Modelo de Reclamação trabalhista por danos morais contra empregador rural por omissão na segurança do caseiro após invasão armada e agressão física, com pedido de indenização e verbas trabalhistas

Publicado em: 25/07/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Modelo de reclamação trabalhista ajuizada por caseiro rural contra empregador por omissão na segurança do local de trabalho e residência, resultando em invasão armada, agressão física e danos morais. Fundamenta-se na CLT, Constituição Federal e Código Civil para pleitear indenização por danos morais, pagamento de verbas trabalhistas, justiça gratuita, produção de provas e honorários advocatícios. Inclui jurisprudências aplicáveis e requer audiência conciliatória.
← deslize para o lado para ver mais opções

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ___ Vara do Trabalho de [Cidade/UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Reclamante: A. J. dos S., brasileiro, casado, caseiro, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Chácara [nome ou número], Zona Rural, [Município/UF], CEP 00000-000.

Reclamado: B. F. da S., brasileiro, solteiro, empresário, portador do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua [nome], nº [número], Bairro [nome], [Município/UF], CEP 11111-111.

3. DOS FATOS

O Reclamante foi contratado pelo Reclamado em [data de admissão], para exercer a função de caseiro na chácara de propriedade do Reclamado, localizada na Zona Rural de [Município/UF]. O vínculo empregatício sempre se deu de forma contínua, mediante salário mensal, com jornada de dedicação exclusiva à manutenção, vigilância e cuidados gerais do imóvel.

No exercício de suas funções, o Reclamante e sua família passaram a residir na própria chácara, tornando-se responsáveis não apenas pelas atividades laborais, mas também pela guarda do patrimônio do empregador. Ressalte-se que a chácara não possuía qualquer sistema de segurança, como muros, cercas elétricas, monitoramento ou vigilância privada, mesmo após ter sido alvo de duas invasões anteriores, fato do conhecimento do Reclamado.

Em [data do evento], a chácara foi novamente invadida por criminosos armados, que espancaram brutalmente o Reclamante e subtraíram diversos pertences seus e de sua família. O Reclamante precisou ser hospitalizado em decorrência das lesões sofridas, tendo registrado Boletim de Ocorrência (B.O.) imediatamente após o fato.

Apesar da gravidade do ocorrido e do histórico de invasões, o Reclamado não prestou qualquer assistência ao Reclamante, seja de ordem material, moral ou psicológica, tampouco providenciou medidas para garantir a segurança do empregado e de sua família, demonstrando total descaso com o dever de zelar pelo ambiente de trabalho e pela integridade de seus subordinados.

A omissão do Reclamado agravou o sofrimento do Reclamante, que se viu desamparado em momento de extrema vulnerabilidade, além de exposto a riscos que poderiam ter sido minimizados ou evitados mediante a adoção de providências razoáveis e compatíveis com o histórico de violência no local.

Diante desse quadro, busca o Reclamante a tutela jurisdicional para ver reconhecida a responsabilidade do Reclamado pelos danos morais sofridos, bem como para obter a reparação devida.

4. DO DIREITO

4.1. DA RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELA SEGURANÇA DO TRABALHADOR

O vínculo empregatício entre as partes está devidamente caracterizado, sendo aplicáveis as normas protetivas da CLT e da legislação correlata. O CF/88, art. 7º, XXII, estabelece como direito fundamental dos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.

O empregador, nos termos do CLT, art. 2º, assume os riscos da atividade econômica e, por conseguinte, deve garantir condições adequadas e seguras para o desempenho das funções do empregado. Tal obrigação se estende ao ambiente de trabalho, inclusive quando este coincide com a residência do trabalhador, como ocorre no caso do caseiro.

A omissão do Reclamado em adotar medidas mínimas de segurança, mesmo após sucessivos episódios de invasão, caracteriza culpa grave, pois era previsível a ocorrência de novos delitos, sendo seu dever agir para proteger o empregado e sua família.

4.2. DO DANO MORAL

O dano moral decorre da violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e à integridade física e psíquica do trabalhador. A exposição do Reclamante a situação de extrema violência, agravada pela omissão do empregador, ultrapassa o mero aborrecimento, configurando sofrimento intenso, angústia e abalo emocional.

A responsabilidade civil do empregador, nos termos do CCB/2002, art. 186 e art. 927, impõe o dever de indenizar quando comprovado o dano e o nexo causal com a conduta omissiva ou comissiva do empregador. No caso, a ausência de providências para garantir a segurança do local de trabalho, mesmo diante de histórico de violência, caracteriza a culpa do Reclamado.

4.3. DA NÃO EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DE SER EMPREGADO DOMÉSTICO

Embora a legislação previdenciária exclua o empregado doméstico do seguro de acidente de trabalho (Lei 8.212/1991, art. 15, II; Lei 8.213/1991, art. 19), tal circunstância não afasta a responsabilidade civil do empregador por danos morais decorrentes de sua omissão, especialmente quando há histórico de risco e ausência de medidas preventivas.

4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da valorização do trabalho e da proteção à integridade física e psíquica do trabalhador orientam a interpretação das normas trabalhistas e civis, impondo ao empregador o dever de zelar pela segurança e bem-estar de seus empregados.

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) também impõe às partes o dever de lealdade e cooperação, sendo inadmissível a conduta omissiva do Reclamado diante do sofrimento do Reclamante.

Em resumo, a omissão do Reclamado em adotar medidas de segurança, mesmo diante de risco evidente e reiterado, caracteriza culpa grave e enseja o dever de indenizar o Reclamante pelos danos morais sofridos.

5. JURISPRUDÊNCIAS

Empregado vítima de repetidos assaltos. Negligência da empregadora na adoção de medidas de segurança. Dano moral configurado.
«Deflui dos autos que o reclamante laborava exposto a repetidos assaltos, restando configurado o dano moral decorrente da angústia, do constrangimento, do temor, da ansiedade e do medo experimentados pelo trabalhador, que se vê totalmente desprotegido e vulnerável à ação de criminosos. Inexistindo comprovação de que a reclamada tivesse adotado medidas cabíveis para coibir ou minorar tais acontecimentos, fica evidente a inobservância desta no que tange ao seu dever geral de cautela, porquanto ciente dos riscos que envolvem o seu empreendimento, deveria ter"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Reclamação Trabalhista ajuizada por A. J. dos S. em face de B. F. da S., na qual o Reclamante narra ter sido contratado como caseiro, residindo com sua família na chácara de propriedade do Reclamado. Alega que, apesar de histórico de invasões criminosas ao imóvel, o Reclamado não providenciou qualquer medida de segurança, mesmo após o Reclamante e sua família serem vítimas de grave agressão física durante nova invasão, ocasião em que também tiveram bens subtraídos. Reporta que não recebeu qualquer assistência material, moral ou psicológica, motivo pelo qual requer indenização por danos morais, além de verbas trabalhistas eventualmente devidas.

Regularmente citado, o Reclamado apresentou defesa, impugnando os pedidos.

É o relatório.

II. Fundamentação

1. Conhecimento

Verifico a presença dos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual conheço do pedido, nos termos do CPC/2015, art. 319.

2. Dos Fatos e do Direito

Restou incontroversa a existência de vínculo empregatício entre as partes, bem como que o Reclamante exercia suas funções residindo na propriedade rural do Reclamado. Igualmente comprovado o histórico de invasões, inclusive com registro de boletins de ocorrência e hospitalização do Reclamante em virtude de agressões sofridas durante ação criminosa recente.

O ponto central da controvérsia reside na responsabilidade do empregador quanto à segurança do ambiente de trabalho, com reflexos na obrigação de indenizar danos morais sofridos pelo empregado.

3. Da Responsabilidade do Empregador pela Segurança do Trabalhador

A Constituição Federal assegura, como direito fundamental, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (CF/88, art. 7º, XXII). O empregador, nos termos do CLT, art. 2º, assume os riscos da atividade econômica, devendo proporcionar ambiente seguro ao trabalhador, inclusive quando este coincide com sua moradia.

No caso concreto, o Reclamado, ciente do risco potencial e reiterado de invasões, mostrou-se omisso ao não adotar medidas razoáveis de proteção, expondo o Reclamante e sua família a situação de vulnerabilidade extrema. Tal conduta caracteriza culpa grave por omissão, estabelecendo o nexo causal entre o dano experimentado e a conduta patronal, o que atrai a responsabilidade civil do empregador (CCB/2002, art. 186 e art. 927).

Não se pode olvidar que o direito do trabalhador doméstico à reparação civil não se confunde com a cobertura previdenciária de acidente de trabalho, vedada por lei específica (Lei 8.212/1991, art. 15, II; Lei 8.213/1991, art. 19), sem, contudo, afastar a responsabilidade do empregador quando demonstrado o descumprimento de seu dever de cautela.

4. Do Dano Moral

A violação à dignidade da pessoa humana, prevista no CF/88, art. 1º, III, restou manifesta diante do sofrimento físico e psíquico imposto ao Reclamante, em decorrência da agressão violenta e subsequente desamparo. Evidente o abalo moral, que extrapola mero dissabor, sendo devida a reparação.

O dano moral, nesse cenário, decorre não apenas do evento criminoso em si, mas, principalmente, da conduta omissiva do empregador, que, ciente do risco, nada fez para proteger seu empregado, afrontando os princípios da dignidade da pessoa humana e da valorização do trabalho.

5. Das Jurisprudências Correlatas

A jurisprudência trabalhista reconhece que a negligência patronal quanto à adoção de medidas de segurança enseja a responsabilidade civil por danos morais, sobretudo quando há histórico de exposição do trabalhador a situações de risco e violência, conforme reiteradamente decidiu o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região:

"Deflui dos autos que o reclamante laborava exposto a repetidos assaltos, restando configurado o dano moral decorrente da angústia, do constrangimento, do temor, da ansiedade e do medo experimentados pelo trabalhador, que se vê totalmente desprotegido e vulnerável à ação de criminosos. (...) compete ao empregador, no campo da saúde e segurança ocupacional, a obrigação de adotar a diligência necessária para evitar ou reduzir os riscos inerentes ao trabalho, o que não restou comprovado." (TRT 3ª Região, RO Acórdão/TRT3)

Ademais, mesmo em contexto de trabalhador doméstico, reconhece-se a possibilidade de responsabilização civil do empregador pela omissão quanto à segurança do ambiente laboral.

6. Dos Princípios Constitucionais e Legais

A interpretação sistemática do caso demanda a aplicação dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da proteção ao trabalhador e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), impondo ao empregador o dever de zelar pela segurança e integridade física e psíquica do empregado.

O voto é proferido em atenção ao dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX).

7. Do Valor da Indenização

O valor da indenização por dano moral deve observar a gravidade do dano, a capacidade econômica das partes e o caráter pedagógico da medida, devendo ser arbitrado em liquidação de sentença, nos termos do pedido inicial.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para condenar o Reclamado, B. F. da S., ao pagamento de indenização por danos morais ao Reclamante, A. J. dos S., em valor a ser arbitrado em liquidação, bem como das verbas trabalhistas eventualmente devidas, nos termos da fundamentação.

Defiro ao Reclamante os benefícios da justiça gratuita, nos termos do CLT, art. 790, §3º.

Condeno o Reclamado ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, conforme CLT, art. 791-A.

Determino a produção de provas necessárias à liquidação e cumprimento desta sentença.

Publique-se. Intimem-se as partes.

IV. Conclusão

Assim decido, com fulcro na interpretação hermenêutica dos fatos e dos princípios constitucionais e legais incidentes, em especial CF/88, art. 1º, III, CF/88, art. 7º, XXII, CF/88, art. 93, IX, CCB/2002, art. 186, CCB/2002, art. 927 e CLT, art. 2º.

[Cidade/UF], [Data].

_______________________________________
Juiz(a) do Trabalho


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.