Modelo de Petição de Indicação de Quesitos para Perícia Médica em Ação de Obrigação de Fazer contra Estado e Município visando internação compulsória de dependente químico fundamentada em direito à saúde e dignida...

Publicado em: 17/07/2025 CivelProcesso CivilConsumidor Advogado
Petição apresentada por autor contra Estado e Município em ação de obrigação de fazer, indicando quesitos para perícia médica que avalie a necessidade de internação compulsória de dependente químico, com base na Constituição Federal, Lei 10.216/2001, Lei 11.343/2006 e CPC/2015, visando garantir o direito à saúde, à dignidade humana e a proteção da integridade física do paciente e de terceiros.
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PETIÇÃO DE INDICAÇÃO DE QUESITOS PARA PERÍCIA MÉDICA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado de ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar administrativo, portador do CPF nº 123.456.789-00, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], autor da presente demanda, por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação de obrigação de fazer que move em face do Estado de ___, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Praça dos Poderes, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], e do Município de ___, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº 11.111.111/0001-11, com sede na Avenida Municipal, nº 200, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], apresentar a presente INDICAÇÃO DE QUESITOS PARA PERÍCIA MÉDICA.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O autor, A. J. dos S., é dependente químico e, em razão do agravamento de seu quadro clínico, passou a apresentar episódios recorrentes de agressividade, colocando em risco sua própria integridade física e a de terceiros. Diante da gravidade da situação e da ineficácia das medidas ambulatoriais e extra-hospitalares já tentadas, sua família ajuizou a presente ação de obrigação de fazer, pleiteando a internação compulsória do paciente em clínica especializada, com fundamento no direito à saúde e à dignidade da pessoa humana.

Considerando a necessidade de produção de prova técnica para a adequada instrução do feito, foi determinada a realização de perícia médica, a fim de avaliar a real necessidade da internação compulsória, sua adequação e os riscos envolvidos, em consonância com o disposto na Lei 10.216/2001, art. 6º, e na Lei 11.343/2006, art. 23-A, § 5º. Assim, a parte autora apresenta, por meio desta petição, os quesitos que entende pertinentes para a elucidação dos fatos controvertidos.

4. DOS QUESITOS

Nos termos do CPC/2015, art. 465, §1º, a parte autora apresenta os seguintes quesitos a serem respondidos pelo perito médico:

  1. O paciente, A. J. dos S., é portador de dependência química diagnosticada segundo os critérios médicos reconhecidos?
  2. Há histórico documentado de episódios de agressividade associados ao uso de substâncias psicoativas?
  3. O quadro clínico atual do paciente representa risco à sua integridade física ou à de terceiros?
  4. Foram esgotados os recursos terapêuticos extra-hospitalares e ambulatoriais disponíveis para o tratamento da dependência química do paciente?
  5. A internação compulsória, em clínica especializada, é medida necessária e adequada para o tratamento do paciente, diante do quadro clínico apresentado?
  6. Há contraindicações médicas para a internação do paciente em regime fechado, considerando suas condições físicas e mentais?
  7. Qual o prognóstico do paciente caso não seja submetido à internação compulsória?
  8. O paciente apresenta comorbidades psiquiátricas ou clínicas que demandem cuidados específicos durante a internação?
  9. Existe risco iminente de agravamento do quadro clínico ou de ocorrência de danos irreversíveis caso a internação não seja realizada de imediato?
  10. Quais as recomendações técnicas para o tratamento do paciente, considerando sua condição de dependência química e histórico de agressividade?

Requer-se, ainda, a possibilidade de formulação de quesitos suplementares, caso surjam dúvidas no curso da perícia (CPC/2015, art. 477, §2º).

5. DO DIREITO

O direito à saúde constitui garantia fundamental assegurada pela Constituição Federal, sendo dever do Estado promovê-lo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, bem como ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (CF/88, art. 196).

A Lei 10.216/2001, art. 6º, estabelece que a internação psiquiátrica, inclusive a compulsória, é medida excepcional, devendo ser adotada apenas quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes para o tratamento do paciente. O mesmo diploma legal exige, para a internação compulsória, a existência de laudo médico circunstanciado que ateste a necessidade da medida, a ser determinada por decisão judicial (Lei 10.216/2001, art. 9º).

A Lei 11.343/2006, art. 23-A, § 5º, reforça a necessidade de avaliação médica criteriosa para a internação de dependentes químicos, exigindo laudo técnico circunstanciado. O CPC/2015, art. 370, confere ao juiz ampla liberdade na direção do processo, podendo determinar a produção de prova pericial sempre que entender necessário para o deslinde da controvérsia.

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à vida e à integridad"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer ajuizada por A. J. dos S. em face do Estado de ___ e do Município de ___, com o objetivo de obter, em caráter compulsório, a internação do autor em clínica especializada para tratamento de dependência química severa, diante do agravamento do quadro clínico e da ineficácia das medidas ambulatoriais e extra-hospitalares adotadas. Determinou-se a produção de prova pericial médica para apuração da real necessidade da internação compulsória, adequação e riscos envolvidos, tendo a parte autora apresentado quesitos específicos para serem respondidos pelo perito.

Fundamentação

1. Dos Fatos e Provas

Conforme narrado, o autor encontra-se em situação de vulnerabilidade, com histórico de dependência química, episódios recorrentes de agressividade e risco iminente à própria integridade física e de terceiros. Foram esgotados recursos terapêuticos extra-hospitalares e ambulatoriais, conforme atestado nos autos.

De acordo com a documentação juntada e o requerimento da parte autora, restou evidenciada a necessidade de avaliação médica circunstanciada, nos termos da Lei 10.216/2001, art. 6º, e da Lei 11.343/2006, art. 23-A, § 5º, a fim de subsidiar a análise judicial acerca da proporcionalidade e adequação da medida extrema de internação compulsória.

Ressalte-se que a indicação de quesitos é prerrogativa das partes, garantida pelo CPC/2015, art. 465, §1º, sendo essencial para o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, princípios insculpidos no CF/88, art. 5º, LV.

2. Do Direito

O direito à saúde é assegurado como direito fundamental pela CF/88, art. 196, sendo dever do Estado garantir políticas e ações que promovam a proteção e recuperação da saúde. O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à vida (CF/88, art. 5º, caput) impõem ao Poder Judiciário o dever de adotar medidas protetivas quando demonstrada a necessidade de tratamento compulsório, sobretudo diante de risco iminente à saúde e à vida do paciente e de terceiros.

A legislação infraconstitucional estabelece que a internação psiquiátrica compulsória deve ser medida excepcional, condicionada à insuficiência dos recursos menos gravosos, à existência de laudo médico circunstanciado e à decisão judicial fundamentada (Lei 10.216/2001, art. 9º; Lei 11.343/2006, art. 23-A, § 5º).

O CPC/2015, art. 370, confere ao magistrado ampla liberdade na condução do processo, podendo determinar a realização de perícia sempre que necessário para o deslinde da controvérsia. Ademais, a apresentação de quesitos suplementares, caso surjam dúvidas durante a perícia, encontra respaldo no CPC/2015, art. 477, §2º.

Por fim, o dever de fundamentação das decisões judiciais, compreendendo a análise dos fatos e dos fundamentos jurídicos relevantes, é exigência constitucional expressa (CF/88, art. 93, IX).

3. Da Jurisprudência

A jurisprudência consolidada dos tribunais pátrios reconhece a necessidade de avaliação pericial criteriosa para a decretação de internação compulsória, assegurando o direito à saúde e à dignidade da pessoa humana (v.g., TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.492300-9/001; TJSP, Remessa Necessária Cível Acórdão/TJSP; TJMG, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.442922-1/002; TJRS, Recurso de Medida Cautelar Acórdão/TJRS).

Voto

Pelo exposto, conheço do pedido apresentado pelo autor, eis que presentes os pressupostos processuais e condições da ação (CPC/2015, art. 319).

No mérito, julgo procedente o pedido, para determinar:

  1. O recebimento e a juntada aos autos dos quesitos indicados pela parte autora, com intimação do perito designado para que, em sua manifestação técnica, responda fundamentadamente a todos os quesitos apresentados (CPC/2015, art. 465, §1º).
  2. A concessão da faculdade de apresentação de quesitos suplementares pelas partes, caso surjam dúvidas durante a realização da perícia (CPC/2015, art. 477, §2º).
  3. A produção de prova pericial médica, bem como de outras provas admitidas em direito, inclusive depoimento pessoal das partes e oitiva de testemunhas, se necessário (CPC/2015, art. 319, VI).
  4. A designação de audiência de conciliação/mediação, caso não haja oposição justificável das partes (CPC/2015, art. 319, VII).
  5. A fixação do valor da causa em R$ 10.000,00 (dez mil reais), para fins fiscais (CPC/2015, art. 319, V).

Ressalto que a decisão está devidamente fundamentada, em observância ao princípio constitucional da motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), e em consonância com o entendimento jurisprudencial sobre o tema.

Dispositivo

Ante o exposto, conheço do pedido e julgo procedente para determinar a adoção das providências acima especificadas, visando à efetivação do direito à saúde e à dignidade da pessoa humana do autor, bem como à observância dos requisitos legais para eventual internação compulsória, nos termos da CF/88, art. 196, da Lei 10.216/2001, art. 6º, e da Lei 11.343/2006, art. 23-A, § 5º.

Publique-se. Intimem-se.

Local, Data e Assinatura

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2025.

_______________________________________
Nome do Magistrado


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