Modelo de Réplica à contestação em ação de indenização por danos morais decorrentes de danos à residência causados por obras vizinhas, com pedido de inversão do ônus da prova e condenação do réu

Publicado em: 19/05/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de réplica à contestação em ação de indenização por danos morais, apresentada pela proprietária de imóvel que sofreu danos estruturais causados por obras no imóvel vizinho. A peça impugna a inexistência de responsabilidade alegada pelo réu, fundamenta-se no Código Civil e na Constituição Federal para justificar o dever de indenizar, requer a inversão do ônus da prova e a condenação do réu ao pagamento de indenização, custas e honorários. Inclui pedidos de produção de provas documental, testemunhal e pericial.
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RÉPLICA À CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___ do Estado de ___.

2. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

A Requerente, M. F. de S. L., já qualificada nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais em face de A. J. dos S., vem, por meio de seu advogado, apresentar sua Réplica à Contestação, nos termos do CPC/2015, art. 350.

Em sua contestação, o Requerido alega, em síntese, a inexistência de responsabilidade pelos danos causados à residência da Requerente, sustentando que não houve conduta ilícita ou nexo causal entre sua atuação e os prejuízos experimentados. Ademais, argumenta que os danos alegados seriam preexistentes ou decorrentes de caso fortuito, buscando afastar o dever de indenizar, bem como requer a improcedência do pedido de indenização por danos morais.

3. PRELIMINARES (SE HOUVER)

Inicialmente, cumpre destacar que não há preliminares processuais suscitadas pelo Requerido que mereçam acolhimento. Eventuais alegações de inépcia da inicial, ausência de interesse processual ou ilegitimidade de parte não encontram respaldo nos autos, uma vez que a petição inicial preenche todos os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando presentes a exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, pedido certo e determinado, valor da causa, provas pretendidas e demais elementos essenciais.

Ressalta-se que, conforme o CPC/2015, art. 337, eventuais matérias preliminares devem ser apreciadas de ofício ou a requerimento, não havendo, no presente caso, qualquer vício capaz de obstar o regular prosseguimento do feito.

4. DOS FATOS

A Requerente é legítima proprietária da residência situada na Rua ___, nº ___, Bairro ___, nesta cidade, onde reside há mais de ___ anos. Em data de ___, a Requerente foi surpreendida com graves danos em sua residência, tais como infiltrações, rachaduras e comprometimento estrutural, ocasionados por obras realizadas pelo Requerido em imóvel vizinho, sem a devida observância das normas técnicas e de segurança.

Os danos causaram não apenas prejuízos materiais, mas também abalaram profundamente a tranquilidade, a segurança e a dignidade da Requerente, que se viu privada do pleno uso de seu lar, sofrendo angústia, abalo psicológico e constrangimento perante vizinhos e familiares.

A conduta do Requerido, caracterizada pela negligência e ausência de cautela, resultou em violação ao direito de propriedade e à dignidade da pessoa humana, princípios consagrados na CF/88, art. 5º, XXII e III, ensejando o dever de indenizar pelos danos morais suportados.

5. DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO

A Requerente impugna, de forma específica, todos os argumentos apresentados na contestação:

a) Da inexistência de responsabilidade

O Requerido alega que não há nexo causal entre sua conduta e os danos sofridos pela Requerente. Tal alegação não merece prosperar. As provas documentais e testemunhais acostadas aos autos demonstram que as obras realizadas pelo Requerido, sem acompanhamento técnico adequado, foram a causa direta dos danos à residência da Requerente, conforme laudo pericial preliminar.

b) Da alegação de danos preexistentes ou caso fortuito

O Requerido tenta atribuir os danos a fatores preexistentes ou a caso fortuito, sem apresentar qualquer prova concreta. O ônus da prova, nos termos do CPC/2015, art. 373, II, recai sobre o Requerido quanto à existência de excludentes de responsabilidade, o que não foi demonstrado.

c) Da improcedência do pedido de danos morais

O Requerido sustenta que não houve abalo moral a justificar a indenização. No entanto, a jurisprudência e a doutrina reconhecem que a violação do direito à moradia e à dignidade da pessoa humana, com a privação do pleno uso do lar, configura dano moral indenizável (CCB/2002, art. 186).

Impugna-se, ainda, eventual alegação de ausência de prova do dano moral, pois o abalo decorre in re ipsa, ou seja, é presumido diante da gravidade dos fatos.

6. DO DIREITO

O direito da Requerente encontra amparo nos seguintes dispositivos legais:

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Cuida-se de ação de indenização por danos morais, proposta por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., na qual a parte autora alega ter sofrido prejuízos materiais e morais decorrentes de danos estruturais em sua residência, supostamente causados por obras realizadas pelo requerido em imóvel vizinho, sem observância das normas técnicas e de segurança.

O requerido, em contestação, defende a inexistência de responsabilidade, nega o nexo causal entre sua conduta e os danos alegados, e sustenta que os prejuízos seriam preexistentes ou motivados por caso fortuito, pugnando pela improcedência do pedido.

Réplica apresentada, com impugnação específica dos argumentos do réu, requerendo a procedência da ação, a inversão do ônus da prova e a condenação do requerido ao pagamento de indenização por danos morais.

Fundamentação

Preliminares

Inicialmente, não há preliminares processuais que obstem o regular prosseguimento do feito. A petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, inexistindo inépcia, ausência de interesse processual ou ilegitimidade de parte. Eventuais questões relativas à matéria de ordem pública (CPC/2015, art. 337) não encontram respaldo nos autos.

Dos Fatos e Provas

Da análise dos autos, restou comprovada a ocorrência de danos na residência da parte autora, corroborados por laudo pericial e prova testemunhal, que indicam, de forma segura, que as obras realizadas pelo requerido foram a causa direta dos prejuízos estruturais suportados pela autora.

O requerido, por sua vez, não logrou êxito em demonstrar a existência de excludentes de responsabilidade, como danos preexistentes ou caso fortuito, sendo seu o ônus probatório, nos termos do CPC/2015, art. 373, II.

Do Direito

O CCB/2002, art. 186 estabelece que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, impondo o CCB/2002, art. 927 o dever de reparar o dano.

A conduta do requerido, ao realizar obras sem a devida cautela, caracteriza ato ilícito, havendo nexo causal entre sua ação e os danos experimentados pela autora.

A CF/88, art. 5º, X, assegura a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, garantindo o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. A proteção à moradia encontra amparo na CF/88, art. 6º, sendo a dignidade da pessoa humana fundamento da República (CF/88, art. 1º, III).

Do Dano Moral

A jurisprudência pátria reconhece que a privação do uso da moradia e o abalo à dignidade da pessoa humana configuram dano moral presumido (in re ipsa), dispensando-se a demonstração específica do prejuízo extrapatrimonial, sobretudo quando comprovada a gravidade dos fatos.

Da Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Atendendo ao comando constitucional da CF/88, art. 93, IX, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, esclareço que a presente decisão baseia-se na análise das provas produzidas, na aplicação dos dispositivos legais pertinentes (CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927; CPC/2015, art. 319, CPC/2015, art. 337, CPC/2015, art. 350, CPC/2015, art. 373), e nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, inviolabilidade da moradia e direito à indenização por dano moral.

Jurisprudência

Cito, a propósito, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ, REsp Acórdão/STJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2022), que reforça a necessidade de fundamentação e apreciação das provas, bem como a possibilidade de alegação de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor, o que não restou comprovado no caso em exame.

Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  1. Reconhecer a responsabilidade civil do requerido pelos danos causados à residência da autora;
  2. Condenar o requerido ao pagamento de indenização por danos morais à autora, em valor a ser fixado na fase de liquidação, considerando a extensão do dano e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  3. Determinar a inversão do ônus da prova, nos termos do CPC/2015, art. 373, § 1º;
  4. Condenar o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º;
  5. Facultar à parte autora a produção de provas remanescentes, se necessário à liquidação do valor da indenização.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Esta é a minha decisão, que vai devidamente fundamentada, em obediência a CF/88, art. 93, IX, com apreciação detalhada dos fatos, das provas e do direito aplicável.

Sentença publicada e registrada eletronicamente. Cumpra-se.

Local, Data e Assinatura

Cidade/UF, ___ de ____________ de 20__.

Juiz de Direito


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