Modelo de Petição inicial de ação de indenização por danos morais e materiais contra Comercial ABC Ltda. por uso indevido de número telefônico sem consentimento, com base no Código Civil, Constituição e LGPD
Publicado em: 30/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível do Foro Central da Comarca de [Cidade/UF].
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador do RG nº XX.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], vem, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS em face de Comercial ABC Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, endereço eletrônico: [email protected], com sede na Avenida das Indústrias, nº 456, Bairro Industrial, CEP 00000-000, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor é titular do número de telefone celular (XX) 9XXXX-XXXX, devidamente registrado em seu nome junto à operadora de telefonia, conforme documentação anexa. Desde o mês de [mês/ano], o Autor passou a receber inúmeras reclamações de terceiros, bem como contatos indesejados, informando que seu número estava sendo utilizado para a divulgação de propagandas do estabelecimento comercial Comercial ABC Ltda..
Após apuração, constatou-se que a empresa Ré, sem qualquer autorização ou consentimento do Autor, passou a utilizar o número de telefone pessoal deste em materiais publicitários, redes sociais e outros meios de divulgação, vinculando o contato do Autor à atividade comercial da demandada.
Tal conduta resultou em diversos transtornos ao Autor, incluindo a invasão de sua privacidade, recebimento de ligações e mensagens de desconhecidos, interrupção de sua rotina, além de prejuízos materiais, haja vista a necessidade de alteração do número de telefone e os custos decorrentes desse procedimento.
Ressalte-se que o Autor jamais autorizou ou consentiu com o uso de seu número para fins comerciais, tampouco possui qualquer vínculo com a empresa Ré, sendo vítima de conduta abusiva e ilícita, que extrapola o mero aborrecimento cotidiano e atinge diretamente sua esfera de direitos da personalidade.
Diante da inércia da Ré em cessar a conduta, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reparados os danos sofridos.
Resumo: O uso indevido do número de telefone do Autor por empresa alheia, sem consentimento, causou-lhe perturbações, prejuízos materiais e violação de direitos fundamentais, justificando a presente demanda.
4. DO DIREITO
4.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil da Ré decorre da prática de ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, que dispõe: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Ademais, o CCB/2002, art. 187 prevê que também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
No caso em tela, a Ré utilizou, sem autorização, dado pessoal do Autor (número de telefone), expondo-o publicamente e vinculando-o à atividade comercial da empresa, em flagrante violação à privacidade, à intimidade e ao direito de imagem do Autor, protegidos pelo CF/88, art. 5º, X.
4.2. DA PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS
A conduta da Ré afronta, ainda, a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018), especialmente o art. 7º, X, que exige o consentimento do titular para o tratamento de dados pessoais, salvo hipóteses legais não aplicáveis ao presente caso. O número de telefone constitui dado pessoal, e seu uso para fins publicitários sem autorização caracteriza tratamento ilícito, ensejando o dever de indenizar.
4.3. DOS DANOS MORAIS
O dano moral, no presente caso, é in re ipsa, ou seja, decorre da própria conduta ilícita, sendo desnecessária a comprovação de prejuízo concreto, bastando a demonstração do ato ilícito e do nexo causal. O Autor teve sua privacidade invadida, sua rotina perturbada e sua imagem associada indevidamente à atividade comercial da Ré, o que ultrapassa o mero dissabor cotidiano e atinge direitos da personalidade.
4.4. DOS DANOS MATERIAIS
O Autor foi compelido a alterar seu número de telefone, arcando com custos de cancelamento, aquisição de novo chip, comunicação a contatos pessoais e profissionais, além de eventuais prejuízos decorrentes da perda de contatos importantes. Tais despesas são comprovadas pelos documentos anexos e decorrem diretamente da conduta ilícita da Ré.
4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva e da proteção à privacidade (CF/88, art. 5º, X), que vedam a exposição indevida de dados pessoais"'>...
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