Modelo de Manifestação do autor em ação consumerista contra associação mútua sobre incompetência territorial, gratuidade judiciária, produção de provas e cláusulas abusivas, fundamentada no CDC e CPC

Publicado em: 08/07/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Manifestação do autor S. Z. em resposta ao despacho judicial na ação contra P. B. Associação Mútua, abordando a rejeição da incompetência territorial, reafirmando a gratuidade judiciária, indicando pontos controvertidos e incontroversos, requerendo produção de provas testemunhal e pericial, e destacando fundamentos jurídicos do Código de Defesa do Consumidor e do Código de Processo Civil para a procedência dos pedidos.
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MANIFESTAÇÃO SOBRE DESPACHO DO JUÍZO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Carlos Barbosa – Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº: [inserir número]
Autor: S. Z., brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do CPF nº [inserir], residente e domiciliado na [endereço completo], e-mail: [inserir].
Ré: P. B. Associação Mútua, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº [inserir], com sede na [endereço completo], e-mail: [inserir].
Advogado do Autor: [nome], OAB/[UF] [número], e-mail: [inserir].
Advogado da Ré: [nome], OAB/[UF] [número], e-mail: [inserir].

3. SÍNTESE DO DESPACHO DO JUÍZO

O despacho proferido por este juízo, nos autos da ação movida por S. Z. em face de P. B. Associação Mútua, tratou de três pontos centrais: (i) rejeitou a alegação de incompetência territorial suscitada pela ré, reconhecendo a relação de consumo e a abusividade da cláusula de eleição de foro, nos termos do CDC; (ii) determinou que a impugnação à gratuidade judiciária será apreciada na sentença, cabendo à parte impugnante o ônus de provar a capacidade financeira do impugnado; (iii) determinou que as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, manifestem-se sobre os pontos incontroversos e controvertidos, indiquem as provas que pretendem produzir, justifiquem eventual necessidade de prova pericial e apresentem rol de testemunhas, sob pena de preclusão.

4. MANIFESTAÇÃO SOBRE OS PONTOS DETERMINADOS PELO DESPACHO

O autor, S. Z., vem, tempestivamente, apresentar sua manifestação em atenção ao despacho, observando os pontos determinados:

  • Competência territorial: Concorda com o entendimento do juízo quanto à aplicação do CDC e à abusividade da cláusula de eleição de foro, reafirmando que a demanda deve tramitar na comarca de domicílio do consumidor, conforme CDC, art. 101, I.
  • Gratuidade judiciária: O autor reitera que faz jus ao benefício, tendo apresentado declaração de hipossuficiência e documentos comprobatórios, não havendo elementos nos autos que infirmem tal condição (CPC/2015, art. 99, §3º).
  • Pontos controvertidos e incontroversos, provas e rol de testemunhas: O autor passa a expor, de forma detalhada, os pontos incontroversos e controvertidos, bem como as provas que pretende produzir, justificando a necessidade de cada uma delas.

5. INDICAÇÃO DOS PONTOS INCONTROVERSOS E CONTROVERTIDOS

5.1. Pontos Incontroversos

  • Existência de relação contratual entre as partes, regida pelo regulamento da associação ré.
  • Ocorrência do evento de furto do veículo do autor, conforme boletim de ocorrência juntado aos autos.
  • Negativa de indenização por parte da ré, fundamentada em sindicância interna.

5.2. Pontos Controvertidos

  • Alegação da ré de que o autor teria agido com imprudência ao deixar o veículo destrancado e com a chave na ignição, violando o regulamento.
  • Ausência de provas técnicas ou vídeos que sustentem a narrativa do autor sobre o furto.
  • Existência de cláusulas restritivas e sua eventual abusividade, à luz do CDC, art. 51.
  • Comprovação da perda total do veículo e do direito à indenização.
  • Comprovação da renda do autor para fins de lucros cessantes.
  • Quitação do veículo como condição para recebimento da indenização.

6. INDICAÇÃO DAS PROVAS A SEREM PRODUZIDAS E JUSTIFICATIVA

  • Prova documental suplementar: O autor pretende juntar documentos adicionais, se necessários, para comprovar a regularidade do veículo, a quitação e a existência do furto.
  • Prova testemunhal: Requer a oitiva de testemunhas que presenciaram os fatos ou que possam atestar a conduta do autor e a dinâmica do furto, justificando-se pela necessidade de esclarecer as circunstâncias do evento, especialmente diante da controvérsia sobre a suposta imprudência.
  • Prova pericial: Caso a ré insista na ausência de comprovação técnica do furto ou da perda total, o autor requer, desde já, a realização de perícia técnica para análise dos documentos, laudos e eventuais imagens, a fim de elucidar a dinâmica do evento e a extensão do dano.

Tais provas são essenciais para o deslinde da controvérsia, especialmente diante da inversão do ônus da prova, prevista no CDC, art. 6º, VIII, e da necessidade de demonstrar a verossimilhança das alegações do consumidor.

7. DO DIREITO

7.1. Competência Territorial e Relação de Consumo

O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 101, I, assegura ao consumidor o direito de demandar no foro de seu domicílio, sendo nula de pleno direito a cláusula contratual que estabeleça foro diverso (CDC, art. 51, XV). O despacho acertadamente reconheceu a abusividade da cláusula de eleição de foro, em consonância com a jurisprudência consolidada (TJMG, "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos etc.

Trata-se de ação proposta por S. Z. em face de P. B. Associação Mútua, na qual se discute, em síntese, (i) a competência territorial do juízo, (ii) o direito à gratuidade judiciária, (iii) o direito à indenização decorrente de furto de veículo, bem como (iv) a produção de provas e a existência de cláusulas contratuais supostamente abusivas.

1. Conhecimento dos Recursos e Questões Preliminares

Os requisitos de admissibilidade encontram-se presentes. Conheço da presente demanda, conforme previsão do CPC/2015, art. 319, e passo ao exame do mérito, afastadas as preliminares levantadas.

2. Fundamentação

2.1. Competência Territorial

A controvérsia acerca da competência territorial foi adequadamente resolvida pelo despacho recorrido, reconhecendo-se a incidência do Código de Defesa do Consumidor, que assegura ao consumidor o direito de demandar no foro de seu domicílio (CDC, art. 101, I). A cláusula de eleição de foro, neste contexto, revela-se abusiva, devendo ser reputada nula de pleno direito (CDC, art. 51, XV).

Ressalta-se que a proteção ao consumidor é um dos fundamentos constitucionais expressamente previstos no CF/88, art. 5º, XXXII, devendo o Judiciário atuar em conformidade com tais princípios, garantindo a efetividade do acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV).

2.2. Gratuidade Judiciária

O autor pleiteia gratuidade judiciária, apresentando declaração de hipossuficiência e documentos comprobatórios. Nos termos do CPC/2015, art. 99, §3º, presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida por pessoa natural, cabendo à parte contrária o ônus de demonstrar o contrário. Não havendo nos autos elementos que infirmem tal condição, mantenho o benefício concedido.

O direito à assistência judiciária gratuita encontra amparo constitucional, nos termos do CF/88, art. 5º, LXXIV.

2.3. Pontos Incontroversos e Controvertidos

Reconheço como incontroversos: (i) a existência de vínculo contratual entre as partes; (ii) a ocorrência do furto do veículo, comprovada pelo boletim de ocorrência; e (iii) a negativa de indenização pela ré, fundada em sindicância interna.

Os pontos controvertidos concentram-se: (i) na alegada imprudência do autor ao deixar o veículo destrancado e com a chave na ignição, (ii) ausência de provas técnicas idôneas acerca do furto, (iii) eventual abusividade de cláusulas restritivas, (iv) comprovação da perda total do veículo, (v) direito à indenização e lucros cessantes, e (vi) quitação como condição para recebimento da indenização.

2.4. Produção de Provas

Considerando a natureza da controvérsia e o princípio da facilitação da defesa do consumidor em juízo, defiro a produção de prova testemunhal e documental suplementar, bem como, caso necessário, a realização de perícia técnica para melhor elucidação dos fatos.

Destaco que a inversão do ônus da prova é medida que se impõe na espécie, haja vista a hipossuficiência do consumidor e a verossimilhança das alegações, nos termos do CDC, art. 6º, VIII.

2.5. Responsabilidade do Fornecedor e Cláusulas Abusivas

A responsabilidade da ré, enquanto fornecedora de serviços, é objetiva, bastando a demonstração do evento danoso e do nexo causal (CDC, art. 14). Cláusulas contratuais que afastem o direito do consumidor à indenização, sobretudo em razão de genérica imputação de imprudência, são nulas de pleno direito (CDC, art. 51, I e IV).

O princípio da boa-fé objetiva, insculpido no CCB/2002, art. 422, deve nortear as relações contratuais, vedando-se a restrição excessiva de direitos do consumidor.

2.6. Prova do Fato Constitutivo e Lucros Cessantes

O autor apresentou boletim de ocorrência e documentação mínima apta a demonstrar o furto. À ré caberia comprovar, de forma inequívoca, excludente de responsabilidade, o que não fez de modo satisfatório nos autos. Quanto aos lucros cessantes, sua apuração dependerá de prova complementar, admitindo-se prova testemunhal e documental sobre a renda do autor.

3. Julgamento

Diante do exposto, com fulcro no CF/88, art. 93, IX (fundamentação vinculada), JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • a) Reconhecer a competência deste juízo, rejeitando a cláusula de eleição de foro;
  • b) Ratificar o deferimento da gratuidade judiciária ao autor, nos termos do CPC/2015, art. 99, §3º;
  • c) Declarar a nulidade das cláusulas contratuais abusivas que limitem ou excluam a responsabilidade da ré;
  • d) Determinar a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII;
  • e) Condenar a ré ao pagamento da indenização devida ao autor, a ser apurada em liquidação, observada a extensão do dano, admitindo-se, para tanto, a produção de provas suplementares (testemunhal, documental e pericial, se necessário);
  • f) Admitir a apuração de lucros cessantes, desde que comprovada a efetiva renda do autor, mediante documentação idônea ou prova testemunhal.
  • g) Facultar às partes a especificação de outras provas, caso reputem imprescindíveis, no prazo legal.

Condeno a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Dispositivo Alternativo (Improcedência)

Caso este juízo entenda pela ausência de elementos mínimos para a demonstração do fato constitutivo do direito alegado, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, nos termos do CPC/2015, art. 487, I, sem prejuízo de nova demanda, se colhidas provas suficientes.

5. Observações Finais

Este voto observa o CF/88, art. 93, IX, que exige fundamentação clara e circunstanciada das decisões judiciais, assegurando transparência, motivação e controle social das decisões do Poder Judiciário.

Carlos Barbosa, [data].
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

**Observações:** - As citações legais estão no formato requisitado. - O voto está fundamentado na CF/88, art. 93, IX e demais dispositivos pertinentes. - Há dispositivo de procedência e dispositivo alternativo de improcedência, a critério do julgador. - Estrutura organizada com `

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    ` para facilitar leitura. - O texto pode ser adaptado conforme detalhes do caso real e dados do processo.


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