Modelo de Manifestação sobre laudo pericial que comprova fraude em contrato digital com assinaturas eletrônicas inválidas e geolocalização divergente, requerendo nulidade contratual e indenização contra Banco Banrisul

Publicado em: 24/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Documento de manifestação judicial apresentado pelo autor no processo contra o Banco Banrisul, contestando a autenticidade de contrato digital mediante análise pericial detalhada que evidencia fraude em assinaturas digitais, discrepâncias na geolocalização e ausência de certificação ICP-Brasil, fundamentado no Código de Processo Civil e no Código de Defesa do Consumidor, requerendo a nulidade do contrato, repetição do indébito e indenização por danos morais.

MANIFESTAÇÃO SOBRE LAUDO PERICIAL – DOCUMENTOS DIGITAIS, ASSINATURAS DIGITAIS E GEOLOCALIZAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 56ª Vara Cível da Comarca de Frances – Tribunal de Justiça do Estado.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

Processo nº 9616167979
Autor: G. V. dos S., já devidamente qualificado nos autos, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Frances/SE, CEP 00000-000, portador do CPF nº 123.456.789-00, e-mail: [email protected].
Réu: Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A – BANRISUL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0000-00, com sede na Rua X, nº Y, Porto Alegre/RS, CEP 00000-000, e-mail: [email protected].
Advogado do Autor: OAB/SE 12345, e-mail: [email protected].
Advogado do Réu: OAB/RS 54321, e-mail: [email protected].

3. SÍNTESE DO LAUDO PERICIAL

O laudo pericial apresentado em 18/04/2025, elaborado pela perita P. P. (e-mail: [email protected]), analisou os documentos digitais, assinaturas digitais, geolocalização, endereço IP, datas e horários, código hash, QR Code e certificação digital relacionados ao contrato objeto da lide.

Destacou-se que a imagem utilizada como selfie apresenta imperfeições, tarja preta e indícios de edição, não sendo autêntica. A geolocalização aferida diverge do endereço constante no contrato, com distância de quase 1 km, sugerindo informações conflitantes e indícios de fraude. O endereço IP utilizado abrange diversas regiões, impossibilitando a identificação precisa da localização. As datas e horários dos registros digitais são demasiadamente próximas, tornando humanamente impossível a leitura e assinatura do contrato em tão curto espaço de tempo, além de divergirem dos metadados do arquivo.

Quanto ao código hash, embora convergente, não atesta a veracidade do conteúdo, apenas a integridade do arquivo digital. O QR Code direciona à validação unilateral do sistema BemSign, sem autenticação por órgão oficial (ITI), não se tratando de assinatura digital qualificada. Por fim, o contrato não apresenta assinatura digital certificada pela ICP-Brasil, elemento essencial para garantir autenticidade, integridade e não repúdio.

Em resposta aos quesitos, a perícia esclareceu que não se trata de exame grafotécnico, mas concluiu que a formalização do contrato não teve participação do autor, existindo fraude e irregularidade na contratação, de modo que o documento não pode ser utilizado como comprovante válido de contratação.

4. DA ANÁLISE CRÍTICA DO LAUDO

O laudo pericial apresentado é robusto, detalhado e tecnicamente fundamentado, abordando todos os aspectos relevantes para a aferição da autenticidade do contrato digital impugnado. A análise perceptual da imagem evidencia manipulação e ausência de autenticidade na selfie, elemento central para validação biométrica em contratos digitais. A divergência de geolocalização entre o local da assinatura e o endereço constante do contrato reforça a tese de fraude, especialmente em se tratando de contratação remota, onde a localização do signatário é elemento de segurança.

O laudo também destaca a fragilidade do endereço IP como elemento de identificação, dada sua abrangência regional e a impossibilidade de vinculação direta ao autor. A cronologia dos eventos digitais, com intervalo inferior a 10 minutos entre acesso, leitura, aceite e assinatura de um contrato de seis páginas, é incompatível com a realidade humana, evidenciando ausência de consentimento informado.

O exame do código hash atesta apenas a integridade do arquivo, não sua autenticidade. O QR Code, por sua vez, não se submete à certificação oficial, sendo insuficiente para garantir a validade jurídica da assinatura. A ausência de assinatura digital certificada pela ICP-Brasil, conforme exigido pela legislação vigente (MP 2.200-2/2001), compromete a validade do documento eletrônico.

Por fim, a conclusão pericial é categórica ao afirmar que não houve participação do autor na formalização do contrato, havendo fraude e irregularidade na contratação, o que corrobora a impugnação apresentada.

Ressalta-se, ainda, que a ausência de quesitos pelas partes e pelo juízo não compromete a validade do laudo, que respondeu de forma técnica e objetiva aos pontos controvertidos, especialmente quanto à autenticidade da assinatura e do documento.

Em síntese, o laudo pericial confirma a tese autoral de inexistência de relação jurídica válida, devendo ser acolhido como prova técnica idônea e suficiente para o deslinde da controvérsia.

5. DO DIREITO

A controvérsia versa sobre a autenticidade de contrato digital e a validade de assinatura eletrônica supostamente atribuída ao autor, em contexto de alegação de fraude. O CPC/2015, art. 428, I (CPC/2015, art. 428, I), que a fé do documento particular cessa quando impugnada a autenticidade da assinatura, cabendo à parte que produziu o documento comprovar sua veracidade.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto

I – Relatório

Trata-se de ação ajuizada por G. V. dos S. em face do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A – BANRISUL, na qual se controverte acerca da validade de contrato eletrônico e da autenticidade de assinatura digital supostamente atribuída ao autor. O cerne da demanda reside na alegação de fraude na contratação remota, tendo o autor impugnado a autenticidade do documento apresentado pelo réu.

Produzida prova pericial técnica, o laudo concluiu pela existência de fraude, ausência de participação do autor na formalização do contrato, manipulação de imagem (selfie), divergência de geolocalização, fragilidade do endereço IP, incompatibilidade cronológica dos registros digitais, ausência de assinatura digital certificada pela ICP-Brasil e ausência de validação oficial do QR Code.

Encerrada a instrução, vieram os autos para julgamento.

II – Fundamentação

1. Da admissibilidade

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso e passo ao exame do mérito, nos termos da CF/88, art. 93, IX, que exige fundamentação adequada das decisões judiciais.

2. Da prova pericial e da inversão do ônus da prova

O laudo pericial apresentado é robusto, detalhado e tecnicamente fundamentado, tendo respondido de modo objetivo aos quesitos controvertidos. Ressalte-se que, em se tratando de relação de consumo, aplica-se a inversão do ônus da prova em favor do consumidor (CDC, art. 6º, VIII), cabendo à instituição financeira demonstrar a regularidade da contratação e a autenticidade do documento impugnado.

O CPC/2015, art. 428, I, é claro ao afirmar que a fé do documento particular cessa quando impugnada sua autenticidade, incumbindo à parte que produziu o documento comprovar sua veracidade, o que não se verificou no caso concreto.

3. Da autenticidade do contrato eletrônico

A legislação vigente (MP 2.200-2/2001) exige, para validade da assinatura eletrônica, a certificação digital emitida no âmbito da ICP-Brasil, requisito não observado no documento apresentado pelo réu. O laudo pericial evidencia manipulação da selfie, divergência de geolocalização e ausência de elementos mínimos para garantir a autenticidade da contratação, bem como a insuficiência do QR Code para atestar a regularidade da assinatura.

A ausência de consentimento informado e a impossibilidade de participação do autor, demonstradas de forma categórica pela perícia, corroboram a tese de fraude e a inexistência de relação jurídica válida entre as partes.

Os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) impõem que o consumidor não seja responsabilizado por obrigações decorrentes de fraude, especialmente quando comprovada a ausência de manifestação de vontade.

4. Jurisprudência

A jurisprudência consolidada dos tribunais estaduais e do Superior Tribunal de Justiça orienta que, em casos de impugnação de assinatura em contrato digital, cabe à instituição financeira comprovar a regularidade da contratação (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; Acórdão/TJSP; Acórdão/TJSP). O laudo pericial, na espécie, preenche o requisito do CPC/2015, art. 464, § 1º, III, como prova técnica idônea e suficiente à formação do convencimento.

5. Da conclusão

Assim, restando comprovada, por meio de perícia técnica, a inexistência de participação do autor na formalização do contrato eletrônico e a ocorrência de fraude, a improcedência do pedido autoral não se sustenta.

III – Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, JULGO PROCEDENTE o pedido para:

  1. Reconhecer a inexistência de relação jurídica válida entre as partes e declarar a nulidade do contrato digital impugnado;
  2. Condenar o réu à repetição do indébito, na forma dobrada, caso comprovados descontos indevidos, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único;
  3. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais, a ser arbitrado em liquidação, em virtude da fraude e dos transtornos sofridos pelo autor;
  4. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 15% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85, § 2º);
  5. Faculto às partes, caso haja necessidade, a produção de outras provas para eventual esclarecimento complementar do laudo.

Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

IV – Fundamentação constitucional

Esta decisão é fundamentada em conformidade com o disposto na CF/88, art. 93, IX, que exige motivação explícita, clara e congruente, em harmonia com os fatos e fundamentos jurídicos constantes dos autos.

V – Conclusão

É como voto.

Frances/SE, 25 de abril de 2025.
Magistrado(a) Relator(a)


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