Modelo de Ação revisional de contrato de financiamento contra Banco PAN S.A. para redução de juros abusivos, repetição de indébito e indenização por danos morais com base no CDC e jurisprudência consolidada

Publicado em: 06/08/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para ação revisional de contrato de financiamento de veículo contra instituição financeira, visando a revisão das cláusulas abusivas, restituição em dobro dos valores pagos a maior e indenização por danos morais, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e jurisprudência do STJ e Tribunais estaduais. Inclui pedidos de justiça gratuita, inversão do ônus da prova e produção de provas documentais, periciais e testemunhais.
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AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível da Comarca de ...

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, mecânico, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX,
por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Centro, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected],
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de BANCO PAN S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Avenida Paulista, nº 1000, Bairro Bela Vista, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor celebrou com o Réu contrato de financiamento para aquisição de uma motocicleta Honda Biz 2024, cujo valor à vista era de R$ 13.600,00. Para viabilizar a compra, o Autor efetuou pagamento de entrada no valor de R$ 1.400,00, sendo o valor líquido liberado de R$ 12.200,00. O financiamento incluiu tarifas, seguro e impostos, totalizando R$ 14.088,58, conforme resumo contratual fornecido pelo próprio Réu.

O contrato foi firmado para pagamento em 48 parcelas mensais de R$ 605,25, com taxa de juros mensal de 3,44% e taxa anual de 50,03%. O Custo Efetivo Total (CET) informado foi de 4,24% ao mês e 65,68% ao ano, valores significativamente superiores à média de mercado divulgada pelo Banco Central para operações similares.

O Autor, pessoa de boa-fé, confiou nas informações prestadas pelo Réu e não foi devidamente esclarecido acerca da composição dos encargos, tarifas e seguros embutidos no financiamento, tampouco da onerosidade excessiva resultante da taxa de juros aplicada. Ressalta-se que, ao longo do contrato, o Autor percebeu que o valor total a ser pago ultrapassaria em muito o valor do bem adquirido, caracterizando evidente desvantagem exagerada e possível abusividade na cobrança dos encargos financeiros.

Diante da onerosidade excessiva, da ausência de transparência e da cobrança de juros muito acima da média de mercado, o Autor busca a revisão das cláusulas contratuais, a restituição dos valores pagos a maior e a reparação pelos danos morais sofridos em razão da conduta abusiva do Réu.

Resumo dos fatos: contratação de financiamento de veículo com juros abusivos, inclusão de tarifas e seguros sem transparência, cobrança de valores superiores à média de mercado e prejuízo financeiro e moral ao Autor.

4. DO DIREITO

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E APLICAÇÃO DO CDC

A relação estabelecida entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo o Autor destinatário final do serviço de financiamento e o Réu fornecedor de serviços financeiros. Aplica-se, portanto, a legislação consumerista, que visa proteger a parte hipossuficiente e garantir a transparência e a boa-fé nas relações contratuais.

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o direito à informação clara e adequada (CDC, art. 6º, III) são pilares do sistema de proteção ao consumidor, devendo ser observados em toda a relação contratual.

4.2. DA ABUSIVIDADE DOS JUROS REMUNERATÓRIOS E DO CET

O contrato em questão prevê taxa de juros anual de 50,03% e CET de 65,68% ao ano, valores que excedem em muito a média de mercado divulgada pelo Banco Central para contratos de financiamento de veículos. Conforme entendimento consolidado pelo STJ, a revisão dos juros é admitida quando demonstrada a abusividade em relação à taxa média de mercado (REsp. 1.061.530/RS/STJ).

A cobrança de juros remuneratórios em patamar superior ao dobro da taxa média de mercado caracteriza desvantagem exagerada ao consumidor, violando o CDC, art. 51, IV, e o princípio da equidade contratual. A jurisprudência reconhece a possibilidade de revisão judicial dos juros em situações excepcionais, como a ora apresentada.

O CCB/2002, art. 406, estabelece que, na ausência de estipulação contratual, os juros devem observar a taxa média de mercado, não podendo ser fixados de forma arbitrária e lesiva ao consumidor.

4.3. DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

O Autor faz jus à restituição dos valores pagos a maior, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único, quando comprovada a cobrança indevida. A restituição pode ser em dobro, salvo engano justificável, hipótese não configurada na presente demanda, pois a cobrança de juros abusivos decorreu de conduta consciente e reiterada do Réu.

4.4. DOS DANOS MORAIS

A cobrança de valores abusivos, a ausência de transparência e a imposição de encargos excessivos causaram ao Autor não apenas prejuízo financeiro, mas também abalo moral, caracterizado pela angústia, frustração e se"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Revisional de Contrato de Financiamento c/c Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais proposta por A. J. dos S. em face de BANCO PAN S.A., na qual o Autor pleiteia a revisão das cláusulas contratuais relativas à cobrança de juros considerados abusivos, repetição em dobro dos valores pagos a maior e indenização por danos morais.

O Autor alega ter contratado financiamento para aquisição de motocicleta, com taxas de juros e Custo Efetivo Total (CET) muito superiores à média de mercado, além da inclusão de tarifas e seguros sem transparência, resultando em onerosidade excessiva e prejuízo financeiro e moral. Pleiteia, assim, a revisão do contrato, a restituição dos valores pagos a maior e indenização por danos morais.

O Réu apresentou contestação, defendendo a legalidade do contrato e das taxas praticadas, bem como a ausência de dano moral ou cobrança indevida.

II. Fundamentação

1. Da Fundamentação Constitucional e Legal

Conforme dispõe a CF/88, art. 93, IX, todos os julgamentos do Poder Judiciário devem ser públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise fundamentada do caso.

2. Da Relação de Consumo

É incontroverso que a relação estabelecida entre as partes é de consumo, sendo o Autor destinatário final dos serviços financeiros e o Réu fornecedor. Aplica-se, portanto, a legislação consumerista, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. O princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422, e o direito à informação clara e adequada (CDC, art. 6º, III) devem nortear toda a relação contratual.

3. Da Abusividade das Taxas de Juros e CET

Verifica-se que o contrato estipulou taxa de juros anual de 50,03% e CET de 65,68% ao ano, valores significativamente superiores à média de mercado divulgada pelo Banco Central para financiamentos similares. O entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a revisão dos juros é admitida quando demonstrada a abusividade em relação à taxa média de mercado (REsp Acórdão/STJ).

A cobrança de juros em patamar superior ao dobro da taxa média de mercado caracteriza desvantagem exagerada ao consumidor, sendo vedada pelo CDC, art. 51, IV, e pelo princípio da equidade contratual. O CCB/2002, art. 406, também impõe limites à estipulação de juros remuneratórios, devendo estes observar a taxa média de mercado.

4. Da Repetição de Indébito

Comprovada a cobrança indevida de valores, faz jus o Autor à restituição em dobro dos valores pagos a maior, salvo engano justificável, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único. No presente caso, a conduta do Réu ao cobrar juros acima da média de mercado não foi justificada, mostrando-se consciente e reiterada.

5. Dos Danos Morais

A cobrança abusiva, associada à falta de transparência e à imposição de encargos excessivos, ultrapassa o mero aborrecimento e atinge direitos de personalidade do consumidor, causando angústia, frustração e sensação de impotência. O dano moral, nesse contexto, é presumido (in re ipsa), decorrendo da própria violação à dignidade do consumidor e aos direitos da personalidade (CF/88, art. 5º, X).

Ademais, a responsabilidade objetiva do fornecedor, prevista no CDC, art. 14, impõe o dever de reparar os danos causados, bastando a demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano.

6. Da Possibilidade de Revisão Judicial das Cláusulas Contratuais

O CDC, art. 6º, V, assegura ao consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou que se tornem excessivamente onerosas. O CPC/2015, art. 319, autoriza o ajuizamento de ação revisional para resguardar direitos ameaçados ou violados, sendo plenamente cabível a presente demanda.

7. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos Tribunais pátrios corrobora a tese de abusividade de juros superiores ao dobro da taxa média de mercado e a possibilidade de repetição em dobro dos valores pagos indevidamente, bem como o reconhecimento de dano moral em situações semelhantes.

  • TJPR (19ª Câmara Cível) - Acórdão/TJPR: \"Os juros remuneratórios pactuados no contrato foram considerados abusivos, pois superaram o dobro da taxa média de mercado, configurando desvantagem exagerada ao consumidor. (...)\"
  • TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ: \"Devolução em dobro do valor dos juros contratuais incidentes sobre os valores dos seguros, inseridos indevidamente no valor total financiado. Violação da boa-fé objetiva. (...) Dano moral, in re ipsa, caracterizado. Valor da indenização fixado em R$ 5.000,00.\"
  • TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Impugnação das tarifas de avaliação do bem, registro do contrato. (...) Seguro prestamista e seguro parte mecânica, comprovação da opção da contratação. Reconhecimento da sucumbência recíproca.\"

8. Da Prova Produzida

A documentação acostada aos autos pelo Autor demonstra a contratação do financiamento, o pagamento das parcelas e o valor efetivamente financiado, evidenciando o excesso de encargos e a onerosidade do contrato. Não houve por parte do Réu produção de prova capaz de afastar a alegação de abusividade.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, nos termos da CF/88, art. 93, IX, para:

  1. Revisar as cláusulas contratuais para limitar a taxa de juros remuneratórios e o CET à média de mercado divulgada pelo Banco Central à época da contratação, com recálculo das parcelas vincendas e do saldo devedor;
  2. Condenar o Réu à restituição, em dobro, dos valores pagos a maior, devidamente atualizados, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único;
  3. Condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), valor que entendo razoável e proporcional;
  4. Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 12% sobre o valor da condenação;
  5. Determino, ainda, a produção de prova pericial contábil, caso necessário para apuração exata dos valores devidos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2025.
Juiz de Direito


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