Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais contra Laboratório por Emissão de Laudo Laboratorial Incorreto com Fundamento na Responsabilidade Objetiva do CDC
Publicado em: 05/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, comandante de navio, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ______-___, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
em face de Laboratório X Diagnósticos Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ______-___, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor é comandante de navio de plataforma, exercendo atividade profissional que exige embarques prolongados e atuação em ambiente de risco elevado, onde a identificação precisa do tipo sanguíneo é medida de segurança essencial para a preservação da vida, especialmente em situações de emergência.
Em data de __/__/____, o Autor realizou exame laboratorial junto à Ré, visando à identificação do fator RH de seu sangue, requisito indispensável para o exercício de sua função e para o atendimento de protocolos de segurança a bordo.
Ocorre que o laboratório Réu emitiu laudo com resultado incorreto quanto ao fator RH do Autor. Tal equívoco somente foi identificado posteriormente, após o Autor submeter-se a novo exame em outro laboratório, que atestou resultado divergente do anteriormente fornecido pela Ré.
A conduta da Ré expôs o Autor a risco concreto de dano à saúde e à vida, pois, em caso de acidente a bordo, eventual transfusão sanguínea baseada em informação errônea poderia ser fatal. Ademais, o erro gerou abalo psicológico, insegurança e angústia, afetando o desempenho profissional do Autor e sua tranquilidade durante o período de embarque.
Ressalte-se que, em razão do erro, o Autor arcou com despesas para realização de novo exame, além de ter sido compelido a comunicar o ocorrido à empresa empregadora, o que poderia ensejar consequências laborais negativas.
Assim, resta evidente o nexo causal entre a conduta da Ré e os danos materiais e morais experimentados pelo Autor.
4. DO DIREITO
4.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO LABORATÓRIO
A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo a Ré fornecedora de serviços e o Autor destinatário final. O CDC, art. 14, estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor por defeitos relativos à prestação dos serviços, independentemente de culpa.
O laboratório, ao emitir laudo com resultado incorreto de exame laboratorial, incorre em falha na prestação do serviço, ensejando o dever de indenizar. O serviço prestado é de resultado, devendo o laboratório empregar os meios técnicos e científicos necessários para garantir a precisão do laudo, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.
O erro cometido pela Ré não se trata de mero aborrecimento, mas de falha grave, pois comprometeu a segurança do Autor em ambiente de trabalho de risco, violando o direito à vida, à saúde e à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III; CF/88, art. 5º, caput).
4.2. DOS DANOS MATERIAIS
O Autor suportou despesas para realização de novo exame laboratorial, além de eventuais custos com deslocamento e comunicação à empresa empregadora. Tais valores devem ser ressarcidos, nos termos do CCB/2002, art. 927.
4.3. DOS DANOS MORAIS
O dano moral, no presente caso, é evidente e decorre do abalo psicológico, da insegurança e do risco concreto à vida do Autor, submetido à possibilidade de transfusão sanguínea inadequada em caso de acidente a bordo. A jurisprudência reconhece que o erro laboratorial que expõe o paciente a risco de dano à saúde configura dano moral indenizável.
O quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, considerando a gravidade do erro, o risco à vida e a repercussão dos fatos na esfera íntima do Autor.
4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
O caso em tela envolve a aplicação dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), vulnerabilidade do consumidor (CDC, art. 4º, I) e segurança (CDC, art. 6º, I), todos violados pela conduta da Ré.
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