Modelo de Ação de Repetição de Indébito Tributário contra Município por Cobrança Indevida de IPTU com Alíquota Superior à Legal, com Pedido de Restituição Atualizada e Custas Processuais

Publicado em: 15/07/2025 Processo Civil
Modelo de petição inicial para ação de repetição de indébito tributário proposta por contribuinte contra o Município, visando a restituição de valor pago a maior em razão da cobrança de alíquota de IPTU superior à prevista na legislação municipal, com fundamento no Código Tributário Nacional, Código Civil, Constituição Federal e jurisprudência consolidada. Inclui pedido de citação, condenação à restituição atualizada pela taxa SELIC, honorários advocatícios, custas processuais, produção de provas e audiência de conciliação.
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AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO – IPTU – COBRANÇA DE ALÍQUOTA SUPERIOR À LEGAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara da Fazenda Pública da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado de __.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº 0.000.000-SSP/XX, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, Município de __, Estado de __, CEP 00000-000,
por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional à Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Jardim, Município de __, Estado de __, CEP 00000-000, endereço eletrônico [email protected],
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO
em face do
MUNICÍPIO DE __, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede à Praça da Matriz, nº 1, Centro, Município de __, Estado de __, CEP 00000-000, endereço eletrônico [email protected],
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é proprietário do imóvel urbano situado à Rua das Palmeiras, nº 123, no Município de __, inscrito sob a matrícula nº 00000 do Cartório de Registro de Imóveis local.

No exercício de 2024, o Autor foi surpreendido com a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) referente ao referido imóvel, sendo aplicada, para o cálculo do tributo, a alíquota de 5% (cinco por cento). Entretanto, conforme a legislação municipal vigente, a alíquota correta para terrenos urbanos, na situação do imóvel do Autor, é de 3% (três por cento).

O Autor, para evitar maiores transtornos e a imposição de penalidades, efetuou o pagamento integral do tributo lançado, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), conforme comprovante anexo, sendo que, caso aplicada a alíquota correta, o valor devido seria de R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Assim, houve o pagamento indevido de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), correspondente à diferença entre a alíquota aplicada e a alíquota legalmente devida, caracterizando-se o indébito tributário.

Diante da recusa administrativa do Município em restituir o valor pago a maior, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecido seu direito à repetição do indébito.

4. DO DIREITO

4.1. DA LEGITIMIDADE E DO CABIMENTO DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

O direito à repetição do indébito tributário encontra amparo no CTN, art. 165, I, que dispõe: “O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do pagamento, indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável à espécie”.

O CCB/2002, art. 876, também prevê que “todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir”, consagrando o princípio do enriquecimento sem causa.

O CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o que se encontra devidamente atendido.

4.2. DA COBRANÇA INDEVIDA E DA ILEGALIDADE DA ALÍQUOTA APLICADA

A cobrança do IPTU deve observar estritamente os parâmetros legais estabelecidos na legislação municipal, em consonância com o princípio da legalidade tributária (CF/88, art. 150, I).

No caso concreto, a alíquota de 5% foi aplicada em flagrante desconformidade com a legislação municipal, que determina a aplicação da alíquota de 3% para terrenos urbanos na situação do imóvel do Autor. Tal excesso caracteriza pagamento indevido, ensejando a restituição do valor pago a maior.

A jurisprudência consolidada dos tribunais superiores reconhece o direito do contribuinte à restituição do tributo pago a maior, ainda que o pagamento tenha decorrido de erro do Fisco ou do próprio contribuinte, não se exigindo comprovação de má-fé ou erro escusável.

4.3. DA FORMA DE RESTITUIÇÃO E DOS CONSECTÁRIOS LEGAIS

A restituição do indébito deve ser feita na forma simples, salvo comprovada má-fé do Município, o que não se verifica no caso em tela. Ademais, a atualização monetária deve observar o índice utilizado pela Fazenda Pública para atualização dos tributos, sendo aplicável, nos termos da Emenda Constitucional 113/2021, a taxa SELIC, que abrange juros e correção monetária.

Ressalta-se que, conforme entendimento do STJ, Tema 905, a atualização monetária nas condenações de natureza tributária deve observar o índice utilizado pela Fazenda Pública para atualização dos créditos tributários.

4.4. DO PRAZO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

O prazo para pleitear a repetição do indébito tributário é de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário (CTN, art. 168, I), não tendo ocorrido a prescrição no caso em tela.

4.5. DOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS APLICÁVEIS

O princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), o princípio da isonomia tributária (CF/88, art. 150, II) e o princípio do não enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884) fundamentam a pretensão autoral, vedando a cobrança de tributo em valor superior ao legalmente devido e assegurando o direito à restituição do indébito.

Diante do exposto, resta evidente o direito do Autor à restituição do valor pago a maior, acrescido de correção monetária e juros legais.

5. JURISPRUDÊNCIAS

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Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos etc.

Trata-se de Ação de Repetição de Indébito Tributário proposta por A. J. dos S. em face do Município de __, na qual se pleiteia a restituição do valor pago a maior a título de IPTU, em razão da aplicação de alíquota superior à prevista em lei municipal para o exercício de 2024.

I – Dos Fatos

Consta dos autos que o autor, proprietário do imóvel situado à Rua das Palmeiras, nº 123, Município de __, foi compelido ao recolhimento do IPTU sobre o imóvel, tendo-lhe sido aplicada a alíquota de 5% (cinco por cento), quando a legislação municipal vigente determina o percentual de 3% (três por cento) para o caso concreto. O valor pago foi de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sendo o valor correto de R$ 6.000,00 (seis mil reais), o que gerou pagamento a maior de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

II – Do Conhecimento do Pedido e da Regularidade Formal

Inicialmente, verifico que a petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando devidamente instruída com os documentos exigidos para a compreensão dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido. O Município de __ foi regularmente citado e apresentou resposta, não havendo vícios a serem sanados.

III – Da Interpretação Hermenêutica: Fatos e Direito

O cerne da controvérsia reside na análise da legalidade da alíquota aplicada e da possibilidade de restituição do valor recolhido a maior.

O direito à repetição do indébito tributário encontra guarida no CTN, art. 165, I, segundo o qual o sujeito passivo tem direito à restituição total ou parcial do tributo pago indevidamente ou a maior. De igual modo, o CCB/2002, art. 884 veda o enriquecimento sem causa, e o CCB/2002, art. 876 impõe a restituição do indevido.

A Constituição Federal, ao consagrar o princípio da legalidade tributária (CF/88, art. 150, I), determina que nenhum tributo será exigido ou aumentado sem lei que o estabeleça. No caso, restou comprovado nos autos que a alíquota de 5% não encontra respaldo na legislação municipal vigente para o tipo de imóvel de propriedade do autor, devendo prevalecer a alíquota de 3%.

Assim, evidente a ocorrência de pagamento indevido, ensejando a restituição do valor recolhido a maior.

IV – Da Restituição e dos Consequentes Legais

Conforme previsto na Emenda Constitucional 113/2021 e consoante entendimento consolidado do STJ, Tema 905, a restituição do indébito tributário deve observar a atualização monetária pela taxa SELIC, desde o pagamento até a efetiva restituição.

Não havendo nos autos qualquer elemento que indique má-fé do Município, a restituição deve ocorrer de forma simples, nos termos do entendimento jurisprudencial.

O prazo para pleitear a repetição de indébito é de cinco anos, contados da extinção do crédito tributário (CTN, art. 168, I), não se verificando a ocorrência de prescrição na hipótese.

V – Da Jurisprudência

O entendimento ora exposto encontra respaldo em diversos precedentes dos tribunais pátrios, a exemplo:

“Alegação de cobrança de IPTU em valor excessivo. Pleito de devolução das quantias pagas a maior julgado procedente. [...] Existindo dívida vinculada à parte autora, cujos valores foram cobrados de forma excessiva, não há como afastar a pretensão autoral de restituição do tributo pago em valor excedente. Acerto da sentença. RECURSO NÃO PROVIDO.”
TJRJ (PRIMEIRA CAMARA DE DIREITO PUBLICO) - APELAÇÃO Acórdão/TJRJ - RJ - Rel.: Des. ClÁudio Luiz Braga Dell'orto - J. em 15/10/2024 - DJ 18/10/2024
“A progressividade do IPTU com base na metragem do imóvel é inconstitucional, devendo ser aplicada a alíquota mínima conforme a destinação do imóvel, nos termos da CF/88, art. 156, § 1º, I, e Súmula 668/STF. [...]”
TJSP (3ª Turma Recursal de Fazenda Pública) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP - Itatiba - Rel.: Des. Ricardo Hoffmann - J. em 05/11/2024 - DJ 05/11/2024

VI – Da Fundamentação Constitucional e Legal (CF/88, art. 93, IX)

Cumpre salientar que, conforme determina o CF/88, art. 93, IX, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. No caso em apreço, a fundamentação encontra-se devidamente lastreada nos fatos provados e no direito aplicável, em respeito ao princípio do contraditório e à garantia do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

VII – Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, para:

  • Reconhecer a ilegalidade da cobrança do IPTU com aplicação de alíquota de 5% (cinco por cento) em vez de 3% (três por cento), nos termos da legislação municipal e do CF/88, art. 150, I;
  • Condenar o Município de __ à restituição, em favor do autor, do valor pago a maior, no montante de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), devidamente atualizado pela taxa SELIC, nos termos da Emenda Constitucional 113/2021, desde o pagamento até a efetiva restituição;
  • Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

VIII – Disposições Finais

Transitada em julgado, expeça-se o necessário para o cumprimento da sentença.

Sentença fundamentada nos termos do CF/88, art. 93, IX.

__, __ de ________ de 2024.

_______________________________________
Magistrado

**Observações:** - As citações legais seguem o formato solicitado (exemplo: CF/88, art. 93, IX). - O voto está estruturado, fundamentando-se em fatos, normas constitucionais, legais e jurisprudência, com decisão expressa e fundamentada conforme exigido pela CF/88, art. 93, IX. - O voto é procedente, acolhendo integralmente o pedido do autor. - Caso queira uma versão de voto improcedente ou de não conhecimento, basta solicitar.

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