Modelo de Requerimento administrativo de aposentadoria especial por tempo de serviço como eletricista, com comprovação de exposição a agentes nocivos e fundamentação legal conforme Lei 8.213/1991 e CF/88

Publicado em: 07/07/2025 Direito Previdenciário
Modelo de requerimento administrativo para concessão de aposentadoria especial, direcionado ao INSS, fundamentado na comprovação de tempo de serviço como eletricista em condições especiais, exposição a agentes nocivos, documentos comprobatórios (CNIS, PPPs), e amparo nas legislações previdenciárias e jurisprudência do STJ. Inclui pedidos subsidiários, produção de provas e opção por audiência de conciliação.
← deslize para o lado para ver mais opções

REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO DE APOSENTADORIA ESPECIAL POR TEMPO DE SERVIÇO COMO ELETRICISTA

1. ENDEREÇAMENTO

Ao Ilustríssimo Senhor Gerente Executivo do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS
Agência da Previdência Social de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DO REQUERENTE

Nome: J. R. dos S.
Estado Civil: [informar]
Profissão: Eletricista
CPF: 721.115.266-49
Endereço Eletrônico: [informar]
Domicílio e Residência: [informar endereço completo]
Telefone: [informar]
Filiação: M. J. A. da C.

3. DOS FATOS

O Requerente, nascido em 23 de agosto de 1964, dedicou-se por mais de três décadas ao exercício da função de eletricista, conforme comprovam os registros constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e nos Perfis Profissiográficos Previdenciários (PPP) anexos. Atuou em diversas empresas, dentre as quais destacam-se Sengel Construções Ltda., Lopez Marinho Engenharia e Construções Ltda., Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) e Collem Construtora Mohallem Ltda., sempre desempenhando atividades inerentes à instalação, manutenção e operação de sistemas elétricos, frequentemente exposto a riscos físicos (como eletricidade e ruído) e agentes químicos (poeira mineral), em condições que colocavam em risco sua integridade física e saúde.

Os períodos laborados como eletricista estão detalhados nos PPPs e no relatório de tempo de contribuição, que também inclui períodos de auxílio-doença por acidente de trabalho, evidenciando a natureza perigosa e insalubre das funções desempenhadas. Ressalta-se que, em várias oportunidades, o Requerente esteve exposto a tensões superiores a 250 volts, situação reconhecidamente perigosa, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O Requerente, portanto, preenche todos os requisitos legais para a concessão da aposentadoria especial, nos termos da legislação vigente, tendo completado o tempo mínimo de 25 anos de atividade especial, conforme demonstram os documentos ora apresentados.

4. DOS DOCUMENTOS QUE INSTRUEM O PEDIDO

Para a comprovação dos fatos acima narrados, instruem o presente requerimento os seguintes documentos:

  • Extrato do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), detalhando todo o histórico de vínculos empregatícios e períodos de contribuição desde 1988;
  • Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) emitido pela empresa Sengel Construções Ltda., atestando o exercício da função de eletricista, com exposição a riscos físicos (ruído) e uso de EPI;
  • PPP da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), comprovando o exercício da função de eletricista de 2002 a 2016, com descrição das atividades e exposição a agentes nocivos;
  • PPP da Collem Construtora Mohallem Ltda., referente ao período de 23/06/2020 a 25/06/2021, detalhando atividades e exposição a riscos ocupacionais;
  • PPP da Lopez Marinho Engenharia e Construções Ltda., relativo ao período de 04/12/2023 a 05/01/2024, com descrição das atividades e informações sobre EPI;
  • Relatório detalhado do tempo de contribuição, incluindo períodos de auxílio-doença por acidente de trabalho e fator de multiplicação para cálculo do tempo total de contribuição;
  • Documentos pessoais do Requerente (RG, CPF, comprovante de residência);
  • Outros documentos que comprovam a efetiva exposição a agentes nocivos e a habitualidade das atividades desempenhadas.

Todos os documentos apresentados são autênticos, podendo ter sua veracidade verificada junto aos órgãos emissores e conforme as portarias e instruções normativas do INSS.

5. DO DIREITO

5.1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E CONSTITUCIONAL

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 201, §1º (CF/88, art. 201, §1º), assegura a concessão de aposentadoria especial ao segurado que exerça atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A Lei 8.213/1991, art. 57, disciplina a aposentadoria especial, estabelecendo que o benefício é devido ao segurado que comprove o exercício de atividades em condições especiais por, no mínimo, 25 anos, conforme regulamentação.

O Decreto 3.048/1999, art. 64, regulamenta o reconhecimento do tempo especial, sendo complementado pelas disposições da Lei 8.213/1991, art. 58, que determina a necessidade de comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos, por meio de formulários e laudos técnicos, como o PPP.

Até 28/04/1995, o enquadramento por categoria profissional era suficiente para o reconhecimento do tempo especial, conforme os Decretos 53.831/1964 e 83.080/1979. Após essa data, passou a ser exigida a comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos, de forma permanente, não ocasional nem intermitente, por qualquer meio de prova (STJ, REsp 1.306.113/SC).

O agente eletricidade, mesmo após a edição do Decreto 2.172/1997, pode ensejar o reconhecimento da especialidade, desde que comprovada a exposição habitual, não ocasional nem intermitente, conforme entendimento consolidado pelo STJ (REsp 1.306.113/SC; REsp 1.594.430/RN).

5.2. PRINCÍPIOS JURÍDICOS RELEVANTES

O pedido encontra amparo nos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da legalidade (CF/88, art. 5º, II), da proteção ao trabalhador (CF/88, art. 7º), da segurança jurídica e da boa-fé objetiva. Tais princípios orientam a interpretação das normas previdenciárias, visando garantir a efetividade dos direitos sociais e a proteção do trabalhador submetido a condições especiais.

5.3. DA EFICÁCIA DOS EPIS

A mera indicação de fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) não afasta, por si só, o reconhecimento do tempo especial, sendo necessária a comprovação da real eficácia do equipamento e do uso permanente pelo empregado, conforme pacificado pelo STJ (REsp 1.564.118/PR; REsp 1.486.844/RS). Ademais, em caso de dúvida sobre a eficácia do EPI, prevalece o reconhecimento da especialidade da atividade, em consonância com o entendimento do STF (ARE 664.335/SC).

5.4. DA CONTAGEM DO TEMPO ESPECIAL

O Requerente possui tempo de contribuição especial superior a 25 anos, conforme demonstram os documentos anexos, preenchendo, assim, o requisito temporal para a concessão da aposentadoria especial, nos termos da Lei 8.213/1991, art. 57.

5.5. DO TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO

O termo inicial do benefício deve ser fixado na data do requerimento administrativo, nos termos da Lei 8.213/1991, art. 49, I, "b" e Lei 8.213/1991, art. 57, §2º, independentemente de o segurado estar em atividade na data do pedido.

5.6. DO DIREITO À AVERBAÇÃO DOS PERÍODOS ESPECIAIS

Caso não seja reconhecido o direito à aposenta"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de requerimento administrativo formulado por J. R. dos S., eletricista, visando ao reconhecimento do tempo de serviço especial e à concessão de aposentadoria especial, com fundamento na exposição habitual e permanente a agentes perigosos, em especial eletricidade, no exercício da função de eletricista, conforme comprovam os documentos anexados: PPPs, CNIS, relatórios de tempo de contribuição, entre outros.

O INSS, em análise administrativa, indefere o pedido, sustentando a ausência do direito à aposentadoria especial, ao argumento de que, após 28/04/1995, não seria possível o enquadramento por categoria profissional e que a exposição à eletricidade exigiria comprovação adicional, não reconhecida nos autos.

Com efeito, o Requerente interpõe recurso administrativo, alegando o cumprimento dos requisitos legais e constitucionais para a concessão do benefício, trazendo vasta documentação e laudos que demonstram a exposição habitual a agentes nocivos e perigosos.

II. Fundamentação

a) Do Conhecimento do Recurso

Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso interposto, porquanto tempestivo, e regularmente instruído, nos termos do CPC/2015, art. 1.015 e regulamentos internos do INSS.

b) Da Fundamentação Constitucional e Legal

O direito à aposentadoria especial está consagrado na CF/88, art. 201, §1º, que prevê a concessão de benefício a quem exerça atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Tal comando constitucional é reiterado pela Lei 8.213/1991, art. 57, regulamentada pelo Decreto 3.048/1999, art. 64, que exige comprovação do exercício em condições especiais por pelo menos 25 anos.

Após 28/04/1995, tornou-se imprescindível a demonstração efetiva da exposição por meio de documentos hábeis, em especial o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ, REsp Acórdão/STJ).

Ressalte-se que a exposição ao agente eletricidade, mesmo após o Decreto 2.172/1997, pode ser reconhecida como atividade especial, desde que habitual, permanente e não ocasional, conforme entendimento sumulado pelo STJ (STJ, REsp Acórdão/STJ).

Ademais, a simples indicação do fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPI) não é suficiente para descaracterizar o tempo especial, cabendo à autarquia comprovar a efetiva neutralização do risco (STJ, REsp Acórdão/STJ; STF, ARE Acórdão/STF).

c) Da Prova dos Fatos

Nos autos, o Requerente apresenta:

  • PPPs de diversas empresas, atestando a exposição habitual a eletricidade, ruído e agentes químicos;
  • CNIS e relatórios de tempo de contribuição, indicando ininterrupta atividade como eletricista há mais de 25 anos;
  • Documentação pessoal e laudos técnicos que corroboram a alegação de exercício sob condições especiais.

Tais documentos, nos termos do STJ, REsp Acórdão/STJ, são hábeis à comprovação da exposição a agentes nocivos, sendo desnecessária a apresentação de laudo técnico adicional, salvo impugnação fundamentada, o que não houve.

d) Dos Princípios Aplicáveis

O pedido encontra respaldo nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da proteção ao trabalhador (CF/88, art. 7º), devendo-se assegurar a máxima efetividade às normas de proteção social, conforme a hermenêutica constitucional.

e) Da Jurisprudência

O Superior Tribunal de Justiça, em reiteradas decisões (STJ, REsp Acórdão/STJ; STJ, REsp Acórdão/STJ; STJ, REsp Acórdão/STJ), reconhece a possibilidade de enquadramento por exposição habitual ao agente eletricidade, mesmo após 1997, desde que comprovada a permanência e habitualidade, requisitos presentes no caso concreto.

f) Da Fundamentação Obrigatória

Cumpre destacar que a fundamentação do presente voto atende ao comando do CF/88, art. 93, IX, que determina que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade.

III. Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o pedido formulado por J. R. dos S., para:

  • Reconhecer e averbar todos os períodos laborados como eletricista em condições especiais, conforme comprovado pelos documentos anexos, especialmente os PPPs e CNIS;
  • Conceder a aposentadoria especial prevista na Lei 8.213/1991, art. 57, com termo inicial fixado na data do requerimento administrativo, nos termos da Lei 8.213/1991, art. 49, I, "b" e Lei 8.213/1991, art. 57, §2º;
  • Determinar a implantação imediata do benefício, com pagamento das parcelas vencidas desde a DER, devidamente corrigidas;
  • Facultar ao Requerente a produção de prova pericial ou testemunhal, caso haja impugnação fundamentada pelo INSS.

Por fim, determino a intimação do INSS para cumprimento da presente decisão e ciência ao Requerente.

IV. Conclusão

É como voto.

[Cidade], [Data]

[Nome do Magistrado]
Juiz(a) Federal


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.