Modelo de Petição inicial de ação de indenização por danos materiais e morais contra Mercado Pago por não restituição de valor após devolução tempestiva de produto defeituoso, com fundamento no CDC e pedido de inversã...

Publicado em: 09/05/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para ajuizamento de ação de indenização por danos materiais e morais contra instituição de pagamento eletrônico, em razão da não restituição do valor pago após devolução de produto com defeito dentro do prazo legal. A peça aborda a qualificação das partes, fundamentação jurídica baseada no Código de Defesa do Consumidor, direito de arrependimento, responsabilidade objetiva do fornecedor, além de requerer a inversão do ônus da prova, ressarcimento integral do valor pago, indenização por danos morais, e produção de provas. Inclui ainda jurisprudência consolidada e pedidos de justiça gratuita e tramitação prioritária.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C RESTITUIÇÃO DE VALOR

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [Cidade/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, analista de sistemas, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Jardim, CEP 00000-000, [Cidade/UF], neste ato denominado AUTOR;

Em face de Mercado Pago Instituição de Pagamento Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, endereço eletrônico: [email protected], com sede na Avenida Paulista, nº 1000, 10º andar, Bairro Bela Vista, CEP 00000-000, São Paulo/SP, doravante denominada .

3. DOS FATOS

O AUTOR realizou, em [data da compra], uma compra por meio da plataforma digital da , Mercado Pago, adquirindo um produto anunciado com determinadas especificações técnicas e funcionais. Ao receber a mercadoria, constatou que esta apresentava defeito de fabricação e não correspondia às características anunciadas, configurando descumprimento das condições pactuadas.

Em observância ao direito de arrependimento previsto no CDC, o AUTOR procedeu à devolução do produto dentro do prazo legal de 7 (sete) dias, utilizando-se da Caixa Postal fornecida pela própria plataforma da . O envio foi devidamente comprovado por meio de código de rastreamento e recibo dos Correios.

Apesar do cumprimento integral das obrigações pelo AUTOR, a enviou mensagem informando que não aceitaria a reclamação e que não seria possível efetuar a restituição do valor pago. Desde então, já transcorreram mais de seis meses sem que o AUTOR tenha recebido a devolução do valor desembolsado ou o retorno da mercadoria devolvida, permanecendo, assim, privado tanto do bem quanto do numerário.

Tal conduta caracteriza flagrante falha na prestação do serviço, gerando prejuízos materiais e morais ao AUTOR, que se viu compelido a buscar tutela jurisdicional para ver resguardados seus direitos.

4. DO DIREITO

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE OBJETIVA

A relação estabelecida entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo o AUTOR consumidor final e a fornecedora de serviços de intermediação e pagamento eletrônico.

A responsabilidade do fornecedor de serviços é objetiva, respondendo independentemente de culpa pelos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, conforme CDC, art. 14. O fornecedor só se exime de responsabilidade nas hipóteses do CDC, art. 14, § 3º, o que não se verifica no caso em tela.

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o direito à informação adequada (CDC, art. 6º, III) foram violados pela , que, mesmo após a devolução tempestiva do produto defeituoso, recusou-se injustificadamente a restituir o valor pago.

4.2. DO DIREITO DE ARREPENDIMENTO E DA RESTITUIÇÃO DO VALOR

O AUTOR exerceu o direito de arrependimento, previsto no CDC, art. 49, ao devolver o produto no prazo de 7 (sete) dias, devendo ser restituído de imediato dos valores pagos, inclusive com correção monetária e eventuais encargos.

A recusa da em restituir o valor configura descumprimento contratual e falha na prestação do serviço, ensejando a obrigação de indenizar, nos termos do CDC, art. 20 e CDC, art. 42, parágrafo único.

4.3. DOS DANOS MATERIAIS

O dano material é evidente, consubstanciado no valor pago pelo produto não restituído e na ausência de devolução da mercadoria. O CDC, art. 6º, VI, assegura ao consumidor a efetiva reparação dos danos patrimoniais.

4.4. DOS DANOS MORAIS

A conduta da ultrapassa o mero aborrecimento, pois privou o AUTOR do bem e do valor pago, obrigando-o a buscar o Judiciário para ver resguardados seus direitos, o que configura abalo à dignidade, à tranquilidade e ao tempo útil do consumidor (CF/88, art. 5º, X; CDC, art. 6º, VI).

O entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de que a privação injustificada do bem e do numerário, somada à necessidade de recorrer ao Judiciário, caracteriza dano moral indenizável, devendo a indenização ser fixada em valor suficiente para compensar o sofrimento e desestimular novas condutas semelhantes.

4.5. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Diante da hipossuficiência do AUTOR e da verossimilhança das alegações, requer-se a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, para que a demonstre eventual excludente de responsabilidade ou fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do AUTOR.

5. JURISPRUDÊNCIAS

1. Dano material e moral configurados pela não restituição do valor após devolução tempestiva do produto:
“Incontroversa a relação de consumo estabelecida entre as partes, razão pela qu"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais cumulada com pedido de restituição de valor, ajuizada por A. J. dos S. em face de Mercado Pago Instituição de Pagamento Ltda., em razão de alegada falha na prestação do serviço referente à intermediação de compra e devolução de um produto adquirido via plataforma digital da ré. O autor sustenta que, mesmo após ter exercido o direito de arrependimento e devolvido o produto defeituoso no prazo legal, não obteve a restituição do valor pago, tampouco o retorno do bem, circunstância que, segundo a inicial, ensejou prejuízos materiais e morais.

Fundamentação

1. Preliminar – Admissibilidade

Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, conheço do pedido inicial.

2. Dos Fatos e da Prova

Restou incontroverso que o autor realizou a compra de produto por meio da plataforma da ré e, ao receber a mercadoria, constatou defeito de fabricação e descumprimento das características anunciadas. Igualmente comprovado, por meio de documentos anexados aos autos (recibo dos Correios e código de rastreamento), que o autor procedeu à devolução do produto no prazo de 7 (sete) dias, conforme dispõe o CDC, art. 49.

Apesar do cumprimento integral das obrigações pelo autor, a ré recusou-se a restituir o valor pago ou devolver a mercadoria, mantendo o autor privado tanto do bem quanto do numerário, situação que perdura por mais de seis meses.

3. Do Direito

3.1. Relação de Consumo e Responsabilidade Objetiva

A relação estabelecida entre as partes é nitidamente de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo o autor consumidor e a ré fornecedora de serviços de intermediação e pagamento eletrônico.

Nos casos de falha na prestação do serviço, a responsabilidade do fornecedor é objetiva, conforme o CDC, art. 14, salvo demonstração de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, o que não restou comprovado nos autos.

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o direito à informação adequada (CDC, art. 6º, III) impõem à ré o dever de agir de forma diligente e transparente, o que não se verificou no presente caso.

3.2. Do Direito de Arrependimento e Restituição do Valor

O autor exerceu seu direito de arrependimento no prazo legal, direito este previsto no CDC, art. 49, sendo-lhe assegurada a restituição imediata dos valores pagos. A recusa injustificada da ré configura descumprimento contratual e falha na prestação do serviço, atraindo o disposto no CDC, art. 14, CDC, art. 20 e CDC, art. 42, parágrafo único.

3.3. Dos Danos Materiais

O dano material encontra-se comprovado pelo não ressarcimento do valor pago pelo produto devolvido. O CDC, art. 6º, VI, garante ao consumidor a efetiva reparação dos danos patrimoniais.

3.4. Dos Danos Morais

A conduta da ré ultrapassa o mero dissabor cotidiano, pois privou o autor do bem e do numerário, obrigando-o a recorrer ao Poder Judiciário para ter seus direitos reconhecidos, circunstância que afronta a dignidade e o tempo útil do consumidor (CF/88, art. 5º, X; CDC, art. 6º, VI).

Neste sentido, consolidou-se a jurisprudência pátria:
\"Falha na prestação do serviço, pois deixou o demandado de apresentar prova [...] devendo, portanto, restituir ao autor o valor pago pela aquisição dos produtos [...] Dano moral configurado pela conduta deficitária do réu que intermediou a venda e não restituiu ao autor o valor dos produtos.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

O valor da indenização por dano moral deve observar os critérios de razoabilidade e proporcionalidade, sendo adequado o patamar de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), conforme precedentes dos Tribunais Estaduais.

3.5. Da Inversão do Ônus da Prova

Diante da hipossuficiência do autor e da verossimilhança das alegações, é de rigor a inversão do ônus da prova, nos moldes do CDC, art. 6º, VIII.

3.6. Da Fundamentação Constitucional

Ressalte-se que a fundamentação deste voto observa o dever constitucional previsto na CF/88, art. 93, IX, que exige a motivação das decisões judiciais, garantindo transparência, segurança jurídica e respeito ao contraditório e à ampla defesa.

Dispositivo

Diante do exposto, com fulcro na CF/88, art. 93, IX, no CDC, art. 6º, CDC, art. 14, CDC, art. 20, CDC, art. 42 e CDC, art. 49, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Condenar a ré à restituição integral do valor pago pelo autor na compra do produto, corrigido monetariamente desde o desembolso e acrescido de juros legais a partir da citação;
  2. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), corrigido monetariamente a partir desta sentença e acrescido de juros legais a partir do evento danoso;
  3. Inverter o ônus da prova em favor do autor, para os fins do CDC, art. 6º, VIII;
  4. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, se houver resistência e se cabíveis, nos termos da legislação vigente.

Defiro, ainda, o pedido de justiça gratuita caso preenchidos os requisitos legais (CPC/2015, art. 98).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Assim voto.

 

[Cidade], [data do julgamento].

___________________________________
Juiz de Direito


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