Modelo de Réplica à contestação em ação revisional contra Banco do Brasil S.A. para revisão da atualização monetária e indenização por danos materiais em conta vinculada ao PASEP, fundamentada no Código de Defesa do C...

Publicado em: 14/05/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de réplica à contestação em ação revisional do PASEP ajuizada contra o Banco do Brasil S.A., abordando a legitimidade passiva do banco, a competência da Justiça Estadual, a não ocorrência de prescrição pelo termo inicial da actio nata, e requerendo produção de prova pericial e inversão do ônus da prova, com base no CDC, Código Civil e jurisprudência consolidada do STJ. Inclui impugnação das preliminares, fundamentos jurídicos, pedidos de condenação por danos materiais e demais requerimentos processuais.
← deslize para o lado para ver mais opções

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
AÇÃO REVISIONAL DO PASEP

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Ananindeua/PA.

2. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

A presente demanda foi ajuizada por R. O. C. em face do Banco do Brasil S.A., visando à revisão da atualização monetária do saldo de sua conta vinculada ao PASEP, bem como à indenização por danos materiais, diante da alegação de que os valores creditados foram incompatíveis com os anos de contribuição, resultando em rendimento irrisório.

Em sua contestação, o Banco do Brasil S.A. aduz que:

  • Os depósitos de cotas do PASEP ocorreram entre 1972 e 1989, sendo vedada a entrada de novos cotistas após a CF/88, art. 239;
  • Após 1988, não houve novas distribuições de cotas, destinando-se os recursos ao Abono e Seguro-Desemprego;
  • O prazo prescricional seria de 10 anos a partir do saque, conforme entendimento do STJ (Tema 1.150/STJ);
  • Não há comprovação de saques indevidos ou ausência de aplicação dos índices oficiais pela autora, que busca apenas revisão dos índices de atualização;
  • Defende a necessidade de inclusão da União no polo passivo, por envolver critérios normativos de atualização monetária.

 

3. PRELIMINARES (SE HOUVER)

I. Da Desnecessidade de Litisconsórcio Passivo com a União e da Competência da Justiça Estadual
O réu suscita preliminar de ilegitimidade passiva e incompetência da Justiça Estadual, sob o argumento de que a União deveria integrar o polo passivo. Contudo, tal alegação não prospera. O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Tema 1.150/STJ (REsp 1.895.936/TO/STJ), firmou entendimento de que o Banco do Brasil S.A. possui legitimidade passiva para responder por eventuais falhas na gestão das contas individuais do PASEP, e que a competência para julgamento da demanda é da Justiça Estadual, não havendo interesse jurídico direto da União (CF/88, art. 109, I; Súmula 42/STJ).

II. Da Inexistência de Prescrição
O réu alega prescrição decenal, mas não há elementos nos autos que demonstrem o decurso do prazo de 10 anos a partir do efetivo conhecimento do alegado desfalque ou da realização do saque, conforme a teoria da actio nata (CCB/2002, art. 205; Tema 1.150/STJ). A autora somente tomou ciência da suposta lesão ao acessar o extrato da conta, marco inicial do prazo prescricional.

Assim, as preliminares suscitadas pelo réu devem ser rejeitadas.

4. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO

I. Da Regularidade dos Depósitos e Atualizações
O réu limita-se a afirmar que todos os depósitos e atualizações foram realizados conforme a legislação vigente, mas não apresenta documentos que demonstrem a efetiva observância dos índices legais, nem esclarece as divergências apontadas pela autora quanto à evolução do saldo da conta.

II. Da Suposta Ausência de Saques Indevidos
O réu não nega a possibilidade de equívocos na aplicação dos índices de correção, restringindo-se a alegar genericamente a regularidade dos procedimentos. Contudo, a autora demonstrou, por meio de extratos e planilhas, a existência de diferença significativa entre o saldo esperado e o efetivamente disponibilizado, o que evidencia a necessidade de apuração pericial.

III. Da Legitimidade Passiva do Banco do Brasil
A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais Estaduais reconhece a legitimidade passiva do Banco do Brasil para responder por falhas na administração das contas PASEP, afastando a necessidade de inclusão da União (Tema 1.150/STJ).

IV. Da Competência da Justiça Estadual
A competência da Justiça Estadual para processar e julgar a presente demanda é pacífica, uma vez que não há interesse jurídico direto da União, conforme reiteradamente decidido pelo STJ (CF/88, art. 109, I; Súmula 42/STJ).

V. Da Prescrição
O prazo prescricional decenal deve ser contado a partir do momento em que a autora teve ciência do alegado prejuízo, ou seja, do acesso ao extrato da conta, e não da data do último depósito ou saque, conforme a teoria da actio nata (CCB/2002, art. 205; Tema 1.150/STJ).

5. DO DIREITO

I. Da Responsabilidade do Banco do Brasil
O Banco do Brasil S.A., na qualidade de gestor das contas vinculadas ao PASEP, responde objetivamente por eventuais falhas na prestação do serviço, nos termos do CDC, art. 14, e do princípio da boa-fé objetiva (CF/88, art. 5º, XXXII; CDC, art. 6º, VI e VIII). A responsabilidade do fornecedor de serviços é objetiva, sendo suficiente a demonstração do dano e do nexo causal para ensejar a reparação.

II. Da Legitimidade Passiva e Competência da Justiça Estadual
O STJ, no julgamento do Tema 1.150/STJ, consolidou o entendimento de que o Banco do Brasil possui legitimidade passiva ad causam para responder por falhas na administração das contas do PASEP, e que a competência para julgamento da demanda é da Justiça Estadual, salvo interesse jurídico direto da União, o que não ocorre na espécie (CF/88, art. 109, I; Súmula 42/STJ).

III. Da Prescrição Decenal e Termo Inicial
A pretensão de ressarcimento por eventuais desfalques ou diferenças em conta vinculada ao PASEP submete-se ao prazo prescricional de 10 anos, nos termos do CCB/2002, art. 205, sendo o termo inicial a data em que a autora tomou ciência do alegado prejuízo, conforme a teoria da actio nata (Tema 1.150/STJ).

IV. "'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação revisional ajuizada por R. O. C. em face do Banco do Brasil S.A., visando à revisão da atualização monetária do saldo de sua conta vinculada ao PASEP, bem como à indenização por danos materiais, sob alegação de que os valores creditados foram incompatíveis com os anos de contribuição, resultando em rendimento irrisório.

Em contestação, o réu alegou, em síntese: (i) a inexistência de novas cotas após a CF/88, art. 239; (ii) ausência de falhas nos depósitos e atualizações; (iii) prescrição decenal, contada do saque; (iv) inexistência de saques indevidos; (v) necessidade de inclusão da União no polo passivo.

Em réplica, a autora refutou as preliminares de ilegitimidade passiva, incompetência e prescrição, reiterando a legitimidade do Banco do Brasil, a competência da Justiça Estadual e a necessidade de contagem do prazo prescricional a partir do efetivo conhecimento do suposto prejuízo.

II. Fundamentação

1. Da Fundamentação Constitucional e Legal

O presente julgamento observa o comando da CF/88, art. 93, IX, que impõe a fundamentação das decisões judiciais, sendo vedada qualquer decisão judicial sem motivação apta a permitir o controle jurisdicional e social.

2. Das Preliminares

Ilegitimidade Passiva e Competência da Justiça Estadual
O réu sustenta sua ilegitimidade passiva e a incompetência deste Juízo, sob o argumento de que a União deveria integrar o polo passivo. Todavia, restou pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Tema 1.150/STJ (REsp Acórdão/STJ), que o Banco do Brasil detém legitimidade passiva para responder por eventuais falhas na gestão das contas individuais do PASEP, e que a competência é da Justiça Estadual, não havendo interesse jurídico direto da União (CF/88, art. 109, I; Súmula 42/STJ).

Prescrição
Quanto à prescrição, defende o réu a contagem do prazo decenal a partir do saque, conforme Tema 1.150/STJ. No entanto, a teoria da actio nata (CCB/2002, art. 205) impõe que o termo inicial se dê a partir do efetivo conhecimento do alegado prejuízo, o que, nos autos, corresponde ao momento em que a autora acessou o extrato da conta.

Dessa forma, rejeito as preliminares de ilegitimidade passiva, incompetência absoluta e prescrição.

3. Do Mérito

Responsabilidade Objetiva do Banco do Brasil
Em consonância com o CDC, art. 14 e jurisprudência consolidada, o Banco do Brasil, atuando como gestor das contas vinculadas ao PASEP, responde objetivamente por eventuais falhas na prestação do serviço. A responsabilidade é afastada apenas se comprovada a inexistência de defeito ou fato exclusivo da vítima ou de terceiro.

Inversão do Ônus da Prova
Considerando a hipossuficiência técnica da parte autora e a verossimilhança das alegações, é de rigor a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, devendo o réu apresentar todos os extratos e documentos necessários à apuração do saldo correto da conta PASEP.

Necessidade de Produção de Prova Pericial
Restando controvérsia quanto à correta atualização dos valores e à existência de diferenças entre o saldo devido e o disponibilizado, faz-se imprescindível a produção de perícia contábil, nos termos do CPC/2015, art. 464 e seguintes, para apuração dos valores efetivamente devidos.

Danos Materiais
Caso comprovada, por perícia, a existência de diferença de saldo em desfavor da autora, deverá o Banco do Brasil ser condenado ao pagamento da diferença apurada, devidamente corrigida e acrescida de juros legais, a título de danos materiais (CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927).

4. Princípios Constitucionais e Jurisprudência

O caso demanda aplicação dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva, da proteção ao consumidor (CF/88, art. 5º, XXXII) e do acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV), além do entendimento consolidado pelo STJ quanto à legitimidade do Banco do Brasil e à competência da Justiça Estadual.

Destaco os precedentes do STJ e tribunais pátrios (Tema 1.150/STJ; Súmula 42/STJ) que reconhecem:

  • Legitimidade passiva do Banco do Brasil em demandas fundadas em falhas na administração do PASEP;
  • Competência da Justiça Estadual, salvo intervenção da União;
  • Prazo prescricional decenal, com termo inicial no conhecimento do prejuízo (teoria da actio nata);
  • Necessidade de perícia contábil para apuração do saldo devido;
  • Responsabilidade objetiva da instituição financeira.

 

III. Dispositivo

Ante o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido, nos seguintes termos:

  1. Rejeito as preliminares suscitadas pelo réu;
  2. Reconheço a legitimidade passiva do Banco do Brasil S.A. e a competência deste juízo;
  3. Determino a inversão do ônus da prova, cabendo ao réu apresentar todos os extratos e documentos relativos à conta PASEP da autora, sob pena de confissão;
  4. Defiro a produção de prova pericial contábil para apuração do saldo devido na conta PASEP, conforme requerido;
  5. Fixo que, uma vez comprovada, por perícia, a existência de diferença entre o saldo correto e o disponibilizado, deverá o réu ser condenado ao pagamento da diferença, devidamente atualizada, a título de danos materiais;
  6. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação, observado o benefício da gratuidade de justiça à autora;
  7. Defiro a intimação do réu para apresentação de todos os documentos e extratos pertinentes, sob pena de confissão;
  8. Após a conclusão da instrução, voltem os autos conclusos para sentença de liquidação, se o caso.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Este voto está fundamentado nos termos da CF/88, art. 93, IX.

IV. Ementa

AÇÃO REVISIONAL DO PASEP. BANCO DO BRASIL S.A. LEGITIMIDADE PASSIVA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. PRAZO PRESCRICIONAL DECENAL. TERMO INICIAL NO CONHECIMENTO DO PREJUÍZO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. PARCIAL PROCEDÊNCIA. SENTENÇA FUNDAMENTADA. (CF/88, art. 93, IX; CDC, art. 6º, VIII; CCB/2002, art. 205; Tema 1.150/STJ)

V. Ananindeua/PA, data da assinatura

Ananindeua/PA, ____ de ____________ de 2025.

___________________________________
Magistrado(a)


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.