000512-63.2014.5.02.0049 e pelo TST (6ª Turma) - Ag-AIRR 334-38.2019.5.17.0012.

A habitualidade e intencionalidade das condutas restaram evidenciadas, preenchendo os requisitos para a configuração do assédio moral, conforme entendimento do TJRJ (SEXTA CAMARA DE DIREITO PUBLICO) - APELAÇÃO 0001184-93.2020.8.19.0063.

4.4. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
A fixação do valor da indenização por danos morais deve observar os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e reparação integral, conforme a CF/88, art. 5º, V e X, e CCB/2002, art. 944. A jurisprudência do TST (6ª Turma) - Ag-AIRR 334-38.2019.5.17.0012 e do STF (ADIs 6.050, 6.082 e 6.069) afasta o tabelamento do valor, cabendo ao julgador fixar o quantum conforme as circunstâncias do caso concreto.

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Destacam-se os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da valorização do trabalho humano (CF/88, art. 1º, IV), da boa-fé objetiva e da proteção à integridade física e psíquica do trabalhador, todos violados pela conduta da Reclamada.

Fechamento Argumentativo: Diante do exposto, restou configurado o assédio moral praticado contra o Recorrente, sendo devida a indenização por danos morais, em valor compatível com a extensão do dano e a capacidade econômica da Reclamada, observando-se os princípios constitucionais e civis aplicáveis à espécie.

5. JURISPRUDÊNCIAS

TRT 2 REGIÃO (11ª T.) - RO 0000512-63.2014.5.02.0049 – “Considera-se que o assédio moral, também denominado de ‘psicoterrorismo’, é caracterizado por reiteradas condutas abusivas praticadas, direta ou indiretamente, pelo empregador, tanto no plano vertical como no plano horizontal da relação contratual, ao empregado, que afetem seu estado psicológico, ferindo sua dignidade. As testemunhas ouvidas, foram claras ao confirmar o tratamento desrespeitoso da supervisora em relação não apenas à reclamante, mas a todos os demais colegas. Caracterizado o assédio, o recurso há de ser provido. CF/88, art. 5º, V e X. CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927.”

TRT 18 REGIÃO - RO 0011640-80.2014.5.18.0002 – “O assédio moral caracteriza-se pela prática de"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Recurso Ordinário interposto por A. J. dos S. contra sentença que julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais decorrentes de assédio moral, sob o fundamento de ausência de provas suficientes para a configuração do alegado assédio.

I. Breve Síntese dos Autos

O Recorrente foi admitido pela empresa B. L. S. Ltda. na função de auxiliar administrativo, alegando que, durante o pacto laboral, foi submetido a condutas abusivas e humilhantes por parte de seu superior hierárquico, resultando em abalo psicológico, necessidade de acompanhamento médico e afastamento do trabalho.

A sentença de primeiro grau julgou improcedente o pedido, fundamentando-se na insuficiência de provas. Inconformado, o Recorrente alega que há robusta prova testemunhal e documental comprovando o assédio moral praticado e requer a reforma da sentença, com a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais.

II. Admissibilidade

Inicialmente, verifico que o recurso é tempestivo, tendo sido interposto dentro do prazo legal, conforme comprovam os autos (CLT, art. 895, I). O preparo recursal foi devidamente realizado, nos termos da CLT, art. 899. Assim, conheço do recurso, uma vez presentes os pressupostos de admissibilidade.

III. Do Mérito

1. Do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho

O assédio moral se caracteriza por condutas reiteradas e sistemáticas, aptas a causar humilhação, constrangimento e sofrimento ao empregado, violando sua dignidade (CF/88, art. 1º, III; art. 5º, V e X; CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927). O princípio da dignidade da pessoa humana é basilar nas relações de trabalho, impondo ao empregador o dever de zelar por ambiente saudável e respeitoso.

Nos autos, a prova testemunhal foi clara ao confirmar que o Recorrente era submetido a cobranças excessivas, ameaças de sanções disciplinares, exposição pública a situações vexatórias e humilhações por parte do superior hierárquico, condutas estas reiteradas e que extrapolam o poder diretivo do empregador.

A doutrina e a jurisprudência pátria reconhecem que a configuração do assédio moral exige a habitualidade e intencionalidade das condutas, elementos presentes no caso concreto (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ; TRT 2 Região, RO Acórdão/TRT2).

2. Da Responsabilidade Civil do Empregador

A responsabilidade civil do empregador decorre da omissão em coibir práticas abusivas e do exercício abusivo do poder diretivo (CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927). O dano moral, em hipóteses de assédio moral, é presumido (in re ipsa), bastando a comprovação dos atos ilícitos (TST, RR 890-76.2010.5.04.0122).

3. Do Quantum Indenizatório

A fixação do valor da indenização deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como a extensão do dano e a capacidade econômica da Reclamada (CF/88, art. 5º, V e X; CCB/2002, art. 944). A jurisprudência afasta o tabelamento do valor, cabendo ao julgador fixar o quantum em conformidade com as peculiaridades do caso (TST, Ag-AIRR 334-38.2019.5.17.0012; STF, ADIs 6.050, 6.082 e 6.069).

Considerando a gravidade das condutas, o abalo psicológico sofrido e os parâmetros jurisprudenciais, entendo adequada a fixação da indenização por danos morais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conforme pleiteado, ou em valor diverso a ser arbitrado de acordo com a extensão do dano e capacidade financeira da Reclamada.

4. Dos Honorários Advocatícios e Demais Consequências

Devida a condenação ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais (CPC/2015, art. 85; CLT, art. 791-A), bem como dos consectários legais sobre o valor da indenização, nos termos da lei.

Defere-se, ainda, a justiça gratuita ao Recorrente, por preencher os requisitos legais (CPC/2015, art. 98; CLT, art. 790, § 3º).

IV. Dispositivo

Ante o exposto, dou provimento ao Recurso Ordinário para reformar a sentença de primeiro grau, reconhecendo a ocorrência de assédio moral praticado pela Reclamada contra o Recorrente, condenando-a ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), ou outro valor a ser arbitrado conforme apreciação equitativa, acrescido de juros e correção monetária, além de honorários advocatícios sucumbenciais.

Mantenho os demais termos da sentença que não foram objeto de recurso.

É como voto.

V. Fundamentação Constitucional

Ressalto que o presente voto é proferido em estrita observância ao princípio da fundamentação das decisões judiciais, previsto na CF/88, art. 93, IX, que determina que todos os julgamentos sejam públicos e fundamentados, sob pena de nulidade.

CF/88, art. 93, IX: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade...”

O dever de motivação encontra-se plenamente atendido, com base na análise dos fatos, provas e fundamentos legais e constitucionais acima delineados.

VI. Conclusão

Por todo o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento, nos termos acima, para condenar a Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais decorrentes de assédio moral, nos termos da fundamentação.

[Local], [data do julgamento]

 

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) Relator(a)


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.