Modelo de Contestação trabalhista da Indústria XYZ Ltda. contra pedido de estabilidade provisória e indenizações por acidente de trabalho com afastamento inferior a 15 dias, fundamentada na ausência de incapacidade e nexo c...

Publicado em: 03/05/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Modelo de contestação em reclamação trabalhista envolvendo acidente de trabalho com afastamento inferior a 15 dias, onde a empresa ré argumenta a ausência de requisitos legais para estabilidade acidentária, a inexistência de incapacidade laborativa e nexo causal, além da improcedência dos pedidos de reintegração e indenizações por danos morais e materiais, com base na legislação trabalhista, CPC/2015 e jurisprudência do TST. Inclui preliminares, defesa de mérito, fundamentação jurídica detalhada, pedidos e requerimentos finais.

CONTESTAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO (ATESTADO INFERIOR A 15 DIAS)

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da ___ Vara do Trabalho da Comarca de ___ – Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Reclamante: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar de produção, portador do CPF nº 000.000.000-00, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua Alfa, nº 123, Bairro Beta, Cidade Gama, Estado Delta.
Reclamada: Indústria XYZ Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, endereço eletrônico: [email protected], com sede à Avenida Principal, nº 456, Bairro Centro, Cidade Gama, Estado Delta.

3. SÍNTESE DA INICIAL

O Reclamante ajuizou Reclamação Trabalhista alegando ter sofrido acidente de trabalho nas dependências da Reclamada, tendo recebido atestado médico para afastamento inferior a 15 (quinze) dias. Pleiteia o reconhecimento de estabilidade provisória no emprego, reintegração ao trabalho (ou indenização substitutiva), além de indenização por danos morais e materiais, sob o argumento de que o acidente teria gerado incapacidade laborativa e nexo causal com a atividade desempenhada.

4. PRELIMINARES

Inépcia da Inicial
A petição inicial carece de elementos essenciais exigidos pelo CPC/2015, art. 319, III, pois não descreve de forma clara e precisa os fatos que fundamentam o pedido de estabilidade acidentária, tampouco demonstra a existência de incapacidade laborativa ou nexo causal entre o acidente e a atividade desempenhada.

Ausência de Interesse de Agir
Não há interesse de agir, uma vez que o Reclamante não preenche os requisitos legais para a concessão da estabilidade acidentária, conforme a  Lei 8.213/1991, art. 118 e Súmula 378/TST, II, pois o afastamento foi inferior a 15 dias e não houve percepção de auxílio-doença acidentário.

5. DOS FATOS

O Reclamante foi contratado pela Reclamada em 01/02/2023 para exercer a função de auxiliar de produção. Em 10/06/2023, sofreu pequeno acidente durante o expediente, sendo imediatamente encaminhado ao serviço médico da empresa. Após avaliação, foi-lhe concedido atestado médico para afastamento de 7 (sete) dias.

O Reclamante retornou normalmente às suas funções após o período de afastamento, sem qualquer restrição ou limitação, conforme atestado de saúde ocupacional (ASO) de retorno ao trabalho.

Não houve emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para afastamento superior a 15 dias, tampouco concessão de benefício previdenciário acidentário (espécie B-91) pelo INSS.

Ressalta-se que a Reclamada sempre observou rigorosamente as normas de segurança e medicina do trabalho, fornecendo todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) e promovendo treinamentos periódicos aos seus colaboradores.

Não há nos autos qualquer prova de que o acidente tenha causado incapacidade laborativa de natureza permanente ou temporária superior a 15 dias, tampouco de que haja nexo causal entre o acidente e eventual alegação de doença ocupacional.

6. DO DIREITO

6.1. Da Estabilidade Provisória – Requisitos Legais

A estabilidade provisória decorrente de acidente de trabalho está prevista na Lei 8.213/1991, art. 118, que garante ao empregado acidentado a manutenção do contrato de trabalho pelo prazo mínimo de 12 meses após a cessação do auxílio-doença acidentário.

A Súmula 378/TST, II, estabelece que são pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego.

No presente caso, o Reclamante não ficou afastado por período superior a 15 dias, tampouco recebeu benefício previdenciário de natureza acidentária. Não há, portanto, preenchimento dos requisitos legais e jurisprudenciais para a concessão da estabilidade acidentária.

6.2. Da Inexistência de Incapacidade Laborativa e Nexo Causal

Para a configuração da responsabilidade civil do empregador e eventual direito à indenização, é imprescindível a demonstração do nexo de causalidade entre o acidente e a incapacidade laborativa, conforme o CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927.

A ausência de laudo pericial comprovando a incapacidade laborativa e o nexo causal afasta a responsabilidade da Reclamada.

Ademais, a concessão de estabilidade acidentária pressupõe, além do acidente, a existência de incapacidade laborativa, o que não se verifica no caso concreto.

6.3. Da Responsabilidade Subjetiva e Ônus da Prova

Nos termos do CCB/2002, art. 186, e da CLT, art. 818, § 1º, cabe ao empregado comprovar o fato constitutivo de seu direito, ou seja, a culpa da empregadora, o dano e o nexo causal.

A responsabilidade objetiva do empregador somente se aplica em atividades de risco acentuado, o que não é o caso dos autos, conforme entendimento consolidado do TST.

Não havendo prova de culpa ou dolo da Reclamada, tampouco de nexo causal entre o acidente e eventual dano, não há que se falar em indenização por danos morais ou materiais.

6.4. Da Ausência de Danos Morais e Materiais

O Reclamante não sofreu qualquer prejuízo material ou moral decorrente do acidente, tendo retornado normalmente às suas atividades após breve afastamento. Não há nos autos qualquer"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Reclamação Trabalhista em que A. J. dos S. ajuíza ação em face de Indústria XYZ Ltda., pleiteando o reconhecimento de estabilidade provisória em decorrência de alegado acidente de trabalho, com afastamento inferior a 15 (quinze) dias, além de reintegração (ou indenização substitutiva) e indenização por danos morais e materiais. A Reclamada apresentou contestação, alegando ausência dos requisitos legais para a estabilidade acidentária e para a concessão de indenizações.

Fundamentação

1. Da Admissibilidade

Verifico que estão presentes os pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, motivo pelo qual conheço da presente reclamação trabalhista.

2. Da Preliminar de Inépcia da Inicial

A Reclamada alega inépcia da petição inicial, argumentando ausência de descrição clara dos fatos que fundamentam o pedido de estabilidade acidentária e ausência de demonstração de incapacidade laborativa ou nexo causal. Todavia, da análise da inicial, constata-se que o Autor expõe de forma suficiente os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, não havendo inépcia a justificar a extinção do feito sem resolução do mérito (CPC/2015, art. 319 e CPC/2015, art. 330, § 1º). 
Rejeito a preliminar de inépcia da inicial.

3. Da Preliminar de Ausência de Interesse de Agir

Sustenta a Reclamada que não há interesse de agir, pois o afastamento foi inferior a 15 dias e não houve percepção de benefício acidentário, requisitos para estabilidade provisória nos termos da Lei 8.213/1991, art. 118 e Súmula 378/TST, II. Todavia, o interesse processual decorre da pretensão resistida. Assim, presente o interesse de agir, rejeito a preliminar.

4. Do Mérito

4.1. Da Estabilidade Provisória Acidentária

Conforme dispõe a Lei 8.213/1991, art. 118, é assegurada estabilidade provisória pelo prazo mínimo de 12 meses ao empregado que sofreu acidente de trabalho e recebeu auxílio-doença acidentário. A Súmula 378/TST, II, esclarece que a concessão dessa estabilidade exige o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do benefício previdenciário, salvo na hipótese de doença profissional comprovada após a despedida. 
No caso dos autos, restou incontroverso que o afastamento do Reclamante foi inferior a 15 dias (7 dias) e não houve percepção de auxílio-doença acidentário (espécie B-91). Não há nos autos laudo pericial que ateste doença profissional relacionada ao trabalho ou incapacidade laborativa superveniente.
Dessa forma, ausentes os requisitos legais e jurisprudenciais, não há que se falar em estabilidade provisória decorrente de acidente de trabalho.

4.2. Das Indenizações por Danos Morais e Materiais

Para a configuração do dever de indenizar, exige-se prova do dano, do nexo causal e da conduta culposa ou dolosa do empregador (CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927). No caso, não há comprovação de incapacidade laborativa, tampouco de que o acidente tenha causado dano material ou moral ao Reclamante. O breve afastamento foi devidamente justificado por atestado médico, com retorno ao trabalho sem restrições. Ausente a demonstração de dano ou nexo causal, afasto o pedido de indenização por danos materiais e morais.

4.3. Da Responsabilidade do Empregador

Não se verifica, no caso concreto, atividade de risco acentuado a ensejar responsabilidade objetiva. Ademais, a Reclamada comprovou o fornecimento de EPIs e a adoção das normas de segurança, não havendo prova de culpa.

4.4. Da Jurisprudência Aplicável

O entendimento consolidado do Tribunal Superior do Trabalho (TST) é no sentido de que, ausente afastamento superior a 15 dias e percepção de auxílio-doença acidentário, não há direito à estabilidade acidentária (Ag-ARR 1742-73.2012.5.12.0004, Súmula 378/TST, II). Também se exige, para eventual indenização, a demonstração do nexo causal e do dano (Ag-RRAg 795-95.2014.5.05.0019).

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, que determina a necessidade de fundamentação das decisões judiciais, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos formulados por A. J. dos S. em face de Indústria XYZ Ltda., nos termos da fundamentação supra, que passa a integrar este dispositivo.

Considerando a sucumbência, condeno o Reclamante ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da CLT, art. 791-A e CPC/2015, art. 85, cuja exigibilidade fica suspensa, por se tratar de beneficiário da justiça gratuita, se for o caso.

Intimem-se as partes.

Nada mais havendo, arquivem-se os autos após o trânsito em julgado.

Conclusão

Assim decido, em harmonia com as normas constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis ao caso, especialmente os princípios da legalidade, contraditório, ampla defesa e motivação das decisões judiciais (CF/88, arts. 5º, II e LV; CF/88, art. 93, IX).

Cidade Gama, ___ de ____________ de 2024.

___________________________________________
Juiz(a) do Trabalho


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