Modelo de Defesa em Ações Penais por Lesão Corporal no âmbito da Lei Maria da Penha com Alegação de Agressões Mútuas, Fragilidade Probatória e Pedido de Absolvição ou Atenuação da Pena
Publicado em: 28/07/2025 Direito Penal Processo PenalALEGAÇÕES FINAIS (DEFESA) – LEI MARIA DA PENHA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Catende/PE.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Processo nº: [inserir número]
Acusado: E. F. da S., brasileiro, solteiro, profissão [informar], portador do CPF nº [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico: [informar].
Vítima: K. E. M. S. S., brasileira, solteira, profissão [informar], portadora do CPF nº [informar], residente e domiciliada à [endereço completo], endereço eletrônico: [informar].
Defensor: Advogado da Assistência Judiciária Gratuita de Catende, OAB/UF [número], endereço eletrônico: [informar].
3. SÍNTESE DOS FATOS
O acusado, E. F. da S., foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime de lesão corporal no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher, tipificado no CP, art. 129, § 13º, c/c Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
Conforme consta nos autos, E. F. da S. e K. E. M. S. S. mantiveram um relacionamento afetivo de aproximadamente seis meses. Durante esse período, a vítima alegou ter sido agredida fisicamente, motivo pelo qual solicitou medidas protetivas. Apesar disso, ambos reataram o relacionamento.
Em 25/09/2025, durante um evento político, após consumo de bebidas alcoólicas, o casal iniciou uma discussão motivada por ciúmes, ocasião em que a vítima alega ter recebido um soco no braço desferido pelo acusado. No dia seguinte, nova discussão teria resultado em agressões mútuas, com a vítima alegando ter sido atingida na boca, ao passo que revidou com um soco no rosto do acusado.
E. F. da S. foi preso em flagrante, pagou fiança de R$ 1.412,00 e responde ao processo em liberdade. O laudo médico do acusado apresenta rasura quanto à confirmação de lesão, inicialmente apontando que teria sofrido agressão, mas posteriormente alterado para “não”.
Ressalta-se que a vítima, em momento posterior, declarou ter perdoado o acusado e que ambos voltaram a conviver maritalmente.
4. PRELIMINARES
4.1. Da Ausência de Elementos Suficientes para a Configuração da Violência de Gênero
O caso em tela revela, conforme os autos, a existência de agressões mútuas, não havendo demonstração inequívoca de que a conduta do acusado decorreu de motivação baseada em gênero, nos termos da Lei 11.340/2006, art. 5º. A reciprocidade das agressões e o contexto de embriaguez voluntária de ambas as partes afastam, em tese, a presunção de vulnerabilidade exclusiva da vítima.
4.2. Da Fragilidade do Laudo Médico
O laudo referente ao acusado apresenta rasura quanto à existência de lesão, o que compromete a credibilidade do documento e, por conseguinte, a comprovação da materialidade delitiva, nos termos do CPP, art. 158.
5. DO DIREITO
5.1. Da Configuração da Violência Doméstica e Familiar
A Lei 11.340/2006, art. 5º, estabelece que a violência doméstica e familiar contra a mulher se caracteriza por ação ou omissão baseada no gênero, no âmbito da unidade doméstica, familiar ou em qualquer relação íntima de afeto, resultando em morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, dano moral ou patrimonial.
No presente caso, a dinâmica dos fatos revela agressões mútuas, contexto de embriaguez e ausência de elementos que demonstrem a motivação de gênero, o que exige análise criteriosa para aplicação do subsistema protetivo da Lei Maria da Penha.
5.2. Da Materialidade e Autoria
A materialidade do delito exige prova inequívoca da lesão corporal, nos termos do CP, art. 129, § 13º. O laudo médico do acusado apresenta rasura quanto à existência de lesão, o que fragiliza a comprovação da materialidade. Ademais, a própria vítima reconheceu ter revidado as agressões, o que pode caracterizar legítima defesa ou, ao menos, reciprocidade de condutas.
5.3. Da Palavra da Vítima e do Princípio do Con"'>...
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