Modelo de Ação de repetição de indébito cumulada com indenização por danos morais contra Brasil Paralelo Entretenimento e Educação S.A. por cobrança indevida em plataforma digital e falha na prestação do serviço

Publicado em: 02/07/2025 Processo CivilConsumidor
Petição inicial proposta por consumidor contra empresa fornecedora de serviços digitais, visando a restituição em dobro de valores cobrados indevidamente e indenização por danos morais, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor e princípios da boa-fé, transparência e responsabilidade objetiva. Requer ainda a inversão do ônus da prova e produção de provas documentais, testemunhais e periciais.
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PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível do Foro Central da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, jornalista, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº 0.000.000-0 SSP/UF, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Justiça, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de Brasil Paralelo Entretenimento e Educação S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Avenida das Empresas, nº 789, Bairro Negócios, CEP 00000-000, [Cidade/UF], endereço eletrônico [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é assinante da plataforma da Ré há vários anos, sempre mantendo regularidade em seus pagamentos e jamais tendo enfrentado qualquer problema anterior. Em [data], ao assistir a um vídeo na plataforma, foi apresentado ao Autor um link promocional, que, ao que tudo indicava, oferecia um desconto especial em sua assinatura regular. Confiando na reputação da Ré e na clareza das informações, o Autor clicou no referido link e seguiu as instruções, acreditando tratar-se de mera promoção vinculada à sua assinatura.

Para sua surpresa, ao analisar posteriormente o extrato de sua conta bancária, o Autor verificou que, ao invés de um desconto, houve um desconto a maior em sua assinatura, ou seja, foi cobrado valor superior ao habitual, referente a um produto diverso do contratado originalmente. Imediatamente, o Autor entrou em contato com o suporte da Ré, buscando esclarecimentos e a restituição dos valores pagos indevidamente.

Em resposta, a Ré informou que a cobrança se referia a outro produto, não relacionado à assinatura principal, e que não seria possível o ressarcimento, pois já havia transcorrido o prazo de 7 (sete) dias da compra, conforme sua política interna. O Autor, sentindo-se induzido a erro por informações pouco claras e práticas comerciais agressivas, reiterou sua solicitação, sem sucesso, tendo seus pleitos administrativos ignorados ou indeferidos.

Ressalte-se que o Autor jamais teve intenção de adquirir outro produto, tampouco foi suficientemente informado sobre a natureza da oferta, sendo induzido a erro pela apresentação confusa do link e pela ausência de transparência nas condições da contratação.

Em sua defesa administrativa, a Ré limitou-se a alegar que as informações eram claras e que o Autor teria aceitado os termos na plataforma, sem, contudo, apresentar qualquer comprovação efetiva de consentimento específico ou de destaque das condições essenciais da oferta, em flagrante violação aos princípios da boa-fé e da transparência.

Diante da recusa da Ré em solucionar a questão na via administrativa, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecida a cobrança indevida, com a consequente restituição em dobro dos valores pagos e a reparação pelos danos morais sofridos.

Resumo: O Autor foi surpreendido com cobrança indevida, após ser induzido a erro por oferta confusa em plataforma digital, tendo seu pleito de ressarcimento negado pela Ré, que se escuda em política interna e ausência de má-fé, em flagrante afronta aos direitos do consumidor.

4. DO DIREITO

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA APLICABILIDADE DO CDC

A relação jurídica entre as partes é nitidamente de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, pois o Autor é destinatário final dos serviços prestados pela Ré, fornecedora de produtos e serviços digitais. Assim, aplicam-se integralmente as normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990).

4.2. DA COBRANÇA INDEVIDA E DO DIREITO À REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM DOBRO

O Autor foi vítima de cobrança indevida, pois não contratou conscientemente o produto que lhe foi cobrado, sendo induzido a erro por prática comercial inadequada. O CDC, art. 42, parágrafo único, é expresso ao prever que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

No caso em tela, não há qualquer demonstração de engano justificável por parte da Ré, tampouco prova de consentimento inequívoco do Autor para aquisição de produto diverso. Ao contrário, a conduta da Ré viola os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da transparência (CDC, art. 6º, III), devendo ser aplicada a sanção legal da restituição em dobro, conforme entendimento consolidado do STJ (EAREsp. 600.663/RS/STJ; EAREsp. 676.608/RS/STJ).

4.3. DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

A Ré responde objetivamente pelos danos causados ao consumidor, independentemente de culpa, nos termos do CDC, art. 14. A indução do consumidor a erro, mediante oferta confusa e ausência de informações claras, caracteriza falha na prestação do serviço, ensejando não apenas a restituição dos valores indevidamente cobrados, mas também a reparação por danos morais.

4.4. DO DANO MORAL

O dano moral é evidente, pois o Autor foi submetido a situação vexatória, constrangimento e perda de tempo útil para solucionar problema criado exclusivamente pela Ré, em violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e aos direitos da personalidade. A jurisprudência reconhece que a cobrança indevida e a recusa em ressarcir o consumidor extrapolam o mero aborrecimento, ensejando indenização compatível com a gravidade do ilícito (CDC, art. 6º, VI).

Ademais, a Teoria do Desvio Produtivo do Consumidor é aplicável ao caso, pois o Autor foi compelido a despender tempo e esforço para resolver questão que não deu causa, em flagrante prejuízo à sua esfera existencial.

4.5. DA INVERSÃO DO �"'>...


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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de repetição de indébito cumulada com indenização por danos morais ajuizada por A. J. dos S. em face de Brasil Paralelo Entretenimento e Educação S.A.. Alega o autor ter sido surpreendido por cobrança indevida, após aderir a oferta promocional na plataforma da ré, induzido a erro pela apresentação confusa do link e ausência de informações claras, não tendo a ré solucionado o pleito administrativamente. Pleiteia a restituição em dobro do valor pago indevidamente e indenização por danos morais.

A ré, em contestação, sustenta que as informações eram claras e que o autor consentiu com a operação, não havendo má-fé ou falha na prestação do serviço, tampouco dano moral, pugnando pela improcedência.

É o relatório. Decido.

II. Fundamentação

1. Da Regularidade Formal

O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e dele conheço (CF/88, art. 93, IX).

2. Da Relação de Consumo

Resta caracterizada a relação de consumo entre as partes, sendo o autor destinatário final dos serviços oferecidos pela ré (CDC, art. 2º e art. 3º).

3. Da Cobrança Indevida e Direito à Repetição do Indébito

Da análise dos autos, verifica-se que o autor foi surpreendido por cobrança superior ao valor habitual, em razão de oferta promocional cujas informações não se mostraram claras e destacadas. A ré não comprovou, de forma inequívoca, a ciência e o consentimento do autor com a contratação de produto diverso, tampouco apresentou evidência de engano justificável. Assim, configurada a cobrança indevida.

O Código de Defesa do Consumidor é expresso ao assegurar ao consumidor o direito à repetição do indébito em dobro, acrescida de correção monetária e juros legais, salvo engano justificável, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único.

A jurisprudência é harmônica nesse sentido: “A devolução em dobro dos valores pagos indevidamente é cabível nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC, quando a cobrança contraria a boa-fé objetiva, independentemente de comprovação de má-fé” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

4. Da Falha na Prestação do Serviço

A ré responde objetivamente pelos danos causados ao consumidor em virtude da falha na prestação do serviço, independentemente de culpa (CDC, art. 14). A indução do consumidor a erro, mediante oferta ambígua e ausência de informações adequadas, evidencia a falha, impondo a responsabilização.

5. Do Dano Moral

O dano moral está caracterizado. O autor foi submetido a constrangimento, perda de tempo útil e frustração em razão de conduta atribuível à ré, extrapolando o mero aborrecimento, conforme tem reconhecido a jurisprudência (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

A conduta da ré afronta a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e viola o direito à informação adequada, boa-fé objetiva e transparência (CDC, art. 6º, III; CCB/2002, art. 422).

Ademais, a aplicação da Teoria do Desvio Produtivo do Consumidor se mostra pertinente, pois o autor foi compelido a despender tempo e esforço injustificados, em prejuízo à sua esfera existencial.

6. Do Valor da Indenização

O valor sugerido de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) revela-se compatível com os precedentes e a gravidade do ilícito, atendendo ao caráter pedagógico e compensatório da medida.

7. Da Inversão do Ônus da Prova

Considerando a hipossuficiência do consumidor e a verossimilhança das alegações, é de rigor a inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII).

8. Da Justiça Gratuita

Defiro o pedido de justiça gratuita, desde que comprovados os pressupostos legais (CPC/2015, art. 98).

9. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CF/88, art. 93, IX, JULGO PROCEDENTE o pedido autoral para:

  1. Reconhecer a cobrança indevida e condenar a ré à restituição em dobro do valor pago indevidamente pelo autor, acrescida de correção monetária desde o desembolso e juros legais a contar da citação (CDC, art. 42, parágrafo único).
  2. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
  3. Inverter o ônus da prova, na forma do CDC, art. 6º, VIII.
  4. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85).
  5. Defiro a justiça gratuita ao autor, nos termos do CPC/2015, art. 98, se preenchidos os requisitos legais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade/UF], [data].

[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito

III. Observações Finais

O presente voto encontra-se devidamente fundamentado, em atenção ao CF/88, art. 93, IX, que exige a motivação das decisões judiciais, permitindo o contraditório e a transparência do processo jurisdicional.


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