Modelo de Ação de repetição de indébito cumulada com indenização por danos morais contra Banco X S/A por descontos indevidos em benefício previdenciário após quitação de cartão de crédito
Publicado em: 10/05/2025 Processo CivilConsumidorAÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, aposentado, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected],
por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional à Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Justiça, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected],
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
em face de Banco X S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Avenida das Empresas, nº 1000, Bairro Negócios, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor, ora Demandante, celebrou com a Ré, Banco X S/A, contrato de cartão de crédito consignado, cuja quitação integral se deu em [data da quitação]. Após a quitação, o Autor constatou, perplexo, que a Ré continuou a realizar descontos mensais em seu benefício previdenciário, mesmo inexistindo qualquer débito remanescente.
Os descontos indevidos persistem há meses, sendo que, a cada reclamação formalizada pelo Autor junto ao atendimento da Ré, o valor é estornado apenas após a manifestação expressa do consumidor, tornando-se um ciclo vicioso e desgastante.
Ressalte-se que tais descontos vêm comprometendo a subsistência do Autor, aposentado, que depende integralmente de sua renda previdenciária para custear suas necessidades básicas. A conduta da Ré, além de ilegal, afronta a boa-fé objetiva e a dignidade da pessoa humana, princípios fundamentais do ordenamento jurídico pátrio (CF/88, art. 1º, III).
Não obstante as reiteradas reclamações, a Ré permanece inerte, transferindo ao consumidor o ônus de buscar, mês a mês, a devolução dos valores indevidamente descontados, o que configura evidente abuso e falha na prestação do serviço.
Diante da recalcitrância da Ré e da continuidade das cobranças indevidas, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver cessada a conduta ilícita, obter a restituição dos valores pagos indevidamente e ser indenizado pelos danos morais sofridos.
Resumo: O Autor quitou o contrato de cartão de crédito, mas a Ré segue descontando valores em seu benefício, obrigando-o a reclamar para obter estorno, situação que se repete há meses e afronta direitos fundamentais.
4. DO DIREITO
4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE OBJETIVA
A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, pois o Autor é destinatário final dos serviços prestados pela Ré, instituição financeira fornecedora de serviços bancários.
A responsabilidade da Ré é objetiva, fundada na teoria do risco do empreendimento (CDC, art. 14), respondendo pelos danos causados ao consumidor, independentemente de culpa, por falha na prestação do serviço.
4.2. DA COBRANÇA INDEVIDA E REPETIÇÃO DO INDÉBITO
O CDC, art. 42, parágrafo único, dispõe que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, salvo hipótese de engano justificável.
No caso em tela, não há qualquer justificativa plausível para a manutenção dos descontos após a quitação do contrato, tampouco demonstração de engano justificável por parte da Ré. Ao contrário, a conduta reiterada evidencia má prestação do serviço e afronta à boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).
Assim, faz jus o Autor à devolução em dobro dos valores descontados indevidamente, corrigidos e acrescidos de juros legais.
4.3. DO DANO MORAL
A conduta da Ré ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, pois subtrai valores essenciais à subsistência do Autor, aposentado, causando-lhe angústia, aflição e sentimento de impotência, caracterizando dano moral in re ipsa.
O dano moral, nesse contexto, decorre da própria conduta ilícita, sendo desnecessária a demonstração do prejuízo concreto, bastando a comprovação do fato ensejador (CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927).
O valor da indenização deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, com caráter punitivo e pedagógico, sem ensejar enriquecimento sem causa.
4.4. DO ÔNUS DA PROVA
Nos termos do CPC/2015, art. 373, II, e do CDC, art. 14, § 3º, incumbe à Ré comprovar a regularidade dos descontos e a inexistência de falha na prestação do serviço, ônus do qual não se desincumbiu.
4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da vulnerabilidade do consumidor (CDC, art. 4º, I), e da "'>...
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