Modelo de Ação revisional de contrato de empréstimo pessoal contra Banco X S.A. para limitar juros abusivos, excluir cobranças indevidas e restituir valores pagos a maior com fundamento no CDC e Código Civil
Publicado em: 08/07/2025 Processo CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, comerciário, inscrito no CPF sob o nº [XXX.XXX.XXX-XX], portador do RG nº [XX.XXX.XXX-X], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliado na Rua [Nome da Rua], nº [XXX], Bairro [Nome do Bairro], CEP [XXXXX-XXX], Cidade/UF,
por seu advogado infra-assinado (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL
em face de Banco X S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [XX.XXX.XXX/XXXX-XX], com sede na Rua [Nome da Rua], nº [XXX], Bairro [Nome do Bairro], CEP [XXXXX-XXX], Cidade/UF, endereço eletrônico: [[email protected]], pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor celebrou com a Ré, em [data da contratação], contrato de empréstimo pessoal, registrado sob o nº [número do contrato], com valor financiado de R$ [valor], a ser pago em [número] parcelas mensais de R$ [valor da parcela].
O contrato foi firmado em condições de adesão, sem possibilidade de negociação individual das cláusulas, sendo o Autor consumidor final do serviço bancário, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, §2º.
Após o início do pagamento das parcelas, o Autor percebeu que os valores debitados mensalmente superavam, em muito, o valor originalmente pactuado, em razão da aplicação de taxas de juros e encargos que, segundo pesquisa junto ao Banco Central, excedem a média de mercado para operações similares na mesma época.
Além disso, foram cobradas tarifas administrativas e de cadastro, sem a devida comprovação da prestação dos serviços correspondentes, bem como outros encargos considerados abusivos pelo Autor.
O Autor tentou, sem êxito, obter esclarecimentos e revisão administrativa junto à instituição financeira, restando infrutíferas as tentativas de solução extrajudicial.
Diante do exposto, busca a tutela jurisdicional para revisão das cláusulas contratuais abusivas, limitação dos juros à média de mercado, restituição dos valores pagos a maior e exclusão de cobranças indevidas, com fundamento na legislação consumerista e civil.
Resumo: O Autor, consumidor, celebrou contrato de empréstimo pessoal com a Ré, identificando posteriormente abusividade nas taxas de juros e tarifas cobradas, que superam a média de mercado, e não obteve solução administrativa, buscando a revisão judicial do contrato.
4. DO DIREITO
4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA APLICABILIDADE DO CDC
O contrato em questão caracteriza relação de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, §2º, sendo o Autor destinatário final do serviço bancário. A jurisprudência consolidada do STJ (Súmula 297/STJ) reconhece a incidência do CDC às instituições financeiras.
4.2. DA POSSIBILIDADE DE REVISÃO CONTRATUAL
O CDC, art. 6º, V, assegura ao consumidor a revisão das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. O princípio do equilíbrio contratual e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 421 e art. 422) impõe a necessidade de adequação das obrigações quando se verifica desvantagem exagerada ao consumidor.
A revisão judicial de contratos bancários é admitida em situações excepcionais, quando demonstrada a abusividade das taxas de juros ou de encargos, conforme orientação do STJ (REsp 1.061.530/RS/STJ, Temas Repetitivos 27 e 234). Não se trata de intervenção automática, mas de proteção ao consumidor vulnerável diante de cláusulas desproporcionais.
4.3. DA ABUSIVIDADE DAS TAXAS DE JUROS E ENCARGOS
A estipulação de juros superiores a 12% ao ano não é, por si só, abusiva (Súmula 596/STF), mas a cobrança de taxas flagrantemente superiores à média de mercado, sem justificativa plausível, caracteriza onerosidade excessiva e desequilíbrio contratual (CDC, art. 51, §1º, III; CCB/2002, art. 421). A jurisprudência do STJ (REsp 1.061.530/RS/STJ) e dos Tribunais Estaduais reconhece a possibilidade de limitação dos juros à taxa média de mercado, especialmente quando não demonstrados riscos específicos da operação.
No caso, as taxas aplicadas pela Ré superam, em mais de uma vez e meia, a média de mercado divulgada pelo Banco Central para a mesma modalidade e período, sem justificativa para tal disparidade, o que autoriza a revisão judicial.
4.4. DA COBRANÇA DE TARIFAS E SERVIÇOS NÃO PRESTADOS
A cobrança de tarifas administrativas, de cadastro ou de avaliação do bem somente é legítima se comprovada a efetiva prestação do serviço e a razoabilidade do valor (CDC, art. 51, §1º; Lei 10.931/04,"'>...
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