Modelo de Manifestação de concordância das requeridas com pedido de reconhecimento judicial de união estável post mortem entre L. A. P. de M. e A. J. R., com fundamentação legal e pedido de justiça gratuita

Publicado em: 09/07/2025 Processo Civil Familia
Petição apresentada pelas requeridas manifestando expressa concordância com o pedido de reconhecimento judicial de união estável post mortem entre L. A. P. de M. e o falecido A. J. R., reconhecendo a convivência pública, contínua e duradoura pelo período de 2006 a 2024. O documento fundamenta-se na Constituição Federal, Código Civil e CPC, pleiteando o deferimento da justiça gratuita, a homologação da união estável para efeitos patrimoniais e sucessórios, e a dispensa de produção de outras provas, dada a ausência de controvérsia. Também sugere audiência de conciliação apenas se necessária, destacando jurisprudência consolidada que respalda o reconhecimento do vínculo post mortem.
← deslize para o lado para ver mais opções

PETIÇÃO DE CONCORDÂNCIA COM O PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJPR.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Processo nº 0000086-58.2025.8.16.0200

Requerente: L. A. P. de M., brasileira, viúva, do lar, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado do Paraná, endereço eletrônico: [email protected], representada por sua advogada L. R., OAB/PR ___, endereço profissional: Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado do Paraná, endereço eletrônico: [email protected].

Requeridas:
1) A. L. R., brasileira, solteira, estudante, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado do Paraná, endereço eletrônico: [email protected].
2) A. L. R., brasileira, solteira, estudante, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado do Paraná, endereço eletrônico: [email protected].

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de reconhecimento de união estável post mortem ajuizada por L. A. P. de M. em face das filhas do falecido A. J. R., a saber, A. L. R. e A. L. R., com o objetivo de ver reconhecida a existência de união estável entre a autora e o de cujus no período de 18/01/2006 a 03/10/2024, data do falecimento de A. J. R.

Conforme narrado na inicial, L. A. P. de M. e A. J. R. conviveram publicamente, de forma contínua e duradoura, por aproximadamente 18 anos, estabelecendo vínculo afetivo com intuito inequívoco de constituição de família, embora sem formalização legal do relacionamento. Após o falecimento de A. J. R., a requerente busca o reconhecimento judicial da união estável para assegurar seus direitos patrimoniais e sucessórios, inclusive benefícios previdenciários.

As requeridas, filhas do falecido, reconhecem a convivência pública e duradoura entre a autora e seu genitor, não havendo controvérsia quanto à existência da união estável no período indicado. Ressalte-se que a requerente pleiteia, ainda, os benefícios da justiça gratuita, em razão de sua hipossuficiência financeira.

O pedido liminar foi indeferido pelo juízo, sob o fundamento de ausência de provas documentais robustas, sendo determinada a regular instrução do feito.

Diante disso, as requeridas vêm, por meio desta, manifestar expressamente sua concordância com o pedido de reconhecimento da união estável entre L. A. P. de M. e A. J. R., no período de 18/01/2006 a 03/10/2024.

4. DA CONCORDÂNCIA COM O PEDIDO

As requeridas, A. L. R. e A. L. R., concordam integralmente com o pedido formulado por L. A. P. de M., reconhecendo que a autora e seu genitor, A. J. R., mantiveram união estável, pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituir família, durante o período de 18/01/2006 a 03/10/2024.

Não há, por parte das requeridas, qualquer oposição quanto à existência da união estável, tampouco quanto aos efeitos patrimoniais e sucessórios decorrentes do reconhecimento judicial do vínculo, nos termos do pedido inicial.

As requeridas, inclusive, reconhecem que a convivência entre a autora e o falecido era notória no seio familiar e perante a sociedade, inexistindo qualquer elemento que afaste a configuração da união estável, conforme os requisitos legais.

Assim, manifestam sua expressa concordância com o pedido de reconhecimento e dissolução da união estável post mortem, nos exatos termos da inicial, para todos os efeitos legais.

5. DO DIREITO

5.1. Fundamentos Constitucionais e Legais

A Constituição Federal de 1988 reconhece a união estável como entidade familiar, conferindo-lhe proteção jurídica e equiparando-a ao casamento para fins de direitos e deveres (CF/88, art. 226, §3º).

O Código Civil de 2002, por sua vez, estabelece em seu art. 1.723 que “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Não há, portanto, exigência de formalização prévia, bastando a demonstração da convivência nos moldes legais.

O reconhecimento post mortem da união estável é admitido pela jurisprudência, desde que comprovados os requisitos legais, sendo irrelevante a ausência de registro formal do vínculo enquanto vivo o companheiro.

5.2. Conceito e Requisitos da União Estável

A união estável é instituto jurídico que visa proteger relações afetivas estáveis, públicas e duradouras, com objetivo de constituição de família. Os requisitos essenciais, conforme o CCB/2002, art. 1.723, são: convivência pública, contínua, duradoura e com intuito de constituir família.

A coabitação, embora relevante, não é requisito absoluto, bastando a demonstração do vínculo afetivo e da comunhão de vida, conforme entendimento consolidado do STJ e do STF.

5.3. Ônus da Prova e Concordância das Partes

Nos termos do CPC/2015, art. 373, I, o ônus da prova dos fatos constitutivos do direito incumbe ao autor. Entretanto, a concordância expressa das requeridas supre a necessidade de produção de provas controvertidas, tornando incontroversos os fatos narrados na inicial.

O reconhecimento da união estável, por consenso entre as partes, atende aos princípios da dignidade da pessoa humana, da segurança jurídica, da boa-fé e da celeridade processual, evitando a perpetuação de litígios desnecessários.

5.4. Princípios Jurídicos Aplicáveis

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o princípio da proteção da família (CF/88, art. 226) fundamentam a proteção jurídica da união estável, assegurando à companheira sobrevivente o direito ao reconhecimento do vínculo e aos efeitos patrimoniais e sucessórios dele decorrentes.

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) também orienta a conduta das partes, que, ao reconhecerem a existência da união estável, contribuem para a pacificação social e a efetividade da tutela jurisdicional.

5.5. Justiça Gratuita

A autora pleiteou a concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98, diante de sua hipossuficiência financeira. Não há oposição das requeridas quanto ao pedido, devendo ser deferido pelo juízo.

5.6. Cumprimento dos Requisitos do CPC/2015, art. 319

A presente manifestação observa todos os requisitos do CPC/2015, art. 319, especialmente quanto à identificação do juízo, qualificação das partes, exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, formulação dos pedidos, indi"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de reconhecimento de união estável post mortem ajuizada por L. A. P. de M. em face das filhas do falecido A. J. R., a saber, A. L. R. e A. L. R., com o objetivo de ver declarada a existência de união estável entre a autora e o falecido no período de 18/01/2006 a 03/10/2024, data do óbito.

As requeridas apresentaram manifestação de concordância integral ao pedido inicial, reconhecendo publicamente e sem oposição a existência da união estável, bem como seus efeitos patrimoniais e sucessórios.

A autora pleiteou, ainda, o benefício da justiça gratuita, alegando hipossuficiência financeira.

É o relatório. Decido.

II. Fundamentação

1. Da Obrigação de Fundamentação

O dever de fundamentar as decisões judiciais decorre do texto constitucional, em especial do CF/88, art. 93, IX, que exige que todas as decisões do Poder Judiciário sejam fundamentadas, sob pena de nulidade, assegurando transparência, controle e motivação dos atos jurisdicionais.

2. Da União Estável como Entidade Familiar

A Constituição Federal reconhece expressamente a união estável como entidade familiar, conferindo-lhe proteção jurídica e equiparando-a ao casamento para fins de direitos e deveres (CF/88, art. 226, §3º).

O Código Civil de 2002, por sua vez, dispõe que é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família (CCB/2002, art. 1.723).

3. Do Reconhecimento Post Mortem e dos Requisitos

A jurisprudência pátria admite o reconhecimento de união estável post mortem, desde que comprovados os requisitos legais, quais sejam: convivência pública, contínua, duradoura e com intuito de constituição de família (CCB/2002, art. 1.723).

No caso em análise, restou incontroversa a existência da união estável, pois as requeridas reconheceram expressamente a convivência da autora com o falecido, não havendo litígio sobre os fatos constitutivos do direito.

Ressalta-se que, nos termos do CPC/2015, art. 373, I, o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Entretanto, a concordância das requeridas supre a necessidade de dilação probatória, tornando incontroversos os fatos apresentados na inicial.

4. Da Justiça Gratuita

A autora requereu o benefício da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98, não havendo oposição das partes e tendo sido demonstrada sua hipossuficiência financeira. Assim, deve ser deferido o benefício.

5. Do Cumprimento dos Requisitos Processuais

Verifico que a inicial e as manifestações subsequentes atendem aos requisitos do CPC/2015, art. 319, estando presentes a qualificação das partes, a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, o pedido, o valor da causa e os demais pressupostos processuais.

6. Da Jurisprudência

A jurisprudência é pacífica no sentido de admitir o reconhecimento e a dissolução da união estável post mortem, desde que comprovados os requisitos legais, sendo prescindível a coabitação, bastando a convivência pública e o objetivo de constituição de família, conforme recentes julgados dos tribunais pátrios (v.g., TJRJ – Apelação Acórdão/TJRJ; TJMG – Apelação Cível 1.0000.24.389282-5/001).

7. Dos Princípios Constitucionais e Legais

O reconhecimento da união estável atende à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), à proteção da família (CF/88, art. 226) e aos princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da segurança jurídica, fortalecendo a tutela dos direitos fundamentais da autora.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CF/88, art. 93, IX e demais dispositivos legais mencionados, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • RECONHECER e DECLARAR a existência de união estável entre L. A. P. de M. e A. J. R., no período de 18/01/2006 a 03/10/2024, para todos os efeitos legais, inclusive patrimoniais e sucessórios;
  • DECRETAR a dissolução da união estável em razão do óbito;
  • DEFERIR à autora os benefícios da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98;
  • DISPENSAR a produção de outras provas, salvo se superveniente necessidade for demonstrada;
  • HOMOLOGAR a partilha de bens e direitos decorrentes da união estável, nos termos da lei, em momento oportuno;
  • MANTER o valor da causa atribuído na inicial.

Deixo de designar audiência de conciliação/mediação, diante da ausência de controvérsia.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Final

Por todo o exposto, entendo que a presente decisão encontra respaldo nos preceitos constitucionais e legais citados, especialmente na proteção da entidade familiar e no dever de fundamentação do julgador (CF/88, art. 93, IX), bem como na observância do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

V. Local, Data e Assinatura

Curitiba, ____ de ____________ de 2025.
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.