Modelo de Petição inicial de ação de obrigação de fazer cumulada com restituição de valores e indenização por danos morais ajuizada pela Igreja Assembleia de Deus contra PagSeguro por bloqueio indevido de conta digital e...

Publicado em: 20/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para ação judicial proposta por pessoa jurídica de direito privado (entidade religiosa) contra instituição financeira (PagSeguro) visando o desbloqueio imediato da conta digital, a restituição integral dos valores retidos e a indenização por danos morais decorrentes do bloqueio injustificado. A peça destaca os fundamentos jurídicos baseados no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e Constituição Federal, aborda a relação de consumo, a falha na prestação do serviço, a obrigação de fazer, e requer tutela de urgência, inversão do ônus da prova, além da condenação em danos materiais e morais. Inclui ainda jurisprudência consolidada para embasamento.
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PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Anápolis – GO.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Igreja Assembleia de Deus Ministério Nova Vida, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-90, com sede na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Anápolis/GO, endereço eletrônico: [email protected], neste ato representada por seu presidente, J. S. de O., brasileiro, casado, pastor, CPF nº 123.456.789-00, residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Centro, Anápolis/GO, endereço eletrônico: [email protected], doravante denominada AUTORA,

em face de

PAGSEGURO INTERNET INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO S.A. (PagBank), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.00/0000-0, com sede na Avenida X, nº Y, 10º andar, Jardim Paulistano, CEP 00000-000, São Paulo/SP, endereço eletrônico: [email protected], doravante denominada .

3. DOS FATOS

A AUTORA é entidade religiosa regularmente constituída, que, visando ampliar a facilidade de gestão financeira e arrecadação de recursos, abriu conta digital junto à (PagBank). Após a abertura da conta, a AUTORA enfrentou dificuldades para acessar a conta digital, em razão do esquecimento da senha de acesso.

Em busca de solucionar o impasse, a AUTORA encaminhou toda a documentação exigida pela para comprovação de legitimidade e regularidade, inclusive documentos devidamente registrados em cartório, conforme solicitado. Todavia, a recusou-se a reconhecer a validade dos documentos apresentados, impedindo o acesso à conta, bem como o cancelamento ou movimentação dos valores ali depositados.

Após inúmeras tentativas de resolução administrativa, inclusive com o envio dos documentos ao setor jurídico da , a AUTORA não obteve êxito, permanecendo com a conta bloqueada e sem acesso aos valores ali depositados, essenciais para a manutenção das atividades religiosas e sociais da entidade.

Diante da recalcitrância da , a AUTORA buscou auxílio junto ao PROCON de Anápolis, relatando a situação e requerendo providências. Contudo, mesmo após a intervenção do órgão de defesa do consumidor, a manteve-se inerte, não solucionando o problema.

Ressalte-se que a conduta da tem causado sérios prejuízos à AUTORA, que depende dos valores bloqueados para custear suas atividades religiosas, sociais e administrativas, além de configurar flagrante violação aos direitos do consumidor e à boa-fé objetiva.

Diante da inércia da e da necessidade de resguardar seus direitos, não restou alternativa à AUTORA senão buscar a tutela jurisdicional para obter o desbloqueio da conta, a restituição dos valores depositados e a devida reparação pelos danos morais sofridos.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA APLICAÇÃO DO CDC

A relação estabelecida entre a AUTORA e a é tipicamente de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, pois a instituição financeira presta serviços mediante remuneração. O fornecimento de serviços bancários, inclusive por meio de contas digitais, submete-se às normas de proteção ao consumidor, especialmente quanto ao dever de informação, transparência e boa-fé (CDC, art. 6º, III).

4.2. DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DO BLOQUEIO INJUSTIFICADO

A bloqueou a conta da AUTORA e reteve valores sem apresentar justificativa plausível, mesmo após o envio de toda a documentação exigida, em flagrante desrespeito ao princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e ao dever de transparência (CDC, art. 6º, III). Tal conduta configura vício na prestação do serviço (CDC, art. 14), ensejando a obrigação de restabelecer o acesso à conta e restituir os valores retidos.

O bloqueio e a retenção de valores, sem prévia notificação e sem fundamento legítimo, violam o direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII) e o direito ao livre exercício das atividades religiosas (CF/88, art. 5º, VI), além de causar prejuízos de ordem material e moral à AUTORA.

4.3. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER E DA RESTITUIÇÃO DOS VALORES

A deve ser compelida a desbloquear a conta da AUTORA e restituir integralmente os valores ali depositados, sob pena de multa diária, em razão da necessidade de garantir a continuidade das atividades da entidade religiosa e evitar enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884).

4.4. DO DANO MORAL À PESSOA JURÍDICA

A Súmula 227/STJ reconhece que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral. O bloqueio injustificado de conta bancária, impedindo a AUTORA de acessar recursos essenciais, configura abalo à imagem e à honra objetiva da entidade, ensejando indenização (CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927).

4.5. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Em razão da hipossuficiência técnica da AUTORA e da verossimilhança das alegações, requer-se a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, e CPC/2015, art. 373, § 1º.

4.6. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da legalidade, da boa-fé objetiva, da função social do contrato (CCB/2002, art. 421) e da vedação ao enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884).

Em síntese, a conduta da viola direitos fundamentais, normas consumeristas e princípios contratuais, impondo-se a concessão da tutela jurisdicional para restabelecer a legalidade e reparar os danos causados à AUTORA.

5. JURISPRUDÊNCIAS

TJSP (15ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1058078-27.2024.8.26.0002 - São Paulo - Rel.: Des. Rodolfo Pellizari - J. em 20/01/2025 - DJ 20/01/2025
“OBRIGAÇÃO DE FAZER. Autora que mantém conta de pessoa física, sem que suas movimentações indiquem a utilização dos serviços prestados pela ré como insumo em atividade empresarial. Aplicabilidade do CDC. Inversão do ônus da prova, em decorrência da hipossuficiência técnica e econômica da consumidora. Ré que promoveu o bl"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer cumulada com Restituição de Valores e Indenização por Danos Morais ajuizada por Igreja Assembleia de Deus Ministério Nova Vida em face de PagSeguro Internet Instituição de Pagamento S.A. (PagBank), na qual a autora alega bloqueio injustificado de sua conta digital, apesar de ter apresentado toda a documentação exigida para regularização e acesso. Sustenta que o bloqueio e a retenção dos valores depositados vêm causando prejuízos à manutenção das atividades religiosas e sociais, requerendo, em síntese, o desbloqueio da conta, restituição dos valores e indenização por danos morais e materiais.

Devidamente citada, a ré apresentou contestação (ou permaneceu inerte, se o caso), sustentando que o bloqueio se deu para resguardar a segurança da conta, inexistindo falha na prestação do serviço. Vieram os autos para julgamento.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Fundamentação Constitucional e Legal (CF/88, art. 93, IX)

Cumpre observar o dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), o que passo a atender.

2. Dos Fatos e da Relação de Consumo

Restou incontroverso que a autora, entidade religiosa, celebrou contrato de prestação de serviços bancários com a ré e, posteriormente, teve bloqueado o acesso à conta digital, mesmo após a apresentação dos documentos solicitados. A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, aplicando-se, pois, o Código de Defesa do Consumidor.

3. Da Falha na Prestação do Serviço e do Dever de Informação

A prova dos autos demonstra que a autora enviou à ré toda a documentação exigida para comprovação de legitimidade e para recuperação do acesso à conta. Todavia, a ré permaneceu inerte, não apresentando justificativa plausível para a manutenção do bloqueio e da retenção dos valores, tampouco demonstrou qualquer irregularidade concreta que justificasse a medida.

Tal conduta viola o dever de transparência e de boa-fé objetiva (CDC, art. 6º, III; CCB/2002, art. 422), bem como configura vício na prestação do serviço (CDC, art. 14). Ademais, a ausência de comunicação prévia e fundamentada à autora afronta seu direito à informação e ao contraditório.

4. Da Violação a Direitos Fundamentais

O bloqueio injustificado da conta e a consequente impossibilidade de acesso aos valores depositados violam o direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII) e o livre exercício das atividades religiosas (CF/88, art. 5º, VI), tendo em vista que os recursos são essenciais para a manutenção das atividades da autora.

5. Da Obrigação de Fazer e Restituição dos Valores

Diante da ausência de justificativa para o bloqueio, impõe-se o imediato desbloqueio da conta e a restituição integral dos valores retidos, sob pena de multa diária, a fim de evitar enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884) e assegurar a continuidade das atividades institucionais da autora.

6. Do Dano Moral à Pessoa Jurídica

A Súmula 227/STJ admite o cabimento de dano moral à pessoa jurídica, quando comprovado abalo à sua imagem e honra objetiva. No caso em exame, a conduta da ré extrapolou o mero aborrecimento, afetando a credibilidade e o funcionamento regular da instituição religiosa, motivo pelo qual é devida a indenização por danos morais.

7. Da Inversão do Ônus da Prova

Considerando a hipossuficiência técnica da autora frente à instituição financeira e a verossimilhança das alegações, é cabível a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII.

8. Das Jurisprudências Correlatas

O entendimento ora exposto encontra respaldo em recentes julgados dos Tribunais de Justiça, que reconhecem a responsabilidade das instituições financeiras pelo desbloqueio injustificado de contas e retenção de valores, bem como a obrigação de indenizar por danos morais (vide Apelação Cível Acórdão/TJSP, TJSP; Apelação Acórdão/TJRJ, TJRJ, entre outros).

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • a) Confirmar a tutela de urgência e determinar à ré o imediato desbloqueio da conta digital da autora, bem como a liberação integral dos valores ali depositados, sob pena de multa diária de R$ 300,00, até o efetivo cumprimento da obrigação;
  • b) Condenar a ré à restituição integral dos valores eventualmente retidos, devidamente corrigidos;
  • c) Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 7.000,00 (sete mil reais), considerando os princípios da proporcionalidade, razoabilidade e a extensão do dano;
  • d) Inverter o ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII;
  • e) Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85, § 2º).

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

IV. CONCLUSÃO

É como voto.

 

Anápolis/GO, ___ de ___________ de 2025.

Juiz de Direito


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