Modelo de Contrarrazões ao Recurso Especial interposto pelo Espólio de J. D. H. contra acórdão da 7ª Câmara Cível do TJRS sobre aplicação do IPCA e termo inicial dos juros em ação de reconhecimento e dissolução de uni...

Publicado em: 09/05/2025 AdvogadoCivelProcesso Civil
Modelo de contrarrazões ao recurso especial apresentado pela parte recorrente, o Espólio de J. D. H., contra decisão do TJRS que aplicou o IPCA como índice de correção monetária e fixou o termo inicial dos juros de mora na data do trânsito em julgado, em ação de reconhecimento e dissolução de união estável, com fundamentação baseada no CPC/2015, súmulas do STJ e princípios da segurança jurídica e vedação ao enriquecimento sem causa.

CONTRARRAZÕES AO RECURSO ESPECIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS, com posterior remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça – STJ.

Processo nº: [informar]
Origem: 7ª Câmara Cível do TJRS

Recorrente: Espólio de J. D. H., representado por seus advogados
Recorrida: A. E. O.

Endereço eletrônico do advogado da recorrida: [informar]
Endereço eletrônico do advogado da recorrente: [informar]

2. SÍNTESE DO CASO

Trata-se de Recurso Especial interposto pelo Espólio de J. D. H. em face de acórdão proferido pela 7ª Câmara Cível do TJRS, que, em sede de agravo de instrumento, deu parcial provimento à impugnação ao cumprimento de sentença movida por A. E. O., em ação de reconhecimento e dissolução de união estável.

O acórdão recorrido determinou a aplicação do IPCA como índice de correção monetária e fixou o termo inicial dos juros de mora na data do trânsito em julgado, afastando a tese de que os juros deveriam incidir apenas a partir da intimação para pagamento. O recorrente alega divergência jurisprudencial quanto à definição dos índices de correção e termo inicial dos juros, sustentando que a obrigação seria contratual e não decorrente de ilícito, e que a decisão violaria o CPC/2015, art. 805, podendo gerar enriquecimento sem causa.

3. TEMPESTIVIDADE E ADMISSIBILIDADE

As presentes contrarrazões são tempestivas, pois apresentadas dentro do prazo legal, conforme CPC/2015, art. 1.003, § 5º. O recurso especial interposto pelo Espólio de J. D. H. também é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade, conforme CPC/2015, art. 1.029. Ressalta-se que o processo tramita em meio eletrônico, dispensando-se a juntada de documentos adicionais.

Quanto à admissibilidade, cumpre destacar que o recurso especial não pode ser utilizado para reexame de matéria fático-probatória (Súmula 7/STJ), tampouco para apreciação de inovação recursal, como é o caso da alegação de violação ao CPC/2015, art. 805, suscitada apenas em sede de agravo interno, conforme reconhecido pelo próprio acórdão recorrido.

4. DOS FATOS

O presente feito versa sobre o cumprimento de sentença proferida em ação de reconhecimento e dissolução de união estável, na qual a recorrida, A. E. O., busca a satisfação de crédito reconhecido judicialmente. Em sede de impugnação ao cumprimento de sentença, o Espólio de J. D. H. questionou os critérios de atualização do débito, notadamente quanto ao índice de correção monetária (IPCA) e ao termo inicial dos juros de mora.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, ao julgar o agravo de instrumento, fixou o IPCA como índice de correção e estabeleceu o termo inicial dos juros de mora na data do trânsito em julgado, afastando a tese de que a incidência dos juros deveria ocorrer apenas a partir da intimação para pagamento. No agravo interno, o recorrente inovou ao alegar violação ao CPC/2015, art. 805, argumento que não foi conhecido por configurar inovação recursal.

O recorrente, inconformado, interpôs recurso especial, sustentando divergência jurisprudencial e alegando violação de dispositivos legais, com o objetivo de modificar o acórdão recorrido quanto aos critérios de atualização do débito.

5. DO DIREITO

5.1. DA IMPOSSIBILIDADE DE INOVAÇÃO RECURSAL

O CPC/2015, art. 1.014, § 1º, veda a inovação recursal, determinando que as partes devem expor, desde as razões do recurso, todos os fundamentos de fato e de direito. O argumento de violação ao CPC/2015, art. 805, foi apresentado apenas em agravo interno, não tendo sido objeto de impugnação anterior, razão pela qual não pode ser conhecido, conforme entendimento pacífico do STJ.

A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que não se admite inovação recursal em sede de recurso especial, sendo imprescindível o pré-questionamento da matéria (Súmula 211/STJ).

5.2. DA FIXAÇÃO DO TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA

O acórdão recorrido corretamente fixou o termo inicial dos juros de mora na data do trânsito em julgado da sentença, em consonância com o entendimento consolidado do STJ para obrigações reconhecidas em decisão judicial, especialmente quando não se trata de obrigação contratual líquida e exigível anteriormente.

O CPC/2015, art. 405, estabelece que os juros de mora são devidos a partir da citação, salvo disposição em contrário ou quando a obrigação se torna líquida apenas com o trânsito em julgado, hipótese dos autos.

5.3. DA APLICAÇÃO DO IPCA COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA

O acórdão recorrido determinou a aplicação do IPCA como índice de correção monetária, em conformidade com a jurisprudência do STJ, que entende ser o índice adequado para atualização de débitos judiciais de natureza civil, salvo disposição legal ou contratual diversa.

A adoção do IPCA visa preservar o valor real da obrigação, em respeito ao princípio da vedação ao enriquecimento sem causa e à segurança jurídica (CF/88, art. 5º, XXXVI).

5.4. DA IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA

O recurso especial não se presta ao reexame de provas ou à rediscussão de fatos já decididos pelas instâncias ordinárias, nos termos da Súmula 7/STJ. Os fundamentos do acórdão recorrido decorrem da análise do conjunto probatório e da apli"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Cuida-se de Recurso Especial interposto pelo Espólio de J. D. H., insurgindo-se contra acórdão proferido pela 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que, em sede de agravo de instrumento, deu parcial provimento à impugnação ao cumprimento de sentença apresentada por A. E. O., nos autos de ação de reconhecimento e dissolução de união estável.

O acórdão recorrido estabeleceu o IPCA como índice de correção monetária e fixou o termo inicial dos juros de mora na data do trânsito em julgado da sentença. O recorrente sustenta divergência jurisprudencial quanto aos critérios de atualização do débito, aduzindo que a obrigação seria contratual e que os juros deveriam incidir apenas a partir da intimação para pagamento. Alega, ainda, violação ao CPC/2015, art. 805, e enriquecimento sem causa.

As contrarrazões sustentam a inadmissibilidade do recurso, em razão da inovação recursal e ausência de pré-questionamento, bem como, no mérito, a manutenção do acórdão recorrido.

Voto

I. Da Fundamentação

a) Da Admissibilidade

Inicialmente, verifica-se que o recurso especial preenche os requisitos formais previstos no CPC/2015, art. 1.029, sendo tempestivo e adequadamente instruído. Contudo, quanto à alegação de violação ao CPC/2015, art. 805, constato que tal argumento foi ventilado apenas em sede de agravo interno, configurando inovação recursal, vedada pelo CPC/2015, art. 1.014, § 1º e pela Súmula 211/STJ. A ausência de pré-questionamento impede o conhecimento do recurso nesse ponto.

Ademais, cumpre salientar que o recurso especial não se presta ao reexame de matéria fático-probatória, conforme disposto na Súmula 7/STJ. As questões relativas à natureza da obrigação e à aplicação dos índices de correção e juros foram analisadas pelas instâncias ordinárias, não cabendo revisão nesta via.

b) Dos Critérios de Atualização do Débito

Quanto ao mérito, o acórdão recorrido fixou o IPCA como índice de correção monetária e determinou a incidência dos juros de mora a partir do trânsito em julgado da sentença. Tal entendimento está em consonância com a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual, em obrigações reconhecidas judicialmente, não havendo previsão contratual diversa, aplica-se o IPCA para atualização do débito (cf. REsp Acórdão/STJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 02/02/2015).

O termo inicial dos juros de mora deve ser fixado na data em que a obrigação se torna líquida e exigível, ou seja, com o trânsito em julgado, consoante disposto no CCB/2002, art. 405 e reiterada jurisprudência do STJ (AgInt no REsp Acórdão/STJ, Rel. Min. Francisco Falcão, DJe 17/08/2021).

c) Dos Princípios Constitucionais e Legais

Ressalto que a atualização do débito pelo IPCA e a fixação dos juros de mora na forma preconizada não violam o princípio da vedação ao enriquecimento sem causa (CF/88, art. 5º, II e XXXVI), preservando a segurança jurídica e o equilíbrio das relações processuais, além de observar o princípio da legalidade e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

Destaco, ainda, que a CF/88, art. 93, IX, exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, o que foi devidamente observado pelo acórdão recorrido, que apreciou de forma clara e motivada todos os pontos controvertidos, conforme também reconhecido pela jurisprudência do STJ (AgInt no REsp Acórdão/STJ).

II. Dispositivo

Diante do exposto, não conheço do recurso especial quanto à alegação de violação ao CPC/2015, art. 805, por inovação recursal e ausência de pré-questionamento, e, no mais, nego provimento ao recurso especial, mantendo-se integralmente o acórdão recorrido por seus próprios fundamentos.

Condeno o recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios recursais, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 11.

III. Considerações Finais

É como voto, fundamentando a presente decisão nos princípios constitucionais da legalidade, segurança jurídica, dignidade da pessoa humana e vedação ao enriquecimento sem causa, bem como na adequada aplicação da legislação infraconstitucional e na jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores.

Publique-se. Intimem-se.

 

[Local], [data].
_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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