Modelo de Petição inicial de ação de indenização por danos materiais e morais contra banco XYZ S.A. decorrente de fraude eletrônica via PIX, com fundamento na responsabilidade objetiva do fornecedor e no Código de Defesa d...

Publicado em: 30/05/2025 Processo CivilConsumidor
Petição inicial ajuizada por A. J. dos S. contra o banco XYZ S.A., visando a condenação da instituição financeira ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 8.500,00 e danos morais decorrentes de fraude eletrônica via PIX. A ação fundamenta-se na responsabilidade objetiva do banco prevista no Código de Defesa do Consumidor, na falha na prestação dos serviços bancários e na ausência de culpa exclusiva do autor, buscando a reparação integral dos prejuízos financeiros e morais sofridos. O documento inclui relato dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência pertinente, pedidos de citação, inversão do ônus da prova, condenação em custas e honorários, além de prova documental e testemunhal.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [cidade/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, analista de sistemas, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Centro, CEP 12345-000, [cidade/UF], vem, por seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em face de BANCO XYZ S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 12.345.678/0001-99, com sede na Avenida das Américas, nº 2000, Bairro Jardim, CEP 00000-000, [cidade/UF], endereço eletrônico [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é correntista do réu, utilizando regularmente os serviços bancários oferecidos pela instituição. Em [data do evento], o Autor foi vítima de fraude eletrônica, popularmente conhecida como “golpe do PIX”. Na ocasião, foi induzido por terceiro fraudador, que se passou por funcionário do banco réu, a realizar transferências via PIX, totalizando o valor de R$ 8.500,00 (oito mil e quinhentos reais), para conta de terceiro desconhecido.

Imediatamente após perceber que se tratava de fraude, o Autor entrou em contato com o serviço de atendimento do banco réu, relatando o ocorrido e solicitando o bloqueio e o estorno das transações. Apesar da comunicação tempestiva, o banco não adotou providências eficazes para impedir o prejuízo, tampouco ressarciu os valores subtraídos.

A conduta do réu, ao não garantir a segurança das operações e ao não restituir os valores indevidamente transferidos, ocasionou ao Autor não apenas prejuízo financeiro, mas também transtornos, angústia e abalo psicológico, caracterizando dano moral.

Ressalte-se que as transações realizadas destoam do padrão de consumo do Autor, foram contestadas no mesmo dia e ocorreram em curto período e de forma sequencial, circunstâncias que deveriam ter ensejado mecanismos de segurança e bloqueio automático por parte do banco réu.

Diante da inércia do réu e da ausência de solução administrativa, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecido seu direito à indenização pelos danos materiais e morais sofridos.

Resumo: O Autor foi vítima de fraude bancária via PIX, comunicou imediatamente o banco, que não ressarciu os valores nem adotou medidas eficazes, resultando em prejuízo financeiro e abalo moral, o que fundamenta a presente demanda.

4. DO DIREITO

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE OBJETIVA

A relação entre o Autor e o banco réu é típica relação de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. O banco, como fornecedor de serviços, responde objetivamente pelos danos causados aos consumidores decorrentes de falha na prestação do serviço (CDC, art. 14).

Conforme a Súmula 479/STJ, “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”. O banco réu, portanto, tem o dever legal de garantir a segurança das operações realizadas por seus clientes, inclusive quanto a fraudes eletrônicas.

4.2. DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

O banco réu falhou ao não adotar mecanismos eficazes de detecção e bloqueio de transações atípicas, especialmente considerando que as transferências realizadas destoaram do perfil habitual do Autor e foram contestadas imediatamente (Resolução BCB 01/2020, art. 39-B, § 1º).

A ausência de resposta adequada à comunicação do Autor evidencia a violação do dever de segurança e caracteriza defeito na prestação do serviço, nos termos do CDC, art. 14, § 1º.

4.3. DA INEXISTÊNCIA DE CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA

Não há nos autos qualquer elemento que indique culpa exclusiva do Autor. Ao contrário, este agiu com diligência ao comunicar imediatamente o banco sobre a fraude, cabendo ao réu demonstrar a inexistência de falha, nos termos do CPC/2015, art. 373, II.

4.4. DOS DANOS MATERIAIS

O prejuízo material é evidente, consistente no valor total das transferências realizadas mediante fraude (R$ 8.500,00), que deve ser integralmente ressarcido, conforme entendimento consolidado do STJ e dos Tribunais Estaduais.

4.5. DOS DANOS MORAIS

O abalo psicológico, a angústia e o sofrimento experimentados pelo Autor extrapolam o mero aborrecimento, configurando dano moral indenizável (CF/88, art. 5º, V e X). A jurisprudência reconhece que a exposição do consumidor a prejuízo financeiro e à sensação de insegurança justifica a reparação moral.

4.6. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O caso atrai a incidência dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), boa-fé objetiva, vulnerabilidade do consumidor e dever de segurança na prestação de serviços bancários.

Fechamento argumentativo: Restou demonstrada a falha na prestação do serviço, a ausência de culpa exclusiva do Autor e a ocorrência de danos materiais e morais, o que impõe o dever de indenizar do banco réu.

5. JURISPRUDÊNCIAS

1. TJSP, Apelação Cível 1002995-19.2023.8.2"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais proposta por A. J. dos S. em face de Banco XYZ S.A., na qual o autor narra ter sido vítima de fraude eletrônica (“golpe do PIX”), mediante a qual foram realizadas transferências indevidas que totalizaram R$8.500,00. Afirma que comunicou imediatamente o banco réu, solicitando bloqueio e estorno das transações, mas não obteve solução, restando-lhe prejuízo financeiro e abalo moral.

O banco réu, regularmente citado, apresentou contestação (ou permaneceu inerte, conforme os autos), aduzindo ausência de responsabilidade, alegando culpa exclusiva do consumidor e inexistência de falha na prestação do serviço.

II. Fundamentação

1. Da Devida Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

CF/88, art. 93, IX: “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade...”

2. Da Relação de Consumo e Responsabilidade Objetiva

A relação entre as partes é de consumo (CDC, art. 2º e CDC, art. 3º), sendo o banco fornecedor de serviços. Nos termos do  CDC, art. 14 e da Súmula 479/STJ, as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos decorrentes de falha na prestação dos serviços, incluindo fraudes perpetradas por terceiros, salvo prova de culpa exclusiva da vítima.

Súmula 479/STJ: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.”

3. Da Falha na Prestação do Serviço

Restou comprovado que as transferências contestadas destoaram do padrão habitual do autor, sendo realizadas em sequência e em valores elevados, com comunicação imediata ao banco réu. A ausência de bloqueio preventivo e de resposta eficaz caracteriza falha na prestação do serviço (CDC, art. 14, § 1º e Resolução BCB 01/2020, art. 39-B, §1º).

Assim, o banco réu não logrou demonstrar adoção de mecanismos eficazes de prevenção à fraude, tampouco culpa exclusiva do consumidor.

4. Da Inexistência de Culpa Exclusiva da Vítima

Não há nos autos elementos capazes de atribuir culpa exclusiva ao autor. Ao contrário, comprovou-se que este agiu com diligência, comunicando imediatamente o banco. O ônus da prova, a teor do CPC/2015, art. 373, II, era do réu, não tendo sido afastada a responsabilidade objetiva.

5. Dos Danos Materiais

O prejuízo material é incontroverso, correspondendo ao valor das transferências realizadas mediante fraude (R$ 8.500,00), o que enseja o ressarcimento integral, devidamente corrigido e acrescido de juros legais a contar do evento danoso.

6. Dos Danos Morais

O abalo psicológico, a sensação de insegurança e o sofrimento experimentados pelo autor extrapolam o mero aborrecimento, configurando dano moral indenizável (CF/88, art. 5º, V e X). A jurisprudência é pacífica no sentido de que a exposição do consumidor a prejuízo financeiro por falha bancária enseja reparação moral.

TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: “A instituição financeira responde objetivamente por danos decorrentes de fraude bancária via PIX quando evidenciada falha na prestação do serviço. A ocorrência de fraude bancária que acarrete desfalque significativo ao consumidor pode ensejar indenização por dano moral...”

7. Dos Princípios Constitucionais e Jurisprudência

O caso atrai a incidência dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva e da vulnerabilidade do consumidor. A jurisprudência nacional vem reconhecendo a responsabilidade dos bancos na hipótese de fraudes eletrônicas, como demonstram os precedentes transcritos na petição inicial.

8. Da Inversão do Ônus da Prova

Presentes a verossimilhança das alegações e a hipossuficiência técnica do consumidor, é cabível a inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII), que já foi observada neste processo.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para:

  1. Condenar o banco réu ao pagamento de indenização por danos materiais ao autor, no valor de R$ 8.500,00 (oito mil e quinhentos reais), corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais desde o evento danoso;
  2. Condenar o banco réu ao pagamento de indenização por danos morais ao autor, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), observando-se os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  3. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 15% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85, § 2º).
  4. Determinar a inversão do ônus da prova, conforme já fundamentado.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Considerações Finais

O presente voto resta devidamente fundamentado, em observância a CF/88, art. 93, IX, e reflete a interpretação sistemática dos fatos e do direito, sobretudo da legislação consumerista, dos princípios constitucionais e da jurisprudência consolidada nos Tribunais Superiores.

Assim, dou provimento ao pedido inicial, reconhecendo o direito do autor à reparação pelos danos sofridos.

V. Dispositivo Recursal

Considerando que não há recurso interposto, ou, caso existente, nego provimento ao recurso do réu, mantendo a sentença de procedência pelos próprios fundamentos.

[Cidade/UF], [data do julgamento].

____________________________________
Magistrado


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