Modelo de Ação de Cobrança proposta por sociedade empresária contra pessoa física por não repasse de valor recebido mediante cessão de crédito autorizada, com fundamento nos arts. 286, 290, 422 e 884 do CC e art. 319 do CP...

Publicado em: 27/06/2025 CivelProcesso Civil
Petição inicial de ação de cobrança ajuizada por sociedade empresária contra pessoa física que recebeu pagamento autorizado por cessão de crédito, porém não repassou o valor devido, com pedido de condenação ao pagamento atualizado, juros legais, custas e honorários advocatícios, fundamentada em dispositivos do Código Civil e Código de Processo Civil, jurisprudência e doutrina.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE COBRANÇA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], neste ato representada por seu sócio-administrador, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA

em face de M. F. de S. L., pessoa física, inscrita no CPF sob o nº [número], residente e domiciliada na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora, A. J. dos S., é sociedade empresária regularmente constituída e atuante no ramo de prestação de serviços [especificar ramo, se necessário]. Em [data], celebrou contrato de prestação de serviços com a empresa [nome do contratante], tendo executado integralmente as obrigações pactuadas.

Entretanto, por meio de Termo de Autorização de Recebimento de Crédito a Terceiro, a autora autorizou que o pagamento devido pelo contratante fosse realizado diretamente à pessoa física M. F. de S. L., ora ré, que não participou da relação contratual originária, mas foi indicada como beneficiária do crédito.

O pagamento foi efetuado pelo contratante à ré, conforme comprovantes anexos, restando incontroverso o recebimento do valor correspondente ao serviço prestado pela autora. Contudo, a ré, mesmo após diversas tentativas de solução extrajudicial, não repassou à autora o montante recebido, apropriando-se indevidamente de valor que não lhe pertence.

Diante da inércia da ré e do esgotamento das vias amigáveis, não restou alternativa à autora senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecido seu direito ao recebimento do valor correspondente ao serviço prestado, devidamente corrigido e acrescido de juros legais.

Resumo: A autora prestou serviço, autorizou o pagamento a terceiro (ré), que recebeu o valor, mas não repassou à autora, ensejando a presente cobrança.

4. DO DIREITO

O direito da autora encontra amparo no ordenamento jurídico pátrio, especialmente nas normas que regem as obrigações e os contratos civis.

Nos termos do CCB/2002, art. 286, o credor pode ceder seu crédito, salvo se a isso se opuser a natureza da obrigação, a lei ou a convenção com o devedor. No caso em tela, a autora autorizou expressamente que o pagamento fosse realizado à ré, caracterizando verdadeira cessão de crédito em favor de terceiro.

O CCB/2002, art. 290 dispõe que a cessão de crédito tem eficácia em relação ao devedor e a terceiros a partir da notificação do devedor, sendo certo que, uma vez efetuado o pagamento ao cessionário (ré), este passa a ser detentor do valor, mas não do direito material originário, devendo repassar o montante à autora, sob pena de enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884).

O inadimplemento da obrigação de repasse caracteriza, ainda, violação ao princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), que deve nortear todas as relações contratuais e negociais, inclusive aquelas decorrentes de cessão de crédito ou autorização de recebimento por terceiro.

Ademais, o CPC/2015, art. 319 estabelece os requisitos da petição inicial, todos devidamente observados na presente demanda.

Por fim, a autora faz jus à atualização monetária e aos juros legais desde o inadimplemento (CCB/2002, arts. 394 e 397), bem como à condenação da ré ao pagamento das custas e honorários advocatícios (CPC/2015, art. 85).

Fechamento argumentativo: Restando incontroverso o recebimento do valor pela ré, sem o repasse à autora, é legítima a pretensão de cobrança, sob pena de enriquecimento sem causa e violação à boa-fé.

5. JURISPRUDÊNCIAS

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CESSÃO DE CRÉDITO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO. HABILITAÇÃO DA CESSIONÁRIA. POSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. [...]
"A cessão de crédito é instituto previsto no ordenamento jurídico, sendo válida quando atendidos os requisitos legais, nos termos do CCB, art. 288. [...] Alegados vícios de consentimento devem ser discutidos em ação própria, não sendo possível desconsiderar a cessão de crédito com base apenas em argumentos da cedente sobre sua suposta vulnerabilidade e não participação de seu patrono no negócio jurídico." (TJRJ, Terceira Câmara de Direito Privado, AI 0090069-39.2024"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de Ação de Cobrança proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., na qual a autora alega ter prestado serviços a terceiro, autorizando que o pagamento fosse realizado diretamente à ré, mediante Termo de Autorização de Recebimento de Crédito a Terceiro. Embora tenha recebido o valor correspondente aos serviços, a ré não repassou o montante à autora, mesmo após tentativas extrajudiciais de solução, razão pela qual busca a condenação da ré ao pagamento devido, acrescido de correção monetária, juros legais, custas e honorários advocatícios.

Citada, a ré apresentou contestação (se houver), sendo as partes regularmente intimadas dos atos processuais.

II - Fundamentação

2.1. Do Conhecimento

Os pressupostos processuais de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo estão presentes, assim como as condições da ação, razão pela qual conheço do pedido inicial, nos termos do CPC/2015, art. 485.

2.2. Dos Fatos e da Responsabilidade

A controvérsia cinge-se à obrigação da ré em repassar à autora o valor que lhe foi creditado por força de autorização expressa, após a prestação de serviços devidamente comprovada.

Restou incontroverso nos autos que a autora prestou serviço ao contratante originário, tendo autorizado que o pagamento fosse realizado à ré, que, por sua vez, recebeu o valor. Não há nos autos elementos que afastem a regularidade da cessão de crédito, tampouco que a ré tenha repassado os valores à autora.

2.3. Do Direito Aplicável

O ordenamento jurídico brasileiro prevê, no CCB/2002, art. 286, que o credor pode ceder seu crédito a terceiro, salvo restrição expressa em contrário. A eficácia da cessão perante o devedor e terceiros depende de notificação, nos termos do CCB/2002, art. 290.

No caso concreto, a autora autorizou a cessão do crédito à ré, e o pagamento foi efetuado pelo devedor à pessoa indicada. A partir desse momento, a ré passou a deter o valor, mas não o direito material originário, devendo repassar o crédito à real credora, sob pena de enriquecimento sem causa, vedado pelo CCB/2002, art. 884.

A conduta da ré, ao reter valor que não lhe pertence, viola, ainda, o princípio da boa-fé objetiva, insculpido no CCB/2002, art. 422, o qual deve nortear todas as relações contratuais e negociais.

O inadimplemento da obrigação de repasse acarreta a incidência de juros de mora a partir da data do inadimplemento, conforme disciplina o CCB/2002, arts. 394 e 397.

2.4. Da Regularidade da Petição Inicial

A inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando devidamente instruída com os documentos necessários à demonstração do direito postulado.

2.5. Da Jurisprudência e Doutrina

A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer a validade da cessão de crédito, desde que observados os requisitos legais (CCB/2002, art. 288), e de responsabilizar o cessionário pelo repasse do valor ao credor original, a fim de evitar enriquecimento sem causa (TJSP, Ap. Cív. Acórdão/TJSP, Rel. Des. Claudia Sarmento Monteleone, j. 20/03/2025).

A doutrina, por sua vez, ressalta que o cessionário, ao receber o crédito, sub-roga-se nos direitos do cedente, devendo agir em consonância com a boa-fé, repassando o valor ao legítimo titular (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 3, p. 158).

2.6. Da Fundamentação Constitucional

O dever de fundamentação das decisões judiciais encontra amparo no CF/88, art. 93, IX, que exige que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário sejam públicos e fundamentados, sob pena de nulidade.

III - Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para condenar M. F. de S. L. ao pagamento à autora A. J. dos S. do valor de R$ [valor], acrescido de correção monetária desde o recebimento do valor pela ré e juros de mora desde o inadimplemento (CCB/2002, arts. 394 e 397).

Condeno a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV - Recurso

Tendo em vista que a presente sentença resolve o mérito, caberá apelação no prazo legal, na forma do CPC/2015, art. 1.009.

V - Conclusão

É como voto.


[Cidade], [data].

___________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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