Modelo de Recurso de Apelação contra sentença de improcedência em ação de consumo por falha na prestação de serviços educacionais pela Estácio de Sá, com pedido de inversão do ônus da prova e indenização por danos m...

Publicado em: 20/05/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de recurso de apelação dirigido ao Juizado Especial Cível, interposto por consumidora contra sentença que julgou improcedente ação contra instituição de ensino Estácio de Sá, fundamentado na falha na prestação do serviço educacional, vulnerabilidade da consumidora, aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e pedido de reforma integral da decisão para reconhecimento da procedência, condenação por danos morais, honorários advocatícios e inversão do ônus da prova. Inclui exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência e pedidos finais.
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RECURSO DE APELAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. PRELIMINARMENTE

DA TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO
O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo legal previsto para a interposição de apelação no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, nos termos da Lei 9.099/1995, art. 42, § 1º, e do CPC/2015, art. 1.003, § 5º. O cabimento decorre da sentença de improcedência proferida em 1º grau, sendo legítima a insurgência da parte autora, ora apelante, contra o decisum.
DA AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO
Não há nos autos qualquer fato que enseje impedimento ou suspeição do juízo ou das partes, conforme exigido pelo CPC/2015, art. 144.
DO PREPARO
A apelante recolhe, nesta oportunidade, as custas recursais, se devidas, nos termos do CPC/2015, art. 1.007, ou requer, caso beneficiária da gratuidade de justiça, a manutenção do benefício.

3. DOS FATOS

A autora, S. dos S., ingressou com ação em face da instituição de ensino Estácio de Sá, pleiteando a tutela de direito decorrente de relação de consumo, em razão de falha na prestação de serviços educacionais. A demanda originou-se após a negativa da ré em atender ao pleito da autora, que buscava a regularização de situação acadêmica e/ou a obtenção de documento essencial à continuidade de sua formação, mesmo tendo cumprido todas as obrigações contratuais e acadêmicas.
Durante a instrução, a autora apresentou provas documentais robustas, inclusive comprovantes de adimplemento e comunicações com a ré, demonstrando a regularidade de sua conduta. Contudo, o juízo a quo julgou improcedente o pedido, sob o fundamento de ausência de comprovação do direito alegado, sem atentar-se devidamente ao conjunto probatório que evidenciava a falha da ré.
Ressalte-se que a sentença não considerou a vulnerabilidade da autora, tampouco aplicou a inversão do ônus da prova, prevista no CDC, art. 6º, VIII, nem valorizou adequadamente os documentos acostados aos autos. Assim, a autora recorre, buscando a reforma da sentença para que seja reconhecida a procedência do pedido inicial.

4. DO DIREITO

DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA VULNERABILIDADE
A relação entre a autora e a ré é nitidamente de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo a autora consumidora e a ré fornecedora de serviços educacionais. A vulnerabilidade da autora é presumida, abrangendo aspectos técnicos, informacionais e econômicos.

DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
O CDC, art. 14, impõe ao fornecedor o dever de responder objetivamente pelos danos causados ao consumidor em razão de defeitos na prestação do serviço. No caso, a autora comprovou ter cumprido todas as exigências contratuais e acadêmicas, cabendo à ré demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, conforme CPC/2015, art. 373, II.
A ausência de resposta adequada da ré e a não demonstração de qualquer irregularidade por parte da autora configuram falha na prestação do serviço, ensejando a procedência do pedido.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O CDC, art. 6º, VIII, autoriza a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, diante da hipossuficiência técnica e da verossimilhança das alegações. O juízo a quo deixou de aplicar tal prerrogativa, prejudicando a parte autora.

DA VALORAÇÃO DO CONJUNTO PROBATÓRIO
O CPC/2015, art. 371, determina que o juiz aprecie a prova constante dos autos, indicando na sentença os motivos de seu convencimento. No caso, a sentença recorrida não analisou adequadamente os documentos apresentados pela autora, limitando-se a conclusões genéricas e desconsiderando elementos essenciais que comprovam a falha da ré.

DA RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
A jurisprudência é pacífica no sentido de que a instituição de ensino responde pelos danos causados ao aluno em decorrência de falha na prestação do serviço, inclusive danos morais, quando configurados o desvio produtivo do consumidor e a frustração de legítimas expectativas (TJSP, Apelação Cível 1158533-31.2023.8.26.0100).

DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
O CPC/2015, art. 85, § 2º, estabelece que os honorários advocatícios devem ser fixados entre 10% e 20% sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da caus"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I – RELATÓRIO

Trata-se de recurso de apelação interposto por S. dos S. contra sentença proferida pelo Juizado Especial Cível da Comarca de [Cidade/UF], que julgou improcedente o pedido inicial em face da instituição de ensino Estácio de Sá, em ação que discute falha na prestação de serviços educacionais e requer reparação de danos morais, obrigação de fazer e honorários advocatícios.

II – ADMISSIBILIDADE

Verifico que o recurso é tempestivo, conforme os prazos previstos na Lei 9.099/1995 e no CPC/2015, art. 1.003, § 5º, e preenche os demais requisitos de admissibilidade, inclusive o preparo, quando devido. Não há impedimento ou suspeição a ser reconhecido. Assim, conheço do recurso.

III – FUNDAMENTAÇÃO

a) Dos Fatos e Provas

A autora alega ter cumprido todas as obrigações acadêmicas e contratuais, e que, ainda assim, a ré recusou-se a regularizar sua situação acadêmica e/ou fornecer documento essencial à continuidade de sua formação. A parte autora apresentou documentação robusta, incluindo comprovantes de adimplemento e comunicações com a ré, não havendo nos autos comprovação de inadimplência ou descumprimento de deveres por parte da autora.

b) Da Relação de Consumo e Inversão do Ônus da Prova

A relação jurídica entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo presumida a vulnerabilidade da autora. O CDC, art. 6º, VIII, autoriza a inversão do ônus da prova, diante da hipossuficiência técnica da autora e da verossimilhança das alegações, circunstâncias presentes no caso concreto.

c) Da Falha na Prestação do Serviço

O CDC, art. 14 impõe responsabilidade objetiva ao fornecedor de serviços por danos decorrentes de defeitos na prestação. No presente caso, não consta nos autos fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, ônus que cabia à ré, conforme o CPC/2015, art. 373, II. A ausência de resposta adequada da ré e a não demonstração de qualquer irregularidade por parte da autora configuram falha na prestação do serviço.

d) Da Valoração do Conjunto Probatório

O CPC/2015, art. 371 exige que o juiz aprecie a prova constante dos autos, indicando na sentença os motivos de seu convencimento. Verifico que a sentença de primeiro grau não analisou adequadamente a documentação apresentada pela autora, limitando-se a conclusões genéricas e desconsiderando elementos essenciais.

e) Da Responsabilidade da Ré e Dos Danos Morais

A jurisprudência é pacífica quanto à responsabilidade da instituição de ensino por falhas na prestação do serviço, inclusive por danos morais, quando comprovado o desvio produtivo e a frustração de legítimas expectativas do consumidor (cf. TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ).

No caso, resta demonstrado o abalo sofrido pela autora, que viu obstaculizado seu direito à formação e à obtenção de documentos essenciais, o que configura dano moral indenizável.

f) Dos Honorários Sucumbenciais

Considerando o disposto no CPC/2015, art. 85, § 2º, os honorários advocatícios devem ser arbitrados entre 10% e 20% sobre o valor atualizado da causa, observando-se a complexidade e o trabalho desenvolvido.

IV – DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fulcro na CF/88, art. 93, IX, que exige a devida fundamentação das decisões judiciais, dou provimento ao recurso de apelação para reformar integralmente a sentença de primeiro grau e julgar procedente o pedido inicial, nos seguintes termos:

  • a) Reconheço a falha na prestação do serviço pela ré, determinando a obrigação de fazer, consistente na regularização da situação acadêmica da autora e/ou fornecimento do documento essencial requerido;
  • b) Condeno a ré ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), valor compatível com os parâmetros de proporcionalidade e razoabilidade, conforme precedentes citados;
  • c) Condeno a ré ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, que fixo em 15% (quinze por cento) sobre o valor atualizado da causa, conforme o CPC/2015, art. 85, § 2º;
  • d) Determino a inversão do ônus da prova em favor da autora, nos termos do CDC, art. 6º, VIII;
  • e) Condeno a ré ao pagamento das custas processuais e demais cominações legais.

V – CONCLUSÃO

Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento, nos termos acima fundamentados.
É como voto.

[Cidade], [data].
Juiz(a) de Direito


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