Modelo de Petição inicial para anulação de doação de imóvel por vício de consentimento e doação inoficiosa, visando resguardar legítima dos herdeiros entre A. J. dos S. e M. F. de S. L., com fundamentação no Código C...
Publicado em: 08/05/2025 CivelProcesso CivilPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE ANULAÇÃO DE DOAÇÃO DE IMÓVEL
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, casado, aposentado, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE ANULAÇÃO DE DOAÇÃO DE IMÓVEL em face de M. F. de S. L., brasileira, solteira, estudante, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111 SSP/XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor, A. J. dos S., é legítimo proprietário do imóvel situado na Rua das Laranjeiras, nº 50, Bairro Centro, [Cidade/UF], devidamente registrado sob a matrícula nº 12345 do Cartório de Registro de Imóveis local.
Em [data da doação], o Autor, por meio de escritura pública, realizou a doação do referido imóvel à Ré, M. F. de S. L., sua filha. Contudo, tal ato foi praticado em circunstâncias que maculam a validade do negócio jurídico, seja por vício de consentimento, seja por exceder a parte disponível do patrimônio do doador, em afronta à legítima dos herdeiros necessários.
Ressalte-se que, à época da doação, o Autor encontrava-se em estado de saúde fragilizado e sob influência direta da Ré, que se aproveitou da situação para obter a transferência integral do único bem imóvel do patrimônio do Autor, privando os demais herdeiros necessários de sua legítima.
Ademais, a doação foi realizada sem observância das formalidades legais e sem a devida assistência jurídica ao Autor, que não compreendia integralmente as consequências do ato. Tal situação caracteriza vício de consentimento, nos termos do CCB/2002, art. 138 e seguintes.
Após a lavratura da escritura, o Autor tomou ciência de que a doação, além de prejudicar os demais herdeiros necessários, excedeu a parte disponível de seu patrimônio, configurando doação inoficiosa, nos termos do CCB/2002, art. 549.
Diante disso, busca-se a anulação da doação, para que o imóvel retorne ao patrimônio do Autor e, por consequência, seja resguardada a legítima dos herdeiros necessários.
Os fatos narrados encontram respaldo em documentos anexos, especialmente a escritura pública de doação, certidão de matrícula do imóvel e provas testemunhais que demonstram a incapacidade do Autor à época do ato.
Assim, resta configurada a necessidade de tutela jurisdicional para a anulação da doação do imóvel em questão.
4. DO DIREITO
4.1. DA NULIDADE DA DOAÇÃO INOFICIOSA
O Código Civil Brasileiro estabelece limites à liberalidade do doador, vedando a doação de bens que ultrapassem a parte disponível, em prejuízo da legítima dos herdeiros necessários. Nos termos do CCB/2002, art. 548, "É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador". Ademais, o CCB/2002, art. 549 dispõe: "Nula é também a doação quanto à parte que exceder a de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento".
No caso em tela, a doação abrangeu a totalidade do patrimônio do Autor, privando os demais herdeiros necessários de sua legítima, o que enseja a nulidade parcial do ato, quanto à parcela excedente à parte disponível.
4.2. DO VÍCIO DE CONSENTIMENTO
O negócio jurídico deve ser celebrado com manifestação de vontade livre e consciente. O CCB/2002, art. 138 prevê a possibilidade de anulação do negócio jurídico quando houver erro, dolo, coação, estado de perigo ou lesão. No presente caso, o Autor, à época da doação, encontrava-se em estado de vulnerabilidade, sem plena compreensão das consequências do ato, o que caracteriza vício de consentimento.
4.3. DA LEGITIMIDADE E PRAZO PARA AJUIZAMENTO
Os herdeiros necessários são legítimos para pleitear a anulação de doação inoficiosa (CCB/2002, art. 1844). O prazo para anulação de negócio jurídico por vício de consentimento é de quatro anos (CCB/2002, art. 178, II), contado da data da celebração do ato ou do conhecimento do vício. No caso de nulidade absoluta, como na hipótese de doação inoficiosa, a ação pode ser proposta a qualquer tempo (CCB/2002, art. 169).
4.4. DOS PR"'>...
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