Modelo de Ação de reintegração de posse com pedido liminar para cessar obras e reintegrar autor legítimo na posse de imóvel cedido em comodato verbal à ré que realizou modificações sem autorização

Publicado em: 07/05/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição inicial de ação de reintegração de posse com pedido liminar, proposta por autor legítimo possuidor de imóvel que cedeu em comodato verbal à ré, a qual realizou obras e modificações sem autorização, configurando posse precária. O documento fundamenta-se no Código Civil e no Código de Processo Civil para requerer a suspensão imediata das alterações e a reintegração da posse, além da designação de audiência de conciliação. Inclui qualificação das partes, exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudências, pedidos e requerimentos de provas.
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AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, viúvo, aposentado, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], vem, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], propor a presente

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR

em face de M. F. de S. L., brasileira, solteira, estudante, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF].

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. dos S., é legítimo possuidor e proprietário do imóvel situado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, nesta cidade. Em data de [mês/ano], por laços familiares e em gesto de benevolência, cedeu, a título de comodato verbal, a posse do referido imóvel à sua neta, M. F. de S. L., para que esta pudesse residir no local, sem qualquer contraprestação financeira.

Ocorre que, recentemente, o Autor tomou conhecimento de que a Ré iniciou obras de modificação e ampliação no imóvel, sem sua autorização ou anuência, alterando a estrutura original da casa. Tal conduta, além de contrariar a vontade expressa do Autor, viola o pacto de confiança estabelecido, uma vez que o empréstimo do imóvel não autorizava qualquer alteração substancial ou acréscimo.

O Autor, ao tomar ciência das intervenções, manifestou-se contrariamente às obras, solicitando à Ré que cessasse imediatamente qualquer modificação, o que foi ignorado. A permanência da Ré no imóvel, agora, configura-se em posse precária, com abuso do direito concedido, caracterizando turbação e ameaça à posse legítima do Autor.

Diante da recusa da Ré em cessar as obras e da iminência de danos irreparáveis ao imóvel, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para reaver a posse plena do bem e, liminarmente, impedir que a Ré realize quaisquer alterações no imóvel até decisão final.

Ressalta-se que o Autor notificou extrajudicialmente a Ré para que se abstivesse de realizar modificações, sem, contudo, obter êxito, persistindo a ameaça à integridade do imóvel e à posse do Autor.

Dessa forma, faz-se necessária a concessão de medida liminar para que a Ré se abstenha de promover qualquer alteração no imóvel, sob pena de multa, bem como a reintegração da posse ao Autor, conforme os fundamentos a seguir expostos.

4. DO DIREITO

4.1. DA LEGITIMIDADE E DA POSSE

O Autor é legítimo possuidor do imóvel, conforme dispõe o CCB/2002, art. 1.196, que define posse como o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. A cessão do imóvel à Ré ocorreu a título de comodato verbal, sem transferência de domínio ou autorização para modificações.

O comodato, nos termos do CCB/2002, art. 579, é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, obrigando o comodatário a restituí-las no estado em que recebeu. A realização de obras sem consentimento do comodante excede os limites do contrato, tornando a posse da Ré precária e ilegítima.

4.2. DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE E DOS REQUISITOS LEGAIS

O CPC/2015, art. 560 assegura ao possuidor o direito de ser mantido ou reintegrado na posse em caso de turbação ou esbulho. Para a concessão da reintegração de posse, exige-se, nos termos do CPC/2015, art. 561:
I – a posse do autor;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, ou a perda da posse.

No presente caso, o Autor demonstra sua posse legítima, a turbação causada pela Ré ao modificar o imóvel sem autorização, a data do início das obras (conforme documentos e testemunhas) e a persistência da ameaça à posse. Assim, estão preenchidos todos os requisitos legais para a concessão da reintegração de posse.

4.3. DO PEDIDO LIMINAR

O CPC/2015, art. 562 autoriza a concessão de liminar para reintegração de posse, quando presentes os requisitos do CPC/2015, art. 561. Ademais, o CPC/2015, art. 300 prevê a tutela de urgência quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No caso em tela, a continuidade das obras pela Ré pode causar danos irreversíveis ao imóvel, tornando imprescindível a concessão de liminar para que a Ré se abstenha de realizar qualquer alteração, sob pena de multa, até decisão final.

4.4. DA BOA-FÉ, LEGALIDADE E PROTEÇÃO PO"'>...


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Voto do Magistrado

I. Relatório

Trata-se de Ação de Reintegração de Posse com Pedido de Liminar proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., tendo por objeto a reintegração da posse do imóvel situado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, nesta cidade, bem como o pedido liminar para que a ré se abstenha de realizar quaisquer modificações no referido bem.

Narra o autor que cedeu, a título de comodato verbal, a posse do imóvel à ré, sua neta, para fins de moradia, sem qualquer contraprestação financeira. Alega, contudo, que a ré passou a realizar obras de modificação e ampliação no imóvel, sem autorização, violando as condições do comodato e passando a exercer posse precária, o que motivou o pedido de tutela jurisdicional para reaver a posse e impedir novas intervenções.

A parte autora instruiu a inicial com documentos comprobatórios da posse, notificações extrajudiciais e registros das alterações realizadas.

II. Fundamentação

1. Da Regularidade Formal e Conhecimento

Os pressupostos processuais e condições da ação estão presentes. O pedido é juridicamente possível, as partes são legítimas e há interesse processual. Conheço do pedido, nos termos do CPC/2015, art. 485 e seguintes.

2. Dos Fatos e do Direito

Compulsando os autos, verifica-se que o autor é legítimo possuidor do imóvel, exercendo a posse direta e exclusiva até a cessão em comodato verbal à ré, conforme previsto no CCB/2002, art. 1.196. O comodato, nos termos do CCB/2002, art. 579, não transfere domínio, nem autoriza modificações substanciais no bem, sendo obrigação do comodatário restituí-lo no estado em que o recebeu.

A ré, ao realizar obras de modificação e ampliação sem anuência do autor, excedeu os limites do comodato, tornando a posse precária e ilegítima. Tal conduta caracteriza turbação e ameaça à posse do autor, preenchendo os requisitos do CPC/2015, art. 561: (i) posse do autor, (ii) turbação praticada pelo réu, (iii) data da turbação e (iv) continuação da posse ainda que turbada.

A proteção possessória possui amparo constitucional (CF/88, art. 5º, XXII) e infraconstitucional, sendo instrumento de tutela da ordem social e da segurança jurídica. Ademais, o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõe limites ao exercício da posse e veda o abuso de direito, o que restou violado pela ré.

3. Da Liminar

Nos termos do CPC/2015, art. 562, é cabível a concessão de liminar para reintegração de posse quando presentes os requisitos legais. No caso, a continuidade das obras pela ré implica perigo de dano irreversível ao imóvel, estando demonstrada a probabilidade do direito e o perigo na demora, nos moldes do CPC/2015, art. 300.

4. Da Jurisprudência

A jurisprudência é pacífica no sentido de que, preenchidos os requisitos do CPC/2015, art. 560 e CPC/2015, art. 561, é cabível a concessão de liminar em ações possessórias, mesmo inaudita altera pars, conforme precedentes citados na peça inaugural.

5. Do Pedido de Conciliação/Mediação

Ressalto que a parte autora manifestou interesse em audiência de conciliação/mediação, em atenção ao CPC/2015, art. 319, VII, o que deverá ser oportunamente designado.

III. Dispositivo

Diante do exposto, com fulcro na CF/88, art. 93, IX, exige fundamentação das decisões judiciais, no CPC/2015, art. 561 e seguintes, e demais fundamentos legais e constitucionais supramencionados, JULGO PROCEDENTE o pedido para:

  • a) CONCEDER a liminar, determinando que a ré se abstenha de realizar quaisquer modificações, obras, ampliações ou alterações no imóvel situado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, [Cidade/UF], sob pena de multa diária a ser fixada em R$ 500,00 (quinhentos reais), até decisão final;
  • b) DETERMINAR a reintegração da posse do imóvel ao autor, expedindo-se o competente mandado, confirmando-se a liminar, se já concedida;
  • c) CONDENAR a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  • d) DETERMINAR a designação de audiência de conciliação/mediação, conforme o CPC/2015, art. 319, VII;
  • e) DEFERIR a produção de todas as provas em direito admitidas, incluindo documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, se necessário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Constitucional

A presente decisão observa o princípio da motivação das decisões judiciais, previsto na CF/88, art. 93, IX, garantindo transparência e controle dos atos judiciais. O direito de propriedade e de proteção possessória encontra respaldo na CF/88, art. 5º, XXII.

V. Conclusão

Ante o exposto, julgo procedente o pedido de reintegração de posse, concedendo a liminar e determinando as providências acima.

[Cidade/UF], [data].

_________________________________________
Juiz de Direito


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