Modelo de Pedido de desarquivamento urgente e tramitação prioritária de recurso em ação possessória e de nulidade de inventário envolvendo imóvel com requerente hipossuficiente e ressarcimento de aluguéis indevidos

Publicado em: 05/08/2025 CivelProcesso Civil
Petição dirigida ao Tribunal de Justiça de São Paulo requerendo o desarquivamento imediato e andamento prioritário de recurso em ação de nulidade de inventário e posse de imóvel, com fundamento na Constituição Federal e CPC, pleiteando ainda concessão de gratuidade de justiça, intimação do novo Relator, ressarcimento de valores recebidos indevidamente e produção de provas, diante da paralisação do feito que prejudica a parte hipossuficiente e proprietária legítima.
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PETIÇÃO DE PEDIDO DE PREFERÊNCIA E/OU DESPACHO URGENTE (PEDIDO DE DESARQUIVAMENTO/ANDAMENTO DE RECURSO COM PRIORIDADE)

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: M. F. de S. L., brasileira, divorciada, proprietária de imóvel, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, profissão: professora, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, São Paulo/SP, CEP 01000-000.

Requeridas: A. J. dos S. e C. E. da S., brasileiras, estado civil ignorado, filhas do ex-cônjuge do ora falecido, profissão ignorada, CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: desconhecido, residentes e domiciliadas em endereço ignorado.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A Requerente é legítima proprietária de imóvel adquirido em partilha de divórcio, tendo exercido a posse do bem até que, por meio de conduta criminosa e fraudulenta, as filhas do ex-cônjuge, ocultando o falecimento do genitor, tomaram posse do imóvel e promoveram inventário ilegal, culminando em partilha irregular.

A referida ocultação do óbito impediu que a Requerente, que movia ação de despejo contra o ex-cônjuge à época do falecimento, tivesse ciência do evento, sendo surpreendida posteriormente com a concessão de liminar possessória em favor das Requeridas, que, inclusive, passaram a locar o imóvel e a auferir rendimentos que já ultrapassam R$ 220.000,00, enquanto a Requerente permanece privada do bem e de sua renda.

A Requerente ajuizou ação de nulidade de inventário, mas as Requeridas, valendo-se de liminar, mantiveram-se na posse do imóvel, praticando esbulho e ameaças, inclusive com a conivência do patrono das mesmas, que deixou de juntar a partilha aos autos e proferiu ameaças à Requerente.

Diante da decisão liminar desfavorável, a Requerente interpôs recurso, tendo seu pedido de gratuidade de justiça indeferido pela Relatora, mesmo diante da comprovada hipossuficiência e do elevado valor das custas. Ato contínuo, a Relatora foi substituída, sendo nomeado novo Relator, mas o feito encontra-se paralisado há mais de um ano, sem qualquer andamento, em flagrante prejuízo à Requerente, que luta há mais de nove anos pelo reconhecimento de seu direito à posse e propriedade do imóvel.

Ressalte-se que a demora na tramitação do recurso perpetua situação de injustiça, agravando o quadro de necessidade da Requerente, que depende do imóvel para sua subsistência, enquanto as Requeridas continuam a auferir rendimentos indevidos.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)

4.1. DO DIREITO À PRIORIDADE NO JULGAMENTO E À CELERIDADE PROCESSUAL

A CF/88, art. 5º, LXXVIII, o direito fundamental à razoável duração do processo e aos meios que garantam a celeridade de sua tramitação (CF/88, art. 5º, LXXVIII). O Código de Processo Civil, por sua vez, impõe ao magistrado o dever de velar pela rápida solução dos litígios (CPC/2015, art. 4º), bem como de determinar o andamento célere dos feitos, especialmente quando constatado prejuízo à parte.

O processo em questão encontra-se paralisado há mais de um ano, sem qualquer despacho ou decisão, em flagrante violação ao princípio da duração razoável do processo e ao direito da Requerente de ver apreciado seu recurso em tempo hábil.

4.2. DA NECESSIDADE DE DESARQUIVAMENTO E ANDAMENTO DO RECURSO

O CPC/2015, art. 10 garante às partes o direito ao contraditório e à ampla defesa, o que pressupõe a regular tramitação dos recursos interpostos. A paralisação injustificada do feito, sobretudo em fase recursal, configura cerceamento de defesa e afronta ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

Ademais, o CPC/2015, art. 1.011 determina que os recursos devem ser processados e julgados com prioridade, especialmente quando envolvem questões de posse e propriedade, como no caso em tela, em que a Requerente encontra-se privada de bem essencial à sua subsistência.

4.3. DA IMPRESCINDIBILIDADE DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A Requerente, pessoa hipossuficiente, teve indeferido seu pedido de gratuidade de justiça, mesmo tendo comprovado sua impossibilidade de arcar com as custas processuais, em afronta ao CPC/2015, art. 98 e a CF/88, art. 5º, LXXIV, que asseguram assistência judiciária integral e gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de recursos.

4.4. DA SITUAÇÃO DE INJUSTIÇA E DO DIREITO À PROPRIEDADE

O direito de propriedade é garantido constitucionalmente (CF/88, art. 5º, XXII), e sua violação por meio de esbulho, fraude e ocultação de informações essenciais, como o óbito do ex-cônjuge, demanda pronta intervenção do Judiciário para restaurar a ordem jurídica e proteger o direito da legítima proprietária.

O prolongamento da situação de injustiça, com o recebimento indevido de alugueis pelas Requeridas, agrava o prejuízo da Requerente e afronta os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).

4.5. DA URGÊNCIA E DO PERIGO NA DEMORA

A situação narrada evidencia o perigo da demora na prestação jurisdicional, pois a Requerente permanece privada de seu imóvel e da renda dele advinda, enquanto as Requeridas continuam a auferir vantagem indevida. O CPC/2015, art. 300 autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, requisito"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de recurso interposto por M. F. de S. L. contra decisão que indeferiu o pedido de gratuidade de justiça e manteve decisão liminar favorável às Requeridas, A. J. dos S. e C. E. da S., no contexto de ação de nulidade de inventário e partilha de imóvel. A Requerente aponta a inércia jurisdicional, com paralisação do feito há mais de um ano, e a perpetuação de situação de esbulho possessório e locação indevida do bem, do qual depende para subsistência. Pleiteia, assim, o desarquivamento e andamento prioritário do recurso, concessão de gratuidade de justiça, ressarcimento de valores e prioridade na tramitação.

II. Fundamentação

1. Da Devida Fundamentação do Julgamento

Inicialmente, cumpre salientar que os julgamentos do Poder Judiciário devem ser públicos e fundamentados, nos termos da CF/88, art. 93, IX, garantindo-se transparência e respeito ao devido processo legal.

2. Da Duração Razoável do Processo e Celeridade Processual

A Constituição Federal assegura a todos, como direito fundamental, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (CF/88, art. 5º, LXXVIII). O Código de Processo Civil, igualmente, impõe ao magistrado o dever de velar pela rápida solução dos litígios (CPC/2015, art. 4º).

No caso dos autos, verifica-se que o processo encontra-se paralisado há mais de um ano, sem despacho ou decisão, circunstância que configura violação ao direito da parte de ver seu recurso tempestivamente apreciado. A inércia judicial, sobretudo quando há alegação de grave prejuízo à parte hipossuficiente, afronta princípios constitucionais e processuais, merecendo pronta correção.

3. Do Direito ao Contraditório e à Ampla Defesa

O contraditório e a ampla defesa são pilares do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV; CPC/2015, art. 10), pressupostos que somente se realizam plenamente com o regular andamento dos recursos. A paralisação injustificada do feito, especialmente em fase recursal, implica cerceamento de defesa.

4. Da Gratuidade de Justiça

O acesso à justiça, inclusive por meio da assistência judiciária gratuita, é assegurado àqueles que comprovarem insuficiência de recursos (CF/88, art. 5º, LXXIV; CPC/2015, art. 98). Consta dos autos a demonstração da hipossuficiência da Requerente, motivo pelo qual entendo cabível o deferimento do benefício da gratuidade de justiça.

5. Do Direito de Propriedade e da Boa-fé

O direito de propriedade é garantia constitucional inviolável (CF/88, art. 5º, XXII), devendo o Poder Judiciário atuar para restaurar a ordem jurídica em situações de esbulho, fraude ou ocultação dolosa de informações, como no caso em tela, em que a Requerente, legítima proprietária, foi privada do bem e de sua renda por conduta ilícita das Requeridas. O prolongamento de tal injustiça ofende, ademais, a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).

6. Da Urgência e Perigo na Demora

O perigo da demora está evidenciado, haja vista que a Requerente permanece privada de imóvel essencial à sua subsistência, enquanto as Requeridas continuam a auferir vantagem indevida. O CPC/2015, art. 300 autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, requisitos que reputo configurados no presente caso.

7. Da Jurisprudência Aplicável

O entendimento jurisprudencial é firme no sentido de que a regularidade da partilha é condição para a eficácia dos atos de transmissão de bens, admitindo-se a anulação de partilha viciada ou fraudulenta. Igualmente, ressalta-se a necessidade de ação própria para o reconhecimento de direitos possessórios e de propriedade, não podendo o inventário servir para perpetuar situações injustas ou ilegais.

8. Do Conhecimento do Recurso

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto, observando-se que o não conhecimento implicaria grave prejuízo à parte e perpetuação de injustiça, em violação à ordem constitucional.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, CF/88, art. 5º, LXXVIII, CPC/2015, art. 4º, CPC/2015, art. 10, CPC/2015, art. 98, CPC/2015, art. 300, CF/88, art. 5º, XXII, CF/88, art. 1º, III e CCB/2002, art. 422:

  1. Dou provimento ao recurso para determinar o imediato desarquivamento dos autos e o andamento prioritário do feito, com apreciação célere do recurso interposto pela Requerente.
  2. Defiro o pedido de gratuidade de justiça, com fulcro no CPC/2015, art. 98 e CF/88, art. 5º, LXXIV.
  3. Determino a intimação do Relator para que profira despacho ou decisão, garantindo o prosseguimento do feito.
  4. Defiro a prioridade na tramitação em virtude do caráter alimentar dos valores envolvidos e da hipossuficiência da Requerente.
  5. Determino a apuração e ressarcimento dos valores indevidamente recebidos a título de aluguel pelas Requeridas, em fase de liquidação de sentença, sem prejuízo das demais medidas cabíveis.
  6. Defiro a produção de todas as provas em direito admitidas, inclusive documental, testemunhal e pericial, se necessário.
  7. Faculto a designação de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII, caso seja conveniente ao deslinde do feito.

Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

IV. Conclusão

Este é o voto.

São Paulo, ___ de ___________ de 2024.

_______________________________________
Magistrado(a) Relator(a)


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