Modelo de Petição inicial trabalhista para reconhecimento de rescisão sem justa causa, pagamento de verbas rescisórias, indenização por danos morais e devolução da CTPS contra Empresa Alfa Ltda.

Publicado em: 11/07/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Petição inicial de reclamação trabalhista ajuizada por A. J. dos S. contra Empresa Alfa Ltda., requerendo reconhecimento da rescisão sem justa causa, pagamento das verbas rescisórias devidas, multa por atraso, indenização por danos morais decorrente da retenção indevida da CTPS e inadimplemento, além da devolução imediata da CTPS e concessão de justiça gratuita. Fundamenta-se na CLT, Constituição Federal e jurisprudência consolidada do TST e STJ.
← deslize para o lado para ver mais opções

PETIÇÃO INICIAL – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da ___ Vara do Trabalho da Comarca de [cidade/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar administrativo, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [cidade/UF],
Reclamante,

em face de

Empresa Alfa Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Avenida Principal, nº 2000, Bairro Industrial, CEP 00000-000, [cidade/UF], endereço eletrônico [email protected],
Reclamada,

vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Reclamante foi admitido pela Reclamada em 01/02/2020, para exercer a função de auxiliar administrativo, percebendo salário mensal de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Durante o pacto laboral, desempenhou suas funções com zelo, dedicação e sem qualquer punição disciplinar.

Em 10/03/2024, foi surpreendido com sua dispensa sem justa causa, sendo informado de que as verbas rescisórias seriam pagas em até 10 dias, conforme legislação vigente. Contudo, transcorrido o prazo legal, a Reclamada não efetuou o pagamento das verbas rescisórias devidas, tampouco procedeu à entrega das guias para saque do FGTS e habilitação no seguro-desemprego.

Ademais, a Reclamada reteve a CTPS do Reclamante por mais de 30 dias, impedindo-o de buscar nova colocação no mercado de trabalho e causando-lhe constrangimento e prejuízos de ordem moral e material.

Em razão do inadimplemento das obrigações trabalhistas e da retenção indevida da CTPS, o Reclamante sofreu abalo psicológico, angústia, insegurança financeira e comprometimento de sua subsistência, além de ter sua dignidade e honra violadas.

Diante do exposto, não restou alternativa ao Reclamante senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecidos e reparados seus direitos.

4. DO DIREITO

4.1. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A presente demanda versa sobre verbas rescisórias e indenização por danos morais decorrentes da relação de emprego, sendo, portanto, de competência da Justiça do Trabalho, nos termos do CF/88, art. 114, VI, que estabelece: “Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (...) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho”.
A jurisprudência do STJ e do TST é pacífica no sentido de que ações de indenização por danos morais e materiais, cuja causa de pedir decorra da relação de trabalho, devem ser processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho (STJ, Confl. de Comp. 158.231 - PR; TST, RR 157700-48.2006.5.02.0034).

4.2. DO DIREITO ÀS VERBAS RESCISÓRIAS

O Reclamante foi dispensado sem justa causa, fazendo jus ao recebimento das verbas rescisórias previstas na CLT, tais como saldo de salário, aviso prévio indenizado, férias proporcionais acrescidas de 1/3, 13º salário proporcional, multa de 40% sobre o FGTS, além da entrega das guias para levantamento do FGTS e habilitação no seguro-desemprego.
Nos termos da CLT, art. 477, §6º, o pagamento das verbas rescisórias deve ocorrer até o décimo dia contado da data da dispensa, sob pena de incidência da multa prevista no §8º do mesmo artigo.

4.3. DA RETENÇÃO INDEVIDA DA CTPS

A CTPS é documento essencial para a formalização da relação de emprego, sendo direito do trabalhador sua devolução no prazo máximo de 48 horas, conforme CLT, art. 29, §1º, e CLT, art. 53. A retenção da CTPS por período superior ao legal configura ato ilícito e enseja reparação por danos morais, diante do prejuízo presumido ao trabalhador, que fica impossibilitado de obter novo emprego e de comprovar sua experiência profissional.
O TST tem reiteradamente reconhecido que a retenção indevida da CTPS caracteriza dano moral, sendo desnecessária a demonstração de prejuízo concreto, pois o dano é presumido (TST, RR 20487-97.2015.5.04.0011).

4.4. DO DANO MORAL

O descumprimento das obrigações trabalhistas essenciais, como o pagamento das verbas rescisórias e a devolução da CTPS, atinge diretamente a dignidade da pessoa humana, princípio basilar da ordem constitucional (CF/88, art. 1º, III), e os direitos da personalidade (CF/88, art. 5º, X).
O dano moral, nos termos do CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927, decorre da violação de direito e do nexo causal entre a conduta ilícita do empregador e o prejuízo experimentado pelo empregado. O TST tem reconhecido que o atraso reiterado no pagamento de salários, a retenção da CTPS e o inadimplemento das verbas rescisórias ensejam indenização por danos morais, independentemente de prova do prejuízo, dada a natureza in re ipsa do dano (TST, RR 1480-83.2012.5.09.0012).
Ressalte-se que a reparação do dano moral visa não apenas compensar o sofrimento do trabalhador, mas também exercer função pedagógica, desestimulando a reiteração de condutas ilícitas por parte do empregador.

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da valorização do trabalho humano (CF/88, art. 1º, IV), da proteção ao trabalhador, da razoabilidade e da proporcionalidade, que devem nortear a fixação do quantum indenizat�"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de reclamação trabalhista cumulada com pedido de indenização por danos morais proposta por A. J. dos S. em face de Empresa Alfa Ltda., na qual o Reclamante alega ter sido dispensado sem justa causa, não tendo recebido as verbas rescisórias no prazo legal, tampouco as guias para levantamento do FGTS e habilitação no seguro-desemprego, além de ter sua CTPS retida indevidamente por prazo superior ao permitido em lei. Afirma que tais condutas ocasionaram-lhe danos de ordem material e moral e requer a condenação da Reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, indenização por danos morais, devolução da CTPS, além de honorários advocatícios e benefícios da justiça gratuita.

A Reclamada foi regularmente notificada e apresentou defesa. As partes tiveram oportunidade de produção de provas, sendo os autos conclusos para julgamento.

II. Fundamentação

1. Da Competência

A controvérsia versa sobre verbas rescisórias e pedido de indenização por danos morais decorrentes da relação de emprego. Nos termos do CF/88, art. 114, VI, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar tais demandas, entendimento corroborado pela jurisprudência consolidada do STJ e do TST.

2. Dos Fatos e da Prova

Da análise dos autos, restou incontroverso que o Reclamante foi dispensado sem justa causa em 10/03/2024, não tendo recebido as verbas rescisórias no prazo legal, bem como não lhe foram entregues as guias para levantamento do FGTS e habilitação no seguro-desemprego. Ademais, comprovou-se a retenção da CTPS por período superior a 30 dias, conforme documentos acostados.

3. Das Verbas Rescisórias

O Reclamante faz jus ao recebimento das verbas rescisórias elencadas na CLT, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio indenizado, férias proporcionais acrescidas de 1/3, 13º salário proporcional, multa de 40% sobre o FGTS, e entrega das guias para levantamento do FGTS e habilitação no seguro-desemprego. O pagamento deveria ter ocorrido até o décimo dia contado da data da dispensa, sob pena de incidência da multa prevista (CLT, art. 477, §6º e §8º). Não tendo a Reclamada observado o prazo, é devida a penalidade.

4. Da Retenção Indevida da CTPS

A CTPS é documento essencial à formalização do vínculo empregatício e à busca de novas oportunidades de trabalho. Sua retenção por período superior ao permitido configura ato ilícito e enseja reparação por danos morais, conforme entendimento reiterado do TST (TST, RR 20487-97.2015.5.04.0011). A CLT, em seu art. 29, §1º, determina a devolução em até 48 horas, prazo este que foi claramente descumprido pela Reclamada.

5. Do Dano Moral

O descumprimento das obrigações trabalhistas essenciais, em especial o inadimplemento das verbas rescisórias e a retenção da CTPS, afronta a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e os direitos da personalidade (CF/88, art. 5º, X). O dano moral, nos termos do CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927, decorre da prática de ato ilícito que cause prejuízo a outrem, sendo presumido no presente caso dada a natureza in re ipsa da ofensa ao trabalhador.

Ressalte-se que a jurisprudência do TST reconhece que a retenção da CTPS e o atraso no pagamento das verbas rescisórias ensejam indenização por danos morais, independentemente de prova do prejuízo concreto (TST, RR 1480-83.2012.5.09.0012).

6. Dos Princípios Aplicáveis

Destaco a aplicação dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da valorização do trabalho humano (CF/88, art. 1º, IV), da proteção ao trabalhador, da razoabilidade e da proporcionalidade, que servem de norte para a fixação do valor da indenização por danos morais. O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõe às partes o dever de lealdade e respeito mútuo, notadamente no término do vínculo empregatício.

7. Dos Honorários Sucumbenciais e Justiça Gratuita

Considerando a sucumbência da Reclamada, são devidos honorários advocatícios sucumbenciais ao patrono do Reclamante, nos termos do CPC/2015, art. 85 e CLT, art. 791-A. Quanto à justiça gratuita, o Reclamante demonstrou sua hipossuficiência, fazendo jus ao benefício nos termos do CF/88, art. 5º, LXXIV e CLT, art. 790, §3º.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por A. J. dos S. para:

  • a) Condenar a Reclamada ao pagamento das verbas rescisórias devidas (saldo de salário, aviso prévio indenizado, férias proporcionais + 1/3, 13º salário proporcional, multa de 40% sobre o FGTS), bem como à entrega das guias para levantamento do FGTS e habilitação no seguro-desemprego;
  • b) Condenar a Reclamada ao pagamento de multa prevista na CLT, art. 477, §8º, pelo atraso na quitação das verbas rescisórias;
  • c) Condenar a Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, que arbitro em R$ 10.000,00 (dez mil reais), valor que entendo razoável e proporcional diante das circunstâncias do caso concreto e em observância aos princípios constitucionais e legais mencionados;
  • d) Determinar a devolução imediata da CTPS do Reclamante, devidamente atualizada;
  • e) Condenar a Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos do CPC/2015, art. 85 e CLT, art. 791-A;
  • f) Conceder ao Reclamante os benefícios da justiça gratuita, nos termos do CF/88, art. 5º, LXXIV e CLT, art. 790, §3º.

Juros e correção monetária nos termos da legislação vigente.

Custas processuais, pela Reclamada, calculadas sobre o valor da condenação.

Publique-se. Intimem-se as partes.

É como voto.


[Cidade/UF], [data do julgamento].

___________________________________
Magistrado Relator


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.