Modelo de Recurso de Apelação em Ação de Indenização por Danos Morais contra Ex-Companheiro por Violência Doméstica com Pedido de Justiça Gratuita e Majoração da Indenização

Publicado em: 02/07/2025 CivelProcesso Civil Familia
Modelo de recurso de apelação interposto por mulher em ação de indenização por danos morais decorrentes de violência doméstica, com pedido de concessão de justiça gratuita, majoração do valor indenizatório e suspensão do preparo recursal, fundamentado no CPC/2015, Lei Maria da Penha e jurisprudência consolidada.
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RECURSO DE APELAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF]

Processo nº: [inserir número do processo]

A. F. de S. L., brasileira, solteira, auxiliar administrativa, portadora do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [xx.xxx.xxx-x], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliada na Rua [endereço completo], por sua advogada que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO DE APELAÇÃO com fundamento nos arts. 1.009 e seguintes do CPC/2015, em face da r. sentença proferida nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais que move em face de J. M. dos S., brasileiro, divorciado, autônomo, portador do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliado na Rua [endereço completo], pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

2. PRELIMINARMENTE: PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA

A Apelante requer a concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98, por ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo e não possuir condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.

A declaração de hipossuficiência segue anexa, corroborada por documentos que demonstram sua renda mensal limitada, o que justifica o deferimento do benefício. Ressalta-se que a concessão da gratuidade é direito fundamental previsto na CF/88, art. 5º, LXXIV, e que a presunção de veracidade da declaração de pobreza somente pode ser afastada por prova inequívoca em sentido contrário, conforme entendimento consolidado do STJ e reiteradas decisões do TJSP.

Assim, requer seja deferida a gratuidade da justiça, com a consequente dispensa do recolhimento do preparo recursal.

3. TEMPESTIVIDADE E PREPARO

A Apelante foi intimada da r. sentença em [data da intimação], iniciando-se o prazo recursal em [data]. O presente recurso é interposto dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, conforme CPC/2015, art. 1.003, §5º, sendo, portanto, tempestivo.

Quanto ao preparo, considerando o pedido de justiça gratuita ora reiterado, requer-se o processamento do recurso independentemente do recolhimento das custas, nos termos do CPC/2015, art. 99, §1º.

4. DOS FATOS

A Apelante ajuizou ação de indenização por danos morais em face de seu ex-companheiro, J. M. dos S., em razão de reiteradas humilhações e agressões psicológicas sofridas durante o relacionamento, que culminaram em condenação criminal do Apelado com base na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Na esfera penal, o Apelado foi condenado ao pagamento de indenização no valor de R$ 2.000,00.

Na esfera cível, a r. sentença de primeiro grau julgou improcedente o pedido indenizatório, condenando a Apelante ao pagamento de honorários advocatícios. Inconformada, a Apelante opôs embargos de declaração, os quais foram acolhidos, reformando-se a sentença para condenar o Apelado ao pagamento de R$ 10.000,00 a título de danos morais, além de honorários advocatícios e despesas processuais.

Contudo, a Apelante, diante de sua hipossuficiência financeira, requer a concessão da justiça gratuita para isentá-la do pagamento do preparo recursal, bem como pugna pela majoração do valor da indenização, considerando a gravidade dos fatos e o abalo psicológico sofrido.

5. DO DIREITO

5.1. DA CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA

A Constituição Federal assegura o acesso à justiça a todos, independentemente de condição econômica, conforme CF/88, art. 5º, XXXV e LXXIV. O CPC/2015, art. 98, dispõe que a pessoa natural que afirmar não possuir condições de arcar com as custas do processo e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento faz jus ao benefício da gratuidade da justiça.

A presunção de veracidade da declaração de hipossuficiência somente pode ser afastada mediante prova robusta em sentido contrário, o que não ocorre nos autos. A jurisprudência do TJSP e do STJ é pacífica no sentido de que a simples declaração é suficiente, salvo impugnação fundamentada e comprovada.

Ressalta-se que a concessão da gratuidade da justiça é medida de justiça social, visando garantir a efetividade do princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o amplo acesso ao Judiciário.

5.2. DA REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS EM CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

O Código Civil, em seu art. 186, estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, causar dano a outrem, comete ato ilícito. O art. 927 do mesmo diploma impõe o dever de indenizar. No contexto de violência doméstica, a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), art. 6º, reforça a proteção integral à mulher, reconhecendo o direito à reparação por danos morais.

A condenação criminal do Apelado, já transitada em julgado, constitui prova robusta do ato ilícito e do nexo de causalidade, tornando a indenização por danos morais medida não só de justiça, mas também de prevenção e repressão à violência de gênero.

O dano moral, nesses casos, é presumido (in re ipsa), dispensando-se a produção de prova específica acerca do abalo psicológico, bastando a demonstração do ato ilícito e do sofrimento causado, como reconhecido pelo STJ"'>...

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Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I. Relatório

Trata-se de recurso de apelação interposto por A. F. de S. L. contra sentença proferida nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais ajuizada em face de J. M. dos S., ex-companheiro da autora. A sentença de primeiro grau, após embargos de declaração, condenou o réu ao pagamento de R$ 10.000,00 a título de danos morais, além de honorários advocatícios e despesas processuais. A apelante, alegando hipossuficiência financeira, requer a concessão da justiça gratuita e a majoração do valor da indenização.

II. Admissibilidade

O recurso preenche os requisitos de admissibilidade previstos no CPC/2015, art. 1.003, §5º, tendo sido interposto tempestivamente. Quanto ao preparo, a apelante reiterou o pedido de justiça gratuita. Analisados os documentos acostados, verifica-se a plausibilidade da alegação de hipossuficiência econômica. Assim, conheço do recurso, nos termos do CPC/2015, art. 99, §1º.

III. Fundamentação

1. Da Justiça Gratuita

A Constituição Federal de 1988 consagra o direito fundamental de acesso à justiça, assegurando assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (CF/88, art. 5º, LXXIV). O CPC/2015, art. 98, igualmente, prevê a concessão do benefício à parte que declarar não possuir condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do próprio sustento.

A presunção de veracidade da declaração de pobreza é relativa, podendo ser afastada apenas mediante prova inequívoca em sentido contrário, o que não se verifica no presente caso. Os documentos apresentados pela apelante corroboram sua alegação de hipossuficiência. Portanto, defiro o benefício da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98.

2. Da Responsabilidade Civil por Danos Morais em Violência Doméstica

O CCB/2002, art. 186, dispõe que aquele que, por ação ou omissão voluntária, causar dano a outrem, comete ato ilícito, enquanto o CCB/2002, art. 927, impõe o dever de indenizar. A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006, art. 6º) reforça a necessidade de proteção integral à mulher vítima de violência doméstica, reconhecendo o direito à reparação civil.

No caso concreto, restou comprovado, inclusive por sentença penal transitada em julgado, que o réu praticou atos de violência psicológica contra a autora. A condenação criminal constitui prova robusta do ato ilícito e do nexo de causalidade. O dano moral, em situações de violência doméstica, é presumido (in re ipsa), dispensando-se a comprovação de abalo psicológico específico, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça no Tema 983.

Quanto ao valor da indenização, deve-se observar a razoabilidade, a proporcionalidade e o caráter pedagógico da medida. Considerando a gravidade dos fatos, o sofrimento causado à vítima e o contexto de violência de gênero, entendo que o valor fixado em primeiro grau (R$ 10.000,00) não se mostra suficiente para cumprir plenamente as funções compensatória e punitiva da indenização, notadamente diante da reiteração das condutas e do abalo psicológico sofrido.

A jurisprudência consolidada do TJSP e do STJ, como demonstrado pelas ementas colacionadas, orienta-se no sentido de adequada majoração do valor da indenização em hipóteses de maior gravidade, de modo a evitar valores ínfimos e garantir efetividade da tutela jurisdicional.

3. Da Suspensão da Exigibilidade das Verbas Sucumbenciais

Em razão da concessão da justiça gratuita, determino a suspensão da exigibilidade das custas processuais e honorários advocatícios eventualmente devidos pela apelante, conforme CPC/2015, art. 98, §3º.

IV. Dispositivo

Ante o exposto, CONHEÇO do recurso de apelação e, no mérito, DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO para:

  • a) Majorar o valor da indenização por danos morais para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), corrigido monetariamente e acrescido de juros legais desde o evento danoso;
  • b) Conceder à apelante o benefício da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98 e CF/88, art. 5º, LXXIV;
  • c) Suspender a exigibilidade das custas processuais e honorários advocatícios, em razão da gratuidade deferida, conforme CPC/2015, art. 98, §3º;
  • d) Manter os demais termos da sentença.

É como voto.

V. Observância do Princípio da Fundamentação

Cumpre registrar que a presente decisão fundamenta-se de forma clara e precisa, em observância ao comando estabelecido na CF/88, art. 93, IX, que exige do magistrado a motivação de suas decisões, sob pena de nulidade.


[Local], [data]
___________________________________
[Nome do Magistrado]


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