Modelo de Ação de cobrança indevida contra CREFISA S.A. por descontos não contratados em benefício previdenciário de idoso cadeirante, com pedido de tutela antecipada e indenização por danos morais fundamentada no CDC e Es...

Publicado em: 01/07/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial de ação de cobrança indevida cumulada com indenização por danos morais e pedido de tutela antecipada ajuizada por idoso cadeirante aposentado por invalidez contra instituição financeira CREFISA S.A., que realizou descontos ilegais em seu benefício previdenciário sem contrato válido. O documento fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, no Estatuto do Idoso e na Constituição Federal, pleiteando a restituição em dobro dos valores descontados, a suspensão imediata dos descontos e reparação moral devido à vulnerabilidade do autor e à ilegalidade da conduta da ré.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE COBRANÇA INDEVIDA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [cidade/UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, aposentado por invalidez, cadeirante, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, residente e domiciliado à Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, [cidade/UF], endereço eletrônico: [e-mail do autor], por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional à [endereço completo do advogado], endereço eletrônico: [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA INDEVIDA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de CREFISA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail da ré], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. dos S., é pessoa idosa, aposentado por invalidez e cadeirante, cuja única fonte de renda é o benefício previdenciário recebido pelo INSS. No mês de [mês/ano], ao comparecer à agência da CREFISA, instituição onde recebe sua aposentadoria, foi surpreendido com o desconto do valor de R$ 910,00 (novecentos e dez reais) de seu benefício, sob a alegação de contratação de empréstimo consignado.

Ocorre que o Autor jamais contratou qualquer empréstimo junto à Ré, tampouco assinou qualquer documento ou forneceu autorização para tal operação. Não há registro de contratação no sistema do INSS, tampouco foi apresentado ao Autor qualquer contrato ou documento que comprove a regularidade da operação. A única “prova” apresentada pela Ré foi uma fotografia do Autor na agência, sem qualquer outro elemento que demonstre a contratação.

Ressalte-se que o valor descontado, além de indevido, ultrapassa o limite legalmente permitido para descontos em benefício previdenciário, comprometendo a subsistência do Autor, que ficou impossibilitado de adquirir medicamentos e alimentos essenciais à sua sobrevivência.

O Autor, diante da negativa da Ré em apresentar o suposto contrato e da ausência de solução administrativa, viu-se compelido a buscar a tutela jurisdicional para obter a restituição imediata do valor descontado e a devida indenização pelos danos morais sofridos, em razão da flagrante violação de seus direitos fundamentais, sobretudo considerando sua condição de idoso, doente e hipervulnerável.

Por fim, destaca-se que a conduta da Ré, ao realizar descontos indevidos em verba de natureza alimentar, afronta princípios constitucionais e legais, causando ao Autor grave abalo moral e material.

4. DO DIREITO

4.1. DA COBRANÇA INDEVIDA E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Nos termos do CDC, art. 14, as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, independentemente de culpa. A responsabilidade é ainda mais rigorosa quando se trata de consumidor idoso e hipervulnerável, como é o caso do Autor.

A ausência de apresentação do contrato pela Ré transfere-lhe o ônus da prova, conforme CPC/2015, art. 373, II, sendo presumida a inexistência da contratação e, por conseguinte, a ilicitude dos descontos realizados. O CDC, art. 42, parágrafo único, prevê a restituição em dobro dos valores cobrados indevidamente, salvo engano justificável, o que não se verifica na hipótese.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que, em se tratando de desconto indevido em benefício previdenciário de pessoa idosa, a restituição deve ser em dobro, salvo prova de boa-fé da instituição financeira, o que não ocorreu.

4.2. DA VIOLAÇÃO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E À PROTEÇÃO DO IDOSO

O CF/88, art. 1º, III, consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento da República. O CF/88, art. 230, impõe à família, à sociedade e ao Estado o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando-lhes participação na comunidade e defesa de sua dignidade e bem-estar.

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) reforça a proteção especial à pessoa idosa, especialmente quanto à preservação de sua renda e à vedação de práticas abusivas por instituições financeiras.

4.3. DOS DANOS MORAIS

O desconto indevido em verba de natureza alimentar, especialmente de pessoa idosa e doente, ultrapassa o mero aborrecimento, configurando dano moral in re ipsa, ou seja, presumido, conforme reiterada jurisprudência do STJ e dos Tribunais Estaduais. O Autor ficou privado de recursos essenciais à sua sobrevivência, experimentando angústia, sofrimento e sensação de impotência.

O valor da indenização deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, levando em conta a gravidade do dano, a condição do Autor e o caráter pedagógico da medida.

4.4. DA TUTELA ANTECIPADA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, o Autor encontra-se em situação de extrema vulnerabilidade, privado de recursos para aquisição de medicamentos e alimentos, o que justifica a imediata restituição do valor descontado e a suspensão de novos descontos.

5. JURISPRUDÊNCIAS

“Ação declaratória de inexigibilidade de débito c/c pedido de indenização por danos morais. Empréstimo fraudulento. A instituição financeira alegou regularidade na contratação, entretanto nem sequer juntou contrato aos autos. O autor é pessoa idosa (73 anos) que teve o pagamento do seu benefício previdenciário onerado ilegalmente pelos descontos abusivos do réu. Danos moral configurado na hipótese. Arbitramento no importe de R$ 10.000,00. A ausência de contrato nos autos impede a análise da data da suposta contratação, de modo que não se sabe se ela teria ocorrido antes ou depois da prolação do novo entendimento pelo STJ no julgamento do REsp. 676608/RS/STJ na data de 30/03/2021. Dessa maneira, fica determinada a devolução em dobro dos valores eventualmente descontados. Ajustamento da sucumbência. Recurso provid"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação proposta por A. J. dos S. em face de CREFISA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS, na qual o Autor, pessoa idosa, aposentado por invalidez e cadeirante, alega descontos indevidos em seu benefício previdenciário, referentes a contrato de empréstimo consignado que afirma jamais ter contratado. Pleiteia a restituição imediata dos valores descontados, a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais e a concessão de tutela antecipada para cessar os descontos, além de outros pedidos.

A Ré, por sua vez, limitou-se a apresentar fotografia do Autor na agência, sem trazer aos autos contrato firmado ou qualquer outro documento apto a comprovar a regularidade da contratação.

II. Fundamentação

1. Do Conhecimento do Pedido e dos Recursos

A pretensão do Autor encontra fundamento jurídico e atende aos requisitos de admissibilidade previstos no CPC/2015, art. 319, motivo pelo qual conheço do pedido.

2. Dos Fatos e Ônus da Prova

Restou incontroverso que o valor de R$ 910,00 foi descontado mensalmente do benefício previdenciário do Autor, a título de suposto empréstimo consignado. Contudo, a Ré não apresentou contrato ou autorização válida, limitando-se a juntar fotografia do Autor em sua agência, o que é manifestamente insuficiente para comprovar a contratação. Conforme CPC/2015, art. 373, II, cabia à Ré o ônus de demonstrar a regularidade da contratação, especialmente diante da hipervulnerabilidade do Autor.

3. Da Responsabilidade da Ré

As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos causados aos consumidores, nos termos do CDC, art. 14. O desconto indevido em benefício previdenciário, verba de natureza alimentar, configura falha na prestação do serviço e enseja a restituição dos valores, bem como indenização por danos morais, conforme reiterada jurisprudência.

Não havendo demonstração de engano justificável pela Ré, impõe-se a restituição em dobro dos valores descontados, nos moldes do CDC, art. 42, parágrafo único.

4. Da Violação de Direitos Fundamentais

A conduta da Ré afronta diretamente a dignidade da pessoa humana, fundamento da República, conforme CF/88, art. 1º, III, e viola o dever constitucional de proteção à pessoa idosa, nos termos do CF/88, art. 230. Ressalta-se que a condição de hipervulnerabilidade do Autor demanda proteção especial do Estado e das instituições, vedando práticas abusivas e atentatórias à sua dignidade.

5. Do Dano Moral

A privação de recursos essenciais para a subsistência, causada por descontos indevidos em benefício previdenciário, transcende o mero aborrecimento e configura dano moral in re ipsa, passível de indenização, conforme orientação pacífica do Superior Tribunal de Justiça e Tribunais Estaduais.

O valor da indenização deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, considerando a gravidade do dano, a condição do Autor e o caráter pedagógico da medida.

6. Da Tutela Antecipada

Presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano irreparável, notadamente em razão da natureza alimentar da verba e do comprometimento da subsistência do Autor, defiro a tutela de urgência, nos termos do CPC/2015, art. 300, para determinar à Ré:

  • a) a suspensão imediata de qualquer desconto relativo ao suposto empréstimo consignado no benefício previdenciário do Autor;
  • b) a restituição imediata do valor de R$ 910,00 descontado indevidamente, mediante depósito em conta de titularidade do Autor, sob pena de multa diária a ser fixada em R$ 200,00.

7. Da Gratuidade de Justiça

Considerando a hipossuficiência do Autor, defiro o benefício da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98.

8. Da Produção de Provas

Considerando a suficiência dos documentos apresentados, bem como a inversão do ônus da prova em favor do consumidor (CDC, art. 6º, VIII), julgo dispensável a produção de outras provas, sem prejuízo de eventual necessidade superveniente.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CF/88, art. 93, IX, CPC/2015, art. 489 e demais dispositivos citados, JULGO PROCEDENTE o pedido para:

  • a) Declarar a inexistência de relação contratual entre as partes referente ao empréstimo consignado objeto da lide;
  • b) Condenar a Ré à restituição em dobro do valor descontado indevidamente (R$ 910,00 x 2 = R$ 1.820,00), nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único;
  • c) Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais ao Autor, que fixo em R$ 10.000,00, nos moldes da fundamentação;
  • d) Confirmar a tutela antecipada para cessação dos descontos e restituição imediata do valor descontado, sob pena de multa diária de R$ 200,00;
  • e) Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 15% sobre o valor da condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Considerações Finais

Ressalto que o presente voto atende ao dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), e observa os princípios da dignidade da pessoa humana, da proteção ao idoso e da efetividade jurisdicional.

É como voto.

V. Certidão de Julgamento

[Cidade/UF], [data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

**Observações:** - As citações de legislação seguem exatamente o formato solicitado, inclusive dentro dos parágrafos. - O voto está estruturado conforme exigido: relatório, fundamentação hermenêutica dos fatos e do direito, decisão, observância à fundamentação constitucional e legal, e conclusão. - O texto simula um voto típico de magistrado, inclusive com a concessão da tutela de urgência e menção expressa ao dever de fundamentação (CF/88, art. 93, IX). - As seções utilizam `

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