Modelo de Réplica à contestação em ação contra Banco do Brasil por má gestão da conta PASEP, com pedido de justiça gratuita, inversão do ônus da prova, prova pericial e condenação por danos morais e ressarcimento

Publicado em: 23/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de réplica à contestação apresentada pelo Banco do Brasil em ação judicial que discute a má gestão da conta vinculada ao PASEP, impugnando preliminares de suspensão do processo e negativa de justiça gratuita, requerendo inversão do ônus da prova, produção de prova pericial contábil, apresentação de extratos detalhados e condenação por danos morais e ressarcimento das diferenças apuradas, fundamentado em jurisprudência recente e dispositivos do Código de Defesa do Consumidor e do Código de Processo Civil.
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RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível da Comarca de ... do Tribunal de Justiça do Estado ...

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº: [inserir número]
Autor: L. F. C. F., brasileiro, servidor público, portador do CPF nº [inserir], RG nº [inserir], endereço eletrônico: [inserir], residente e domiciliado à [inserir endereço completo].
Réu: Banco do Brasil S.A., inscrito no CNPJ sob o nº [inserir], endereço eletrônico: [inserir], com sede na [inserir endereço completo].

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

O Banco do Brasil S.A. apresentou contestação tempestiva, na qual alega, em síntese, que: (i) o processo deve ser suspenso até o julgamento do Tema 1300 do STJ, que versa sobre o ônus da prova em demandas relativas ao PASEP; (ii) o autor não faz jus à justiça gratuita, por ser servidor público e não ter comprovado insuficiência financeira; (iii) a ação deve ser julgada improcedente, pois não houve falha na gestão da conta PASEP, defendendo a regularidade dos lançamentos e a ausência de direito ao ressarcimento pretendido.

4. PRELIMINARES SUSCITADAS PELO RÉU

O réu suscitou as seguintes preliminares:

  • Suspensão do processo até o julgamento do Tema 1300 do STJ, sob o argumento de que a definição do ônus da prova é matéria prejudicial ao deslinde da controvérsia.
  • Impugnação ao pedido de justiça gratuita, sob o fundamento de que o autor, por ser servidor público, não comprovou insuficiência de recursos.
Fechamento argumentativo: As preliminares apresentadas pelo réu não merecem prosperar, pois não encontram respaldo nos fatos e no direito aplicável ao caso concreto, conforme será demonstrado a seguir.

 

5. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO

5.1. Da Suspensão do Processo pelo Tema 1300/STJ

O réu requer a suspensão do feito até o julgamento do Tema 1300 do STJ, que trata da distribuição do ônus da prova em ações sobre saques indevidos ou lançamentos a débito em contas PASEP. Contudo, não há determinação vinculante de suspensão obrigatória para todas as ações, cabendo ao juízo analisar a pertinência da suspensão à luz das peculiaridades do caso concreto (CPC/2015, art. 313, V, "a"). Ademais, a controvérsia central do presente feito não se restringe à distribuição do ônus da prova, mas à demonstração de má gestão e ausência de repasse correto dos valores ao autor, matéria já consolidada no Tema 1150 do STJ.

5.2. Da Impugnação à Justiça Gratuita

O réu sustenta que o autor, por ser servidor público, não faria jus ao benefício da justiça gratuita, por ausência de comprovação da hipossuficiência financeira. Todavia, o simples fato de ser servidor público não afasta, por si só, o direito à gratuidade, sendo suficiente a declaração de insuficiência de recursos, conforme CPC/2015, art. 99, §3º. O ônus de demonstrar a capacidade financeira do autor é do réu, que não trouxe aos autos qualquer elemento concreto nesse sentido.

5.3. Da Regularidade dos Lançamentos e Improcedência do Pedido

O réu limita-se a alegar genericamente a regularidade dos lançamentos, sem apresentar extratos analíticos completos ou demonstrar a correta aplicação dos índices de correção monetária e juros na conta PASEP do autor. A ausência de documentação detalhada impede a aferição da veracidade das alegações do réu, sendo imprescindível a produção de prova pericial contábil, conforme reiteradamente reconhecido pela jurisprudência.

Fechamento argumentativo: Os argumentos defensivos do réu carecem de respaldo fático e jurídico, não afastando o direito do autor à revisão dos valores, à produção de provas e ao ressarcimento das diferenças eventualmente apuradas.

 

6. DO DIREITO

6.1. Da Legitimidade Passiva do Banco do Brasil S.A.

O Banco do Brasil S.A. possui legitimidade passiva para responder por eventuais falhas na gestão das contas vinculadas ao PASEP, conforme fixado pelo Tema 1150 do STJ (REsp. 1.895.936/TO/STJ). A controvérsia envolve a prestação de serviço bancário, não havendo interesse jurídico direto da União Federal, o que atrai a competência da Justiça Estadual (CF/88, art. 109).

6.2. Da Competência da Justiça Estadual

A competência para julgamento da demanda é da Justiça Estadual, pois a lide versa sobre suposta má gestão da conta PASEP pelo Banco do Brasil, sociedade de economia mista, conforme entendimento consolidado (CF/88, art. 109, I; Súmula 42/STJ).

6.3. Da Prescrição Decenal e Termo Inicial

A pretensão ao ressarcimento de valores decorrentes de desfalques ou má gestão em conta PASEP submete-se ao prazo prescricional decenal (CCB/2002, art. 205), cujo termo inicial é a data em que o titular toma ciência do desfalque, geralmente no momento do saque ou da aposentadoria (STJ, Tema 1150).

6.4. Da Inversão do Ônus da Prova

O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990, art. 6º, VIII) autoriza a inve"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de ação proposta por L. F. C. F. em face do Banco do Brasil S.A., na qual busca o autor a revisão dos lançamentos realizados em sua conta vinculada ao PASEP, alegando supostas falhas na gestão dos valores depositados, e requerendo, ao final, o ressarcimento das diferenças eventualmente apuradas, bem como a condenação em danos morais, caso comprovada a privação indevida de valores.

I. RELATÓRIO

O réu apresentou contestação tempestiva, arguindo: (i) a necessidade de suspensão do feito até o julgamento do Tema 1300 do STJ, (ii) a ausência de comprovação da hipossuficiência financeira do autor para concessão da justiça gratuita, e (iii) a regularidade dos lançamentos efetuados na conta PASEP, defendendo a improcedência do pedido.

Replicou o autor, impugnando todos os pontos da defesa, reiterando seus pedidos iniciais.

II. FUNDAMENTAÇÃO

2.1. Das Preliminares suscitadas pelo Réu

a) Suspensão do Processo pelo Tema 1300/STJ: Não há determinação vinculante para a obrigatória suspensão de todas as ações que tratem de contas PASEP em razão do Tema 1300 do STJ. A matéria debatida nos autos transcende a distribuição do ônus da prova, versando sobre a efetiva existência de falha na gestão da conta, matéria já consolidada pelo Tema 1150 do STJ. Ademais, a decisão de suspensão deve ser ponderada diante das especificidades do caso concreto (CPC, art. 313, V, \"a\"), não se justificando a paralisação do feito.

b) Impugnação à Justiça Gratuita: O simples fato de o autor ser servidor público não afasta, por si só, o direito ao benefício da gratuidade da justiça (CPC, art. 99, §3º). O autor apresentou declaração de hipossuficiência, não tendo o réu trazido aos autos qualquer elemento concreto que comprove sua capacidade financeira. Assim, mantém-se o benefício.

2.2. Mérito

a) Legitimidade passiva do Banco do Brasil S.A.: O Banco do Brasil é parte legítima para figurar no polo passivo das demandas que questionam a gestão das contas PASEP, conforme reafirmado no Tema 1150 do STJ. Não há interesse jurídico direto da União, atraindo a competência da Justiça Estadual (CF/88, art. 109, I; Súmula 42/STJ).

b) Prescrição: O prazo prescricional é decenal (CC, art. 205), com termo inicial na data em que o titular toma ciência do alegado desfalque, normalmente no saque ou aposentadoria (STJ, Tema 1150).

c) Inversão do ônus da prova: Presentes a verossimilhança das alegações e a hipossuficiência técnica do consumidor, admite-se a inversão do ônus probatório (CDC, art. 6º, VIII). Incumbe ao banco, detentor dos documentos, comprovar a regularidade dos lançamentos.

d) Prova pericial contábil: A ausência de documentação detalhada por parte do réu impede a aferição da regularidade dos lançamentos e da correta aplicação dos índices de correção. Cabe, assim, a realização de prova pericial contábil, sob pena de cerceamento de defesa (CPC, art. 370).

e) Responsabilidade objetiva: O banco responde objetivamente por eventuais falhas na gestão dos valores depositados (CDC, art. 14), cabendo-lhe demonstrar a lisura dos lançamentos (CPC, art. 373, II).

Fundamento constitucional (CF/88, art. 93, IX): \"Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões...\"
O presente voto é fundamentado em consonância com o art. 93, IX, da Constituição Federal, garantindo a transparência e a motivação do julgamento.

2.3. Jurisprudência Aplicável

\"O Banco do Brasil possui legitimidade passiva ad causam para figurar no polo passivo em ações judiciais que discutam eventuais falhas na prestação de serviço relacionadas à conta vinculada ao PASEP, como saques indevidos, desfalques ou ausência de aplicação adequada dos rendimentos estabelecidos pelo Conselho Diretor do referido programa.\" (STJ, REsp. Acórdão/STJ, Tema 1150)
\"Configura-se cerceamento de defesa a ausência de realização de prova pericial contábil, imprescindível para a verificação dos valores depositados e da correta aplicação dos índices de correção monetária na conta vinculada ao PASEP.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

III. DISPOSITIVO

Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Indeferir as preliminares suscitadas pelo réu;
  2. Manter o benefício da justiça gratuita ao autor;
  3. Determinar a inversão do ônus da prova em favor do autor, cabendo ao réu apresentar extrato analítico detalhado da conta PASEP do autor, desde a abertura até o último saque;
  4. Determinar a realização de prova pericial contábil para apuração da existência de eventuais diferenças de correção monetária e juros, a serem ressarcidas ao autor pelo réu, caso constatadas;
  5. Condenar o réu ao pagamento dos honorários advocatícios, a serem fixados ao final;
  6. Fica ressalvada a análise do pedido de danos morais, a depender da comprovação da privação indevida de valores durante a instrução processual;
  7. Prosseguindo-se o feito para produção das provas necessárias e posterior julgamento de eventual condenação pecuniária.

 

Publique-se. Intimem-se.

[Cidade], [data].

Juiz de Direito


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