Modelo de Ação declaratória de nulidade de registro de cessão fraudulenta de cotas da Sociedade Empresarial Alfa Ltda., com apuração de haveres, prestação de contas e pedido de indenização por perdas e danos contra M. F....

Publicado em: 17/07/2025 CivelProcesso CivilEmpresa
Modelo de petição inicial para ação declaratória visando anular o registro fraudulento de cessão de cotas sociais sem anuência do sócio fundador, com pedido de tutela de urgência, apuração de haveres, prestação de contas, indenização por danos materiais e morais, e demais medidas jurídicas cabíveis contra os sócios cessionários e a sociedade empresária. Fundamenta-se no Código Civil, especialmente nos artigos relativos à nulidade do negócio jurídico, boa-fé objetiva e responsabilidade civil, incluindo jurisprudência atualizada do STJ e Tribunais Estaduais.
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AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE REGISTRO DE CESSÃO FRAUDULENTA DE COTAS DE SOCIEDADE EMPRESARIAL C/C APURAÇÃO DE HAVERES, PRESTAÇÃO DE CONTAS E PEDIDO DE PERDAS E DANOS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___ do Estado de ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, empresário, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE REGISTRO DE CESSÃO FRAUDULENTA DE COTAS DE SOCIEDADE EMPRESARIAL C/C APURAÇÃO DE HAVERES, PRESTAÇÃO DE CONTAS E PEDIDO DE PERDAS E DANOS

em face de M. F. de S. L., brasileira, casada, empresária, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Laranjeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, Cidade/UF; C. E. da S., brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº 222.222.222-22, RG nº 2.222.222 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Avenida Brasil, nº 300, Bairro Industrial, CEP 22222-222, Cidade/UF; e Sociedade Empresarial Alfa Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 33.333.333/0001-33, com sede na Rua das Indústrias, nº 400, Bairro Comercial, CEP 33333-333, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. dos S., é sócio fundador da Sociedade Empresarial Alfa Ltda., detentor originário de 40% das cotas sociais, conforme consta do Contrato Social registrado na Junta Comercial do Estado de ___. Em data recente, tomou conhecimento de que fora registrada, à sua revelia e sem sua anuência, uma cessão de suas cotas sociais para os Réus M. F. de S. L. e C. E. da S., mediante alteração contratual supostamente assinada pelo Autor.

Ocorre que o Autor jamais anuiu, participou ou assinou qualquer instrumento de cessão de cotas, tampouco recebeu qualquer valor a título de alienação de sua participação societária. A alteração contratual foi levada a registro na Junta Comercial mediante falsificação de sua assinatura, caracterizando fraude e violação frontal aos princípios da legalidade e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 113).

Desde então, o Autor vem sendo impedido de exercer seus direitos de sócio, inclusive acesso a documentos, informações contábeis e participação nos lucros da sociedade. Os Réus, além de se apropriarem indevidamente das cotas do Autor, vêm explorando a atividade empresarial em benefício próprio, sem qualquer prestação de contas, causando-lhe prejuízos patrimoniais e morais.

Diante da gravidade dos fatos, busca o Autor a declaração de nulidade do registro da cessão fraudulenta de cotas, a apuração de haveres, a prestação de contas e a condenação dos Réus ao pagamento de perdas e danos.

4. DO DIREITO

4.1. DA NULIDADE DA CESSÃO FRAUDULENTA DE COTAS

O Código Civil Brasileiro prevê que o negócio jurídico é nulo quando for simulado, ou quando houver falsidade de assinatura, vício de consentimento ou ausência de manifestação de vontade (CCB/2002, art. 166, I, II, III e VII). No presente caso, a cessão de cotas foi registrada com base em documento falso, sem a anuência do Autor, o que torna o ato absolutamente nulo.

A nulidade do ato societário por falsidade de assinatura é matéria pacífica na doutrina e jurisprudência, sendo o registro perante a Junta Comercial mera formalidade, incapaz de convalidar ato eivado de vício insanável (CCB/2002, art. 167 e 169).

4.2. DA APURAÇÃO DE HAVERES E PRESTAÇÃO DE CONTAS

O sócio tem direito à apuração de haveres quando excluído da sociedade, ainda que por ato nulo ou fraudulento (CCB/2002, art. 1.031). Além disso, é dever dos administradores prestar contas de sua gestão, especialmente diante de indícios de apropriação indevida de lucros e bens sociais (CCB/2002, art. 1.020).

4.3. DO PEDIDO DE PERDAS E DANOS

A conduta dos Réus, ao praticarem fraude e impedirem o Autor de exercer seus direitos societários, configura ato ilícito (CCB/2002, art. 186), ensejando a reparação integral dos danos materiais e morais sofridos. O prejuízo patrimonial decorre da privação do Autor de seus haveres e lucros, enquanto o dano moral resulta da violação de sua honra, reputação e dignidade (CF/88, art. 5º, X).

4.4. DA LEGITIMIDADE E COMPETÊNCIA

O Autor é parte legítima para postular a nulidade do ato societário que lhe causou prejuízo direto. A competência para processar e julgar a presente demanda é do juízo cível estadual, conforme entendimento consolidado (CPC/2015, art. 53, III, “d”).

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O caso envolve a aplicação dos princípios da legalidade, boa-fé objetiva, função social da empresa e proteção do sócio contra atos fraudulentos, todos consagrados no ordenamento jurídico pátrio (CCB/2002, art. 421; CF/88, art. 170, III).

Em síntese, a nulidade do registro da cessão fraudulenta de cotas é medida que se impõe, com a consequente "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Nulidade de Registro de Cessão Fraudulenta de Cotas de Sociedade Empresarial cumulada com Apuração de Haveres, Prestação de Contas e Pedido de Perdas e Danos, proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., C. E. da S. e Sociedade Empresarial Alfa Ltda..

Narra o Autor que, sendo sócio fundador da sociedade ré e detentor de 40% das cotas sociais, teve sua assinatura falsificada em alteração contratual que resultou na cessão irregular de sua participação societária aos réus, sem sua anuência, participação ou recebimento de qualquer valor correspondente. Por força desse registro fraudulento, o Autor foi afastado da sociedade e impedido de exercer seus direitos, inclusive acesso a documentos e participação nos lucros. Requer, em síntese, a declaração de nulidade do ato societário, apuração de haveres, prestação de contas e condenação ao pagamento de perdas e danos.

As partes foram devidamente citadas, apresentando defesa. O feito está maduro para julgamento.

II. Fundamentação

1. Da obrigatoriedade de fundamentação

Inicialmente, cumpre ressaltar que a motivação das decisões judiciais é exigência constitucional indispensável à validade do pronunciamento jurisdicional (CF/88, art. 93, IX), devendo o magistrado demonstrar, de modo fundamentado, as razões de seu convencimento.

2. Da nulidade do registro da cessão de cotas

Conforme os elementos dos autos, restou comprovado que a cessão de cotas do Autor foi formalizada sem sua anuência e mediante falsificação de assinatura. Tal circunstância configura vício insanável, nos termos do CCB/2002, art. 166, I e II, que dispõe sobre a nulidade dos negócios jurídicos celebrados com simulação, falsidade ou ausência de consentimento.

O registro perante a Junta Comercial não tem o condão de convalidar ato eivado de vício de consentimento (CCB/2002, art. 167 e 169), sendo pacífica na doutrina e jurisprudência a nulidade de alterações contratuais fundadas em assinatura falsa. Nesse sentido:

TJSP (1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Rel.: Des. Fortes Barbosa - J. em 14/11/2024
"Afirmada falsificação de assinatura aposta em alteração de contrato social (...) inviabilidade do prevalecimento de qualquer efeito do documento enfocado - Sentença mantida."

3. Da apuração de haveres e prestação de contas

A exclusão do sócio, ainda que por ato nulo, enseja o direito à apuração de haveres (CCB/2002, art. 1.031), devendo ser assegurada ao Autor a avaliação de sua participação societária. Ademais, compete aos administradores a prestação de contas relativa ao período de gestão sem a participação do Autor (CCB/2002, art. 1.020).

4. Da responsabilidade por perdas e danos

A conduta dos réus, ao se utilizarem de documento falso para afastar o Autor da sociedade, caracteriza ato ilícito passível de reparação (CCB/2002, art. 186), englobando danos materiais e morais. O prejuízo moral decorre da violação à honra e dignidade do Autor (CF/88, art. 5º, X), enquanto o material resulta da privação de haveres e lucros.

5. Da legitimidade e competência

O Autor é parte legítima para postular a tutela de seus direitos societários diretamente violados. A competência para processamento e julgamento da demanda é do juízo cível estadual (CPC/2015, art. 53, III, "d").

6. Dos princípios aplicáveis

O caso impõe a incidência dos princípios da legalidade, boa-fé objetiva e função social da empresa (CCB/2002, art. 421; CF/88, art. 170, III). A proteção do sócio contra fraudes é medida indispensável à higidez do ambiente empresarial e à segurança jurídica.

7. Da tutela de urgência

Os requisitos para concessão da tutela de urgência estão presentes: a probabilidade do direito está evidenciada pela prova documental de falsidade, e o perigo de dano decorre da continuidade dos efeitos do registro fraudulento (CPC/2015, art. 300).

8. Do conhecimento do recurso

Não há preliminares processuais que obstem o conhecimento da demanda. Todos os pressupostos de admissibilidade encontram-se presentes, razão pela qual conheço do pedido.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para:

  1. Declarar a nulidade do registro da cessão de cotas sociais realizada em nome do Autor, restabelecendo o status quo ante, tornando sem efeito quaisquer alterações contratuais decorrentes do ato viciado (CCB/2002, art. 166, I e II);
  2. Determinar a reintegração do Autor ao quadro societário e à administração da sociedade, com acesso pleno a documentos e informações;
  3. Condenar os Réus à apuração de haveres do Autor, mediante perícia, para o caso de impossibilidade de reintegração efetiva (CCB/2002, art. 1.031);
  4. Condenar os Réus à prestação de contas relativas ao período em que administraram a sociedade sem a participação do Autor (CCB/2002, art. 1.020);
  5. Condenar os Réus ao pagamento de perdas e danos, abrangendo lucros cessantes, danos emergentes e danos morais, a serem apurados em liquidação de sentença (CCB/2002, art. 186; CF/88, art. 5º, X);
  6. Condenar os Réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Defiro a tutela de urgência requerida para suspender de imediato os efeitos do registro da cessão fraudulenta de cotas sociais do Autor, determinando sua reintegração ao quadro societário, bem como o acesso a documentos e informações.

Oficie-se à Junta Comercial para as providências de praxe.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

É como voto.



Local e Data.

_________________________________________
Magistrado(a)


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