Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais e Restituição em Dobro contra Hapvida e Clínica Espaço e Saúde por Cobrança Indevida e Falha na Prestação de Serviços de Saúde

Publicado em: 10/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial proposta por consumidora contra Hapvida Assistência Médica Ltda. e Clínica Espaço e Saúde, requerendo restituição em dobro de valores cobrados indevidamente e indenização por danos morais decorrentes de falha na prestação do serviço de saúde, com fundamentação no Código de Defesa do Consumidor e Constituição Federal.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E RESTITUIÇÃO EM DOBRO DE VALORES

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [Cidade/UF],
(Turma Recursal dos Juizados Especiais)

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. C. M., brasileira, solteira, profissão [informar], portadora do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliada na [endereço completo], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E RESTITUIÇÃO EM DOBRO DE VALORES
em face de Hapvida Assistência Médica Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [informar], e Clínica Espaço e Saúde, inscrita no CNPJ sob o nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [informar], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

Em outubro de 2024, a autora, A. C. M., agendou consulta para realização de teste neuropsicológico com o Dr. Thiago Salvador, na clínica Espaço e Saúde, através do plano de saúde Hapvida. No entanto, ao comparecer ao local, foi atendida por uma profissional que se identificou como psicóloga, não sendo o médico agendado. O atendimento limitou-se à realização de mera anamnese, sem a efetiva aplicação do teste neuropsicológico.

Em sequência, a autora foi informada de que o teste seria dividido em quatro sessões, o que considerou inadequado, optando por cancelar o procedimento. Apesar de não ter realizado o exame, foi cobrada a coparticipação referente a duas sessões do teste, valores estes pagos como se os atendimentos tivessem ocorrido.

Desde 29 de janeiro de 2025, a autora tenta, sem sucesso, obter o reembolso dos valores indevidamente cobrados. Após abrir reclamação junto à Hapvida, percebeu que a consulta realizada em outubro de 2024 desapareceu do aplicativo, dificultando a comprovação do ocorrido. A empresa alegou que consultas realizadas em outras clínicas não ficam gravadas no aplicativo, embora esta tenha sido a única consulta a desaparecer.

A autora recebeu e-mail da ré exigindo que comprovasse todos os fatos alegados, mesmo após apresentar diversos protocolos e e-mails, sem qualquer solução. A clínica, por sua vez, condicionou a realização do teste à presença da autora em quatro dias distintos apenas para registro de digital, sendo o exame marcado para 23/12, sem que a autora sequer conhecesse o médico responsável.

Diante da sucessão de erros, da ausência de resposta efetiva e do descaso das rés, a autora sofreu intenso abalo emocional, frustração e constrangimento, configurando dano moral, além do prejuízo financeiro decorrente da cobrança indevida.

Ressalte-se que a conduta das rés violou princípios básicos do direito do consumidor, notadamente a boa-fé objetiva, a transparência e a dignidade da pessoa humana, ensejando a presente demanda.

4. DO DIREITO

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE OBJETIVA

A relação entre autora e rés é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo a autora consumidora e as rés fornecedoras de serviços de saúde. Aplica-se, portanto, a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 14, que impõe ao fornecedor o dever de reparar danos causados por defeitos na prestação do serviço, independentemente de culpa.

4.2. DA COBRANÇA INDEVIDA E RESTITUIÇÃO EM DOBRO

Restou incontroverso que a autora foi cobrada por serviços não prestados, configurando cobrança indevida, vedada pelo CDC, art. 42. O parágrafo único do referido artigo determina a restituição em dobro do valor pago, salvo engano justificável, o que não se verifica no caso concreto. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que a devolução em dobro prescinde da comprovação de má-fé.

4.3. DO DANO MORAL

A conduta das rés extrapolou o mero aborrecimento, causando à autora constrangimento, angústia e sentimento de desamparo, violando direitos da personalidade, conforme a CF/88, art. 5º, X. O dano moral, in casu, é in re ipsa, decorrendo da própria con"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos morais cumulada com pedido de restituição em dobro de valores, proposta por A. C. M. em face de Hapvida Assistência Médica Ltda. e Clínica Espaço e Saúde, sob a alegação de cobrança indevida por serviços não prestados, além de conduta desrespeitosa e omissa das rés, culminando em abalo moral à autora.

A demanda foi instruída com documentos e relatos que indicam cobrança de coparticipação referente a sessões de teste neuropsicológico não realizados, bem como insucesso na tentativa de reembolso e ausência de solução pelas rés, mesmo após apresentação de protocolos e reclamações.

Fundamentação

Preliminarmente

Verifico que estão presentes os pressupostos processuais de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, bem como as condições da ação. Assim, conheço do pedido.

Ressalto, ainda, que a presente decisão observa o disposto na CF/88, art. 93, IX, que assegura a fundamentação das decisões judiciais, permitindo o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa.

Dos Fatos e da Relação de Consumo

É incontroversa a existência de relação de consumo entre a autora e as rés, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, aplicando-se, portanto, a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 14, bastando a demonstração do defeito na prestação do serviço e do dano vivenciado pelo consumidor.

No caso em tela, restou comprovado que a autora foi cobrada por procedimentos não realizados, tendo sido frustrada em seu direito de acesso ao serviço contratado, além de submetida a exigências desproporcionais para reembolso, inclusive com supressão do registro da consulta no aplicativo da operadora.

Da Cobrança Indevida e Restituição em Dobro

Conforme dispõe o CDC, art. 42, parágrafo único, o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo engano justificável, hipótese não demonstrada pelas rés. A jurisprudência pátria é pacífica (exemplos: TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; Acórdão/TJSP) quanto ao cabimento da devolução em dobro mesmo sem comprovação de má-fé.

Do Dano Moral

O dano moral restou caracterizado diante da conduta negligente das rés, que extrapolou o mero aborrecimento cotidiano, expondo a autora a constrangimentos, frustração e sensação de desamparo (CF/88, art. 5º, X; CDC, art. 6º, VI; CCB/2002, art. 927). A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais Estaduais reconhece o cabimento de indenização nesses casos, arbitrando-se valores entre R$ 5.000,00 e R$ 10.000,00, conforme precedentes colacionados.

Considerando o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, fixo a indenização por dano moral em R$ 5.000,00, quantia suficiente para reparar o sofrimento experimentado, sem se tornar fonte de enriquecimento ilícito.

Dos Princípios Aplicáveis

O caso concreto evidencia violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), à boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e ao direito à informação e transparência (CDC, art. 6º, III e CDC, art. 4º), impondo-se a reparação integral dos danos.

Da Inversão do Ônus da Prova

Considerando a verossimilhança das alegações e a hipossuficiência técnica da autora, defiro a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII.

Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para:

  1. Condenar as rés, solidariamente, à restituição em dobro dos valores pagos a título de coparticipação referentes às sessões do teste neuropsicológico não realizado, acrescidos de correção monetária (Súmula 362/STJ) desde o desembolso e juros de mora de 1% ao mês (Súmula 54/STJ) a partir da citação;
  2. Condenar as rés, solidariamente, ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais, nos termos da fundamentação;
  3. Defiro a inversão do ônus da prova.
  4. Condeno as rés ao pagamento das custas e honorários advocatícios, que fixo em 10% do valor da condenação.
  5. Concedo à autora os benefícios da gratuidade de justiça, caso preenchidos os requisitos legais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Assim voto.

[Local], [Data]
_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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