Modelo de Ação revisional de contrato de empréstimo consignado contra Banco X S.A. com pedido de tutela de urgência para limitar descontos abusivos, repetição de indébito e revisão de cláusulas abusivas com base no CDC e ...
Publicado em: 28/06/2025 Processo CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __ do Estado do Rio de Janeiro,
(Observação: conforme competência do Tribunal de Justiça do Estado, nos termos do CPC/2015, art. 319, I.)
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, aposentado, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000, profissão: servidor público aposentado, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua X, nº 100, Bairro Y, Cidade Z, Estado do Rio de Janeiro, CEP 00000-000,
por seu advogado infra-assinado, instrumento de mandato anexo,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
em face de
BANCO X S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Avenida W, nº 2000, Bairro V, Cidade Z, Estado do Rio de Janeiro, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected],
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor, aposentado e consumidor final dos serviços bancários prestados pela Ré, celebrou diversos contratos de empréstimo consignado junto ao Banco X S.A., com descontos realizados diretamente em sua folha de pagamento, conforme autorizado pela Lei 10.820/2003.
Ocorre que, em determinado momento, a instituição financeira agrupou contratos anteriores de empréstimo consignado, promovendo a chamada “renovação” ou “refinanciamento”, sem a devida transparência e informação clara quanto às condições, taxas de juros, número de parcelas e encargos incidentes, resultando na duplicação do valor da dívida e aumento significativo do saldo devedor.
Ademais, após a consolidação dos contratos, o Autor passou a sofrer descontos em sua folha de pagamento que ultrapassam 30% de seus proventos líquidos, comprometendo sua subsistência e violando o princípio do mínimo existencial, conforme previsto na CF/88, art. 1º, III, e na legislação consumerista.
Ressalte-se que, ao analisar os extratos e contratos fornecidos pela Ré, verifica-se a aplicação de taxas de juros muito superiores à média de mercado para operações da mesma espécie, além de possível capitalização indevida de juros (anatocismo), práticas vedadas pelo CDC e pela jurisprudência consolidada do STJ (REsp 1.061.530/RS/STJ).
O Autor buscou esclarecimentos junto à instituição financeira, sem, contudo, obter respostas claras e documentadas acerca da evolução do débito, dos critérios de cálculo dos juros e da legalidade dos descontos realizados, restando configurada a violação ao dever de informação (CDC, art. 6º, III).
Diante do superendividamento e da onerosidade excessiva, o Autor não encontrou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional para revisão das cláusulas contratuais, limitação dos descontos mensais, apuração de eventual cobrança indevida e repetição do indébito, com a devida recomposição do equilíbrio contratual.
Resumo lógico: O Autor foi surpreendido com a consolidação de contratos que duplicou sua dívida, resultando em descontos abusivos superiores a 30% de seus proventos, sem transparência ou informação adequada, ensejando a necessidade de intervenção judicial para proteção de seus direitos.
4. DO DIREITO
4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E APLICABILIDADE DO CDC
A relação jurídica estabelecida entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e 3º, sendo o Autor consumidor e a Ré fornecedora de serviços financeiros. A jurisprudência do STJ (Súmula 297/STJ) reconhece expressamente a incidência do CDC às instituições financeiras.
4.2. DO DEVER DE INFORMAÇÃO E DA BOA-FÉ OBJETIVA
O CDC, art. 6º, III, impõe ao fornecedor o dever de prestar informações claras, precisas e ostensivas ao consumidor, especialmente quanto às condições contratuais, taxas de juros, encargos e consequências do refinanciamento. A ausência de transparência e a complexidade dos contratos de consolidação violam o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o direito básico à informação.
4.3. DA LIMITAÇÃO DOS DESCONTOS E PROTEÇÃO DO MÍNIMO EXISTENCIAL
A Lei 10.820/2003, art. 1º, parágrafo único, estabelece o limite de 35% dos proventos líquidos para descontos a título de empréstimo consignado, visando proteger o mínimo existencial do consumidor. O comprometimento superior a esse percentual caracteriza situação de superendividamento, vedada pela Lei 14.181/2021, que reforça a necessidade de preservação da dignidade do consumidor (CF/88, art. 1º, III; CDC, art. 6º, XII).
4.4. DA REVISÃO DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS E DOS JUROS REMUNERATÓRIOS
O CDC, art. 51, §1º, autoriza a revisão de cláusulas contratuais que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, inclusive quanto à estipulação de juros remuneratórios. O STJ, no REsp 1.061.530/RS/STJ, firmou o entendimento de que a taxa média de mercado, divulgada pelo Banco Central, deve ser utilizada como parâmetro para aferição da abusividade dos juros.
A cobrança de juros muito acima da média de mercado, sem justificativa plausível, caracteriza onerosidade excessiva e permite a revisão judicial do contrato, nos termos do CDC, art. 6º, V, e art. 51, IV e §1º.
4.5. DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO
Havendo cobrança indevida de valores, o consumidor tem direito à repetição do indébito, em dobro, salvo engano justificável, conforme CDC, art. 42, parágrafo único.
4.6. DA TUTELA DE URGÊNCIA
O perigo de dano é evidente, pois os descontos abusivos comprometem a subsistência do Autor, justificando a concessão de tutela de urgência para limitar imediatamente os descontos mensais ao percentual máximo de 35% dos proventos líquidos, nos termos do CPC/2015, art. 300.
Resumo lógico: A legislação e a jurisprudênc"'>...
Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.