Poder Diretivo do Empregador na Fixação de Percentuais para Promoção por Antiguidade
Publicado em: 25/10/2024 Trabalhista"Esta Corte Superior sedimentou o entendimento de que se insere no âmbito do poder diretivo do empregador a fixação de percentual de trabalhadores contempláveis pela promoção por antiguidade, desde que tal percentual seja diferente de zero."
Súmulas:
Súmula 126/TST: Veda reexame de fatos em instância extraordinária.
Súmula 333/TST: Limita o processamento de recursos ao TST, se em conformidade com jurisprudência consolidada.
Legislação:
- CLT, art. 896: Regras para admissibilidade do recurso de revista, incluindo requisitos de transcendência.
- CLT, art. 896-A: Critérios de transcendência para o julgamento de recursos de revista pelo TST.
TÍTULO:
VALIDADE DO PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR NA FIXAÇÃO DE PERCENTUAIS PARA PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE
- Introdução
A decisão em análise aborda o poder diretivo do empregador ao estabelecer percentuais para promoções por antiguidade, reiterando que a fixação de tais percentuais é válida, desde que seja superior a zero. Esse entendimento considera que o empregador, dentro de seu poder de organização, pode estabelecer critérios objetivos para progressões de carreira, respeitando as garantias mínimas dos trabalhadores. A revisão dessa fixação, de acordo com o TST, não é possível via recurso, uma vez que implicaria o reexame de fatos e provas, vedado pelo CLT, art. 896.
Legislação:
CLT, art. 2º - Define o poder diretivo do empregador, assegurando-lhe o direito de organizar as atividades de seus empregados.
- Poder Diretivo
O poder diretivo permite ao empregador organizar e gerir a prestação de serviços dos empregados, com o objetivo de otimizar a produtividade e o ambiente laboral. Dentro desse poder, o empregador tem autonomia para estabelecer critérios de promoção, desde que respeitados os direitos trabalhistas. No caso das promoções por antiguidade, o empregador pode definir percentuais de avanço na carreira, contanto que o percentual seja positivo e aplicável a todos os trabalhadores de forma equitativa. Esse exercício de poder diretivo contribui para a ordem na estrutura de promoções e para o desenvolvimento organizacional.
Legislação:
CLT, art. 2º, § único - Reitera a subordinação do empregado ao empregador, que exerce seu poder diretivo na organização do trabalho.
- Promoção por Antiguidade
A promoção por antiguidade é uma progressão de carreira baseada no tempo de serviço do empregado na empresa. Esse critério é geralmente fixado por regulamento interno ou acordo coletivo, cabendo ao empregador estabelecer os percentuais de promoção, sempre de maneira objetiva e sem discriminação. A promoção por antiguidade valoriza a dedicação do trabalhador e o tempo que ele investe na empresa, sendo um mecanismo de reconhecimento pelo serviço prestado ao longo dos anos.
Legislação:
CLT, art. 461 - Dispõe sobre a igualdade salarial e a promoção de empregados em condições equivalentes.
- Percentual de Promoção
O percentual de promoção define o avanço salarial ou de cargo que um trabalhador terá ao ser promovido. A decisão esclarece que, para que o critério de promoção por antiguidade seja válido, o percentual estabelecido não pode ser zero, devendo assegurar algum nível de progressão para o trabalhador. Essa determinação reforça o caráter compensatório e motivacional da promoção, respeitando o princípio da dignidade do trabalhador. Ao estabelecer percentuais mínimos de promoção, o empregador exerce seu poder diretivo com o intuito de preservar a expectativa de progressão funcional.
Legislação:
CLT, art. 444 - Autoriza que as condições contratuais de trabalho sejam fixadas pelas partes, respeitados os limites da lei.
O CLT, art. 896 impede o reexame de fatos e provas em sede de recurso de revista, limitando o Tribunal Superior do Trabalho ao julgamento de matérias exclusivamente de direito. No caso da fixação de percentuais para promoção por antiguidade, a decisão reafirma que a discussão sobre o valor específico do percentual envolve análise de provas e critérios internos da empresa, o que impede o TST de revisar o mérito da decisão com base no reexame de tais elementos. Dessa forma, o percentual de promoção estabelecido dentro dos parâmetros legais é protegido contra reavaliações judiciais em instâncias superiores.
Legislação:
CLT, art. 896 - Limita a revisão de decisões pelo TST a questões de direito, impedindo o reexame de fatos e provas.
- Considerações Finais
A decisão sustenta que o poder diretivo do empregador na definição de percentuais de promoção por antiguidade é legítimo, desde que não seja nulo e atenda à expectativa de progressão mínima dos trabalhadores. A interpretação do CLT, art. 896 reafirma que a revisão de critérios específicos para promoção, quando envolve avaliação de fatos, escapa à competência do TST. A autonomia empresarial para organizar promoções por antiguidade respeita o ordenamento jurídico trabalhista, desde que o percentual estabelecido permita o reconhecimento funcional do trabalhador.
Legislação:
CLT, art. 896 - Reforça a limitação do TST ao reexame de fatos e provas em sede recursal.
Jurisprudência:
Outras doutrinas semelhantes

Aplicação dos percentuais do art. 27, §1º, do DL 3.365/41 para arbitramento de honorários sucumbenciais em desistência de ação de desapropriação por utilidade pública ou servidão administrativa
Publicado em: 27/06/2025 TrabalhistaEste documento trata da aplicação dos percentuais previstos no art. 27, §1º, do Decreto-Lei 3.365/41 para o cálculo dos honorários sucumbenciais devidos pelo autor em casos de desistência de ações de desapropriação por utilidade pública ou constituição de servidão administrativa, com base no valor atualizado da causa, e ressalva a possibilidade de arbitramento equitativo pelo juiz conforme o art. 85, §8º, do Código de Processo Civil quando o valor da causa for muito baixo.
Acessar
Reconhecimento do direito à promoção automática para policiais militares de Goiás que cumpriram requisitos para reserva remunerada até 31/12/2021, mesmo permanecendo na ativa após essa data
Publicado em: 16/07/2024 TrabalhistaDocumento que trata do reconhecimento do direito à promoção automática ao posto ou graduação imediatamente superior para policiais militares do Estado de Goiás que cumpriram os requisitos para transferência à reserva remunerada até 31/12/2021, destacando que tal direito deve ser garantido mesmo que o militar tenha optado por continuar na ativa após essa data, considerando o momento do requerimento da inatividade e os critérios vigentes na época.
Acessar
Tese doutrinária sobre vedação à averbação do tempo de serviço nas Forças Armadas para promoção de policiais militares estaduais do Sergipe, com base na isonomia e legalidade
Publicado em: 04/08/2025 TrabalhistaDocumento que expõe a tese fixada pelo Tribunal de Justiça de Sergipe, vedando a contagem do tempo de serviço prestado nas Forças Armadas para fins de promoção de policiais militares estaduais, mesmo para os que ingressaram antes da Lei Complementar nº 259/2015, fundamentada nos princípios constitucionais da isonomia e legalidade, e em súmulas do STF, preservando a ordem e critérios de progressão funcional e evitando prejuízo aos policiais nativos da corporação.
Acessar