Modelo de Ação de indenização por danos materiais e morais contra banco por fraude via PIX, com pedido de restituição, inversão do ônus da prova e fundamentação no CDC, Súmula 479/STJ e Resolução BCB 01/2020

Publicado em: 18/07/2025 Processo CivilConsumidor
Petição inicial proposta por correntista contra banco réu, requerendo indenização por danos materiais e morais decorrentes de fraudes via PIX, com base na responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços prevista no Código de Defesa do Consumidor, Súmula 479 do STJ e normas do Banco Central, destacando falha na prestação do serviço e ausência de mecanismos eficazes de prevenção à fraude. Inclui pedidos de restituição integral dos valores, inversão do ônus da prova, produção de provas e justiça gratuita.
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PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE FRAUDE VIA PIX

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível do Foro Central da Comarca de [Cidade/UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº 000.111.222-33, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 123, Bairro Jardim, CEP 12345-678, Cidade/UF,
por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE FRAUDE VIA PIX em face de Banco XYZ S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-99, endereço eletrônico [email protected], com sede na Avenida Central, nº 456, Centro, CEP 23456-789, Cidade/UF, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é correntista do Banco Réu, mantendo movimentação regular em sua conta bancária, sem histórico de operações financeiras atípicas ou de alto valor. Em 10 de maio de 2024, o Autor foi surpreendido com a realização de diversas transferências via PIX em sua conta, totalizando o valor de R$ 18.500,00, sem sua autorização ou ciência prévia.

As transações foram realizadas em sequência, em curto espaço de tempo, para contas de terceiros desconhecidos, fato que destoa completamente do perfil de movimentação do Autor. Imediatamente após tomar conhecimento dos débitos, o Autor entrou em contato com o Banco Réu, solicitando o bloqueio das operações e a devolução dos valores, bem como o acionamento do mecanismo especial de devolução (PIX-MED), sem, contudo, obter resposta eficaz ou solução administrativa.

Ressalte-se que o Autor jamais compartilhou senhas, dados bancários ou dispositivos de autenticação, tampouco autorizou qualquer terceiro a realizar operações em seu nome. A situação gerou enorme transtorno, insegurança e abalo emocional, além do prejuízo financeiro imediato.

O Banco Réu, por sua vez, limitou-se a informar que as operações foram realizadas com uso de senha e dispositivo habitual, sem apresentar qualquer comprovação de que não houve falha em seus sistemas de segurança ou que as transações não eram atípicas para o perfil do Autor.

Diante da inércia e da negativa da instituição financeira em reparar o dano, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecido seu direito à restituição dos valores subtraídos e à indenização pelos danos morais sofridos.

Resumo: O Autor foi vítima de fraude bancária via PIX, com transferências não autorizadas, ausência de resposta eficaz do Banco Réu e prejuízo financeiro e moral, fatos que ensejam a presente demanda.

4. DO DIREITO

A relação entre o Autor e o Banco Réu é de consumo, nos termos do CDC, arts. 2º e 3º, aplicando-se a proteção especial do consumidor e a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços (CDC, art. 14).

As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos causados aos consumidores por falhas na prestação de serviços, incluindo fraudes bancárias perpetradas por terceiros, conforme entendimento consolidado na Súmula 479/STJ e no CDC, art. 14. A responsabilidade somente é afastada se comprovada a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (CDC, art. 14, § 3º, II), o que não ocorreu no presente caso.

O dever de segurança na prestação de serviços financeiros impõe ao Banco Réu a adoção de mecanismos eficazes de prevenção a fraudes, especialmente diante de movimentações atípicas e de valores elevados (Resolução BCB 01/2020, arts. 32, V, 38 e 39-B, § 1º). A ausência de bloqueio cautelar e de averiguação prévia caracteriza falha na prestação do serviço, ensejando o dever de indenizar.

O CPC/2015, art. 373, II, atribui ao réu o ônus de provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, cabendo ao Banco Réu demonstrar a inexistência de falha em seus sistemas, o que não foi feito.

O CF/88, art. 5º, V e X, assegura a inviolabilidade da honra, imagem e patrimônio, bem como o direito à indenização por dano material e moral decorrente de violação desses direitos.

O dano moral é evidente diante do abalo emocional, insegurança e tempo útil perdido pelo Autor, extrapolando o mero aborrecimento cotidiano (CCB/2002, arts. 389, 404 e 927, parágrafo único). O valor da indenização deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, garantindo a função compensatória e pedagógica.

Resumo: O Banco Réu responde objetivamente pelos danos causados ao Autor, por falha na prestação do serviço e ausência de mecanismos eficazes de prevenção à fraude, sendo devida a restituição dos valores subtraídos e indenização por danos morais.

5. JURISPRUDÊNCIAS

1. TJSP, Apelação Cível 1008660-46.2023.8.26.0038, Rel. Des. Léa Duarte, j. 11/03/2025:
“A responsabilidade das instituições financeiras é objetiva, nos termos do CDC, art. 14 e do art. 927, parágrafo único, do Código Civil. A ré não demons"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais, ajuizada por A. J. dos S. em face de Banco XYZ S/A, em razão da ocorrência de transferências bancárias não autorizadas via PIX, totalizando o valor de R$ 18.500,00, realizadas em 10 de maio de 2024. O Autor alega não ter realizado ou autorizado tais operações, pleiteando a restituição dos valores subtraídos e indenização por danos morais, ao fundamento de falha na prestação do serviço bancário, ausência de mecanismos eficazes de segurança e negativa administrativa do Réu em solucionar a controvérsia. O Banco, por sua vez, defende a regularidade das operações, sustentando que as transferências foram autenticadas por meio dos instrumentos habituais e que inexistiu falha de segurança.

II – Fundamentação

2.1. Do Conhecimento do Pedido

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido, uma vez que a inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando as partes devidamente representadas e instruídos os autos com elementos suficientes para julgamento.

2.2. Dos Fatos e da Responsabilidade Civil

Restou incontroverso que o Autor foi vítima de fraude bancária, com realização de transferências via PIX, sem sua anuência ou ciência, para contas de terceiros desconhecidos. A relação entre as partes é de consumo, atraindo a incidência do Código de Defesa do Consumidor, nos termos do CDC, arts. 2º e 3º.

Conforme entendimento consolidado na jurisprudência, inclusive na Súmula 479/STJ, as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos causados aos consumidores por fraudes e delitos praticados por terceiros, em decorrência de fortuito interno. O dever de segurança, inerente à atividade bancária, exige a adoção de mecanismos eficazes de prevenção a fraudes, sobretudo diante de movimentações atípicas e de valores elevados, como no caso dos autos (Resolução BCB 01/2020, arts. 32, V, 38 e 39-B, § 1º).

O Réu limitou-se a alegar que as operações foram realizadas mediante uso de senha e dispositivo habitual, sem demonstrar, de forma cabal, a inexistência de falha em seus sistemas ou a adoção de medidas preventivas adequadas. Inexistem, nos autos, elementos que indiquem culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, ônus que incumbia ao Banco (CPC/2015, art. 373, II).

Assim, restando caracterizada a falha na prestação do serviço, impõe-se reconhecer o dever de indenizar, nos termos do CDC, art. 14.

2.3. Dos Danos Materiais

Restou comprovado o prejuízo material do Autor, que teve subtraído de sua conta o valor de R$ 18.500,00, sem que o Banco Réu adotasse providências imediatas para bloqueio ou recuperação dos valores. É devida, portanto, a restituição do montante indevidamente transferido, acrescido de correção monetária e juros legais (CCB/2002, art. 389).

2.4. Dos Danos Morais

A situação ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, configurando abalo emocional, insegurança e perda de tempo útil, nos termos do CCB/2002, art. 927, parágrafo único. O dano moral é presumido em hipóteses de fraude bancária, por violação à honra, imagem e patrimônio do consumidor (CF/88, art. 5º, V e X). O valor da indenização deve observar a razoabilidade e proporcionalidade, atendendo à função compensatória e pedagógica.

2.5. Dos Pedidos e Ônus da Prova

O Autor faz jus à inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII), considerando sua hipossuficiência técnica e a verossimilhança das alegações, bem como ao ressarcimento dos danos materiais e morais. O Réu não se desincumbiu do ônus de comprovar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor (CPC/2015, art. 373, II).

III – Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CF/88, art. 93, IX, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • Condenar o Banco Réu à restituição integral do valor de R$ 18.500,00 ao Autor, acrescido de correção monetária a partir da data do evento danoso e juros legais a contar da citação (CCB/2002, art. 389);
  • Condenar o Banco Réu ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 10.000,00, observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade (CF/88, art. 5º, V e X);
  • Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85).

Por fim, considerando o deferimento da justiça gratuita, caso preenchidos os requisitos legais (CPC/2015, art. 98).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV – Fundamentação em Observância ao Dever Constitucional

A presente decisão encontra-se devidamente fundamentada nos termos do CF/88, art. 93, IX, que exige a motivação dos pronunciamentos judiciais, garantindo assim a transparência, a efetividade da tutela jurisdicional, bem como o respeito aos princípios do contraditório e ampla defesa (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

V – Conclusão

Assim, julgo PROCEDENTE o pedido, nos termos da fundamentação supra.

[Cidade/UF], [data].

[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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