Modelo de Réplica à contestação em ação de obrigação de fazer contra Hapvida Assistência Médica Ltda., requerendo cumprimento de tutela de urgência para colocação de dreno biliar, vedação de alta hospitalar e indeni...

Publicado em: 06/08/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Documento jurídico que apresenta réplica à contestação em ação contra operadora de plano de saúde pela não observância de tutela de urgência para procedimento médico essencial, requerendo regularização do tratamento, vedação da alta hospitalar da paciente, indenização por danos morais e aplicação de multa, com base no Código de Processo Civil, Código Civil, Constituição Federal e Código de Defesa do Consumidor. Contém exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudências e pedidos instruídos para garantir o direito fundamental à saúde da autora.
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RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. DOS FATOS

A. J. dos S., já devidamente qualificada nos autos da Ação de Obrigação de Fazer c/c Pedido de Tutela de Urgência movida em face de Hapvida Assistência Médica Ltda., vem, por intermédio de sua procuradora, apresentar sua RÉPLICA à contestação apresentada pela ré.

A presente demanda foi ajuizada em virtude da grave situação de saúde da autora, portadora de doença avançada, que necessitou de intervenção cirúrgica para drenagem biliar, procedimento este prescrito por equipe médica como imprescindível para o controle da doença e alívio das dores intensas. Em sede de tutela de urgência, foi deferida ordem judicial para que a ré providenciasse a colocação do dreno biliar adequado, conforme prescrição médica.

Contudo, a ré não cumpriu integralmente a tutela de urgência, tendo realizado procedimento diverso do determinado, o que resultou em retorno do quadro de refluxo biliar, agravamento do estado clínico da paciente e manutenção de dores intensas, exigindo o uso contínuo de morfina. Ademais, o hospital vinculado à ré pretende dar alta à paciente, mesmo diante da ausência de condições clínicas mínimas para tanto, colocando em risco sua saúde e dignidade.

Ressalta-se que a autora permanece em situação de vulnerabilidade, sem o adequado suporte médico, sendo reiteradamente informada de que "não há mais o que fazer", o que demonstra descaso e afronta ao direito fundamental à saúde.

Diante da gravidade dos fatos, impõe-se a presente manifestação para refutar os argumentos defensivos e reiterar a necessidade de cumprimento da ordem judicial, em respeito à legislação vigente e aos princípios constitucionais.

3. DA NÃO OBSERVÂNCIA DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela de urgência deferida por este Juízo determinou expressamente a realização do procedimento de colocação do dreno biliar adequado, conforme prescrição médica, com o objetivo de evitar danos irreparáveis à saúde da autora (CPC/2015, art. 300).

Todavia, a ré não observou a ordem judicial, limitando-se a realizar procedimento insuficiente e ineficaz, o que resultou na manutenção do quadro de refluxo biliar e dores incapacitantes, obrigando a autora ao uso contínuo de morfina. Tal conduta configura descumprimento da decisão judicial e afronta ao princípio da efetividade da tutela jurisdicional.

A jurisprudência é firme no sentido de que a inobservância da tutela de urgência, especialmente em casos envolvendo direito à saúde, enseja responsabilização da operadora de plano de saúde, inclusive com aplicação de multa cominatória e indenização por danos morais, dada a gravidade do risco envolvido e a urgência da prestação (TJSP, AI 2000550-87.2025.8.26.0000; TJRJ, Ap. 0932149-16.2023.8.19.0001).

O descumprimento da tutela de urgência não pode ser tolerado, especialmente quando se trata de paciente em estado grave, cuja dignidade e saúde estão em risco iminente (CF/88, art. 1º, III; CF/88, art. 196).

4. DO DIREITO

O direito à saúde é garantido constitucionalmente como direito fundamental, sendo dever do Estado e da iniciativa privada assegurar condições dignas de tratamento aos pacientes (CF/88, art. 6º e CF/88, art. 196). Os planos de saúde, ao assumirem a obrigação de prestar assistência médica, não podem se furtar ao cumprimento das determinações judiciais e das prescrições médicas, sob pena de violação dos princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato (CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422).

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) também se aplica à relação entre a autora e a ré, impondo o dever de fornecer serviços adequados, eficazes e seguros (CDC, art. 6º, I e CDC, art. 14). Cláusulas que limitem ou excluam tratamentos essenciais são consideradas abusivas (CDC, art. 51, I e IV).

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, requisitos plenamente demonstrados nos autos. O descumprimento da tutela de urgência, além de configurar ato atentatório à dignidade da justiça (CPC/2015, art. 77, IV), autoriza a aplicação de multa e outras medidas coercitivas.

No caso em tela, a ré não apenas descumpriu a ordem judicial, como também expôs a autora a sofrimento desnec"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de tutela de urgência ajuizada por A. J. dos S. em face de Hapvida Assistência Médica Ltda., visando compelir a ré à realização de procedimento cirúrgico específico – colocação de dreno biliar adequado – conforme prescrição médica, diante do grave quadro de saúde da autora.

Deferida a tutela de urgência, determinando-se à ré a realização do procedimento, a autora alega, em réplica, que a ordem judicial não foi integralmente cumprida, persistindo seu estado clínico grave e a necessidade do procedimento correto, além de risco de alta hospitalar sem condições clínicas.

A ré apresentou contestação, sustentando ter prestado a assistência devida e alegando não ser responsável por agravamento do quadro da autora.

2. Fundamentação

2.1 Do Conhecimento do Pedido e da Regularidade Processual

Inicialmente, cumpre destacar que se encontram presentes os pressupostos de admissibilidade, estando o feito apto ao julgamento do mérito, nos termos do CPC/2015, art. 485 e do CPC/2015, art. 319.

2.2 Da Tutela Jurisdicional e Fundamentação Obrigatória

Nos termos da CF/88, art. 93, IX, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. O magistrado deve enfrentar os fatos relevantes da causa e aplicar as normas constitucionais e legais pertinentes, observando os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

2.3 Do Direito Fundamental à Saúde e à Dignidade da Pessoa Humana

A Constituição da República assegura, como direito fundamental, o acesso à saúde, sendo dever do Estado e da iniciativa privada a sua proteção e efetivação (CF/88, art. 6º e CF/88, art. 196). Ademais, a dignidade da pessoa humana se consagra como fundamento da República (CF/88, art. 1º, III), impondo-se a todos, inclusive aos entes privados, o respeito à integridade e à vida.

2.4 Da Obrigação Contratual e da Aplicação do CDC

A relação jurídica entre as partes é regida pela legislação civil e consumerista, de modo que o contrato de plano de saúde deve respeitar a boa-fé e a função social do contrato (CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422), bem como os direitos básicos do consumidor, notadamente à prestação de serviço adequado, eficaz e seguro (CDC, art. 6º, I e CDC, art. 14).

Cláusulas limitativas ou excludentes de cobertura a procedimentos essenciais são consideradas abusivas (CDC, art. 51, I e IV), não podendo prevalecer em detrimento da saúde do consumidor.

2.5 Do Descumprimento da Tutela de Urgência

Restou incontroverso nos autos que a ré não cumpriu integralmente a ordem judicial de tutela de urgência, pois realizou procedimento diverso do determinado, agravando o quadro clínico da autora e mantendo-a em sofrimento intenso. Tal conduta representa afronta ao princípio da efetividade da jurisdição e ato atentatório à dignidade da justiça (CPC/2015, art. 77, IV), autorizando a imposição de medidas coercitivas.

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer a responsabilidade da operadora de plano de saúde em situações como a dos autos, inclusive com condenação em danos morais, diante do risco à vida e à integridade do paciente (TJSP, AI Acórdão/TJSP; TJRJ, Ap. Acórdão/TJRJ).

2.6 Da Alta Hospitalar Indevida

A pretensão da ré em promover a alta hospitalar da autora, sem condições clínicas adequadas, configura prática abusiva e expõe a risco a vida e a saúde da paciente, em afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

2.7 Da Indenização por Danos Morais

O sofrimento experimentado pela autora, decorrente do agravamento de seu estado clínico e do descumprimento da ordem judicial, excede o mero aborrecimento e enseja reparação por danos morais, conforme consolidado entendimento jurisprudencial (TJRJ, Ap. Acórdão/TJRJ).

3. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, nos termos da CF/88, art. 93, IX, para:

  1. Reconhecer o descumprimento da tutela de urgência por parte da ré, determinando que esta providencie, de imediato, a colocação do dreno biliar adequado à autora, conforme prescrição médica, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00;
  2. Proibir a alta hospitalar da autora enquanto não houver condições clínicas adequadas, atestadas por equipe médica independente;
  3. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 10.000,00, considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  4. Manter as determinações anteriores relativas à obrigação de fazer e à aplicação de multa cominatória;
  5. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 15% sobre o valor da condenação;
  6. Defiro a produção das provas requeridas pelas partes, especialmente prova pericial, caso necessária, para atestar o quadro clínico da autora.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Conclusão

Este é o voto.

Comarca de ____________, data.

Magistrado(a)


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