Modelo de Ação revisional proposta por condômino contra Condomínio Residencial Vila Real para revisão e limitação dos juros abusivos em taxas condominiais com base no Código Civil, CDC e jurisprudência
Publicado em: 23/04/2025 CivelProcesso CivilPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO REVISIONAL DE TAXA CONDOMINIAL
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Joinville – Estado de Santa Catarina
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
I. F. dos S., brasileiro, solteiro, comerciário, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº [informar], endereço eletrônico: [informar], residente e domiciliado na Rua [informar], nº [informar], Bairro [informar], Joinville/SC, CEP [informar], vem, por meio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor a presente AÇÃO REVISIONAL DE TAXA CONDOMINIAL em face de CONDOMÍNIO RESIDENCIAL VILA REAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0000-00, com endereço na Rua [informar], nº [informar], Bairro [informar], Joinville/SC, CEP [informar], endereço eletrônico: [informar], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor adquiriu, em 04/12/2023, a unidade autônoma (apartamento) nº [informar], matrícula nº 3565, situada no Condomínio Residencial Vila Real, passando a integrar o quadro de condôminos e, consequentemente, a ser responsável pelo pagamento das taxas condominiais ordinárias e extraordinárias, nos termos do CCB/2002, art. 1.336, I.
Desde o início de sua relação condominial, o Autor vem recebendo cobranças das taxas condominiais acrescidas de juros considerados abusivos, superiores ao limite legalmente permitido e desproporcionais ao valor da obrigação principal. Tais cobranças não encontram respaldo na convenção condominial nem na legislação vigente, onerando excessivamente o condômino e violando os princípios da razoabilidade e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).
O Autor buscou administrativamente a revisão dos valores, sem, contudo, obter êxito, razão pela qual não lhe restou alternativa senão recorrer ao Poder Judiciário para ver reconhecida a abusividade dos juros aplicados e obter a revisão das cobranças, com a restituição dos valores pagos a maior e adequação das futuras cobranças ao patamar legal.
Ressalte-se que o Autor não se opõe ao pagamento das taxas condominiais devidas, mas apenas à cobrança de juros superiores ao limite legal, que afrontam o equilíbrio contratual e o direito do consumidor-condômino.
Diante desse cenário, faz-se necessária a intervenção judicial para a revisão das taxas condominiais, afastando-se a cobrança de juros abusivos e garantindo-se a observância dos limites legais e convencionais.
4. DO DIREITO
4.1. DA OBRIGAÇÃO DO CONDÔMINO E DOS LIMITES LEGAIS DE JUROS
Nos termos do CCB/2002, art. 1.336, I, é dever do condômino contribuir para as despesas do condomínio, na proporção de sua fração ideal, salvo disposição em contrário na convenção. O inadimplemento dessas obrigações sujeita o condômino à incidência de multa e juros moratórios, conforme previsão legal e convencional.
O CCB/2002, art. 1.336, § 1º, estabelece que o condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito a multa de até 2% sobre o débito, além de juros de mora convencionados ou, não sendo previstos, de 1% ao mês. Assim, a cobrança de juros superiores a 1% ao mês, sem previsão expressa na convenção condominial, é manifestamente abusiva e ilegal.
O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento do REsp 1.483.930/DF/STJ, fixou a tese de que os juros moratórios sobre as cotas condominiais inadimplidas devem observar o limite de 1% ao mês, salvo disposição diversa na convenção condominial, o que não se verifica no presente caso.
4.2. DA ABUSIVIDADE DOS JUROS E DA NECESSIDADE DE REVISÃO
A aplicação de juros em patamar superior ao legal afronta o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), bem como os princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual (CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422). O Código de Defesa do Consumidor, aplicável subsidiariamente às relações condominiais, veda cláusulas abusivas e impõe a revisão de obrigações desproporcionais (CDC, art. 6º, V).
Ademais, a cobrança de valores excessivos configura enriquecimento ilícito do condomínio em detrimento do condômino, o que é vedado pelo ordenamento jurídico (CCB/2002, art. 884).
Ressalta-se que a Lei 14.905/2024 trouxe novos critérios para o cálculo dos juros e correção monetária, d"'>...
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